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sábado, 23 de junho de 2012

O porque de uma nova linguagem

Necessitamos inventar, com urgência, um código de comunicação transdisciplinar. Tenho constatado que uma das maiores dificuldades para a transmissão da abordagem holística diz respeito à insuficiência dos nossos habituais discursos. Não é possível falar do novo com a linguagem velha; não se coloca vinho novo em odre velho, afirma a sabedoria crística. Como transmitir uma mensagem inclusiva que contenha, ou possa dar abrigo, à visão científica, à do folósofo, à do poeta e à do místico? Este é um dos maiores e mais tocantes desafios a nossa frente: romper com a clausura dos fragmentados discursos das disciplinas. 

Na direção dessa nova linguagem, é fundamental, sobretudo à escuta de todas as dimensões humanas e, então, delas nos fazermos porta-vozes. Dar à nossa imensidão, eis o necessário atrevimento. Ao racional discurso acadêmico adicionarmos a codificação poética-metafórica e o prundo silêncio que fala do indizível. A voz do dia, da clara razão; a voz da noite, do abismo da alma; a voz do crespúsculo, o sonho do alvorecer e prece do anoitecer. A voz da palavra gerada e emoldurada na voz do silêncio. Tarefa apenas possível quando transcendemos as amarras de nossos adestramentos ferozes da disciplinariedade. 

Talvez o poeta tenha sido, na nossa cultura ocidental, o menos massacrado e reduzido, o menos parcializado. Aventureiro audacioso dos múltiplos discursos, o bom poeta é um sobrevivente da integridade, constituindo, assim, a sensível antena da nossa espécie, como afirma Dilthey. "Contradigo a mim mesmo porque sou vasto", bradava Ezra Pound. Só os estreitos não se contradizem. É imprescendível resgatar o poeta da nossa alma, na tarefa de desvelar um código que dê testemunho da razão e do coração, do objetivo e do subjetivo, do tangível e do intangível, enfim, da vastidão humana.

De tal forma estamos condicionados nos discursos disciplinares, exclusivistas e desidratados da pluridimensionalidade humana, que tal tarefa parece ser impossivel. Podemos constatar, entretanto, que essa nova linguagem é desenvolvida gradualmente, na medida em que o sujeito avança no aprendizado transdisciplinar, como uma transpiração natural da realização holística. A título de exemplos, considero belas amostragens dessa alquimia do verbo, na forma de livros: O universo é um dragão verde, do físico Brian Swimme e Onde Vivem as Lendas, do biólogo Lyall Watson.

Da mesma forma que construímos as nossas frases, igualmente o fazemos com nossas vidas, afirmam os neuro e psicolinguistas. Ao dizer a palavra, expressamos também a existência. Se edificamos com um viver mais amplo e integrado, também assim expressaremos a nossa palavra.

estamos sendo combatentes do árduo front de um tempo acelerado de passagem e de transmutação consciencial. Gosto de pensar que as novas gerações, menos contaminadas pela modelagem paradigmática clássica ultrapassada, refletindo, espero, uma nova educação centrada na inteireza, terão facilitado o caminho para um existir mais pleno e de comunhão entre a parte e o todo. pensamento e sentimento, intuição e sensação, harmoniosamente conjugados, constituirão o tecido de uma mesma fala, para que o discurso possa ser, também, canção



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"Quando você compreende, quando chega a saber,
então traz toda a beleza do passado de volta
e dá a esse passado o renascimento, renova-o,
de forma que todos os que o conheceram
possam estar de novo sobre a terra
e viajar por aqui, e ajudar as pessoas." (Tilopa)



