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quinta-feira, 29 de março de 2018

Percebendo com total clareza o pleno alcance da mente


Percebendo com total clareza
o pleno alcance da mente

K: Normalmente pensamos que o medo é algo externo, separado de nós, o que levanta a questão do observador e do observado.

É possível olhar para o medo sem o observador para que este esteja em contato total com ele o tempo todo, para perceber o medo sem escolha?

Porque a escolha implica que há um observador quem escolhe:

"Não gosto disso".

Mas quando o observador está ausente, a escolha não intervém e há uma simples consciência do medo.

HS: Eu entendo.

K: Bem, portanto, a palavra impede o contato direto com o medo.

HS: Sim, as palavras podem agir como um véu.

K: Exatamente, vamos parar por aqui.

HS: Ok.

K: Como vemos, é importante que a palavra não interfira.

HS: Certo, nós temos que ir além disso.

K: Mais além da palavra. Bem, agora, podemos fazer isso, estar mais além da palavra?

Em teoria, sim, dizemos isso, mas somos escravos das palavras.

HS: E até que ponto!

K: É claro que somos.

HS: Sim.

K: Então a mente deve perceber sua escravidão e de que a palavra nunca é a coisa.

HS: Efetivamente.

K: Só então ele estará livre e será capaz de observar. Tudo isso é implícito.

O medo que opera no nível consciente se pode entender com relativa facilidade; mas há
camadas disso ao que chamamos de medo muito mais profundas, nas partes recônditas da mente.

Podemos perceber isso?

HS: Pergunta se podemos perceber com total clareza do pleno alcance da mente?

K: Sim, de todo o seu conteúdo e alcance, que é tanto o nível consciente como as camadas mais ocultas; da totalidade da consciência.

HS: Entendo. E pergunta se podemos nos perceber explicitamente de tudo isso. Não estou seguro.

K: Eu lhe digo que é possível.

Isto é, só é possível quando durante ao longo do dia percebe-se o que se diz, as palavras que usa, de seus gestos, seu modo de falar, de caminhar, dos pensamentos que tem; quando se percebe total e completamente de tudo isso.

HS: Você acha que nessa plena percepção plena tudo isso aparece diante dos olhos?

K: claro; quando não há condenação ou justificação; quando se está em contato direto
com isso; quando ao longo do dia você se percebe de seus pensamentos, sentimentos e motivos, o que exige uma mente extremamente sensível.

HS: Você quer dizer que a chave está em dar uma virada radical ao nosso ponto de vista?, como se fôssemos prisioneiros lutando com as grades, nos perguntando como escapar para aquela luz que vislumbramos fora, quando na realidade a porta da cela está aberta às nossas costas e seria o suficiente que nos virássemos para que pudéssemos sair para a liberdade.

K: Indubitavelmente, senhor, que na base de tudo há a batalha, o interminável conflito do ser humano que, aprisionado em seu condicionamento, se esforça, luta, dá cabeçadas por ser livre.

Com a ajuda, também desta vez? das religiões e de várias organizações, aceitamos que o esforço é necessário, que faz parte da vida.

Creio que é uma indicação de sua cegueira absoluta e a maior limitação imposta ao ser humano, ter-nos inculcado que a vida tem que ser um esforço sem fim.

HS: você acha que podemos viver sem esforço?

K: Senhor, isso não tem nada a ver com pensar. O pensamento é o mais ...

HS: Bem, vamos eliminar essa palavra...

K: Mas viver sem esforço exige a mais sublime sensibilidade, a mais alta forma de inteligência. Não se trata de dizer "não vou esforçar-me", e a partir de então viver como uma vaca, inconsciente de tudo.

HS: Eu entendo.

K: É preciso entender como surge o conflito, a dualidade que existe em nós.

