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segunda-feira, 9 de abril de 2018

A mente em conflito é uma mente medíocre


A mente em conflito é uma mente medíocre

Estivemos falando sobre a necessidade de termos uma mente nova, fresca. Em toda parte aonde vamos encontramos tremenda desordem, sofrimento em grande escala, físico e moral, infinita confusão. E, parece-me, em vez de tratarmos de resolver o problema do sofrimento e da confusão, estamos mais interessados em fugir dele — em busca da Lua, de entretenimentos, de ilusões várias. Mas, o que quer que façamos, continuam existentes o sofrimento e a confusão e, para livrar-nos dessas condições, é-nos necessário, penso eu, uma mente nova, viçosa. Desejo, pois, continuar do ponto em que paramos e considerar se é possível vivermos neste mundo sem conflito. Porque, quer-me parecer, uma mente invadida pelo conflito está embotada, é medíocre. Todos nos achamos em conflito, desta ou daquela natureza, em níveis diferentes e de diferentes formas. E, ou nós nos conformamos com ele, ou tratamos ansiosamente de refugiar-nos em entretenimentos, reformas sociais e nas coisas que as igrejas e as religiões oferecem, com seus rituais, suas misteriosas palavras, suas crenças e dogmas — românticas formas de consolação. E, à medida que vamos envelhecendo e as fugas se tornando cada vez mais habituais e constantes, nossa mente se torna mais e mais embotada, lerda, estúpida. Isso é um fato ocorrente com a maioria de nós. Poderá haver momentos em que, apesar de todos os sofrimentos causados pelo conflito, as nuvens se abrem, deixando-nos ver algo, muito claramente, que nos desperta um sentimento de tranquilidade, profundeza; mas raramente isso acontece.

Acho que precisamos investigar esta questão profundamente — tarefa bem difícil. Não se trata apenas de examinar umas poucas ideias; trata-se, antes, de penetrarmos mui profundamente em nós mesmos, para vermos se é possível extirpar o conflito em todas as suas formas. Requer-se uma mente ardorosa, penetrante, mente que não se deixe prender na rede das palavras. Infelizmente, tendemos a prestar atenção apenas a certas palavras, frases e ideias; limitamo-nos a deslizar sobre a superfície das coisas. E, provavelmente, tal é a razão por que vimos assistir a estas conferências, ano por ano, e o resultado final se torna um tanto estúpido; porque ficamos apenas a trocar ideias sem jamais penetrarmos a matéria profunda e diretamente, para extirparmos deveras o conflito.

Penso, portanto, que devemos restringir-nos nesta manhã a ver se é verdadeiramente possível — não teórica ou verbalmente — compreender deveras a natureza do conflito e, dessa investigação, sairmos renovados, rejuvenescidos, purificados. A mente purificada, “inocente”, nunca se acha em conflito; está num estado de ação. Uma mente em ação, em movimento, sempre a renovar-se, nunca se achará em conflito. Só aquela que encerra contradição está perpetuamente em luta.

Por favor, enquanto falo, não vos limiteis a ouvir minhas palavras, porquanto as palavras só têm significado superficial. Pois estou certo de que, se examinardes a vós mesmos, encontrareis muitas contradições. Assim, tende a bondade de acompanhar-me atentamente, “experimentando” durante o percurso, porque, então, ao concluirmos o nosso exame, talvez alcanceis um sentimento de clareza, um sentimento de libertação da terrível opressão do conflito.

