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sexta-feira, 24 de dezembro de 2021

Nenhum esforço supera a estrutura de medo

Construímos, sobre a influência dos condicionamentos parentais, religiosos, acadêmicos e sociais, uma estrutura mental e emocional cuja base é medo. Do medo, surge todo tipo de cálculo autocentrado, os quais mantém a estrutura num mecanismo de isolamento que a impede de saber o que é paixão. Não nos referimos a paixão carnal, sensual; apontamos aqui para uma qualidade de paixão impessoal por tudo que é. O medo, além de impedir a paixão, produz todo tipo de dependência, todo tipo de apego, toda forma de preocupação excessiva consigo mesmo. Nossa experiência já demonstrou que, por ação do limitado e vacilante esforço pessoal, por ação dos cálculos autocentrados, tal estrutura não tem como mutacionar sua base que é medo. Ela pode tentar de tudo, filiações, crenças, sistemas, práticas, rituais, escolas de mistérios, substâncias, mudanças geográficas e circunstanciais, os mais diversos tipos de terapias e psicologias, mas, em última análise, nada disso lhe apresenta o poder real pelo qual possa lhe ocorrer uma significativa mutação libertária. Pela própria estrutura, a qual é medo cristalizado, não temos como saber o que é uma vida livre do medo, não temos como saber o que é amor, o que é paixão, o que é comunhão, o que é liberdade e felicidade. Quando observamos os relatos históricos, podemos perceber que os raros homens e mulheres que transcenderam a debilidade de uma estrutura com base no medo, não a transcenderam por meio de práticas previamente calculadas, mas sim, em função de uma incalculada ocorrência singular, ocorrência essa que as mais diversas culturas vêm tentado nomear conforme a influência de suas crenças, entre tais nomeações, podemos citar a descida do espírito santo, a vinda da graça, a experiência de deus, o despertar espiritual, a experiência religiosa, o samadhi, o nirvana, o estado búdico, a iluminação, entre outros. Não importa o nome que seja dado a tal experiência singular, o que importa é a sua incausada e incalculada manifestação. Sem essa manifestação, o homem não tem como se ver livre de sua base de medos, condicionamentos, manias e tendências, não tem como se ver livre de seu crônico e disfarçado isolamento emocional.


sábado, 18 de dezembro de 2021

quarta-feira, 17 de novembro de 2021

sábado, 9 de outubro de 2021

domingo, 3 de outubro de 2021

sábado, 18 de setembro de 2021

Quem é você sem suas drogas espirituais?

quarta-feira, 8 de setembro de 2021

terça-feira, 7 de setembro de 2021

quinta-feira, 2 de setembro de 2021

O terreno do descondicionamento absoluto

O: Bom dia rotina!

F: Looping.

O: Prisão.

F: Cada uma das imagens é pega no ato; pensamento nem toma forma como antes; mas não tem sentido a existência tal como agora se apresenta, uma rotina sem noção, sem criatividade, sem tesão.

O: O que judia é o sensorial.

F: Sensorial chega secar boca. Tudo aquilo que lemos, não faz sentido algum, diante do fato do que vivemos, tudo agora se mostra como uma enorme papagaiada, desde anônimos, passando por advaita, até mesmo Krishnamurti, pois tudo cai diante do que vivemos com a observação. E, o mais foda, é ver a própria debilidade, o corpo indo em busca de alguma forma de prazer momentâneo, a percepção do tempo passando sem que nada nos toque de fato. O que sobrou é ir pegando e quebrando as imagens projetadas, que insistem em voltar; não resta mais nada. Só ficar assistindo a peça, sem entrar no personagem. Acabou a ilusão, acabou a identificação com família, amigos, emocionalismo, televisão, filmes, séries, música, noticiários, programações de entretenimento... a observação detonou tudo. E agora?

O: Nada nos causa maravilhamento; o que lemos só apresentou facetas da estrutura, não teve poder de apresentar um viver em maravilhamento.

F: Só apresentou a estrutura.

O: Ausência de maravilhamento; o máximo que chegamos é num "bacaninha" ou num “bunitinho” do mental. E hoje, o que move a sociedade, não nos encanta mais. Tudo se mostra imaturo, sem sentido real, totalmente sem sal.

F: Nem esse “bacaninha” chega mais aqui.

