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segunda-feira, 28 de abril de 2014

União Mistica

No processo de autoconhecimento, união é integração, quando todos os aspectos do ser convivem em harmonia, gerando um sentimento de plenitude.

Sentir-se pleno, exige que os conflitos existentes dentro de nós sejam plenamente harmonizados.

Por exemplo, se insistimos em negar nossas reais emoções, ou em racionalizar nossos sentimentos, um desequilíbrio começa a se instalar em nós.

Ele pode, a principio, não ser percebido, e se continuarmos a ignorá-lo, certamente se expandirá, atingindo nosso corpo físico na forma de alguma doença. 

Somente uma atenção permanente que nos permita perceber, a cada momento, as verdadeiras motivações por trás de nossos comportamentos, pode levar-nos a evitar as armadilhas do ego, aquela parte de nós que insiste em manter uma falsa imagem, mesmo quando algo não vai bem.

Mas é preciso estar preparado, pois às vezes pagamos um alto preço por nos mantermos fiéis à nossa voz interior. A princípio, pode parecer mais cômodo ignorar nossa consciência e agir contra ela para garantir a simpatia do mundo.

Entretanto, quando isto se torna um hábito, podemos nos perder de tal modo, que já não saberemos mais diferenciar o nosso real desejo, daquilo que nos foi imposto como sendo o melhor.

A união mística só acontece quando nossa divisão interior desaparece e integramos os opostos existentes em nós, o masculino e o feminino, de forma harmoniosa. Isto pressupõe agir com coragem e determinação, quando necessário, mas também se manter passivo, amoroso e receptivo ao que a vida quiser nos enviar.

Permanecer em silêncio, esperando germinar as sementes que plantamos, ao invés de tentar forçar seu crescimento com atitudes ansiosas e desesperadas, pode ser um sinal de que estamos gradualmente penetrando num novo patamar de crescimento interior. Aos poucos, a verdade de nosso ser passará a predominar, até que finalmente, um dia, substitua a falsa imagem que construímos como defesa contra o mundo.

"Causa da infelicidade
Felicidade ou infelicidade não são dependentes de circunstâncias externas. Não há nem felicidade nem infelicidade nas coisas externas; seu estado de alegria ou de tristeza depende de sua reação a essas coisas externas. Na verdade, as coisas não importam; o que importa é a sua visão das coisas; tudo depende de como olhamos as coisas. Assim, em suma, a importância é do indivíduo, e não do objeto: a importância está em você e não no objeto que você possui. Daí que podemos dizer que a felicidade ou a infelicidade reside dentro de nós... Nós somos a causa de nossa miséria, porque seja de que forma estejamos, nós mesmos criamos essa condição.

Por favor, tenha esta verdade em sua mente, porque você não pode transformar a sua vida sem ela: se você se sente infeliz, saiba que alguma coisa está errada em seu ponto de vista. Uma vida miserável é resultado de uma maneira errada de olhar para as coisas; e uma vida feliz é o resultado de uma abordagem correta em relação à vida. Por favor, sempre que você se sentir miserável, tente buscar pela causa da sua infelicidade dentro de você, não do lado de fora. E então, gradualmente, você descobrirá as causas da sua infelicidade, escondidas em suas próprias reações. Então, uma nova vida começa para você".
 
Osho, Lead Kindly Light.


domingo, 30 de março de 2014

Que preparação é necessária para a experiência do Satori?

Pergunta: "Que espécie de preparação é necessária para a experiência do Satori?"

 O Satori torna-se possível para um grande número de pessoas, porque, às vezes, não necessita preparação. Às vezes acontece por acaso. A situação é criada, mas sem conhecimento. Há muitas pessoas que conhecem o satori. Podem não o ter conhecido com esse nome, podem não o ter interpretado como satori, mas o conheceram. Um grande fluxo de amor pode criá-lo. 

Mesmo através de drogas químicas, o satori é possível. É possível através da mescalina, do LSD, da maconha, porque, através de certa modificação química, a mente pode expandir-se o bastante para que haja o relance. Afinal, todos temos corpos químicos — a mente e o corpo são unidades químicas — assim, através da química, o relance também é possível. 

