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terça-feira, 9 de julho de 2013

O que será da vida de vocês?

Eu gostaria de saber se alguma vez já perguntamos a nós mesmos o que significa educação. Por que vamos para a escola, por que estudamos tantas matérias, por que fazemos exames e competimos uns com os outros pelas melhores notas? O que significa essa chamada educação, e qual a sua finalidade? Esta é, com efeito, uma questão muito importante, não só para os estudantes, mas também para os pais, para os professores e para, todo aquele que ama esta Terra. Por que tanta luta para sermos educados? É unicamente porque precisamos passar em certos exames e obter emprego? Ou a função da educação é nos preparar, enquanto jovens, para compreender o inteiro "processo” da vida? Ter emprego e ganhar o próprio sustento, é necessário; mas, isso é tudo? É só para isso que estamos sendo educados? Ora, por certo, a vida não é, meramente, um emprego, uma ocupação; a vida é algo extraordinariamente amplo e profundo, um grandioso mistério, um vasto reino em que funcionamos como entes humanos. Se meramente nos preparamos para ganhar o sustento, perderemos o significado essencial da vida; e compreender a vida é muito mais importante do que simplesmente nos prepararmos para exames e nos tornarmos bem proficientes em Matemática, Física, etc.

Assim, quer sejamos mestres, quer estudantes, não é importante perguntarmos a nós mesmos por que estamos educando ou sendo educados? E que significa a vida? Não é uma coisa extraordinária, a vida? Os pássaros, as flores, as árvores floridas, o céu, a estrelas, os rios e seus peixes — tudo isso é a vida. A vida é o pobre e o rico; a vida é a constante batalha entre grupos, raças e nações; a vida é meditação; a vida é o que chamamos religião e são, também, as coisas sutis e ocultas da mente — as invejas, as ambições, as paixões, os temores, preenchimentos e ansiedades. Tudo isso, e muito mais ainda, é a vida. Mas, em geral nos preparamos só para compreender um “cantinho” dela. Passamos em certos exames, achamos um emprego, nos casamo, geramos filhos, e vamos nos tornando cada vez mais semelhantes a máquinas. Permanecemos medrosos, ansiosos, assustados diante da vida. Assim, a função da educação é ajudar a compreender o inteiro processo da vida, ou consiste meramente em nos preparar para uma profissão, para o melhor emprego que pudermos pegar?

Que acontecerá a todos nós quando nos tornarmos adultos?

perguntaram alguma vez a si mesmos o que irão fazer ao crescerem? Com toda a probabilidade se casarão e, em pouco, serão mães e pais; e estarão, então, amarrados a um emprego ou à cozinha, a murchar, definhar. É só isso que vai ser a vida de vocês?

Já se fizeram esta pergunta? Não devem fazê-la? Se a família de vocês é opulenta, vocês já têm, talvez, assegurada uma boa posição, pai de vocês poderá lhes dar um emprego "confortável”, ou vocês podem fazer um casamento rico; mas, também aí, murcharão, se deteriorarão. Percebem?

A educação, por certo, nenhuma significação tem se não lhes ajuda a compreender a vastidão da vida com todas as suas sutilezas, sua extraordinária beleza, seus pesares e alegrias. Vocês podem conquistar graus, acrescentar uma série de letras ao nome de vocês e conseguir uma boa colocação; mas — e dai? Qual o sentido de tudo isso se, nesse "processo”, a mente de vocês se torna embotada, cansada, estúpida? Assim, não devem, enquanto estão jovens, tratar de descobrir o significado da vida? E a verdadeira função do educador não é cultivar em vocês a inteligência que tentará encontrar a solução de todos esses problemas? Sabem o que é inteligência? É, sem dúvida, a capacidade de pensar livremente, sem medo, sem nenhuma fórmula, de modo que, por vocês mesmos, comecem a compreender o que é real, o que é verdadeiro; mas, se vocês têm medo, nunca terão inteligência. Qualquer forma de ambição espiritual ou mundana, gera ansiedade, medo; a ambição por conseguinte, não concorre para o aparecimento de uma mente clara, simples, direta e, portanto, inteligente.