Vimos aceitando o conflito desde a infância. No setor educativo, todas as escolas do mundo estão criando bases de conflito e há a luta constante para emularmos com os que são mais talentosos que nós. E ao nos tornarmos mais velhos começamos a seguir o exemplo, o líder, a autoridade, o ideal; e surge, assim, a separação entre o que deveria ser e o que realmente é, e, daí, a contradição. Temos não apenas o conflito exterior, mundano, a competição, os ideais, a ambição, o perpétuo impulso, na moderna vida social, a nos tornarmos inteligentes, mais belos; imitação não só de nossos semelhantes, mas também de Jesus, de Deus; imitação não só da moda, mas também da virtude. De tudo isso resultam, exteriormente, guerras entre os povos, as raças, as nações e os estadistas. E se um homem repudia tudo isso, por demasiado estúpido, volta-se para o seu interior, onde novo problema se apresenta — o de alcançar a paz, a tranquilidade, a felicidade, Deus, o amor, o céu. A busca interior é uma reação à busca exterior, sendo, por conseguinte, o mesmo movimento — movimento semelhante ao vaivém das marés. São estes óbvios fatos psicológicos; e se nos tornamos apercebidos de tudo isso, não há mais discutir a seu respeito: é o fato. Poder-se-á argumentar sobre a possibilidade de transcender tudo isso; mas o fato real é que existe conflito interior e exteriormente, de onde se origina um espírito de espantosa brutalidade, uma eficiência cruel. O movimento exterior poderá produzir um certo progresso, prosperidade, mas pode-se ver o que está acontecendo no mundo: tanta prosperidade e menos, cada vez menos, liberdade. Isso se pode observar muito claramente na América: lá existe esta grande prosperidade, mas o espírito pioneiro, o espírito de liberdade vai desaparecendo gradualmente. Interiormente, também, quanto mais intenso o conflito, tanto maior o impulso para a atividade; e surgem assim os ‘‘beneméritos”, os reformadores, os chamados “ santos” e os intelectuais, autores de livros e mais livros, etc. etc. Quanto maior a tensão do conflito, tanto mais ela se expressa por meio da capacidade.

Sabemos de tudo isso, todos sentimos o “puxão” em diferentes direções. Conhecemos o impulso da ambição. E onde há ambição, não há amor em forma nenhuma, não há compaixão, piedade ou afeição. E a fuga ao conflito, seja conflito entre duas pessoas, seja entre nações — e não importa se nosso refúgio é Deus, a bebida, o nacionalismo, a conta bancária — a fuga nos afunda mais e mais no ilusório sentimento de segurança. Nossa mente se nutre de mitos, especulações.

Cresce, assim, o conflito e desse estado resulta ação que, por sua vez, produz mais contradição ainda. E ficamos a debater-nos nesse torvelinho de luta. Estou apenas expressando em palavras o que realmente está acontecendo. Tal é a sina de todos. Podemos ver diretamente que a mente está sempre tentando fugir, por meio da repressão, da disciplina — sempre advogada pelos santos, em todo o mundo e, de feito, tudo submetendo a seu controle. E, se não é a disciplina o nosso meio de fuga, é então uma certa atividade: reforma social, reforma política, estudo de cursos especiais, fomento da fraternidade — conheceis todas essas atividades, essa agitação, esse impulso para fazer algo em relação com alguma coisa. O que sabemos é apenas que nossa ação cria mais misérias, mais perversão, mais ilusão e sofrimento, interior e exteriormente. Todo estado de relação, no começo tão novo, tão original, degenera em algo feio, estúpido ou venenoso. Todos, sem dúvida, conhecemos esse processo dual de amor e de ódio. E rogamos aos deuses os meios de ocultá-lo... e, infelizmente, os deuses nos atendem, pois não faltam meios de fuga.

Eis o quadro que se nos depara: uma ideia, um ideal, e a ação resultante, visando a concretizar essa ideia. A mente cria a ideia e em seguida procura agir, a fim de realizá-la. Está assim criado um intervalo, sobre o qual procuramos tenazmente lançar uma ponte. E nunca o conseguimos, porquanto a ideia é estática, criamo-la firme, fixa; a ação, entretanto, tem de ser necessariamente variada, mutável, em constante movimento, conforme as exigências da vida. Por isso, há conflito perene.

E embora apercebidos de todas essas tremendas tensões e violentas exigências, nunca perguntamos a nós mesmos se é possível viver neste mundo sem conflito. É possível? No meu sentir, só é criadora a mente em que não existe um só movimento de conflito. Não me refiro à ação criadora dos poetas, dos pintores, dos arquitetos etc. Estes poderão possuir certos dons, certas capacidades; poderão ocasionalmente vislumbrar algo, num rápido clarão, e expressá-lo no mármore, num poema, num monumento arquitetônico; mas não são verdadeiramente criadores, porque continuam em guerra, com si mesmos e com o mundo; são impulsionados por suas ambições, seus ciúmes, suas irritações e rancores, tal como nós outros. Mas, para encontrar Deus — ou o nome que preferirdes — para descobrir realmente se tal entidade existe, a mente deve estar de todo livre de conflito. Isso exige enorme esforço; e, talvez, os mais velhos dentre nós já estão acabados, fora de combate. Podemos estar assim, ou talvez não.

