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quarta-feira, 3 de janeiro de 2018

Há uma energia infinita, sem princípio nem fim?


Há uma energia infinita, sem princípio nem fim? Há uma energia mecânica, que sempre tem uma causa? Há uma energia no relacionamento? Eu gostaria de descobrir. O que é o MOMENTUM, a força que está por trás de toda a nossa ação? É mecânica? Ou é energia, uma força, um direcionamento, um impulso que não causa nenhum atrito?...

O que é o MOMENTUM que está por trás de qualquer desejo? Qual é a energia que me faz desejar? O que está por trás do fato de eu estar aqui? Eu vim até aqui para descobrir sobre o que o senhor está falando, sobre o que está sendo discutido aqui. O desejo é descobrir algo diferente do meu fluxo de pensamento costumeiro. Então o que é isso? Isso é desejo? Agora, o que está por trás do desejo que me fez vir até aqui? É o meu sofrimento? É o meu prazer? É o fato de eu querer aprender mais? Juntando todas essas coisas, o que é que está por trás disso?... Vir a ser? O que está por trás do vir a ser?...

Recompensa e castigo. Penso que estes são os impulsos básicos, rotineiros, comuns... Simplesmente o que é satisfatório e o que não é satisfatório... O que é satisfatório eu chamo de "recompensa"; o que não é satisfatório eu chamo de "castigo"...

Estamos perguntando o que é que está impelindo alguém a seguir na direção da recompensa e do castigo. Qual é a energia, qual o MOMENTUM, qual a força, qual o volume de energia que nos está levando a fazer isso ou a evitar aquilo? É essa a pergunta? Poderia ser satisfação, deleite, prazer? Isso é muito simples não é? A fome existe, dão-lhe comida e você fica satisfeito. Mas a mesma coisa recomeça e nunca termina. Busco uma satisfação após outra, e isso é interminável. É porque essa energia, esse impulso de ser satisfeito, é tanto biológico como psicológico? Estou com fome e, psicologicamente, me sinto sozinho. Há o sentimento de vazio, há um sentimento de carência. Portanto, volto-me para Deus, para a Igreja, para os gurus. Fisiologicamente, a carência se satisfaz com muita facilidade. PSICOLOGICAMENTE, ELA NUNCA SE SATISFAZ... Há uma carência continua... Quanto mais inteligente eu sou, mais atento eu estou, MAIS INSATISFAÇÃO EXISTE.Então, o que acontece?...

Eu não conheço a matriz, não conheço o "eu". Tudo o que estou salientando é o fator de que há uma carência fisiológica que entrou no campo da psicológica, e isso prossegue interminavelmente... Carência. Guarde essa palavra... O cérebro está buscando satisfação. Porque ele precisa de estabilidade; precisa de segurança. Portanto, ele diz: "Eu descobrirei isso. Pensei ter encontrado a satisfação, mas não há nenhuma satisfação nisto. Tenho de encontrar satisfação e segurança naquilo e, novamente, não a encontro". E ele prossegue incessantemente. Assim acontece na vida cotidiana. Vou de guru em guru ou de teoria em teoria, de conclusão em conclusão...

Preste atenção a si mesmo. É muito simples. Você está procurando satisfação. Todo mundo está. Se você é pobre, quer ser rico. Se vê alguém mais rico do que você, você quer isso; alguém mais bonito, você quer isso, e assim por diante. Nós buscamos a satisfação contínua... Pense bem. Não é o movimento todo, a energia, um impulso para encontrar satisfação, recompensa?...

Todo o MOMENTUM de busca de satisfação é captado pelo "eu"... Assim, o MOMENTUM é o desejo que deve ser satisfeito...

Posso perguntar: Porque o "eu" existe?... Eu quero questionar se o "eu" existe de alguma forma. Ele pode ser totalmente verbal, não-factual. Trata-se apenas de uma palavra que se tornou tremendamente importante, e não de um fato...

Todo o MOMENTUM, esse grande rio, está no cérebro. Além do mais, o cérebro existe, e por que razão deveria haver o "eu" nele?... Ele existe apenas verbalmente... Quando o senhor está consciente do "eu"?... Quando você experimenta, no momento de experimentar alguma coisa, não há "eu"... No momento da crise, não há "eu". Então, mais tarde, vem o pensamento que diz: "Isso foi excitante, foi prazeroso" — esse pensamento cria o "eu" que diz: "Gostei". Certo? No momento da crise não há "eu". Pergunto: "É possível viver nessa frequência o tempo todo?" Se você não vive dessa forma, você tem todos os tipos de outras atividades que destruirão isso... No momento em que o pensamento surge, ele causa uma fragmentação de energia. O pensamento é fragmentário. Assim, quando o pensamento entra, há uma dissipação da energia.