"Nos momentos tranqüilos da meditação, a vontade de DEUS pode tornar-se evidente para nós. Acalmar a mente, através da meditação, traz uma paz interior que nos põe em contato com DEUS dentro de nós. Uma premissa básica da meditação, é que é difícil, senão impossível, alcançar um contato consciente, à não ser que a mente esteja sossegada. Para que haja um progresso, a comum sucessão ininterrupta de pensamentos tem de parar. Por isso, a nossa prática preliminar será sossegar a mente e deixar os pensamentos que brotam morrerem de morte natural. Deixamos nossos pensamentos para trás, à medida que a meditação do Décimo Primeiro Passo se torna uma realidade para nós. O equilíbrio emocional é um dos primeiros resultados da meditação, e a nossa experiência confirma isso." (11º Passo de NA)


"O Eu Superior pode usar algum evento, alguma pessoa ou algum livro como seu mensageiro. Pode fazer qualquer circunstância nova agir da mesma forma, mas o indivíduo deve ter a capacidade de reconhecer o que está acontecendo e ter a disposição para receber a mensagem". (Paul Brunton)



Observe Krishnamurti, em conversa com David Bohn, apontando para um "processo", um "caminho de transformação", descrevendo suas etapas até o estado de prontificação e a necessária base emocional para a manifestação da Visão Intuitiva, ou como dizemos no paradigma, a Retomada da Perene Consciência Amorosa Integrativa...


Krishnamurti: Estávamos discutindo o que significa para o cérebro não ter movimento. Quando um ser humano ESTEVE SEGUINDO O CAMINHO DA TRANSFORMAÇÃO, e PASSOU por TUDO isso, e esse SENTIDO DE VAZIO, SILÊNCIO E ENERGIA, ele ABANDONOU QUASE TUDO e CHEGOU AO PONTO, à BASE. Como, então, essa VISÃO INTUITIVA afeta a sua vida diária? Qual é o seu relacionamento com a sociedade? Como ele age em relação à guerra, e ao mundo todo — um mundo em que está realmente vivendo e lutando na escuridão? Qual a sua ação? Eu diria, como concordamos no outro dia, que ele é o não-movimento.

David Bohn: Sim, dissemos que a base era movimento SEM DIVISÃO.

K: Sem divisão. Sim, correto. (Capítulo 8 do livro, A ELIMINAÇÃO DO TEMPO PSICOLÓGICO)


A IMPORTÂNCIA DA RENDIÇÃO DIANTE DA MENTE ADQUIRIDA
Até praticar a rendição, a dimensão espiritual de você é algo sobre o que você lê, de que fala, com que fica entusiasmado, tema para escrita de livros, motivo de pensamento, algo em que acredita... ou não, seja qual for o caso. Não faz diferença. Só quando você se render é que a dimensão espiritual se tornará uma realidade viva na sua vida. Quando o fizer, a energia que você emana e que então governa a sua vida é de uma frequência vibratória muito superior à da energia mental que ainda comanda o nosso mundo. Através da rendição, a energia espiritual entra neste mundo. Não gera sofrimento para você, para os outros seres humanos, nem para qualquer forma de vida no planeta. (Eckhart Tolle em , A Prática do Poder do Agora, pág. 118)


O IMPOPULAR DRAMA OUTSIDER — O encontro direto com a Verdade absoluta parece, então, impossível para uma consciência humana comum, não mística. Não podemos conhecer a realidade ou mesmo provar a existência do mais simples objeto, embora isto seja uma limitação que poucas pessoas compreendem realmente e que muitas até negariam. Mas há entre os seres humanos um tipo de personalidade que, esta sim, compreende essa limitação e que não consegue se contentar com as falsas realidades que nutrem o universo das pessoas comuns. Parece que essas pessoas sentem a necessidade de forjar por si mesmas uma imagem de "alguma coisa" ou do "nada" que se encontra no outro lado de suas linhas telegráficas: uma certa "concepção do ser" e uma certa teoria do "conhecimento". Elas são ATORMENTADAS pelo Incognoscível, queimam de desejo de conhecer o princípio primeiro, almejam agarrar aquilo que se esconde atrás do sombrio espetáculo das coisas. Quando alguém possui esse temperamento, é ávido de conhecer a realidade e deve satisfazer essa fome da melhor forma possível, enganando-a, sem contudo jamais poder saciá-la. — Evelyn Underhill