Não sei se já vistes as pinturas das cavernas de Dordogne, velhas de dezessete mil anos. As cores são muito vivas, porque os ventos e as chuvas nunca as atingiram. Representam essas figuras o homem em luta com animais, cavalos, touros de graciosos chifres; e são representações cheias de extraordinário movimento. Mas... a mesma luta, sempre.

A questão, pois, é: Que devemos fazer em relação a tudo isso? E tendes de resolver este problema, porque sois vós quem sofre, quem está em conflito. Não podeis ficar a esperar descansadamente que outra pessoa o resolva. E isso, afinal, nada tem que ver com a idade, não depende de se a pessoa é velha ou nova.

Enunciando diferentemente o problema: viver é agir. Não se pode viver sem ação. Cada gesto, cada ideia, cada onda de pensamento é ação; e toda ação dá origem a uma reação, e dessa reação resulta mais ação. Assim, todas as nossas ações são reações; e estamos aprisionados nisso. Ora, é possível vivermos com ação em extraordinária abundância e sem raízes nenhumas no conflito? Eis a questão, que espero vos esteja clara.

APARTE: Suponho que isso acontece ocasionalmente a cada um de nós; vem e vai independentemente de nossa vontade, como o vento entre as árvores ou as folhas mortas levadas pelo vento.

KRISHNAMURTI: Quer dizer, isso acontece casualmente e fica-nos sua lembrança, despertando o desejo de repetição — e temos assim, de novo, conflito. Percebeis? Tenho uma experiência que me deleita: contemplando uma bela nuvem, um rosto bonito, um doce sorriso; e essa experiência deixa-me uma impressão de prazer, de alegria — êxtase. Desejo vê-la repetir-se, e começa o conflito. Tende a bondade de seguir isso, completamente, e vereis algo por vós mesmo.

APARTE: O conflito começa com o desejar.

KRISHNAMURTI: De fato? Que mal há em desejar algo belo?

APARTE: Desejar a repetição, quero dizer.

KRISHNAMURTI: Um momento, senhor. Todo desejo é de repetição. Não haveria desejo de uma coisa, se não a tivéssemos provado antes, sem uma lembrança prévia. Todo desejar representa reconhecimento de uma coisa antes conhecida.

APARTE: E se se trata de desejar Deus?

KRISHNAMURTI: É a mesma coisa, não? Desejar uma mulher, um filho, apreciar um belo poente, ou desejar Deus, e desejar a repetição da experiência — tudo é a mesma coisa, não? Parece que não estais percebendo o aspecto mais importante da questão.

APARTE: É a resistência ao desejar que cria a contradição.

KRISHNAMURTI: O desejar gera conflito, e qualquer espécie de resistência gera conflito; mas é este o problema? O perpétuo clamor do artista provém de ter ele conhecido esse ocasional vislumbre da beleza e desejar segurá-lo; e, assim, ele luta, entrega-se às mulheres, à bebida etc. E nós fazemos a mesma coisa; vivemos no passado, nos “dias felizes que se foram”, os rostos lembrados, nossas memórias, e todas as coisas que desejamos recordar. Há o desejo, e a resistência a esse desejo; mas é este o problema? Todos os santos disseram: “Eliminai o desejo”; mandam-nos voltar-lhe as costas, asfixiá-lo, controlá-lo, não nos deixarmos apaixonar. Mas é este o problema que nos interessa?

APARTE: Acho que não compreendo o desejo.

KRISHNAMURTI: É esse o problema? Vede, senhores, quando tendes uma experiência e desejais repeti-la, continuá-la, não criastes um problema? Quer resistais, quer cedais, não criastes um problema? Criamos o problema de como manter um determinado estado, não é certo? Ora, que é um problema? Problema, por certo, é tudo aquilo que eu não compreendi. Compreendida uma coisa, o problema deixou de existir. Para um mecânico, um desarranjo num motor não constitui problema real: ele sabe o que deve fazer. Nós aqui não sabemos o que devemos fazer, e esse “não saber” é um problema. Não podemos destruir o desejo, pois isso seria terrível, estúpido; seria assumir a vulgaridade do santo — perdoai-me, se vos choco. E a resistência é uma forma de repressão. Certo?