Às vezes, um perigo súbito pode penetrar tanto em você, que o relance se faz possível... às vezes um grande choque o leva tanto ao momento, que o relance pode ser possível. E, para aqueles que têm alguma sensibilidade estética, que têm coração poético, que têm uma atitude de "sensibilidade" para com a realidade (não uma atitude intelectual) o relance pode ser possível. 

Para uma personalidade racional, lógica, intelectual, o relance é impossível. Às vezes pode acontecer com uma pessoa intelectual, mas através de alguma intensa tensão intelectual — quando, subitamente, a tensão é relaxada. Aconteceu com Arquimedes. Ele estava em satori quando saiu de seu banho, e, nu, correu para a rua gritando: "Eureka, eu encontrei!" Foi uma liberação súbita da constante tensão em que ele estava em relação a um problema. O problema foi resolvido, assim, a tensão causada por ele foi, de súbito, e completamente afrouxada. Ele correu nu pelas ruas, gritando: "Eureka, eu encontrei!"

Para uma pessoa intelectual, se um grande problema exigiu de sua mente total que chegasse ao auge da tensão intelectual, e é subitamente resolvido, isso pode levá-lo ao momento do satori. Mas para as mentes estéticas é mais fácil. 

Pergunta: "Quer dizer que mesmo a tensão intelectual pode ser um caminho para chegar ao satori?"

Pode ser, e pode não ser. Se você se torna intelectualmente tenso durante esta discussão e a tensão não é levada ao extremo, ela será um obstáculo. Mas se você se torna totalmente tenso, e, então, de súbito, algo é compreendido, aquela compreensão será uma libertação, e o satori pode ocorrer. 

Ou, se esta discussão não for absolutamente tensa, se estivermos apenas conversando despretensiosamente — totalmente relaxados, totalmente não-sérios — mesmo que esta discussão pode ser uma experiência estética. Não são estéticas apenas as flores: mesmo as palavras podem sê-lo. Não são estéticas apenas as árvores: seres humanos também podem sê-lo. Não se trata de você estar observando as nuvens flutuantes e isso tornar possível o satori: mesmo se você está participando de um diálogo, isso se torna possível. Mas é necessária uma participação relaxada, ou uma participação muito tensa. Você pode estar relaxado para começar, ou o relaxamento pode vir porque sua tensão chegou ao auge e então liberou-se. Quando qualquer dessas coisas acontece, mesmo um diálogo, uma discussão podem tornar-se fonte de satori

Qualquer coisa pode tornar-se fonte do satori: depende de você. Nunca depende de qualquer outra coisa. Você está passando por uma rua; uma criança está rindo... e satori pode acontecer!

Há um haicai que conta uma história mais ou menos assim: um monge ia atravessando uma rua e uma flor muito comum surgia de uma parede — uma flor muito comum, uma flor cotidiana, que existe por toda a parte. Ele olhou para a flor. Era a primeira vez em que realmente olhava para ela, tão comum, tão encontradiça era essa flor! Por isso mesmo, o monge nunca se dera ao trabalho de realmente contemplá-la. Olhou para ela... e o satori aconteceu!

Nunca se contempla uma flor comum. É tão comum, que nos esquecemos dela. Assim, o monge nunca tinha, antes, olhado realmente aquela flor. Pela primeira vez em sua vida tinha visto, e o fato tornou-se fenomenal. Aquele primeiro encontro com a flor, com aquela flor tão comum, tornou-se único. Agora, ele lamentava aquilo. A flor sempre estivera esperando por ele, mas ele jamais olhara para ela. Sentiu-se penalizado, pediu perdão... e a coisa aconteceu!

A flor está ali, e o monge está ali, dançando. Alguém pergunta: "O que você está fazendo?"

Ele diz: "Vi algo incomum numa flor muito comum. A flor sempre esteve esperando. Eu nunca antes tinha olhado para ela, mas hoje o encontro se deu." Agora, a flor já não é algo comum. O monge penetrou nela, e a flor penetrou no monge. 

