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segunda-feira, 25 de junho de 2012

É natural o amor pelos Mestres?

Interrogante: Não é natural amar os Mestres, sabendo instintivamente, sem analisar, que sua resposta vivifica nosso amor, por que somos um? Isto não é um esforço para expandir, pois o amor é a própria vida?

Krishnamurti: Há dois tipos de gurus, mestres ou instrutores: aqueles com quem o aluno está diretamente em contato neste plano da existência e aqueles com quem o aluno supõe estar em contato indiretamente. O instrutor com o qual o aluno está em contato diretamente, fisicamente, observa o aluno enquanto o ajuda e guia. Isto é bastante exaustivo e difícil para o aluno. Ora, os “Mestres” não estão em contato direto, físico, com o aluno, exceto, aparentemente, com aqueles que proclamam ser seus intermediários. Nestas relações mutuas, que tem suas próprias recompensas e ansiedades, a mente pode enganar-se ilimitadamente.

Ora, o interrogante quer saber se o nosso amor por um Mestre não vivifica o nosso amor? Por que você procura um Mestre para amar, quando você não sabe como amar seres humanos? Por que você reclama unidade com os Mestres, e não com os seres humanos? Amar um ideal, um Mestre, um Deus, um Estado, é mais fácil, não é verdade? Pois eles podem ser criados como nós imaginamos, de acordo com as nossas esperanças, temores e ilusões. É mais conveniente, se bem que talvez exigente, de outro modo, ter um ideal, uma longínqua imagem para amar, pois entre ela e nós não pode haver nenhuma reação pessoal desagradável, que causa tanto sofrimento nas relações mutuas humanas. Tal amor não é amor, mas uma criação intelectual chamada amor. Não estando diretamente em contato com um Mestre precisamos depender de um intermediário, ou de nossa chamada intuição. A dependência de um intermediário destrói a compreensão e o amor e, além disso, condiciona a mente; e a chamada intuição tem seus graves perigos, pois ela pode ser somente um desejo auto-enganador.

Mas, por que desejais depender de um mediador ou de uma intuição? Para aprender a não ser ganancioso, para não ter má vontade, para ser compassivo? Por que precisamos olhar para um ideal distante quando a compreensão e o amor podem ser despertados somente através das relações humanas? Quando amamos a outrem, nossa paixão, nosso amor possessivo e os ciúmes despertados; encontramos tristeza e conflito nestas relações mutuas, e porque não podemos resolver este mal aqui, tentamos fugir dele.

Porque não sabemos como amar seres humanos, amamos Mestres, ideais, Deuses. Todavia, vocês poderiam dizer que amar um Mestre é também amar a humanidade, amar o mais alto é também amar o inferior. Mas isto em geral também não acontece. Isto não é esquisito, complicado e artificial? Se não podemos amar outrem sem possessividade, sem constante conflito e dor, com o que estamos familiarizados, se não compreendemos isto, como podemos esperar compreender e amar alguma coisa mais, especialmente quando nesse algo há uma grande possibilidade de auto-decepção? Onde deve começar o amor, com Deuses, Mestres e ideais, ou com seres humanos? Como pode haver amor quando nos orgulhamos dos nossos preconceitos individuais, antagonismos raciais, ódios nacionais, e conflitos econômicos? Como podemos amar outrem quando estamos interessados principalmente na nossa própria segurança, no nosso próprio crescimento, com o nosso próprio bem-estar? Este chamado amor a ideais, Mestres, Deuses, é romântico e falso; penso que vocês não vêem a brutalidade disso. A adoração de Mestres, ideais, é idolatria e destrói a compreensão e o amor.

Amar e compreender não são produtos do intelecto. O amor não é para ser dividido artificialmente em amor a Deus e amor ao homem. O amor assim dividido, não é mais amor. Ame completamente, inteiramente, sem pensar no eu, e, por esse meio, liberte-se verdadeiramente do temor que necessita de várias formas de fuga e de esquecimento.