Eu acho que a estrutura do "eu" é extraordinariamente simples. O que é muito mais interessante, muito mais instigante, é que, sempre que o pensamento surge, tem início uma dissipação de energia. Portanto, eu digo para mim mesmo: É possível viver nessa frequência?" No momento em que o "eu" surge, há dissipação. Se você abandonasse o "eu" e eu deixasse de fora o "eu", então teríamos um relacionamento correto.

Pense bem nisso, senhor. No momento em que tem uma crise, não há passado nem presente; só existe aquele momento. O tempo não existe nessa crise. No momento em que se considera o tempo, começa a dissipação de energia...

Veja, holístico subentende uma mente e um corpo muito sadios, uma capacidade de pensar com clareza, e também significa santo, sagrado. Tudo isso está subentendido na palavra "holístico". Ora, eu estou perguntando: "Há uma energia que nunca é dissipada, da qual você quer se afastar?" Há dissipação quando ela não é holística. Uma forma holística de vida é aquela em que não há dissipação de energia. Uma forma não-holística de viver é aquela em que há dissipação de energia...

Nossas células cerebrais, agora, contêm o passado, a memória, a experiência, o conhecimento de milênios, e essas células não são holísticas... estão condicionadas a um tipo de vida não-holístico. O que acontece nas células do cérebro quando há uma forma holística?

Eu vou responder a essa pergunta. O cérebro holístico contém o passado e, portanto, o passado pode ser usado holisticamente? Como ele é o todo, ele contém a parte, mas a parte não pode conter o todo. Portanto, quando a parte é que está atuando, há dissipação de energia.

Temos de admitir que conhecemos apenas o tipo de vida não holístico. Esse é o fato, o de que não vivemos holisticamente, mas fragmentariamente. Essa é a nossa vida real, e ela é um desperdício de energia. Vemos também que há contradição, há luta. Tudo isso é um desperdício de energia. Agora, estamos perguntado: "Há uma forma de vida que não seja um desperdício de energia?"

Vivemos um tipo de vida não-holístico, uma vida fragmentada, uma vida inútil. Você entende o que quero dizer por inútil: dizendo milhões de coisas, fazendo sempre algo mais, uma vida contraditória, comparativa, imitativa, conformista, permeada de momentos de silêncio. Um tipo de vida fragmentada, uma forma não-holística: isso é tudo o que conhecemos. Alguém, então, pergunta: Existe uma energia que não seja desperdiçada? E, com essa pergunta, vamos investigar para ver se é possível acabar com essa forma de vida...

Todos têm uma via não-holística, que é um desgaste constate de energia, um desperdício de energia. O cérebro está condicionado a isso. Todos realmente percebemos. Então, pergunta-se: É possível viver uma vida que não seja essa? Correto?

Esse sopro de realidade que por vezes experimentamos nunca pode ser a totalidade, porque ele vai e vem. Qualquer coisa que vai e vem requer tempo. O tempo requer um tipo de vida fragmentada. Portanto, ela não é inteira. Olhe, nós temos uma vida não-holística. O cérebro está condicionado a ela. Ocasionalmente, posso ter um instinto de liberdade, mas esse instinto de liberdade ainda está dentro do domínio do tempo. Portanto, esse instinto é ainda um fragmento. Pois bem, pode o cérebro que está condicionado a isso, a uma forma de vida não-holística, pode esse cérebro se transformar tão completamente a ponto de não viver mais nessa forma de condicionamento?... É possível mudar tudo isso?... Isso pode ser transformado? Não no sentido de mais satisfação. ESSA ESTRUTURA PODE ACABAR CONSIGO MESMA? Não por imposição de algo superior, QUE SERIA APENAS MAIS UM TRUQUE. Eu afirmo que, se você for capaz de observar sem o observador, o cérebro pode se transformar. Isso é meditação. Senhor, a essência é o todo. Na fragmentação, não há essência de nada.