O: Olhe o que você sente pelo seu filho, por sua mãe, por sua esposa... se você olhar com muita seriedade, vai ver que tudo fica na dimensão dos cálculos de um mental condicionado. Veja, olhando aqui para o passado, é possível perceber que esse maravilhamento nunca esteve presente de fato. O que havia era uma euforia momentânea com algo que ainda não era de nosso total conhecimento, algo que funcionava como uma "novocaína", uma xilocaína para nossa inquietude, para nosso tédio, para o nosso mal humor. Você pode ver isso espelhado nas crianças. Toda nossa movimentação estava condicionada ao que nos era propagado por terceiros, e não tínhamos a capacidade de reflexão, de questionamentos e, por isso, caíamos na onda de condicionamentos compartilhados.

F: Nada

O: Com o processo de observação, começou a se instalar o descondicionamento, a capacidade de perceber a infantilidade do que está estabelecido, pois, de modo algum, o que está aí, produz real maravilhamento, com isso, o viver se tornou um saco, vazio de real sentido... a superficialidade de tudo, explode diante de nossos olhos, o vazio de todas as relações e circunstâncias; um viver que se resume em ganhar e economizar dinheiro, só para poder pagar as contas forçosas e conseguir um pouco de prazer, onde, a felicidade real, a liberdade real, o maravilhamento real, nada do que está aí, tem o poder de proporcionar. Então, tudo se mostra enfadonho, patético, um forçado jogo social, uma batida coleção de "tudo bem", sendo que no fundo, nada está bem. Você não toca ninguém e, do mesmo modo, ninguém lhe toca, pois todos estão inseridos no mesmo jogo, no mesmo script de falas prontas, de sorrisos forçados, de ações protocolares; nem mesmo o que é produzido como forma de entretenimento, produz tal entretenimento, pois de imediato é percebido como infantil, bobo, sem inteligência, sem conteúdo significativo. Você percebe facilmente que, não só você, mas todos, se encontram fechados em si mesmos, em seus cálculos autocentrados, em suas preocupações, em suas manias, em seus achismos, em seus jogos... e você olha para tudo isso e, o que encontra? Um inenarrável vácuo, uma imensurável distância. Todas as nossas atividades estão centradas em nós mesmos, ou quando muito, num forçoso centramento em relação aos que nos rodeiam; tanto numa situação como na outra, nada está fundamentado numa paixão real, mas sim, num cálculo, num condicionamento que se fundamenta na proteção da própria imagem.

F: Exato! De certa forma, quando surgem as imagens e pensamentos, tentam buscar essa identificação, a validação disso tudo que se passa.

O: O viver, tal como agora se apresenta para nós, não tem sentido real algum, assim como não tem sentido, acabar com a própria existência. Isso nos deixa num beco sem saída, pois, do modo que se apresenta, nada mais dá liga. Nada produz real maravilhamento.

F: Nesse momento, as Imagem mentais que surgem são de suicídio, etc e tal. Mas são percebidas apenas com imagens.

O: Tudo que vem na própria mente, é descartado de imediato, não ocorre identificação ilusória; então, tanto dentro como fora, nada mais faz sentido. Tanto o que é percebido dentro ou fora, segue num curso de debilidade, sendo que o que se apresenta fora, trata-se de uma somatória da debilidade individual, expressa no coletivo, de modo inconsciente e inconsequente. Mesmo o que se tem por ação consciente, não se tem consciência de que é uma ação que só visa a manutenção de um sistema doente. Sendo assim, a existência tal como se apresenta nesta etapa do processo de descondicionamento, é percebido como parte da doença compartilhada. É algo parecido com o que dizia o finado poeta: "Nos deram espelhos e vimos um mundo doente". Os jogos de ego e de autopromoção, já não tem mais serventia, e se tornou um saco aguentar os que ainda insistem nesses jogos. E todo conhecimento que foi estruturado em nós, já não faz mais sentido, pois foi um conhecimento fundamentado nesse modo condicionado de viver que hoje é percebido como doente. Então, mesmo nosso conhecimento, por mais avançado que seja, é uma forma de retardamento. Nossa consciência é uma consciência condicionada pela cultura adoentada. Nada do que está postulado como sentido de busca material ou de busca espiritual, agora faz sentido; mesmo a busca de prazer, agora se mostra patética.

F: O paradigma, com a observação, trouxe um novo conhecimento ou percepção de que até o que sabemos, agora já não serve. Agora fica rodando o que sabemos com o falso; fica rodando a informação do falso.

