2ª Pergunta: Um sacerdote foi ao Sr. Krishnamurti e disse que, após a
inspiração do Acampamento, ia-se embora para dedicar-se mais ardorosamente que
nunca ao trabalho da Igreja e o Sr. Krishnamurti respondeu: “Afinal haveis
entendido os meus ensinamentos”. Que também uma senhora, que lhe perguntou se
deveria abandonar a co-maçonaria, o Sr. Krishnamurti replicou: “Porque vos
atemorizais com a co-maçonaria?”. São autênticas estas histórias?
Krishnamurti: Que pensais a respeito? Não vos riais, por favor, não
vos riais, porque isto não tem graça nenhuma. Não rebati esta história por ser
ela tão tola. Ela demonstra, exatamente, a tristeza que existe no coração das
pessoas, a pequenez de suas mentes, a futilidade de suas lutas. Eu não me estou
esforçando por vos deprimir ou desanimar, porém, após haver falado durante
estes três anos, como podereis acreditar em tais coisas?
Nenhuma
dessas histórias é verdadeira. Eu sustento (e quão frequentemente o tenho
feito) que essas coisas são absoluta e integralmente não-essenciais para o fim
de tornarem o eu incorruptível. Se não buscardes essa perfeição do eu, então
essas coisas serão necessárias. Eu quisera que discordásseis de mim antes do
que inventásseis essa espécie de histórias, antes quisera que fosseis contra
tudo que eu disse do que continuásseis a condescender. Porque, amigos, se
estiverdes inseguros em vossas mentes e corações, sereis infelizes.
Resolvei-vos por um dos lados e abandone o outro. Não jogueis com ambos. A
Verdade e a falsidade, o essencial e o não-essencial, não podem coexistir para
a pessoa que está buscando a incorruptibilidade do eu.
Krishnamurti, 7 de agosto de 1929, Acampamento de Ommen