Vejam o quanto é importante viverem, enquanto jovens, num ambiente onde não exista medo. A maioria de nós, com o envelhecer, vamos nos tornando medrosos; temos medo de viver, medo de perder um emprego, medo da tradição, medo do que digam os vizinhos, do que diga nossa esposa ou nosso marido, medo da morte. Quase todos nós sentimos medo, numa ou noutra forma; e onde há medo não há inteligência. Mas, não é possível, enquanto jovens, vivermos, todos nós, num ambiente onde não haja medo, mas, sim, uma atmosfera de liberdade — liberdade, não simplesmente para fazermos o que quisermos, porém para compreender o integral "processo” do viver? A vida é realmente muito bela; não é esta coisa feia que a fizemos ser; e vocês só podem fruir sua riqueza, sua profundeza, seu inefável encanto, quando se revoltam contra tudo — contra a religião organizada, contra a tradição, contra a atual e corrupta sociedade — para então, como ente humano, descobrirem, por si mesmos, o que é verdadeiro. Não imitar, porém descobrir: isto é que é educação, não acham? É muito fácil se ajustarem ao que a sociedade ou pais e mestres lhes ensina. É uma maneira segura e fácil de existir; mas isso não é viver, porque, aí, há medo, declínio, morte. Viver é descobrirem por si mesmos o que é verdadeiro; e isso só é possível quando há liberdade, quando há em vocês uma contínua revolução interior.

Mas, a isso vocês não são estimulados; ninguém os ensina a duvidar, a descobrir por si mesmos o que é Deus, porque, se se rebelassem, se tornariam um perigo para tudo o que é falso. Seus pais e a sociedade desejam que vocês vivam em segurança, e vocês também desejam segurança. "Viver em segurança” significa, geralmente, viver na imitação e, por conseguinte, no medo. Ora, sem dúvida, a função da educação é ajudar cada um de nós a viver livremente e sem medo, não é verdade? E, para criar uma atmosfera em que não exista medo, se requer intenso pensar, tanto da parte de vocês como da parte do mestre, do educador.

Sabem o que isso significa, que coisa maravilhosa seria se se criasse uma atmosfera em que não existisse o medo? E nós devemos criá-la, porque vemos o mundo empenhado em guerras intermináveis, dirigido por políticos ambiciosos, sequiosos de poder; um mundo de advogados, policiais e soldados, de homens e mulheres ambiciosos, ávidos de posição e em luta uns com os outros para a conquistarem. E há, também, os chamados “santos”, os gurus religiosos, com seus seguidores; também estes querem poder, posição, nesta ou na vida futura, é um mundo insano, completamente confuso com o comunista combatendo o capitalista, o socialista resistindo a ambos, e cada um lutando por um lugar seguro, uma posição de poder e de conforto. Um mundo dividido por crenças antagônicas, por distinções de classe, por nacionalidades separadas, por toda espécie de estupidez e crueldade: eis o mundo em que estão sendo educados e a que devem se ajustar. Vocês são estimulados a se ajustarem à estrutura desta desastrosa sociedade; seus pais desejam que o façam, e vocês também desejam se ajustar.

Ora, consiste a função da educação, meramente, em ajudar a se ajustarem a esta corrupta ordem social, ou sua função é lhes dar liberdade, liberdade completa, para crescerem e criarem uma sociedade diferente, um novo mundo? Precisamos dessa liberdade, não no futuro, porém agora, pois, do contrário, poderemos todos ser destruídos. Devemos criar imediatamente uma atmosfera de liberdade, para que vocês possam viver e descobrir, por si mesmos, o que é verdadeiro; para que sejam entes inteligentes; para que possam enfrentar o mundo e compreendê-lo, em vez de a ele se ajustarem; para que, interiormente, profundamente, psicologicamente, estejam em constante revolta — porque só os que se acham em constante revolta descobrem o verdadeiro, e não o homem que se ajusta, que segue uma certa tradição. Só quando estão investigando constantemente, observando constantemente, aprendendo constantemente, podem achar a Verdade, Deus ou o Amor. Mas, não podem investigar, observar, aprender, estar profundamente lucido, se vocês têm medo. Assim, a função da educação, sem dúvida nenhuma, é erradicar, tanto interior como exteriormente, esse medo que destrói o pensamento humano, as relações humanas e o amor.

