Não se preocupe com coisa como pode ou não existir um caminho de discipulado, o qual a Verdade conduza ou a existência de um tal caminho se tornará uma barreira. Dizemos que a Verdade é uma terra sem caminhos, que não pode ser abordada por qualquer caminho, por nenhuma estrada ou por intermédio de terceiros.
Você não pode interpretar isto mais que de um modo. Você acha tudo isso muito difícil, porque não abandonou seus velhos modos de pensar. Você quer que os novos métodos se transformem nos velhos e, por essa maneira, se firmem confortavelmente nos antigos. O que você deseja, é não ser de modo algum perturbado. Você quer que lhe deixem em paz em suas águas tranquilas e estagnantes. Se assim for, esqueça tudo isto. Mas, se você quiser o que é novo, abandone o antigo, não brinque mais com essas coisas. Isto não é uma luta de egoísmo. Falamos acentuadamente, porque existe miséria e tristeza na face de todos, existe o caos, a contínua luta, e por ela você é colhido, e não a abandona porque se amedronta. Antes você quer morar nessa tristeza, nesse sufoco, do que abandonar o antigo e lutar pelo novo. Assim, ao vermos tristeza, dor, sofrimento, regozijo, prazeres que são limitados pelas lágrimas, queremos libertar o homem. Porém, como não podemos libertá-lo, pois ele mesmo tem que se libertar, nosso papel é despertá-lo, impeli-lo para essa liberdade, não por meio do sentimentalismo, por meio do êxtase, ou por meio da autoridade, porém, por meio da penetrante observação, pela sensatez, pelo apercebimento, pela autovigilância.
Assim como em cada primavera, toda árvore emite novas folhas, assim também deve haver contínua mudança em você, e você se amedronta de mudar. Você quer que a Verdade lhe seja dada exatamente pelos velhos métodos, a fim de poder ficar tranquilo, feliz e por esse modo degenerar para a estagnação. É isto o que está ocorrendo por todo o mundo.
Para entender a Verdade, você precisa nela mergulhar. Você deve se achar tão ansioso, a ponto de deixar tudo de lado e pular — não insensatamente, não sem discernimento, porém, com extremo cuidado, com sensatez, com a inteligência que escolhe entre as coisas essenciais e as não essenciais — e então, você compreenderá.