Uma coisa comum, mesmo um seixo, pode ser uma fonte. Para uma criança, um seixo é uma fonte, porém para nós não o é, porque se tornou demasiado familiar. Tudo quanto seja incomum, tudo quanto seja raro, tudo quanto surja aos seus olhos pela primeira vez, pode ser a fonte para o satori, e se você estiver disponível — se você estiver ali, se sua presença ali se encontra — o fenômeno pode ocorrer. 

Satori acontece para quase todos. Pode não ser interpretado como tal, você pode não ter sabido que se tratava do satori, mas ocorre. E essa ocorrência é a causa de toda a busca espiritual. De outra forma, a busca espiritual não seria possível. Como você poderia procurar algo do qual nunca tivesse sequer um relance? Primeiro algo deve vir de você, algum raio veio a você (um toque... uma brisa...) algo deve vir até você para tornar-se uma procura. 

Uma procura espiritual só é possível se algo aconteceu sem que você soubesse. Pode ter sido no amor, pode ter sido na música, pode ter sido na natureza, pode ter sido na amizade. Pode estar em qualquer relacionamento. Algo lhe aconteceu e foi a fonte de beatitude; e agora é uma recordação, apenas uma memória. Pode não ser sequer memória consciente, pode ser inconsciente, pode estar à espera, como uma semente, em algum lugar, profundamente dentro de você. Essa semente irá tornar-se a origem de uma procura, e você irá investigando sobre algo que não conhece. O que você está procurando? Não o sabe. Mas ainda assim, em algum lugar, mesmo desconhecido de você, certa experiência, certo momento de beatitude tornou-se parte e parcela de sua mente. Tornou-se uma semente, e agora essa semente está procurando seu caminho de saída, e você está em busca de algo a que não se pode dar um nome, algo que você não pode explicar. 

O que você está procurando? Se uma pessoa espiritual é sincera e honesta, não pode dizer: "Estou procurando Deus", porque não sabe se Deus existe ou não. E a palavra "deus" é absolutamente destituída de significação, a não ser que você tenha tido o conhecimento. Assim, você não pode procurar Deus ou a liberação (moksha). Não pode. 

Um investigador sincero terá de voltar-se para si mesmo. A procura não se dirige para algo exterior: volta-se para algo interior. Em algum lugar, sabe-se que algo foi entrevisto de relance, e tornou-se uma semente, e o está compelindo, empurrando-o, em direção de alguma coisa que você desconhece. 

A busca espiritual não é um arrancar do exterior, é um impelir para o interior. É sempre um empurrão. Se for um puxão, a busca é insincera, sem autenticidade. Então nada mais é do que a procura de uma nova espécie de gratificação, novo movimento dos seus desejos. 

A busca espiritual é sempre um empurrão em direção de alguma coisa que está profundamente dentro de você, e da qual você teve um relance. Você não interpretou aquilo, não o conheceu conscientemente. Pode ser a recordação da infância, de um satori que mergulhou profundamente no inconsciente. Pode ser um beatífico instante de satori, no ventre materno, uma experiência beatífica sem preocupações, sem tensão, com a mente em estado de completo relaxamento. Pode ser um sentimento profundo, inconsciente, um sentimento que você não conheceu conscientemente, e que o está impelindo. 

Os psicólogos concordam em que todo o conceito de busca espiritual vem da experiência beatífica no ventre materno. É tão beatífico, tão escuro; não há um só raio de tensão. Com o primeiro relance de luz a tensão começa a ser sentida, mas a escuridão é de relaxamento completo. Não há preocupação, não há nada a fazer. Você nem mesmo tem de respirar; sua mãe respira por você. Você existe exatamente como se interpreta que alguém existe quando alcançou a liberação (moksha). Tudo apenas é... e ser é beatitude. Nada tem de ser feito para alcançar esse estado: é assim, apenas. 

Assim, pode ser que exista uma profunda e inconsciente semente dentro de você e que experimentou total relaxamento. Pode ser que se trate de alguma experiência da infância, experiência de bem-aventurança estética, um satori infantil. Toda infância é "dada-ao-satori", mas nós o perdemos. O Paraíso foi perdido, e Adão dali foi expulso. Mas a recordação está ali, a memória desconhecida que o impele. 