Conversação com Huston Smith,
Claremont, Califórnia, 1968
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"Quando você compreende, quando chega a saber,
então traz toda a beleza do passado de volta
e dá a esse passado o renascimento, renova-o,
de forma que todos os que o conheceram
possam estar de novo sobre a terra
e viajar por aqui, e ajudar as pessoas." (Tilopa)



"Nos momentos tranqüilos da meditação, a vontade de DEUS pode tornar-se evidente para nós. Acalmar a mente, através da meditação, traz uma paz interior que nos põe em contato com DEUS dentro de nós. Uma premissa básica da meditação, é que é difícil, senão impossível, alcançar um contato consciente, à não ser que a mente esteja sossegada. Para que haja um progresso, a comum sucessão ininterrupta de pensamentos tem de parar. Por isso, a nossa prática preliminar será sossegar a mente e deixar os pensamentos que brotam morrerem de morte natural. Deixamos nossos pensamentos para trás, à medida que a meditação do Décimo Primeiro Passo se torna uma realidade para nós. O equilíbrio emocional é um dos primeiros resultados da meditação, e a nossa experiência confirma isso." (11º Passo de NA)


"O Eu Superior pode usar algum evento, alguma pessoa ou algum livro como seu mensageiro. Pode fazer qualquer circunstância nova agir da mesma forma, mas o indivíduo deve ter a capacidade de reconhecer o que está acontecendo e ter a disposição para receber a mensagem". (Paul Brunton)



Observe Krishnamurti, em conversa com David Bohn, apontando para um "processo", um "caminho de transformação", descrevendo suas etapas até o estado de prontificação e a necessária base emocional para a manifestação da Visão Intuitiva, ou como dizemos no paradigma, a Retomada da Perene Consciência Amorosa Integrativa...


Krishnamurti: Estávamos discutindo o que significa para o cérebro não ter movimento. Quando um ser humano ESTEVE SEGUINDO O CAMINHO DA TRANSFORMAÇÃO, e PASSOU por TUDO isso, e esse SENTIDO DE VAZIO, SILÊNCIO E ENERGIA, ele ABANDONOU QUASE TUDO e CHEGOU AO PONTO, à BASE. Como, então, essa VISÃO INTUITIVA afeta a sua vida diária? Qual é o seu relacionamento com a sociedade? Como ele age em relação à guerra, e ao mundo todo — um mundo em que está realmente vivendo e lutando na escuridão? Qual a sua ação? Eu diria, como concordamos no outro dia, que ele é o não-movimento.

David Bohn: Sim, dissemos que a base era movimento SEM DIVISÃO.

K: Sem divisão. Sim, correto. (Capítulo 8 do livro, A ELIMINAÇÃO DO TEMPO PSICOLÓGICO)


A IMPORTÂNCIA DA RENDIÇÃO DIANTE DA MENTE ADQUIRIDA
Até praticar a rendição, a dimensão espiritual de você é algo sobre o que você lê, de que fala, com que fica entusiasmado, tema para escrita de livros, motivo de pensamento, algo em que acredita... ou não, seja qual for o caso. Não faz diferença. Só quando você se render é que a dimensão espiritual se tornará uma realidade viva na sua vida. Quando o fizer, a energia que você emana e que então governa a sua vida é de uma frequência vibratória muito superior à da energia mental que ainda comanda o nosso mundo. Através da rendição, a energia espiritual entra neste mundo. Não gera sofrimento para você, para os outros seres humanos, nem para qualquer forma de vida no planeta. (Eckhart Tolle em , A Prática do Poder do Agora, pág. 118)


O IMPOPULAR DRAMA OUTSIDER — O encontro direto com a Verdade absoluta parece, então, impossível para uma consciência humana comum, não mística. Não podemos conhecer a realidade ou mesmo provar a existência do mais simples objeto, embora isto seja uma limitação que poucas pessoas compreendem realmente e que muitas até negariam. Mas há entre os seres humanos um tipo de personalidade que, esta sim, compreende essa limitação e que não consegue se contentar com as falsas realidades que nutrem o universo das pessoas comuns. Parece que essas pessoas sentem a necessidade de forjar por si mesmas uma imagem de "alguma coisa" ou do "nada" que se encontra no outro lado de suas linhas telegráficas: uma certa "concepção do ser" e uma certa teoria do "conhecimento". Elas são ATORMENTADAS pelo Incognoscível, queimam de desejo de conhecer o princípio primeiro, almejam agarrar aquilo que se esconde atrás do sombrio espetáculo das coisas. Quando alguém possui esse temperamento, é ávido de conhecer a realidade e deve satisfazer essa fome da melhor forma possível, enganando-a, sem contudo jamais poder saciá-la. — Evelyn Underhill