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quinta-feira, 11 de julho de 2013

O que é alma?

Pergunta: O que é alma?

Krishnamurti: Nossa cultura, nossa civilização, inventou a palavra “alma” — se que “civilização” é o desejo coletivo, a vontade coletiva de muitos indivíduos. Olhem a civilização indiana. Não é ela o resultado de um grande número de pessoas, com seus desejos, suas vontades? Toda civilização é produto do que se pode chamar “vontade coletiva”; e, no caso em apreço, a vontade coletiva declarou que deve haver algo mais do que o corpo físico que morre e se decompõe, algo muito maior e mais vasto, algo indestrutível, imortal; foi assim que se consolidou a ideia de alma. De tempos em tempos poderão ter surgido uma ou duas pessoas que, por si próprias, descobriram algo a respeito dessa coisa extraordinária chamada “imortalidade”, um estado em que não existe a morte, e, depois, todos os espíritos medíocres disseram: — “Sim; isto deve ser verdade, deve estar certo”, e, porque desejam a imortalidade, ficaram apegados à palavra “alma”.

Vocês também desejam saber se existe algo mais do que a mera existência física, não é verdade? Essa ronda contínua de ir ao escritório, trabalhar numa coisa em que não se tem nenhum interesse vital, disputar, invejar, gerar filhos, tagarelar com o vizinho, dizer futilidades — desejam saber se existe algo mais do que tudo isso. A própria palavra “alma” corporifica a ideia de um estado indestrutível, atemporal, não é verdade? Mas, vejam, não procuram averiguar, por si mesmos, se há ou não tal estado. Não dizem: “Não importa o que disse Cristo, Sankara ou outro qualquer, e tampouco importam os ditames da tradição, da chamada civilização; vou averiguar por mim mesmo se há ou não um estado além da estrutura do tempo”. Vocês não se revoltam contra o que a civilização ou a “vontade coletiva” formulou; pelo contrário, o aceitam e dizem: “Sim, existe uma alma”. Vocês chama essa formulação por um nome, outro a chama por outro nome e, depois, se desunem e se tornam inimigos, por causa de suas crenças antagônicas.

O homem que deseja realmente descobrir se há, ou não, um estado além da estrutura do tempo, deverá estar livre da civilização; deverá estar livre da “vontade coletiva”, deverá estar . E esta é uma parte essencial da educação: aprender a estar só, para não se ficar dominado pela vontade de muitos ou pela vontade de um só e, por conseguinte, ser capaz de descobrir por si mesmo o que é verdadeiro.


Não dependam de ninguém. Eu ou outro poderá lhes dizer que há um estado atemporal, mas que valor tem isso para vocês? Se vocês têm fome, querem comer e não desejam ser alimentados com meras palavras. O importante é descobrir por si mesmos. Vocês podem ver que tudo ao redor de vocês está a se decompor, a ser destruído. Esta chamada civilização não está sendo mantida coesa pela vontade coletiva: está se desintegrando. A vida está lhes desafiando a cada momento e, se meramente “respondem” ao desafio segundo a rotina habitual de vocês, suas “respostas” não têm então validade alguma. Vocês só podem descobrir se há, ou não, um estado atemporal, um estado sem movimento no sentido de mais ou de menos, quando dizem: “Não vou aceitar nada; vou investigar, explorar” — o que significa que vocês não têm medo de estarem sós. 

Krishnamurti — A Cultura e o problema humano

segunda-feira, 1 de abril de 2013

Existe alma?


A alma é uma divisão nascida da ilusão.
(...)
O que temos em vista quando falamos a respeito de uma alma? Referimo-nos a uma consciência limitada. Para mim há somente a vida eterna — em contraste com essa consciência limitada que chamamos "eu".
(...)
A maioria das pessoas acredita na existência da alma sob uma forma ou outra forma. Não compreenderão o que vou dizer, se, em defesa simplesmente disto, se opuserem ou citarem alguma autoridade da crença por vocês cultivada, através da tradição e do medo; nem pode esta crença ser chamada intuição, quando é apenas uma vaga esperança.

A ilusão divide-se a si própria, infinitamente.

Primeiramente, vocês tem o corpo, depois a alma que o ocupa e, finalmente, Deus ou a Realidade: é assim que vocês tem dividido a vida.

A consciência limitada do "eu" é o resultado das ações incompletas e esta consciência limitada vai criando suas próprias ilusões, prisioneira de sua própria ignorância, e quando a mente está liberta de sua própria ignorância e ilusão, então manifesta-se a realidade; não são "vocês" que se tornam essa realidade.

Por favor, não aceitem o que digo, porém, comecem a investigar e a compreender como é que a crença de vocês veio à existência.

Então verão de que maneira sutil a mente dividiu a vida. Começarão a compreender o significado desta divisão, que é numa forma sutil do desejo egoísta de continuidade.

Enquanto esta ilusão, com todas as suas sutilezas, existir, não pode haver realidade.