Samadhi é diferente disso. Você tem de conhecer samadhi, mas, através de satori há a promessa de que algo maior é possível. Satori se torna uma promessa que te leva em direção ao samadhi.

O S H O 

Satori: o bom é o inimigo do Melhor

Pergunta: Qual é a diferença na experiência entre satori (em Zen, um relance da iluminação) e samadhi (consciência cósmica)? 

Samadhi começa com um intervalo, mas nunca termina. Um intervalo sempre começa e termina — tem limites: um início e um fim, mas samadhi começa com um intervalo e assim se eterniza. Não há fim para ela. Portanto se a ocorrência vem como um intervalo, e não há fim nela, trata-se de samadhi, mas se é um intervalo completo — com um início e um fim — então é satori, e isso é diferente. 

Se é apenas um relance, apenas um intervalo, e o intervalo é de novo percebido — se algo está enquadrado e o enquadramento é completo (você dá uma olhada furtiva e volta; você salta para aquilo e volta), se algo acontece e de novo é perdido — trata-se de um satori. É um relance de samadhi, mas não é o samadhi. Samadhi significa o início do conhecimento, sem fim algum. 

Na Índia não temos palavra que corresponda a satori, assim, às vezes, quando o intervalo é grande, podemos confundir satori com samadhi. Mas uma coisa nunca é a outra. Trata-se de um relance, apenas. Você veio ao cósmico, olhou para ele, e então tudo tornou a desaparecer. Você não será o mesmo, naturalmente; agora, nunca mais será o mesmo. Algo penetrou em você, algo lhe foi acrescentado, você não pode ser novamente o mesmo, mas, ainda assim, o que lhe modificou não está em você. É apenas uma recordação, uma memória. É apenas um relance. 

Se você pode recordar isso — se pode dizer "Conheci o momento" — ele foi apenas um relance, porque, do momento em que o samadhi acontece, você não estará ali para recordar. Então, você nunca poderá dizer: "Eu o conheci", porque, com o conhecimento, o conhecedor se perde. Só com o relance o conhecedor permanece. 

Assim, o conhecedor pode conservar aquele relance como memória — pode adorá-lo, ansiar por ele, desejá-lo tentar novamente senti-lo — mas ele ainda ali está. Quem teve um relance, quem olhou, ali está. Aquilo fez-se uma lembrança. E agora aquela lembrança irá segui-lo de perto, irá assediá-lo, e pedirá o fenômeno, uma e muitas vezes. 

Do momento em que o samadhi acontece, você ali não está para recordá-lo. Samadhi jamais se torna uma parte da memória, porque o que era já não é. Como dizem no Zen: "O homem antigo já não existe, e o novo chegou..." Esses dois jamais se encontraram, portanto não há possibilidade de que exista qualquer  lembrança. O antigo se foi e o novo chegou, e não houve encontro entre os dois, porque o novo só pode vir quando o antigo se foi. Então, não há lembrança. Não há assédio nem anseio com relação a isso. Não há desejo dirigido a isso. Então, tal como você é, está à vontade e nada há a desejar. 

Não se trata de você ter matado o desejo — não! É a indesejabilidade, no sentido de que aquele que podia desejar já não está ali. Então, não há anseio, não há futuro, porque o futuro é criado através de nossos anseios, é uma projeção dos nossos desejos. 

Se não há desejo, não há futuro. E, se não há futuro, não há necessidade do passado, porque o passado é sempre o cenário de fundo contra o qual, ou através do qual, o futuro é desejado. 

Se não há futuro, se você sabe que neste  mesmo momento vai morrer, não há necessidade de recordar o passado. Então, não há necessidade nem mesmo de recordar seu nome, porque o nome só tem significação se houver um futuro. Pode ser necessário. Mas, se não há futuro, você apenas queima, todas as pontes que o ligam ao passado. Você não precisa delas. O passado fez-se inteiramente sem importância. É só contra o futuro, ou para o futuro que o passado tem importância. 

