A humanidade está descobrindo que não pode resolver seus problemas antigos de forma habitual. A maneira lógica de fazer isso será a de tentar um novo caminho. Numa era de intelecto e religião materialistas, como a nossa, esse novo caminho consistirá em se voltar para um intelecto e religião espiritualizados. O primeiro passo a ser dado pelo intelecto será o da humildade e o primeiro passo do sentimento religioso o da obediência. O intelecto deverá se recolher autoconstrito através da oração constante ao Poder Superior; o sentimento religioso deverá obedecer, com sinceridade e honestidade, às advertências dadas pelos grandes profetas. O intelecto não mais deverá continuar a enganar a si mesmo e o sentimento religioso não mais a enganar a Deus.
O intelecto deverá ficar confuso e exausto pela sua própria atividade de busca do Eu Superior, mesmo desesperado por reconhecer que não possui nenhuma possível chance de chegar a conhecer a verdade através de seus próprios procedimentos autodestrutivos; que está se movendo em círculos, dando mais e mais voltas, e que, por fim, terá de abandonar todos os seus esforços. Nesse ponto, uma grande oportunidade espera o aspirante; mas é aqui que também muitos saem pela tangente e perdem a oportunidade. Ou consideram a busca como fútil e ilusória, perdendo qualquer interesse por ela, ou se abrigam em uma organização hierárquica religiosa que impõe dogmas e exige submissão completa à sua regra e autoridade.
A não ser que o pensamento intelectual compreenda suas próprias limitações e saiba quando parar suas atividades, ele não levará o ser humano à verdade e o enganará. Entretanto, quando estiver predisposto a negar a si mesmo, no momento certo para isso, permitirá assim que surja o pensamento intuitivo, o qual o levará ainda mais próximo ao seu objetivo.
Um mesmo indivíduo, em diferentes fases de sua vida, poderá sustentar pontos de vista diferentes. Será irrealista exigir que todos devam ser consistentes em relação a isso por todo o curso de suas vidas.
Kant viu como a mente forma suas ideias sob condições definidas e limitadas, como ela não pode evitar fazer isso e como essas ideias são meramente o melhor que a mente poderá produzir sob tais condições – de forma alguma as mais verdadeiras.
Quão poucos estão, verdadeira e sinceramente, buscando estabelecer a verdade; quão muitos, por outro lado, querem chegar a vitórias. Eles poderão assinalar os erros nas conclusões, opiniões e crenças dos outros, mas estão cegos aos próprios erros.
Limitar suas ideias àquelas existentes ao meio ambiente, no qual aconteceu de ele ter nascido, é uma falha comum.
Muitos aspirantes não chegam a realizar que se movem a maior parte do tempo, no domínio de suas próprias ideias pessoais e não necessariamente no domínio da verdade integral.
A situação pode ser assim sumarizada: se a atividade do pensamento estiver direcionada para objetos externos e inspirada pelo desejo de obter ou possuir eles, ela prenderá o indivíduo à sua ignorância espiritual. Se, entretanto, estiver direcionada a Deus, ou à sua alma divina, e inspirada pelo desejo de alcançar a Ele ou a ela, então ela o conduzirá a intuições espirituais.