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quinta-feira, 29 de março de 2018

A percepção sem escolha e o conflito


A percepção sem escolha e o conflito

“Viajava uma vez pela Índia em um automóvel com um grupo de pessoas. Ia sentado na frente, ao lado do motorista e as três pessoas que ocupavam o assento detrás falavam sobre a percepção; queriam discutir comigo seu significado.

O automóvel ia muito rápido. NO meio do caminho havia uma cabra, e o motorista, que não prestava muita atenção, atropelou ao pobre animal.

Os senhores que as minhas costas debatiam sobre a percepção, não se aperceberam do que havia ocorrido.
Você ri, mas é isto o que todos estamos fazendo.

Temos um interesse intelectual na ideia da percepção, na investigação verbal, dialética da opinião; mas a realidade é que não temos a percepção do que ocorre.”


Bem, podemos observar em silêncio o que acontece em nós, sem escolher, sem verbalizar?

Quando nos encontramos nosso rosto no espelho, podemos ver como penteamos nossos cabelos, como escovamos nossos dentes, nos barbeamos, ou nos maquiamos, sem distância, da maneira mais direta e o mais preciso possível, sem qualquer distorção?

Para isso, precisamos entender o processo da escolha.

Por favor, pergunte-se por que você escolhe psicologicamente, em seu interior; porque diz:
"Eu farei isso, e aquilo não." "Isso está bem, aquilo está errado", "Sou violento, mas devo ser não violento; orgulhoso, mas um dia serei humilde".

Compreenda?

A escolha interior é constante.

Mas há alguma escolha quando há clareza?


Deixando de lado a escolha de objetos, a que faz essa escolha interna?

Podemos examiná-lo?

O ser humano, provavelmente por causa de sua herança do macaco, no mundo todo é uma criatura muito violenta e consciente do que a violência gera, em si mesmo e na sociedade, diz:

"Deixemos de ser violentos, pratiquemos a não-violência; falemos sobre isso; usemo-la como instrumento político".
Uma das criações características da Índia é precisamente a não-violência, embora já haviam aqueles que falavam dela muito antes. Então, bem, somos violentos, você e eu , se é que sou violento de algum modo, ao ver isso dizemos:

"Eu serei capaz de ser não violento", o que é uma escolha, não?

Quando há separação no pensar, posso dissociar pensamento e ação: penso uma coisa e digo ou faço outra diferente. E o resultado dessa separação são o conflito e a hipocrisia.

Pode-se aprofundar muitíssimo nessa questão do conflito e quando se começa a compreender sua natureza e estrutura, suas nuances sutis, a medida que observa verá que, nesse mesmo observar sem escolha, o conflito termina.

Isso requer grande atenção a cada pensamento e ação, para cada nuance do sentir mais profundo.

Se alguém quer acabar com o conflito, deve dar atenção extraordinária; não uma atenção superficial, não amanhã ou na próxima semana, mas uma atenção viva em todos os momentos.

Ojai, 1985, primeira palestra pública
A Atenção e a Liberdade Interior
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"Quando você compreende, quando chega a saber,
então traz toda a beleza do passado de volta
e dá a esse passado o renascimento, renova-o,
de forma que todos os que o conheceram
possam estar de novo sobre a terra
e viajar por aqui, e ajudar as pessoas." (Tilopa)



"Nos momentos tranqüilos da meditação, a vontade de DEUS pode tornar-se evidente para nós. Acalmar a mente, através da meditação, traz uma paz interior que nos põe em contato com DEUS dentro de nós. Uma premissa básica da meditação, é que é difícil, senão impossível, alcançar um contato consciente, à não ser que a mente esteja sossegada. Para que haja um progresso, a comum sucessão ininterrupta de pensamentos tem de parar. Por isso, a nossa prática preliminar será sossegar a mente e deixar os pensamentos que brotam morrerem de morte natural. Deixamos nossos pensamentos para trás, à medida que a meditação do Décimo Primeiro Passo se torna uma realidade para nós. O equilíbrio emocional é um dos primeiros resultados da meditação, e a nossa experiência confirma isso." (11º Passo de NA)


"O Eu Superior pode usar algum evento, alguma pessoa ou algum livro como seu mensageiro. Pode fazer qualquer circunstância nova agir da mesma forma, mas o indivíduo deve ter a capacidade de reconhecer o que está acontecendo e ter a disposição para receber a mensagem". (Paul Brunton)



Observe Krishnamurti, em conversa com David Bohn, apontando para um "processo", um "caminho de transformação", descrevendo suas etapas até o estado de prontificação e a necessária base emocional para a manifestação da Visão Intuitiva, ou como dizemos no paradigma, a Retomada da Perene Consciência Amorosa Integrativa...


Krishnamurti: Estávamos discutindo o que significa para o cérebro não ter movimento. Quando um ser humano ESTEVE SEGUINDO O CAMINHO DA TRANSFORMAÇÃO, e PASSOU por TUDO isso, e esse SENTIDO DE VAZIO, SILÊNCIO E ENERGIA, ele ABANDONOU QUASE TUDO e CHEGOU AO PONTO, à BASE. Como, então, essa VISÃO INTUITIVA afeta a sua vida diária? Qual é o seu relacionamento com a sociedade? Como ele age em relação à guerra, e ao mundo todo — um mundo em que está realmente vivendo e lutando na escuridão? Qual a sua ação? Eu diria, como concordamos no outro dia, que ele é o não-movimento.

David Bohn: Sim, dissemos que a base era movimento SEM DIVISÃO.

K: Sem divisão. Sim, correto. (Capítulo 8 do livro, A ELIMINAÇÃO DO TEMPO PSICOLÓGICO)


A IMPORTÂNCIA DA RENDIÇÃO DIANTE DA MENTE ADQUIRIDA
Até praticar a rendição, a dimensão espiritual de você é algo sobre o que você lê, de que fala, com que fica entusiasmado, tema para escrita de livros, motivo de pensamento, algo em que acredita... ou não, seja qual for o caso. Não faz diferença. Só quando você se render é que a dimensão espiritual se tornará uma realidade viva na sua vida. Quando o fizer, a energia que você emana e que então governa a sua vida é de uma frequência vibratória muito superior à da energia mental que ainda comanda o nosso mundo. Através da rendição, a energia espiritual entra neste mundo. Não gera sofrimento para você, para os outros seres humanos, nem para qualquer forma de vida no planeta. (Eckhart Tolle em , A Prática do Poder do Agora, pág. 118)


O IMPOPULAR DRAMA OUTSIDER — O encontro direto com a Verdade absoluta parece, então, impossível para uma consciência humana comum, não mística. Não podemos conhecer a realidade ou mesmo provar a existência do mais simples objeto, embora isto seja uma limitação que poucas pessoas compreendem realmente e que muitas até negariam. Mas há entre os seres humanos um tipo de personalidade que, esta sim, compreende essa limitação e que não consegue se contentar com as falsas realidades que nutrem o universo das pessoas comuns. Parece que essas pessoas sentem a necessidade de forjar por si mesmas uma imagem de "alguma coisa" ou do "nada" que se encontra no outro lado de suas linhas telegráficas: uma certa "concepção do ser" e uma certa teoria do "conhecimento". Elas são ATORMENTADAS pelo Incognoscível, queimam de desejo de conhecer o princípio primeiro, almejam agarrar aquilo que se esconde atrás do sombrio espetáculo das coisas. Quando alguém possui esse temperamento, é ávido de conhecer a realidade e deve satisfazer essa fome da melhor forma possível, enganando-a, sem contudo jamais poder saciá-la. — Evelyn Underhill