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terça-feira, 4 de setembro de 2012

Que função tem o fazer-se uma pergunta e receber-se uma resposta?

Tenho aqui muitas perguntas. Que função tem o fazer-se uma pergunta e receber-se uma resposta? Resolve-se algum problema, fazendo-se uma pergunta? Que é um problema? Tende a bondade de seguir o que estou dizendo, pensando junto comigo. Que é um problema? Só pode nascer um problema quando a mente está ocupada com alguma coisa, não é verdade? Se tenho um problema, que significa isso? Suponhamos que minha mente está ocupada, da manhã à noite, com a inveja, o ciúme, o sexo, o que quer que seja. A ocupação da mente com um objeto é que cria o problema. A inveja pode ser um fato, mas é a ocupação da mente com o fato, que cria o problema, o conflito. Não é exato isso?

Suponhamos que eu sou invejoso ou tenho paixão violenta, desta ou daquela natureza. A minha inveja se torna manifesta, e a mente fica então ocupada com o conflito por ela gerado. Como libertar-me dela, como dissolve-la, que fazer com relação a ela? É a ocupação da mente com a inveja que cria o problema, e não a própria inveja; examinaremos mais adiante esse ponto, quando apreciarmos o verdadeiro significado da inveja. Nosso problema, por conseguinte, não é o fato, mas ocupação com o fato. E pode a mente libertar-se dessa ocupação? É ela capaz de atender ao fato, sem dele se ocupar? Examinaremos essa questão relativa à ocupação, no curso destas palestras. É com efeito interessantíssimo observar a própria mente em operação. 

Assim, no estudo destas perguntas vamos tentar libertar a mente da ocupação, isso significa considerar cada fato sem se ficar ocupado com ele. Isto é, se sou atuado por determinada compulsão, posso dar atenção a essa compulsão, sem dela me ocupar? Por favor, observai o vosso caso peculiar, vossa irritabilidade ou o que quer que seja. Podeis observar essa compulsão sem que a vossa mente fique ocupada com ela? A ocupação implica que estais fazendo esforço para resolver a compulsão, não é exato? Estais a condena-la, a compara-la com outra coisa, desejando altera-la, domina-la. Por outras palavras, tentar fazer alguma coisa com relação à compulsão, é uma ocupação, pois não? Mas podeis dar atenção ao fato de que estais sob determinada compulsão, uma paixão, um desejo, dar-lhe atenção, sem comparar, sem julgar e, por conseguinte, sem colocardes a funcionar o processo da ocupação? 

Psicologicamente, é muito interessante observar como a mente é incapaz de dar atenção a um fato, tal seja a inveja, sem colocar em jogo todo o vasto complexo de opiniões, juízos, avaliações, com que a mente está ocupada; desse modo, nunca resolvemos o fato, e só multiplicamos os problemas. Espero que esteja me fazendo claro. E acho importante compreender o processo da ocupação, porque atrás dele está em ação um fator muito profundo; o medo de não se estar ocupado. Se a mente está ocupada com Deus, com a verdade, ou se está ocupada com o sexo ou com o vício de beber, sua qualidade é essencialmente a mesma. O homem que medita sobre Deus e se torna eremita poderá socialmente ter mais importância, ser de mais valor para a sociedade do que o beberrão; mas os dois se acham ocupados, e a mente que está ocupada nunca será livre para descobrir o que é a Verdade.

Por favor, não aceitei nem rejeiteis o que estou dizendo; prestai-lhe atenção, investigai. Se cada um de nós puder realmente dar atenção a essa simples coisa, prestar toda atenção ao processo de ocupação da mente a respeito de qualquer problema, sem procurar livrar a mente dessa ocupação, o que não passa de outra maneira de se estar ocupado — se pudermos compreender esse processo completamente, totalmente, acho que então o próprio problema se tornará sem importância. Quando a mente se vê livre da ocupação com um problema, livre para observa-lo, está cônscia de todas as suas particularidades, o problema pode então ser resolvido com relativa facilidade. 