Krishnamurti
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"Quando você compreende, quando chega a saber,
então traz toda a beleza do passado de volta
e dá a esse passado o renascimento, renova-o,
de forma que todos os que o conheceram
possam estar de novo sobre a terra
e viajar por aqui, e ajudar as pessoas." (Tilopa)



"Nos momentos tranqüilos da meditação, a vontade de DEUS pode tornar-se evidente para nós. Acalmar a mente, através da meditação, traz uma paz interior que nos põe em contato com DEUS dentro de nós. Uma premissa básica da meditação, é que é difícil, senão impossível, alcançar um contato consciente, à não ser que a mente esteja sossegada. Para que haja um progresso, a comum sucessão ininterrupta de pensamentos tem de parar. Por isso, a nossa prática preliminar será sossegar a mente e deixar os pensamentos que brotam morrerem de morte natural. Deixamos nossos pensamentos para trás, à medida que a meditação do Décimo Primeiro Passo se torna uma realidade para nós. O equilíbrio emocional é um dos primeiros resultados da meditação, e a nossa experiência confirma isso." (11º Passo de NA)


"O Eu Superior pode usar algum evento, alguma pessoa ou algum livro como seu mensageiro. Pode fazer qualquer circunstância nova agir da mesma forma, mas o indivíduo deve ter a capacidade de reconhecer o que está acontecendo e ter a disposição para receber a mensagem". (Paul Brunton)



Observe Krishnamurti, em conversa com David Bohn, apontando para um "processo", um "caminho de transformação", descrevendo suas etapas até o estado de prontificação e a necessária base emocional para a manifestação da Visão Intuitiva, ou como dizemos no paradigma, a Retomada da Perene Consciência Amorosa Integrativa...


Krishnamurti: Estávamos discutindo o que significa para o cérebro não ter movimento. Quando um ser humano ESTEVE SEGUINDO O CAMINHO DA TRANSFORMAÇÃO, e PASSOU por TUDO isso, e esse SENTIDO DE VAZIO, SILÊNCIO E ENERGIA, ele ABANDONOU QUASE TUDO e CHEGOU AO PONTO, à BASE. Como, então, essa VISÃO INTUITIVA afeta a sua vida diária? Qual é o seu relacionamento com a sociedade? Como ele age em relação à guerra, e ao mundo todo — um mundo em que está realmente vivendo e lutando na escuridão? Qual a sua ação? Eu diria, como concordamos no outro dia, que ele é o não-movimento.

David Bohn: Sim, dissemos que a base era movimento SEM DIVISÃO.

K: Sem divisão. Sim, correto. (Capítulo 8 do livro, A ELIMINAÇÃO DO TEMPO PSICOLÓGICO)


A IMPORTÂNCIA DA RENDIÇÃO DIANTE DA MENTE ADQUIRIDA
Até praticar a rendição, a dimensão espiritual de você é algo sobre o que você lê, de que fala, com que fica entusiasmado, tema para escrita de livros, motivo de pensamento, algo em que acredita... ou não, seja qual for o caso. Não faz diferença. Só quando você se render é que a dimensão espiritual se tornará uma realidade viva na sua vida. Quando o fizer, a energia que você emana e que então governa a sua vida é de uma frequência vibratória muito superior à da energia mental que ainda comanda o nosso mundo. Através da rendição, a energia espiritual entra neste mundo. Não gera sofrimento para você, para os outros seres humanos, nem para qualquer forma de vida no planeta. (Eckhart Tolle em , A Prática do Poder do Agora, pág. 118)


O IMPOPULAR DRAMA OUTSIDER — O encontro direto com a Verdade absoluta parece, então, impossível para uma consciência humana comum, não mística. Não podemos conhecer a realidade ou mesmo provar a existência do mais simples objeto, embora isto seja uma limitação que poucas pessoas compreendem realmente e que muitas até negariam. Mas há entre os seres humanos um tipo de personalidade que, esta sim, compreende essa limitação e que não consegue se contentar com as falsas realidades que nutrem o universo das pessoas comuns. Parece que essas pessoas sentem a necessidade de forjar por si mesmas uma imagem de "alguma coisa" ou do "nada" que se encontra no outro lado de suas linhas telegráficas: uma certa "concepção do ser" e uma certa teoria do "conhecimento". Elas são ATORMENTADAS pelo Incognoscível, queimam de desejo de conhecer o princípio primeiro, almejam agarrar aquilo que se esconde atrás do sombrio espetáculo das coisas. Quando alguém possui esse temperamento, é ávido de conhecer a realidade e deve satisfazer essa fome da melhor forma possível, enganando-a, sem contudo jamais poder saciá-la. — Evelyn Underhill