DB: Não houve inteligência nisso, entende?
K: Aí está o perigo. Eles se sentem quietos e não-verbais na presença desse santo, e acham que os seus problemas estão resolvidos.
DB: Mas isso ainda vem do exterior.
K: Naturalmente. É como quando vamos à igreja. Numa igreja antiga, ou numa catedral, nós nos sentimos extraordinariamente quietos. É a atmosfera, a estrutura; a própria atmosfera faz com que nos sintamos tranquilos.
DB: Sim, ela transmite não-verbalmente o significado de quietude.
K: Isso não é nada. É como incenso!
DB: É superficial.
K: Totalmente superficial; evapora como incenso! Empurramos tudo isso para o lado, e então, o que nos resta? Não uma influência externa, um deus, ou algum salvador. O que me resta? O que há que pode ser transmitido, que atravessará a parede que os seres humanos construíram para si próprios?
Será o Amor?
Será o Amor?
Jiddu Krishnamurti e David Bohm em, A Eliminação do Tempo Psicológico