E que há para compreender no desejo? Não muita coisa. Sabeis o que são desejos e como eles nascem; e conheceis também a resistência, e como nasce: de nossa educação, nossas tradições, nosso conteúdo mental (background), a atitude do dizer “isto é certo e aquilo errado”, o sentimento de que devo ser respeitável a todo custo e que minha respeitabilidade deve ser reconhecida pela sociedade. Conheceis tudo isso.

Podemos agora passar adiante? Que é um problema, que é que cria o problema?

APARTE: A lembrança da experiência.

KRISHNAMURTI: Não se pode eliminar a experiência, pode-se? Isso significaria morrer, fechar os olhos à vida, tornar-se insensível. Viver é experiência. Mas a experiência deixa-nos o seu resíduo, como memória — a cicatriz da memória. Estais-me seguindo? O problema, pois, é a memória e não o desejo ou a resistência. Pode, então, a mente viver num “estado de experimentar”, sem que fique resíduo, isto é, memória?

Podeis compreender isso verbalmente, mas trata-se de coisa realmente extraordinária e que deve ser investigada; mas para tanto requer-se excepcional vitalidade e energia. Não pode a mente fugir à experiência, entretanto todos tentamos furtar-nos a uma experiência vital; reforçamos as paredes da crença; recusamo-nos a ver que o mundo é uma unidade, que a Terra é vossa e minha; dividimo-la em britânica, europeia, indiana, russa; e quedamo-nos, paralisados, no interior dessas muralhas. Repelimos, com efeito, a experiência porque não desejamos mudanças; cultivamos a memória, adicionando-lhe em vez de subtrair-lhe.

O problema, portanto, é este: Pode a mente receber uma coisa sem que esta deixe marca? Não podeis dizer que isso é possível ou impossível. Pensai, por favor. Porque só a mente que experimenta, vê, olha, vibra, está viva. Não está viva a mente que leva a carga de memórias seculares, a que chamamos conhecimento, tradições. Entretanto, não podemos suprimir o conhecimento; ele precisa existir, senão não saberemos voltar para casa. Mas pode-se viver sem a interferência do passado?

APARTE: O problema é que, para impedirmos a memória de deixar-nos marca na mente, precisamos possuir extraordinário interesse em cada uma de nossas experiências.

KRISHNAMURTI: Por favor, senhor, atentai no que acabais de dizer: “precisamos”. Esse “precisamos” já lançou na mente o germe do conflito, não?

APARTE: Talvez eu devesse perguntar: Como criar esse interesse?

KRISHNAMURTI: Para termos uma resposta correta, temos de fazer uma pergunta correta. Esta pergunta é correta?

APARTE: Seria mais correto perguntar: Por que não estou interessado?

KRISHNAMURTI: Ora, isto é como tirar o tom correto de um violino. Só se pode tirar o tom correto quando a corda está na tensão correta. Estais fazendo esta pergunta com a tensão correta? Tensão correta; não, estado de conflito. Se considerarmos bem, encontrareis em vós mesmo a resposta. Talvez a própria pergunta que estais fazendo vos esteja impedindo de descobrir diretamente. Percebeis? Vou expressá-lo de maneira diferente.

Percebo realmente, visualmente, o conflito existente no mundo e em mim mesmo. Há contradição interna e externa. E o esforço para fazer alguma coisa a esse respeito: tornar-me pacífico, evitar todo sofrimento — implica conflito. Isso, fora de qualquer dúvida, é o fato. Estais percebendo? E o desejar fazer alguma coisa contra o fato é a reação de procurar fugir-lhe, repudiá-lo, resistir-lhe, transcendê-lo. Correto? Portanto, o desejo, a ânsia, o impulso para fazer alguma coisa em relação ao fato é que é o problema. Mas, se o fato existe e percebeis que nada podeis fazer contra ele, o próprio fato vos dá então a resposta. Existe, então, problema?