Como este é um dos assuntos de maior controvérsia e existe tanto preconceito relativo à ele, importa ser muito cuidadoso, para não se deixar dirigir pelas opiniões pró ou contra a ideia de alma. Para compreender a realidade, a mente tem de estar, completamente livre da limitação do medo, com sua ânsia de continuidade egoísta.
(...)
Não se detenham em compreender a alma, porém, em lugar disso, procurem compreender a vida da alma.

Krishnamurti – O medo – 1946 - ICK
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"Quando você compreende, quando chega a saber,
então traz toda a beleza do passado de volta
e dá a esse passado o renascimento, renova-o,
de forma que todos os que o conheceram
possam estar de novo sobre a terra
e viajar por aqui, e ajudar as pessoas." (Tilopa)



"Nos momentos tranqüilos da meditação, a vontade de DEUS pode tornar-se evidente para nós. Acalmar a mente, através da meditação, traz uma paz interior que nos põe em contato com DEUS dentro de nós. Uma premissa básica da meditação, é que é difícil, senão impossível, alcançar um contato consciente, à não ser que a mente esteja sossegada. Para que haja um progresso, a comum sucessão ininterrupta de pensamentos tem de parar. Por isso, a nossa prática preliminar será sossegar a mente e deixar os pensamentos que brotam morrerem de morte natural. Deixamos nossos pensamentos para trás, à medida que a meditação do Décimo Primeiro Passo se torna uma realidade para nós. O equilíbrio emocional é um dos primeiros resultados da meditação, e a nossa experiência confirma isso." (11º Passo de NA)


"O Eu Superior pode usar algum evento, alguma pessoa ou algum livro como seu mensageiro. Pode fazer qualquer circunstância nova agir da mesma forma, mas o indivíduo deve ter a capacidade de reconhecer o que está acontecendo e ter a disposição para receber a mensagem". (Paul Brunton)



Observe Krishnamurti, em conversa com David Bohn, apontando para um "processo", um "caminho de transformação", descrevendo suas etapas até o estado de prontificação e a necessária base emocional para a manifestação da Visão Intuitiva, ou como dizemos no paradigma, a Retomada da Perene Consciência Amorosa Integrativa...


Krishnamurti: Estávamos discutindo o que significa para o cérebro não ter movimento. Quando um ser humano ESTEVE SEGUINDO O CAMINHO DA TRANSFORMAÇÃO, e PASSOU por TUDO isso, e esse SENTIDO DE VAZIO, SILÊNCIO E ENERGIA, ele ABANDONOU QUASE TUDO e CHEGOU AO PONTO, à BASE. Como, então, essa VISÃO INTUITIVA afeta a sua vida diária? Qual é o seu relacionamento com a sociedade? Como ele age em relação à guerra, e ao mundo todo — um mundo em que está realmente vivendo e lutando na escuridão? Qual a sua ação? Eu diria, como concordamos no outro dia, que ele é o não-movimento.

David Bohn: Sim, dissemos que a base era movimento SEM DIVISÃO.

K: Sem divisão. Sim, correto. (Capítulo 8 do livro, A ELIMINAÇÃO DO TEMPO PSICOLÓGICO)


A IMPORTÂNCIA DA RENDIÇÃO DIANTE DA MENTE ADQUIRIDA
Até praticar a rendição, a dimensão espiritual de você é algo sobre o que você lê, de que fala, com que fica entusiasmado, tema para escrita de livros, motivo de pensamento, algo em que acredita... ou não, seja qual for o caso. Não faz diferença. Só quando você se render é que a dimensão espiritual se tornará uma realidade viva na sua vida. Quando o fizer, a energia que você emana e que então governa a sua vida é de uma frequência vibratória muito superior à da energia mental que ainda comanda o nosso mundo. Através da rendição, a energia espiritual entra neste mundo. Não gera sofrimento para você, para os outros seres humanos, nem para qualquer forma de vida no planeta. (Eckhart Tolle em , A Prática do Poder do Agora, pág. 118)


O IMPOPULAR DRAMA OUTSIDER — O encontro direto com a Verdade absoluta parece, então, impossível para uma consciência humana comum, não mística. Não podemos conhecer a realidade ou mesmo provar a existência do mais simples objeto, embora isto seja uma limitação que poucas pessoas compreendem realmente e que muitas até negariam. Mas há entre os seres humanos um tipo de personalidade que, esta sim, compreende essa limitação e que não consegue se contentar com as falsas realidades que nutrem o universo das pessoas comuns. Parece que essas pessoas sentem a necessidade de forjar por si mesmas uma imagem de "alguma coisa" ou do "nada" que se encontra no outro lado de suas linhas telegráficas: uma certa "concepção do ser" e uma certa teoria do "conhecimento". Elas são ATORMENTADAS pelo Incognoscível, queimam de desejo de conhecer o princípio primeiro, almejam agarrar aquilo que se esconde atrás do sombrio espetáculo das coisas. Quando alguém possui esse temperamento, é ávido de conhecer a realidade e deve satisfazer essa fome da melhor forma possível, enganando-a, sem contudo jamais poder saciá-la. — Evelyn Underhill