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sexta-feira, 15 de agosto de 2014

Conhecimento: a trave de tropeço para a visão intuitiva

(...)David Bohm: Mas chega então o momento em que o conhecimento não parece mais ser conhecimento.

Krishnamurti: Os políticos e as pessoas que estão no poder não escutariam isso. Nem tampouco os supostos indivíduos religiosos. Apenas as pessoas que estão descontentes, que sentem que perderam tudo, escutarão. Mas nem sempre elas escutam, de modo que isso é realmente um ponto crucial. O que faremos a respeito disso? Digamos, por exemplo, que eu tenha abandonado o catolicismo, o protestantismo, e tudo isso. Além disso, eu tenho uma profissão e sei que é necessário que eu tenha conhecimento nessa área. Percebo, porém, como é importante que eu não seja capturado no processo do conhecimento psicológico, e contudo não consigo abandoná-lo. Ele está sempre se esquivando; estou brincando de pregar peças com ele. É como um jogo de esconde-esconde. Está bem! Dissemos que essa é a parede que tenho de derrubar. Não, eu não — essa é a parede que tem que ser derrubada. E dissemos que ela pode ser derrubada por meio do amor e da inteligência. Não estamos pedindo uma coisa extremamente difícil?

DB: É difícil.

K: Eu estou deste lado da parede, e você está me pedindo para ter esse amor e essa inteligência que a destruirão. Mas eu não sei o que é esse amor, o que é essa inteligência, porque estou preso aqui, neste outro lado da parede. Eu percebo logicamente, de forma sensata, que o que você diz é preciso, verdadeiro, lógico, e vejo sua importância, mas a parede é tão resistente, tão dominante e poderosa que não consigo atravessá-la. Dissemos outro dia que a parede poderia ser derrubada por meio da visão intuitiva — se a visão intuitiva não for transformada numa ideia.

DB: Sim.

K: Quando a visão intuitiva é discutida, há o perigo de fazermos uma abstração dela; isso significa que nos afastamos do fato, e que a abstração se torna extremamente importante. O que quer dizer, mais uma vez, conhecimento.

DB: Sim, a atividade do conhecimento.

K: Assim, estamos novamente de volta!

DB: Penso que a dificuldade geral é que o conhecimento não está simplesmente sentado ali, como uma forma de informação, mas é extremamente ativo, reunindo e modelando todos os momentos em função do conhecimento passado. Desse modo, mesmo quando levantamos essa questão, o conhecimento fica o tempo todo à espera, e depois age. Toda a nossa tradição supõe que o conhecimento não é ativo e sim passivo. Mas na verdade ele é ativo, embora as pessoas geralmente não pensem dessa maneira. Elas acham que ele está apenas sentado ali.

K: Ele está esperando.

DB: Esperando para agir. E não importa o que tentemos fazer a respeito, o conhecimento já estará agindo. No momento em que percebermos que esse é o problema, ele já terá agido.

K: Sim. Mas será que eu o percebo como um problema, ou como uma ideia que devo executar? Percebe a diferença?

DB: O conhecimento, automaticamente, transforma tudo numa ideia, que devemos executar. Essa é a maneira global como ele é construído.

K: A maneira global como temos vivido.

DB: O conhecimento não pode fazer nada além disso.

A Eliminação do Tempo Psicológico
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"Quando você compreende, quando chega a saber,
então traz toda a beleza do passado de volta
e dá a esse passado o renascimento, renova-o,
de forma que todos os que o conheceram
possam estar de novo sobre a terra
e viajar por aqui, e ajudar as pessoas." (Tilopa)



"Nos momentos tranqüilos da meditação, a vontade de DEUS pode tornar-se evidente para nós. Acalmar a mente, através da meditação, traz uma paz interior que nos põe em contato com DEUS dentro de nós. Uma premissa básica da meditação, é que é difícil, senão impossível, alcançar um contato consciente, à não ser que a mente esteja sossegada. Para que haja um progresso, a comum sucessão ininterrupta de pensamentos tem de parar. Por isso, a nossa prática preliminar será sossegar a mente e deixar os pensamentos que brotam morrerem de morte natural. Deixamos nossos pensamentos para trás, à medida que a meditação do Décimo Primeiro Passo se torna uma realidade para nós. O equilíbrio emocional é um dos primeiros resultados da meditação, e a nossa experiência confirma isso." (11º Passo de NA)