Krishnamurti, Londres, 07 de maio de 1961, O Passo Decisivo

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"Quando você compreende, quando chega a saber,
então traz toda a beleza do passado de volta
e dá a esse passado o renascimento, renova-o,
de forma que todos os que o conheceram
possam estar de novo sobre a terra
e viajar por aqui, e ajudar as pessoas." (Tilopa)



"Nos momentos tranqüilos da meditação, a vontade de DEUS pode tornar-se evidente para nós. Acalmar a mente, através da meditação, traz uma paz interior que nos põe em contato com DEUS dentro de nós. Uma premissa básica da meditação, é que é difícil, senão impossível, alcançar um contato consciente, à não ser que a mente esteja sossegada. Para que haja um progresso, a comum sucessão ininterrupta de pensamentos tem de parar. Por isso, a nossa prática preliminar será sossegar a mente e deixar os pensamentos que brotam morrerem de morte natural. Deixamos nossos pensamentos para trás, à medida que a meditação do Décimo Primeiro Passo se torna uma realidade para nós. O equilíbrio emocional é um dos primeiros resultados da meditação, e a nossa experiência confirma isso." (11º Passo de NA)


"O Eu Superior pode usar algum evento, alguma pessoa ou algum livro como seu mensageiro. Pode fazer qualquer circunstância nova agir da mesma forma, mas o indivíduo deve ter a capacidade de reconhecer o que está acontecendo e ter a disposição para receber a mensagem". (Paul Brunton)



Observe Krishnamurti, em conversa com David Bohn, apontando para um "processo", um "caminho de transformação", descrevendo suas etapas até o estado de prontificação e a necessária base emocional para a manifestação da Visão Intuitiva, ou como dizemos no paradigma, a Retomada da Perene Consciência Amorosa Integrativa...


Krishnamurti: Estávamos discutindo o que significa para o cérebro não ter movimento. Quando um ser humano ESTEVE SEGUINDO O CAMINHO DA TRANSFORMAÇÃO, e PASSOU por TUDO isso, e esse SENTIDO DE VAZIO, SILÊNCIO E ENERGIA, ele ABANDONOU QUASE TUDO e CHEGOU AO PONTO, à BASE. Como, então, essa VISÃO INTUITIVA afeta a sua vida diária? Qual é o seu relacionamento com a sociedade? Como ele age em relação à guerra, e ao mundo todo — um mundo em que está realmente vivendo e lutando na escuridão? Qual a sua ação? Eu diria, como concordamos no outro dia, que ele é o não-movimento.

David Bohn: Sim, dissemos que a base era movimento SEM DIVISÃO.

K: Sem divisão. Sim, correto. (Capítulo 8 do livro, A ELIMINAÇÃO DO TEMPO PSICOLÓGICO)


A IMPORTÂNCIA DA RENDIÇÃO DIANTE DA MENTE ADQUIRIDA
Até praticar a rendição, a dimensão espiritual de você é algo sobre o que você lê, de que fala, com que fica entusiasmado, tema para escrita de livros, motivo de pensamento, algo em que acredita... ou não, seja qual for o caso. Não faz diferença. Só quando você se render é que a dimensão espiritual se tornará uma realidade viva na sua vida. Quando o fizer, a energia que você emana e que então governa a sua vida é de uma frequência vibratória muito superior à da energia mental que ainda comanda o nosso mundo. Através da rendição, a energia espiritual entra neste mundo. Não gera sofrimento para você, para os outros seres humanos, nem para qualquer forma de vida no planeta. (Eckhart Tolle em , A Prática do Poder do Agora, pág. 118)


O IMPOPULAR DRAMA OUTSIDER — O encontro direto com a Verdade absoluta parece, então, impossível para uma consciência humana comum, não mística. Não podemos conhecer a realidade ou mesmo provar a existência do mais simples objeto, embora isto seja uma limitação que poucas pessoas compreendem realmente e que muitas até negariam. Mas há entre os seres humanos um tipo de personalidade que, esta sim, compreende essa limitação e que não consegue se contentar com as falsas realidades que nutrem o universo das pessoas comuns. Parece que essas pessoas sentem a necessidade de forjar por si mesmas uma imagem de "alguma coisa" ou do "nada" que se encontra no outro lado de suas linhas telegráficas: uma certa "concepção do ser" e uma certa teoria do "conhecimento". Elas são ATORMENTADAS pelo Incognoscível, queimam de desejo de conhecer o princípio primeiro, almejam agarrar aquilo que se esconde atrás do sombrio espetáculo das coisas. Quando alguém possui esse temperamento, é ávido de conhecer a realidade e deve satisfazer essa fome da melhor forma possível, enganando-a, sem contudo jamais poder saciá-la. — Evelyn Underhill