Do momento em que aconteceu o samadhi, o futuro torna-se não existencial. Não existe, só o presente existe. É o único tempo. Não há nem mesmo o passado.  O passado desapareceu e o futuro também, e uma só e momentânea existência se torna a existência total. Você está nela, mas não como uma entidade que é diferente dela. Você não pode ser diferente porque você só se torna diferente da existência total devido ao seu passado e ao seu futuro. O passado e o futuro, cristalizados ao seu redor, formam a única barreira entre você e o presente momento que está acontecendo. Assim, quando ocorre o samadhi, não há passado nem futuro. Então, é que você esteja no presente, mas você é o presente, você se tornou o presente. 

Samadhi não é um relance, samadhi é uma morte; satori, porém, é um relance, não uma morte. E satori é possível através de muitas formas! Uma experiência estética pode ser uma possível fonte para o satori; a música pode ser uma possível fonte para o satori, o amor pode ser uma possível fonte para o satori. Em qualquer momento intenso, no qual o passado se torna  sem importância — em qualquer momento intenso que você esteja vivendo no presente (um momento de amor, ou de música, ou de sentimento poético, ou qualquer outro fenômeno estético, no qual o passado não interfira e no qual não haja o desejo do futuro) —, o satori torna-se possível. Mas é apenas um relance. 

O relance é importante, porque através do satori, você pode sentir pela primeira vez o que o samadhi pode significar. O primeiro sabor, ou o primeiro perfume que distingue o samadhi, vem através do satori. Por isso, o satori auxilia. Mas tudo quanto auxilia pode ser um obstáculo se você se agarra a ele, e se você sentir que ele é tudo. O satori tem uma beatitude que pode lhe enganar, tem uma beatitude que lhe é própria. 

Por você não ter conhecido o samadhi, para você, o satori é o definitivo, e você se agarra a ele. Mas se você se agarra a ele, pode transformar o que era útil, o que era amistoso, em algo que se faz uma barreira, um inimigo. Portanto, você deve estar alerta para o possível perigo do satori. Se assim o fizer, então a experiência do satori será útil. 

Um só e momentâneo relance é algo que nunca poderá ser obtido por outros meios. Ninguém pode explicá-lo. Não há palavras, não há comunicação, que possa ao menos dar uma sugestão disso. O satori é importante, mas é apenas um relance, uma ruptura, como uma única e momentânea ruptura na existência, no abismo. 

Você nem sequer tomou conhecimento do instante, nem mesmo se fez alerta para ele, e já está fechado para você. Apenas um clique na máquina fotográfica — um clique — e tudo é perdido. Então uma obsessão é criada: você arriscará tudo por aquele momento. Mas não anseie por ele, não o deseje. Deixe que ele adormeça em sua memória. Não faça dele um problema: esqueça-o, apenas. Se você puder esquecê-lo, se puder não se agarrar a ele, esses momentos voltarão a você, mais e mais; os relances virão a você, mais e mais. 

A mente solicitadora torna-se fechada, o relance está encerrado. Ele sempre vem quando você não está alerta para ele, quando você não o está esperando — quando está relaxado, quando nem mesmo está pensando nisso, quando nem mesmo está meditando. Mesmo quando você está meditando, o relance se torna impossível, mas quando não está meditando, quando está num momento de abandono — nem mesmo fazendo alguma coisa, nem mesmo esperando por alguma coisa — nesse momento de relaxamento, o satori acontece.

Começará acontecer mais e mais, mas não pense nele, não anseie por ele. E nunca o tome, erradamente, por samadhi.