O: Você olha para a fonte de prazer, já meio brochado... pode ser até um pacote de bolacha...

F: Acabou o prazer.

O: Todos os projetos de vida agora se mostram patéticos, facilmente se mostram ilusórios, visto que não produzem a satisfação real, a felicidade real, mas só, mais e mais preocupação. Estamos entrando no terreno do descondicionamento absoluto, porque tudo que a mente nos condiciona a fazer, de cara, é visto como falso. Porque tudo que a mente social nos condiciona a fazer, de cara, é visto como falso. Tanto na mente pessoal como na coletiva, nada que se apresenta é capaz de produzir felicidade e livre comunhão.

F: Tudo vem da mesma mente... Sensação de que a mente humana é dessa forma, uma coisa condicionada. Não há segredos... Foda! Chegamos numa sinuca que nem mais sabemos o que falar porque não há nada novo. Se você observar bem, até mesmo o celular virou uma coisa estúpida... Ficar olhando a todo momento para a tela do celular, é outra coisa que agora se mostra sem sentido, algo estúpido demais.

O: Tanto o celular, como o conteúdo compartilhado nas redes sociais. Também não encontramos aqui, nada que os toque de fato.

F: Estúpido demais ficar olhando para essa tela... Muito estranho esse momento.

O: Estamos nos descondicionados até do celular.

F: Tudo perdeu sentido... Trabalho não tem sentido, lecionar perdeu brilho, publicar artigos não tem sentido... tudo se mostra como celas da mesma prisão.

O: E algo teve realmente brilho algum dia?

F: Teve nada! Sempre foi euforia... Pode ser descondicionamento mesmo, mas isso nos lança numa insuperável letargia, ficamos como que um morto vivo. Já não faz sentido seguir a manada nessa corrida insana em busca de ajuntar mais e mais dinheiro... Nada disso resolve: é uma corrida insana para chegar a nenhum lugar. À autonomia psíquica, segue-se um isolamento psíquico, uma solidão, algo do tipo.

sexta-feira, 20 de agosto de 2021

segunda-feira, 16 de agosto de 2021

domingo, 15 de agosto de 2021

quarta-feira, 11 de agosto de 2021

domingo, 18 de julho de 2021

sábado, 17 de julho de 2021

quinta-feira, 15 de julho de 2021

segunda-feira, 12 de julho de 2021

sexta-feira, 9 de julho de 2021

quarta-feira, 7 de julho de 2021

terça-feira, 6 de julho de 2021

sábado, 3 de julho de 2021

domingo, 20 de junho de 2021

sexta-feira, 21 de maio de 2021

Do grotesco ao sublime condicionamento

sexta-feira, 7 de maio de 2021

terça-feira, 30 de março de 2021

sexta-feira, 26 de março de 2021

terça-feira, 16 de fevereiro de 2021

sexta-feira, 12 de fevereiro de 2021

terça-feira, 9 de fevereiro de 2021

sexta-feira, 22 de janeiro de 2021

Características do estado incondicionado de ser - parte 2

Características do estado incondicionado de ser

quinta-feira, 21 de janeiro de 2021

A sensação de angustiosa saturação com o fluxo do imaginal

O imaginal condicionado é a nossa impercebida adicção

terça-feira, 12 de janeiro de 2021

A observação desengatilha a linha de pensamento emoção

domingo, 10 de janeiro de 2021

Abstendo-se dos cultuados mecanismos de fuga da inquietude

sábado, 9 de janeiro de 2021

Medo e Deus são criações do imaginal condicionado

A observação escancara a simulação de empatia

A observação passiva quebra o looping das conjecturas

quinta-feira, 7 de janeiro de 2021

A mente condicionada se transveste em seus conceitos adquiridos

quarta-feira, 6 de janeiro de 2021

Sobre o condicionamento de simular afetuosos sentimentos

A observação passiva quebra o reativo looping da busca

A percepção sem esforço faz a âncora no agora

A real maturidade só ocorre na presença da percepção atemporal

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"Quando você compreende, quando chega a saber,
então traz toda a beleza do passado de volta
e dá a esse passado o renascimento, renova-o,
de forma que todos os que o conheceram
possam estar de novo sobre a terra
e viajar por aqui, e ajudar as pessoas." (Tilopa)



