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quarta-feira, 6 de junho de 2012

Deixando de ler o livro alheio para ler o livro que sou

Bom dia Priscilla, espero que você esteja vivendo bons momentos!

Fico feliz por saber que você encontrou eco nos textos provindos das palestras proferidas por Krishnamurti. Eu costumo brincar com alguns amigos que a minha vida está dividida em AK e DK (antes e depois de K).

Antes de conhecer seus pensamentos, eu levava uma existência sem vida e hoje, posso lhe afirmar que tenho vida em abundância em minha existência.

Quanto aos meus textos, fico feliz por saber que de algum modo estavam servindo de espelho para suas questões.

Estou num momento de profunda reflexão, revendo valores, questões, mudanças de paradigmas profissionais, o que tem exigido muito esforço, dedicação e estudo.

Sei muito bem o que é correr a net em busca de textos para “remediar” as minhas angústias, tédio e insatisfação. Mas, descobri a duras penas, - ainda bem que a tempo -, que a palavra “remediar” não tem o poder de mutação. Esta só pode ocorrer quando deixo de ler o livro do outro e começo a ler o livro que sou. Como nas palavras de Krishnamurti, "Temos que ser uma luz para nós mesmos". Se formos sérios, destemidos nesta profunda leitura de nossos pensamentos e sentimentos, quem sabe, num momento inesperado, possamos nos deparar com o autor do livro que somos nós.

Saiba que não deixei o gosto pela escrita. Estou somente dando um tempo de amadurecimento para novas situações (um solo depois de semeado precisa de descanso para poder dar fruto com abundância e qualidade).

Saiba que durante muitos anos, incentivado pela linha de pensamento dos membros dos grupos anônimos, me apoiei no "chororo" de ter nascido numa família disfuncional. Agora lhe pergunto: qual família não é? Hoje vejo que algumas são mais que outras e, pelo que me parece, sorte dos que nasceram numa mais disfuncional pois estes, são mais alérgicos ao conformismo aos padrões socialmente aceitos.

Hoje, de coração lhe digo que sou profundamente agradecido por ter tido um pai alcoólatra e uma mãe codependente, emocionalmente perturbada por querer vestir as calças de seu marido. Tenho consciência de que não sou responsável por ter nascido numa família disfuncional e muito menos pelo que fizeram comigo em seu meio: sou responsável pelo que sou e por aquilo que quero hoje sinto como Verdade.

Sei que tenho tudo que me é necessário para fazer as modificações para uma vida com qualidade: o poder de DECISÃO. Sou o único RESPONSÁVEL por ser feliz e, sei que a felicidade, não depende de NENHUM FATOR EXTERNO A MIM. A Grande Vida me proveu com as minhas digitais e a minha coluna vertebral, não bastando isso, a sociedade providenciou meu CIC e meu RG. Ninguém tem igual. Sou o único responsável por eles. Ninguém tem o poder de ficar no meu lugar caso eu venha a ter uma depressão. Do mesmo modo, não tenho como ficar no lugar do outro, quando o mesmo sofre por causa de suas escolhas e atitudes imaturas. Tenho somente o poder de compreender a mim mesmo.

Descobri que posso amar os meus vizinhos, mas, infelizmente, por razão de nossos condicionamentos de segurança, ainda preciso construir as minhas cercas. São escolhas minhas estabelecer limites saudáveis em meus relacionamentos e estar com pessoas nutritivas... Quem colhe os frutos ou os espinhos destas escolhas sou eu. Não sou vítima do destino. Tudo está certo. Basta olhar a vida por prismas diferentes e ousar... Ousar, essa me parece ser a grande palavra para uma vida qualitativa.

Sabe, nestes anos tive a oportunidade de trabalhar por um período com dependentes químicos e seus familiares. Uma das coisas que mais ouvia era uma frase muito semelhante a sua, explicíta em seu texto:

- “Acredito que serei feliz quando meu pai fizer seu ingresso em AA, bem como ele se reformar. Se meu pai ingressasse no AA e se reformasse, minha vida seria muito melhor e minha depressão curada.”

O que víamos é que muitas vezes, quando o dependente químico iniciava sua recuperação, deixando de ser o centro de atenção da casa (e também o bode expiatório), as pessoas ao seu redor começavam a passar mal, pois começavam a se deparar com as próprias neuroses, conflitos, ansiedades e outros sintomas mais. Não tinha mais o alcoólico para culpar pela incapacidade de gerar a própria existência com maestria. Desculpe-me pela franqueza, mas, posso lhe afirmar que sua “cura” não depende da sobriedade de seu pai, ou então de qualquer fator externo a você. Sugiro que experimente parar diante de um espelho e olhar bem para ele... Você estará diante da causadora de seus problemas e também da única pessoa responsável pela solução dos mesmos. E essa parece ser a nossa maior benção.

Também fico feliz por você estar começando a pagar a prestação da sua casa própria via consórcio. No entanto, ficarei ainda mais feliz se souber que você começou AGORA a prestar atenção na casa própria que é você, casa esta que não precisa de nenhum tipo de sócio, ligação ou união externa, para a execução deste projeto de grande porte tão negligenciado por muitos. Adquirir esta casa própria interior é o melhor autofinanciamento para a aquisição de um real bem durável, o qual não precisa da participação ou contribuição de nenhum grupo, muito menos de um número de meses previamente combinados. Posso lhe garantir que, diferente de um consórcio, cuja alegria transitória só vem com a contemplação final, o investimento que fazemos em nossa casa própria interna traz a alegria contemplativa no eterno AGORA. Não pense que um montinho de tijolos cobertos por uma argamassa colorida, registrada num cartório qualquer possa lhe trazer paz de espírito. Conheço muitos, com muitas, que nem sequer conseguem dormir direito, quanto mais desfrutar da vida em sua plenitude.