O S H O 

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"Quando você compreende, quando chega a saber,
então traz toda a beleza do passado de volta
e dá a esse passado o renascimento, renova-o,
de forma que todos os que o conheceram
possam estar de novo sobre a terra
e viajar por aqui, e ajudar as pessoas." (Tilopa)



"Nos momentos tranqüilos da meditação, a vontade de DEUS pode tornar-se evidente para nós. Acalmar a mente, através da meditação, traz uma paz interior que nos põe em contato com DEUS dentro de nós. Uma premissa básica da meditação, é que é difícil, senão impossível, alcançar um contato consciente, à não ser que a mente esteja sossegada. Para que haja um progresso, a comum sucessão ininterrupta de pensamentos tem de parar. Por isso, a nossa prática preliminar será sossegar a mente e deixar os pensamentos que brotam morrerem de morte natural. Deixamos nossos pensamentos para trás, à medida que a meditação do Décimo Primeiro Passo se torna uma realidade para nós. O equilíbrio emocional é um dos primeiros resultados da meditação, e a nossa experiência confirma isso." (11º Passo de NA)


"O Eu Superior pode usar algum evento, alguma pessoa ou algum livro como seu mensageiro. Pode fazer qualquer circunstância nova agir da mesma forma, mas o indivíduo deve ter a capacidade de reconhecer o que está acontecendo e ter a disposição para receber a mensagem". (Paul Brunton)



Observe Krishnamurti, em conversa com David Bohn, apontando para um "processo", um "caminho de transformação", descrevendo suas etapas até o estado de prontificação e a necessária base emocional para a manifestação da Visão Intuitiva, ou como dizemos no paradigma, a Retomada da Perene Consciência Amorosa Integrativa...


Krishnamurti: Estávamos discutindo o que significa para o cérebro não ter movimento. Quando um ser humano ESTEVE SEGUINDO O CAMINHO DA TRANSFORMAÇÃO, e PASSOU por TUDO isso, e esse SENTIDO DE VAZIO, SILÊNCIO E ENERGIA, ele ABANDONOU QUASE TUDO e CHEGOU AO PONTO, à BASE. Como, então, essa VISÃO INTUITIVA afeta a sua vida diária? Qual é o seu relacionamento com a sociedade? Como ele age em relação à guerra, e ao mundo todo — um mundo em que está realmente vivendo e lutando na escuridão? Qual a sua ação? Eu diria, como concordamos no outro dia, que ele é o não-movimento.

David Bohn: Sim, dissemos que a base era movimento SEM DIVISÃO.

K: Sem divisão. Sim, correto. (Capítulo 8 do livro, A ELIMINAÇÃO DO TEMPO PSICOLÓGICO)


A IMPORTÂNCIA DA RENDIÇÃO DIANTE DA MENTE ADQUIRIDA
Até praticar a rendição, a dimensão espiritual de você é algo sobre o que você lê, de que fala, com que fica entusiasmado, tema para escrita de livros, motivo de pensamento, algo em que acredita... ou não, seja qual for o caso. Não faz diferença. Só quando você se render é que a dimensão espiritual se tornará uma realidade viva na sua vida. Quando o fizer, a energia que você emana e que então governa a sua vida é de uma frequência vibratória muito superior à da energia mental que ainda comanda o nosso mundo. Através da rendição, a energia espiritual entra neste mundo. Não gera sofrimento para você, para os outros seres humanos, nem para qualquer forma de vida no planeta. (Eckhart Tolle em , A Prática do Poder do Agora, pág. 118)


O IMPOPULAR DRAMA OUTSIDER — O encontro direto com a Verdade absoluta parece, então, impossível para uma consciência humana comum, não mística. Não podemos conhecer a realidade ou mesmo provar a existência do mais simples objeto, embora isto seja uma limitação que poucas pessoas compreendem realmente e que muitas até negariam. Mas há entre os seres humanos um tipo de personalidade que, esta sim, compreende essa limitação e que não consegue se contentar com as falsas realidades que nutrem o universo das pessoas comuns. Parece que essas pessoas sentem a necessidade de forjar por si mesmas uma imagem de "alguma coisa" ou do "nada" que se encontra no outro lado de suas linhas telegráficas: uma certa "concepção do ser" e uma certa teoria do "conhecimento". Elas são ATORMENTADAS pelo Incognoscível, queimam de desejo de conhecer o princípio primeiro, almejam agarrar aquilo que se esconde atrás do sombrio espetáculo das coisas. Quando alguém possui esse temperamento, é ávido de conhecer a realidade e deve satisfazer essa fome da melhor forma possível, enganando-a, sem contudo jamais poder saciá-la. — Evelyn Underhill