"Nos momentos tranqüilos da meditação, a vontade de DEUS pode tornar-se evidente para nós. Acalmar a mente, através da meditação, traz uma paz interior que nos põe em contato com DEUS dentro de nós. Uma premissa básica da meditação, é que é difícil, senão impossível, alcançar um contato consciente, à não ser que a mente esteja sossegada. Para que haja um progresso, a comum sucessão ininterrupta de pensamentos tem de parar. Por isso, a nossa prática preliminar será sossegar a mente e deixar os pensamentos que brotam morrerem de morte natural. Deixamos nossos pensamentos para trás, à medida que a meditação do Décimo Primeiro Passo se torna uma realidade para nós. O equilíbrio emocional é um dos primeiros resultados da meditação, e a nossa experiência confirma isso." (11º Passo de NA)


"O Eu Superior pode usar algum evento, alguma pessoa ou algum livro como seu mensageiro. Pode fazer qualquer circunstância nova agir da mesma forma, mas o indivíduo deve ter a capacidade de reconhecer o que está acontecendo e ter a disposição para receber a mensagem". (Paul Brunton)



Observe Krishnamurti, em conversa com David Bohn, apontando para um "processo", um "caminho de transformação", descrevendo suas etapas até o estado de prontificação e a necessária base emocional para a manifestação da Visão Intuitiva, ou como dizemos no paradigma, a Retomada da Perene Consciência Amorosa Integrativa...


Krishnamurti: Estávamos discutindo o que significa para o cérebro não ter movimento. Quando um ser humano ESTEVE SEGUINDO O CAMINHO DA TRANSFORMAÇÃO, e PASSOU por TUDO isso, e esse SENTIDO DE VAZIO, SILÊNCIO E ENERGIA, ele ABANDONOU QUASE TUDO e CHEGOU AO PONTO, à BASE. Como, então, essa VISÃO INTUITIVA afeta a sua vida diária? Qual é o seu relacionamento com a sociedade? Como ele age em relação à guerra, e ao mundo todo — um mundo em que está realmente vivendo e lutando na escuridão? Qual a sua ação? Eu diria, como concordamos no outro dia, que ele é o não-movimento.

David Bohn: Sim, dissemos que a base era movimento SEM DIVISÃO.

K: Sem divisão. Sim, correto. (Capítulo 8 do livro, A ELIMINAÇÃO DO TEMPO PSICOLÓGICO)


A IMPORTÂNCIA DA RENDIÇÃO DIANTE DA MENTE ADQUIRIDA
Até praticar a rendição, a dimensão espiritual de você é algo sobre o que você lê, de que fala, com que fica entusiasmado, tema para escrita de livros, motivo de pensamento, algo em que acredita... ou não, seja qual for o caso. Não faz diferença. Só quando você se render é que a dimensão espiritual se tornará uma realidade viva na sua vida. Quando o fizer, a energia que você emana e que então governa a sua vida é de uma frequência vibratória muito superior à da energia mental que ainda comanda o nosso mundo. Através da rendição, a energia espiritual entra neste mundo. Não gera sofrimento para você, para os outros seres humanos, nem para qualquer forma de vida no planeta. (Eckhart Tolle em , A Prática do Poder do Agora, pág. 118)


O IMPOPULAR DRAMA OUTSIDER — O encontro direto com a Verdade absoluta parece, então, impossível para uma consciência humana comum, não mística. Não podemos conhecer a realidade ou mesmo provar a existência do mais simples objeto, embora isto seja uma limitação que poucas pessoas compreendem realmente e que muitas até negariam. Mas há entre os seres humanos um tipo de personalidade que, esta sim, compreende essa limitação e que não consegue se contentar com as falsas realidades que nutrem o universo das pessoas comuns. Parece que essas pessoas sentem a necessidade de forjar por si mesmas uma imagem de "alguma coisa" ou do "nada" que se encontra no outro lado de suas linhas telegráficas: uma certa "concepção do ser" e uma certa teoria do "conhecimento". Elas são ATORMENTADAS pelo Incognoscível, queimam de desejo de conhecer o princípio primeiro, almejam agarrar aquilo que se esconde atrás do sombrio espetáculo das coisas. Quando alguém possui esse temperamento, é ávido de conhecer a realidade e deve satisfazer essa fome da melhor forma possível, enganando-a, sem contudo jamais poder saciá-la. — Evelyn Underhill