Pode até parecer frase de livro de auto-ajuda, desses que em nada ajudam mas, tudo o que você precisa encontra-se dentro de você!

Respire fundo.... Convide seu mal-estar, suas angústias e ansiedades para um chá ao fim da tarde. Aventure-se na descoberta do ser que lhe faz ser e Bem Seja! Você e o mundo merecem isso!

Um abraço fraterno e um chute nas canelas!
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"Quando você compreende, quando chega a saber,
então traz toda a beleza do passado de volta
e dá a esse passado o renascimento, renova-o,
de forma que todos os que o conheceram
possam estar de novo sobre a terra
e viajar por aqui, e ajudar as pessoas." (Tilopa)



"Nos momentos tranqüilos da meditação, a vontade de DEUS pode tornar-se evidente para nós. Acalmar a mente, através da meditação, traz uma paz interior que nos põe em contato com DEUS dentro de nós. Uma premissa básica da meditação, é que é difícil, senão impossível, alcançar um contato consciente, à não ser que a mente esteja sossegada. Para que haja um progresso, a comum sucessão ininterrupta de pensamentos tem de parar. Por isso, a nossa prática preliminar será sossegar a mente e deixar os pensamentos que brotam morrerem de morte natural. Deixamos nossos pensamentos para trás, à medida que a meditação do Décimo Primeiro Passo se torna uma realidade para nós. O equilíbrio emocional é um dos primeiros resultados da meditação, e a nossa experiência confirma isso." (11º Passo de NA)


"O Eu Superior pode usar algum evento, alguma pessoa ou algum livro como seu mensageiro. Pode fazer qualquer circunstância nova agir da mesma forma, mas o indivíduo deve ter a capacidade de reconhecer o que está acontecendo e ter a disposição para receber a mensagem". (Paul Brunton)



Observe Krishnamurti, em conversa com David Bohn, apontando para um "processo", um "caminho de transformação", descrevendo suas etapas até o estado de prontificação e a necessária base emocional para a manifestação da Visão Intuitiva, ou como dizemos no paradigma, a Retomada da Perene Consciência Amorosa Integrativa...


Krishnamurti: Estávamos discutindo o que significa para o cérebro não ter movimento. Quando um ser humano ESTEVE SEGUINDO O CAMINHO DA TRANSFORMAÇÃO, e PASSOU por TUDO isso, e esse SENTIDO DE VAZIO, SILÊNCIO E ENERGIA, ele ABANDONOU QUASE TUDO e CHEGOU AO PONTO, à BASE. Como, então, essa VISÃO INTUITIVA afeta a sua vida diária? Qual é o seu relacionamento com a sociedade? Como ele age em relação à guerra, e ao mundo todo — um mundo em que está realmente vivendo e lutando na escuridão? Qual a sua ação? Eu diria, como concordamos no outro dia, que ele é o não-movimento.

David Bohn: Sim, dissemos que a base era movimento SEM DIVISÃO.

K: Sem divisão. Sim, correto. (Capítulo 8 do livro, A ELIMINAÇÃO DO TEMPO PSICOLÓGICO)


A IMPORTÂNCIA DA RENDIÇÃO DIANTE DA MENTE ADQUIRIDA
Até praticar a rendição, a dimensão espiritual de você é algo sobre o que você lê, de que fala, com que fica entusiasmado, tema para escrita de livros, motivo de pensamento, algo em que acredita... ou não, seja qual for o caso. Não faz diferença. Só quando você se render é que a dimensão espiritual se tornará uma realidade viva na sua vida. Quando o fizer, a energia que você emana e que então governa a sua vida é de uma frequência vibratória muito superior à da energia mental que ainda comanda o nosso mundo. Através da rendição, a energia espiritual entra neste mundo. Não gera sofrimento para você, para os outros seres humanos, nem para qualquer forma de vida no planeta. (Eckhart Tolle em , A Prática do Poder do Agora, pág. 118)


O IMPOPULAR DRAMA OUTSIDER — O encontro direto com a Verdade absoluta parece, então, impossível para uma consciência humana comum, não mística. Não podemos conhecer a realidade ou mesmo provar a existência do mais simples objeto, embora isto seja uma limitação que poucas pessoas compreendem realmente e que muitas até negariam. Mas há entre os seres humanos um tipo de personalidade que, esta sim, compreende essa limitação e que não consegue se contentar com as falsas realidades que nutrem o universo das pessoas comuns. Parece que essas pessoas sentem a necessidade de forjar por si mesmas uma imagem de "alguma coisa" ou do "nada" que se encontra no outro lado de suas linhas telegráficas: uma certa "concepção do ser" e uma certa teoria do "conhecimento". Elas são ATORMENTADAS pelo Incognoscível, queimam de desejo de conhecer o princípio primeiro, almejam agarrar aquilo que se esconde atrás do sombrio espetáculo das coisas. Quando alguém possui esse temperamento, é ávido de conhecer a realidade e deve satisfazer essa fome da melhor forma possível, enganando-a, sem contudo jamais poder saciá-la. — Evelyn Underhill