"O Eu Superior pode usar algum evento, alguma pessoa ou algum livro como seu mensageiro. Pode fazer qualquer circunstância nova agir da mesma forma, mas o indivíduo deve ter a capacidade de reconhecer o que está acontecendo e ter a disposição para receber a mensagem". (Paul Brunton)



Observe Krishnamurti, em conversa com David Bohn, apontando para um "processo", um "caminho de transformação", descrevendo suas etapas até o estado de prontificação e a necessária base emocional para a manifestação da Visão Intuitiva, ou como dizemos no paradigma, a Retomada da Perene Consciência Amorosa Integrativa...


Krishnamurti: Estávamos discutindo o que significa para o cérebro não ter movimento. Quando um ser humano ESTEVE SEGUINDO O CAMINHO DA TRANSFORMAÇÃO, e PASSOU por TUDO isso, e esse SENTIDO DE VAZIO, SILÊNCIO E ENERGIA, ele ABANDONOU QUASE TUDO e CHEGOU AO PONTO, à BASE. Como, então, essa VISÃO INTUITIVA afeta a sua vida diária? Qual é o seu relacionamento com a sociedade? Como ele age em relação à guerra, e ao mundo todo — um mundo em que está realmente vivendo e lutando na escuridão? Qual a sua ação? Eu diria, como concordamos no outro dia, que ele é o não-movimento.

David Bohn: Sim, dissemos que a base era movimento SEM DIVISÃO.

K: Sem divisão. Sim, correto. (Capítulo 8 do livro, A ELIMINAÇÃO DO TEMPO PSICOLÓGICO)


A IMPORTÂNCIA DA RENDIÇÃO DIANTE DA MENTE ADQUIRIDA
Até praticar a rendição, a dimensão espiritual de você é algo sobre o que você lê, de que fala, com que fica entusiasmado, tema para escrita de livros, motivo de pensamento, algo em que acredita... ou não, seja qual for o caso. Não faz diferença. Só quando você se render é que a dimensão espiritual se tornará uma realidade viva na sua vida. Quando o fizer, a energia que você emana e que então governa a sua vida é de uma frequência vibratória muito superior à da energia mental que ainda comanda o nosso mundo. Através da rendição, a energia espiritual entra neste mundo. Não gera sofrimento para você, para os outros seres humanos, nem para qualquer forma de vida no planeta. (Eckhart Tolle em , A Prática do Poder do Agora, pág. 118)


O IMPOPULAR DRAMA OUTSIDER — O encontro direto com a Verdade absoluta parece, então, impossível para uma consciência humana comum, não mística. Não podemos conhecer a realidade ou mesmo provar a existência do mais simples objeto, embora isto seja uma limitação que poucas pessoas compreendem realmente e que muitas até negariam. Mas há entre os seres humanos um tipo de personalidade que, esta sim, compreende essa limitação e que não consegue se contentar com as falsas realidades que nutrem o universo das pessoas comuns. Parece que essas pessoas sentem a necessidade de forjar por si mesmas uma imagem de "alguma coisa" ou do "nada" que se encontra no outro lado de suas linhas telegráficas: uma certa "concepção do ser" e uma certa teoria do "conhecimento". Elas são ATORMENTADAS pelo Incognoscível, queimam de desejo de conhecer o princípio primeiro, almejam agarrar aquilo que se esconde atrás do sombrio espetáculo das coisas. Quando alguém possui esse temperamento, é ávido de conhecer a realidade e deve satisfazer essa fome da melhor forma possível, enganando-a, sem contudo jamais poder saciá-la. — Evelyn Underhill