"Prossegue na investigação "Quem sou eu?" perseverantemente. Analisa toda a tua personalidade. Procura descobrir onde começa o pensamento eu. Continua as meditações. Fixa tua atenção no eu íntimo. Um dia a roda do pensamento vai parar e a intuição surgirá misteriosamente. Obedece a essa intuição e deixa o pensamento parar, e a intuição te guiará para a meta." Dos ensinamentos de Maharshi "Se a Suprema Verdade não é conhecida, o estudo das Escrituras é estéril, e, quando a Suprema Verdade é compreendida, o estudo das Escrituras se torna inútil". — De Shri Shankaracharya
A maior parte das pessoas neste mundo não têm fé nos valores espirituais. Para elas, a mente é tudo, e esta as leva a inúmeras reflexões e especulações. Alguns se dizem céticos e ainda outros se orgulham de ser puros materialistas. A Verdade é velada pela nossa própria ignorância e nós não a buscamos com suficiente insistência. Tendo exercitado nosso intelecto até certo limite, pensamos não haver esperança para investigações e descobertas mais amplas. Essa atitude da mente é o resultado do estudo de sistemas de filósofos ocidentais, que, do ponto de vista oriental, é estéril, e não nos conduz a nada, além de especulações e simples conjecturas sobre a Verdade. Mas a filosofia oriental, especialmente o modo de pensar indiano, dá alguma esperança real ao aspirante sério, na vereda da busca da Verdade. Quase todos os pensadores antigos, santos e sábios, indicaram o caminho prático e seguro, e, ao segui-lo, podemos estar livres de toda a dúvida e incerteza e compreender o sentido e a razão de ser da vida. Seu método de busca da Verdade é deveras científico. Eles não dogmatizam nem exigem credulidade em vez de fé. Apontam, simplesmente, o caminho e estabelecem certas condições definidas para alcançá-lo.
O sucesso final nesse caminho depende unicamente do próprio esforço do aspirante e da auto-investigação. A primeira condição é o desejo sério, a sede insaciável de beber a água da vida. Em resposta a uma pergunta sobre os requisitos para a qualificação de um discípulo, declarou Sri Ramana Maharshi, certa vez: "Ele deve ter o intenso e incessante anseio de libertar-se das misérias da vida e de obter suprema beatitude espiritual: não eve ter o menor desejo por outra coisa".
Mouni Sahu em, Dias de Grande Paz