Krishnamurti — A Cultura e o problema Humano

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"Quando você compreende, quando chega a saber,
então traz toda a beleza do passado de volta
e dá a esse passado o renascimento, renova-o,
de forma que todos os que o conheceram
possam estar de novo sobre a terra
e viajar por aqui, e ajudar as pessoas." (Tilopa)



"Nos momentos tranqüilos da meditação, a vontade de DEUS pode tornar-se evidente para nós. Acalmar a mente, através da meditação, traz uma paz interior que nos põe em contato com DEUS dentro de nós. Uma premissa básica da meditação, é que é difícil, senão impossível, alcançar um contato consciente, à não ser que a mente esteja sossegada. Para que haja um progresso, a comum sucessão ininterrupta de pensamentos tem de parar. Por isso, a nossa prática preliminar será sossegar a mente e deixar os pensamentos que brotam morrerem de morte natural. Deixamos nossos pensamentos para trás, à medida que a meditação do Décimo Primeiro Passo se torna uma realidade para nós. O equilíbrio emocional é um dos primeiros resultados da meditação, e a nossa experiência confirma isso." (11º Passo de NA)


"O Eu Superior pode usar algum evento, alguma pessoa ou algum livro como seu mensageiro. Pode fazer qualquer circunstância nova agir da mesma forma, mas o indivíduo deve ter a capacidade de reconhecer o que está acontecendo e ter a disposição para receber a mensagem". (Paul Brunton)



Observe Krishnamurti, em conversa com David Bohn, apontando para um "processo", um "caminho de transformação", descrevendo suas etapas até o estado de prontificação e a necessária base emocional para a manifestação da Visão Intuitiva, ou como dizemos no paradigma, a Retomada da Perene Consciência Amorosa Integrativa...


Krishnamurti: Estávamos discutindo o que significa para o cérebro não ter movimento. Quando um ser humano ESTEVE SEGUINDO O CAMINHO DA TRANSFORMAÇÃO, e PASSOU por TUDO isso, e esse SENTIDO DE VAZIO, SILÊNCIO E ENERGIA, ele ABANDONOU QUASE TUDO e CHEGOU AO PONTO, à BASE. Como, então, essa VISÃO INTUITIVA afeta a sua vida diária? Qual é o seu relacionamento com a sociedade? Como ele age em relação à guerra, e ao mundo todo — um mundo em que está realmente vivendo e lutando na escuridão? Qual a sua ação? Eu diria, como concordamos no outro dia, que ele é o não-movimento.

David Bohn: Sim, dissemos que a base era movimento SEM DIVISÃO.

K: Sem divisão. Sim, correto. (Capítulo 8 do livro, A ELIMINAÇÃO DO TEMPO PSICOLÓGICO)


A IMPORTÂNCIA DA RENDIÇÃO DIANTE DA MENTE ADQUIRIDA
Até praticar a rendição, a dimensão espiritual de você é algo sobre o que você lê, de que fala, com que fica entusiasmado, tema para escrita de livros, motivo de pensamento, algo em que acredita... ou não, seja qual for o caso. Não faz diferença. Só quando você se render é que a dimensão espiritual se tornará uma realidade viva na sua vida. Quando o fizer, a energia que você emana e que então governa a sua vida é de uma frequência vibratória muito superior à da energia mental que ainda comanda o nosso mundo. Através da rendição, a energia espiritual entra neste mundo. Não gera sofrimento para você, para os outros seres humanos, nem para qualquer forma de vida no planeta. (Eckhart Tolle em , A Prática do Poder do Agora, pág. 118)


O IMPOPULAR DRAMA OUTSIDER — O encontro direto com a Verdade absoluta parece, então, impossível para uma consciência humana comum, não mística. Não podemos conhecer a realidade ou mesmo provar a existência do mais simples objeto, embora isto seja uma limitação que poucas pessoas compreendem realmente e que muitas até negariam. Mas há entre os seres humanos um tipo de personalidade que, esta sim, compreende essa limitação e que não consegue se contentar com as falsas realidades que nutrem o universo das pessoas comuns. Parece que essas pessoas sentem a necessidade de forjar por si mesmas uma imagem de "alguma coisa" ou do "nada" que se encontra no outro lado de suas linhas telegráficas: uma certa "concepção do ser" e uma certa teoria do "conhecimento". Elas são ATORMENTADAS pelo Incognoscível, queimam de desejo de conhecer o princípio primeiro, almejam agarrar aquilo que se esconde atrás do sombrio espetáculo das coisas. Quando alguém possui esse temperamento, é ávido de conhecer a realidade e deve satisfazer essa fome da melhor forma possível, enganando-a, sem contudo jamais poder saciá-la. — Evelyn Underhill