Krishnamurti — Realização sem esforço — pgs. 12 à 14 — 06 de Agosto 1955, Ojai, California, USA
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"Quando você compreende, quando chega a saber,
então traz toda a beleza do passado de volta
e dá a esse passado o renascimento, renova-o,
de forma que todos os que o conheceram
possam estar de novo sobre a terra
e viajar por aqui, e ajudar as pessoas." (Tilopa)



"Nos momentos tranqüilos da meditação, a vontade de DEUS pode tornar-se evidente para nós. Acalmar a mente, através da meditação, traz uma paz interior que nos põe em contato com DEUS dentro de nós. Uma premissa básica da meditação, é que é difícil, senão impossível, alcançar um contato consciente, à não ser que a mente esteja sossegada. Para que haja um progresso, a comum sucessão ininterrupta de pensamentos tem de parar. Por isso, a nossa prática preliminar será sossegar a mente e deixar os pensamentos que brotam morrerem de morte natural. Deixamos nossos pensamentos para trás, à medida que a meditação do Décimo Primeiro Passo se torna uma realidade para nós. O equilíbrio emocional é um dos primeiros resultados da meditação, e a nossa experiência confirma isso." (11º Passo de NA)


"O Eu Superior pode usar algum evento, alguma pessoa ou algum livro como seu mensageiro. Pode fazer qualquer circunstância nova agir da mesma forma, mas o indivíduo deve ter a capacidade de reconhecer o que está acontecendo e ter a disposição para receber a mensagem". (Paul Brunton)



Observe Krishnamurti, em conversa com David Bohn, apontando para um "processo", um "caminho de transformação", descrevendo suas etapas até o estado de prontificação e a necessária base emocional para a manifestação da Visão Intuitiva, ou como dizemos no paradigma, a Retomada da Perene Consciência Amorosa Integrativa...


Krishnamurti: Estávamos discutindo o que significa para o cérebro não ter movimento. Quando um ser humano ESTEVE SEGUINDO O CAMINHO DA TRANSFORMAÇÃO, e PASSOU por TUDO isso, e esse SENTIDO DE VAZIO, SILÊNCIO E ENERGIA, ele ABANDONOU QUASE TUDO e CHEGOU AO PONTO, à BASE. Como, então, essa VISÃO INTUITIVA afeta a sua vida diária? Qual é o seu relacionamento com a sociedade? Como ele age em relação à guerra, e ao mundo todo — um mundo em que está realmente vivendo e lutando na escuridão? Qual a sua ação? Eu diria, como concordamos no outro dia, que ele é o não-movimento.

David Bohn: Sim, dissemos que a base era movimento SEM DIVISÃO.

K: Sem divisão. Sim, correto. (Capítulo 8 do livro, A ELIMINAÇÃO DO TEMPO PSICOLÓGICO)


A IMPORTÂNCIA DA RENDIÇÃO DIANTE DA MENTE ADQUIRIDA
Até praticar a rendição, a dimensão espiritual de você é algo sobre o que você lê, de que fala, com que fica entusiasmado, tema para escrita de livros, motivo de pensamento, algo em que acredita... ou não, seja qual for o caso. Não faz diferença. Só quando você se render é que a dimensão espiritual se tornará uma realidade viva na sua vida. Quando o fizer, a energia que você emana e que então governa a sua vida é de uma frequência vibratória muito superior à da energia mental que ainda comanda o nosso mundo. Através da rendição, a energia espiritual entra neste mundo. Não gera sofrimento para você, para os outros seres humanos, nem para qualquer forma de vida no planeta. (Eckhart Tolle em , A Prática do Poder do Agora, pág. 118)


O IMPOPULAR DRAMA OUTSIDER — O encontro direto com a Verdade absoluta parece, então, impossível para uma consciência humana comum, não mística. Não podemos conhecer a realidade ou mesmo provar a existência do mais simples objeto, embora isto seja uma limitação que poucas pessoas compreendem realmente e que muitas até negariam. Mas há entre os seres humanos um tipo de personalidade que, esta sim, compreende essa limitação e que não consegue se contentar com as falsas realidades que nutrem o universo das pessoas comuns. Parece que essas pessoas sentem a necessidade de forjar por si mesmas uma imagem de "alguma coisa" ou do "nada" que se encontra no outro lado de suas linhas telegráficas: uma certa "concepção do ser" e uma certa teoria do "conhecimento". Elas são ATORMENTADAS pelo Incognoscível, queimam de desejo de conhecer o princípio primeiro, almejam agarrar aquilo que se esconde atrás do sombrio espetáculo das coisas. Quando alguém possui esse temperamento, é ávido de conhecer a realidade e deve satisfazer essa fome da melhor forma possível, enganando-a, sem contudo jamais poder saciá-la. — Evelyn Underhill