Krishnamurti - Do livro: Palestras por Krishnamurti em Ojai e Saróbia - 1940 - ICK
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"Quando você compreende, quando chega a saber,
então traz toda a beleza do passado de volta
e dá a esse passado o renascimento, renova-o,
de forma que todos os que o conheceram
possam estar de novo sobre a terra
e viajar por aqui, e ajudar as pessoas." (Tilopa)



"Nos momentos tranqüilos da meditação, a vontade de DEUS pode tornar-se evidente para nós. Acalmar a mente, através da meditação, traz uma paz interior que nos põe em contato com DEUS dentro de nós. Uma premissa básica da meditação, é que é difícil, senão impossível, alcançar um contato consciente, à não ser que a mente esteja sossegada. Para que haja um progresso, a comum sucessão ininterrupta de pensamentos tem de parar. Por isso, a nossa prática preliminar será sossegar a mente e deixar os pensamentos que brotam morrerem de morte natural. Deixamos nossos pensamentos para trás, à medida que a meditação do Décimo Primeiro Passo se torna uma realidade para nós. O equilíbrio emocional é um dos primeiros resultados da meditação, e a nossa experiência confirma isso." (11º Passo de NA)


"O Eu Superior pode usar algum evento, alguma pessoa ou algum livro como seu mensageiro. Pode fazer qualquer circunstância nova agir da mesma forma, mas o indivíduo deve ter a capacidade de reconhecer o que está acontecendo e ter a disposição para receber a mensagem". (Paul Brunton)



Observe Krishnamurti, em conversa com David Bohn, apontando para um "processo", um "caminho de transformação", descrevendo suas etapas até o estado de prontificação e a necessária base emocional para a manifestação da Visão Intuitiva, ou como dizemos no paradigma, a Retomada da Perene Consciência Amorosa Integrativa...


Krishnamurti: Estávamos discutindo o que significa para o cérebro não ter movimento. Quando um ser humano ESTEVE SEGUINDO O CAMINHO DA TRANSFORMAÇÃO, e PASSOU por TUDO isso, e esse SENTIDO DE VAZIO, SILÊNCIO E ENERGIA, ele ABANDONOU QUASE TUDO e CHEGOU AO PONTO, à BASE. Como, então, essa VISÃO INTUITIVA afeta a sua vida diária? Qual é o seu relacionamento com a sociedade? Como ele age em relação à guerra, e ao mundo todo — um mundo em que está realmente vivendo e lutando na escuridão? Qual a sua ação? Eu diria, como concordamos no outro dia, que ele é o não-movimento.

David Bohn: Sim, dissemos que a base era movimento SEM DIVISÃO.

K: Sem divisão. Sim, correto. (Capítulo 8 do livro, A ELIMINAÇÃO DO TEMPO PSICOLÓGICO)


A IMPORTÂNCIA DA RENDIÇÃO DIANTE DA MENTE ADQUIRIDA
Até praticar a rendição, a dimensão espiritual de você é algo sobre o que você lê, de que fala, com que fica entusiasmado, tema para escrita de livros, motivo de pensamento, algo em que acredita... ou não, seja qual for o caso. Não faz diferença. Só quando você se render é que a dimensão espiritual se tornará uma realidade viva na sua vida. Quando o fizer, a energia que você emana e que então governa a sua vida é de uma frequência vibratória muito superior à da energia mental que ainda comanda o nosso mundo. Através da rendição, a energia espiritual entra neste mundo. Não gera sofrimento para você, para os outros seres humanos, nem para qualquer forma de vida no planeta. (Eckhart Tolle em , A Prática do Poder do Agora, pág. 118)


O IMPOPULAR DRAMA OUTSIDER — O encontro direto com a Verdade absoluta parece, então, impossível para uma consciência humana comum, não mística. Não podemos conhecer a realidade ou mesmo provar a existência do mais simples objeto, embora isto seja uma limitação que poucas pessoas compreendem realmente e que muitas até negariam. Mas há entre os seres humanos um tipo de personalidade que, esta sim, compreende essa limitação e que não consegue se contentar com as falsas realidades que nutrem o universo das pessoas comuns. Parece que essas pessoas sentem a necessidade de forjar por si mesmas uma imagem de "alguma coisa" ou do "nada" que se encontra no outro lado de suas linhas telegráficas: uma certa "concepção do ser" e uma certa teoria do "conhecimento". Elas são ATORMENTADAS pelo Incognoscível, queimam de desejo de conhecer o princípio primeiro, almejam agarrar aquilo que se esconde atrás do sombrio espetáculo das coisas. Quando alguém possui esse temperamento, é ávido de conhecer a realidade e deve satisfazer essa fome da melhor forma possível, enganando-a, sem contudo jamais poder saciá-la. — Evelyn Underhill