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sábado, 7 de abril de 2018

O mecanismo do poder e da tirania


O mecanismo do poder e da tirania

PERGUNTA: Aceitais a opinião de que o comunismo é a maior das ameaças ao progresso humano? Se não, que pensais a seu respeito?

KRISHNAMURTI: Não há dúvida de que qualquer forma de tirania é um mal. Qualquer forma de poder sobre outros é coisa má — seja o modesto poder exercido por um burocrata, em pequena cidade, seja a tirania em vasta escala exercida por um grupo de pessoas que estão traçando planos para o futuro do homem, em conformidade com uma ideologia, em suposto benefício do todo. Tal poder é uma coisa má. Mas consideremos esta questão com toda a simplicidade, para vermos as dificuldades que encerra.

Uma sociedade, de toda evidência, precisa ser planejada. Mas que acontece quando se traça o plano de uma sociedade e que acontece quando se põe em execução esse plano? Torna-se necessária uma entidade administrativa investida de autoridade, para levá-lo a efeito, o que significa que uns poucos se tornam detentores do poder. E esse poder se torna um mal, quando exercido em nome de Deus, em nome da sociedade, ou em nome de uma futura Utopia. Entretanto, necessita-se de planos, porque, do contrário, a sociedade se torna caótica. Vem, assim, a existência o problema do poder conferido a uns poucos que se tornam tirânicos, cruéis, que dizem: "Prevemos o futuro e vós não o prevedes. Estamos pondo em execução um plano que irá beneficiar o homem; portanto, tendes de submeter-vos, senão vos liquidaremos". Nestas condições, é possível planejar uma sociedade em que não se exerça tirania sobre o homem? A questão é só esta. "Comunismo" é apenas um nome novo para um jogo que se vem fazendo há séculos. A Igreja Católica Romana já fez este mesmo jogo, com sua Inquisição, suas excomunhões e torturas, para salvação das almas. E várias formas de tirania se encontram na história de todas as outras religiões. Isto, portanto, não é novidade; só que agora tem um nome novo, com um novo grupo de pessoas, que pretendem prever o futuro. A tirania organizada, a tortura, a destruição, foram perpetradas no passado por sacerdotes, em nome de Deus; e são hoje perpetradas pelos ditadores e comissários, em nome do Estado ou do Partido. Nosso problema, por conseguinte, não é a palavra "comunismo" mas, sim, de saber se o homem vive para o bem da sociedade ou se a sociedade existe para o bem-estar do homem. A religião e o governo existem para educar o homem, tornando-o livre para descobrir por si mesmo o que é, verdadeiro, ensinando-o a ser bom, a ter a visão do grandioso? Ou existem para tiranizar o homem, brutalizá-lo, liquidá-lo, só porque uns poucos têm o poder de destruir?

Temos, pois, aí, uma questão muito complexa. O que tem importância não é o que vós pensais ou o que eu penso a respeito do "comunismo", porém, sim, averiguar por que razão a sociedade, comunista ou democrática, compele o homem ao conformismo, e porque o indivíduo se submete a isso. Sem dúvida, só a mente livre é capaz de investigar, e não aquela que está amarrada a um livro, uma religião organizada, uma ideologia. Uma sociedade que condiciona a mente para adorar o Estado, e uma sociedade que condiciona a mente para adorar a ideia chamada "Deus", são igualmente tirânicas.

Mas, pode existir uma sociedade que ajude efetivamente o homem, o indivíduo, a ser bom, a não ser ávido, a ser livre da inveja, da ambição? É este naturalmente o nosso maior interesse. O homem só pode ser bom quando é livre — livre, não para fazer o que entende, mas para compreender o movimento total da vida. Para isso se requer uma escola completamente diferente, uma educação completamente diferente; requerem-se pais e mestres que compreendam tudo o que a liberdade implica. De outro modo, só teremos mais tirania, e não menos, porque o Estado só quer eficiência. Precisa-se de homens eficientes, para se ter uma nação industrializada, precisa-se de homens eficientes para matar, lutar, destruir — e nisto se concentra toda a atenção dos governos atualmente existentes. E os governos se separam mais ainda dos indivíduos, pela ação das chamadas religiões. Nenhuma religião organizada ousa sacudir o jugo e dizer para o governo "Estais errado". Pelo contrário, abençoam canhões e cruzadores de batalha . Durante a última guerra apareceu um livro intitulado "God was my co-Pilot" (Deus foi meu co-piloto) de autoria de um homem que bombardeara cidades, assassinando milhares de pessoas. Naturalmente aqui em Madanapale esta questão da guerra não vos toca de perto. Mas não há dúvida de que a guerra é apenas uma expressão, uma manifestação ampliada de nossa vida de cada dia. Vivemos numa batalha sem tréguas com nós mesmos e com o nosso próximo, somos ambiciosos, queremos poder, mais prestígio, posição mais alta; e este mesmo espírito aquisitivo se manifesta no grupo e na nação. Queremos ser poderosos, para defender a nós mesmos ou para agredir a outros, e assim por diante...

Não importa, pois, o que vós pensais ou o que eu penso a respeito do comunismo ou da democracia; o que importa é descobrir como se pode libertar a mente. Porque, só a mente livre é capaz de compreender a Verdade, conhecer Deus, e sem esta compreensão a vida muito pouco significa. É a compreensão da Verdade ou Deus — a real experiência dele, não a crença nele — que tem a máxima importância, principalmente nesta hora em que o mundo se encontra em tamanha miséria e caos.

Krishnamurti, Segunda Conferência em Madanapale
19 de fevereiro de 1956, Da Solidão à Plenitude Humana


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"Quando você compreende, quando chega a saber,
então traz toda a beleza do passado de volta
e dá a esse passado o renascimento, renova-o,
de forma que todos os que o conheceram
possam estar de novo sobre a terra
e viajar por aqui, e ajudar as pessoas." (Tilopa)



"Nos momentos tranqüilos da meditação, a vontade de DEUS pode tornar-se evidente para nós. Acalmar a mente, através da meditação, traz uma paz interior que nos põe em contato com DEUS dentro de nós. Uma premissa básica da meditação, é que é difícil, senão impossível, alcançar um contato consciente, à não ser que a mente esteja sossegada. Para que haja um progresso, a comum sucessão ininterrupta de pensamentos tem de parar. Por isso, a nossa prática preliminar será sossegar a mente e deixar os pensamentos que brotam morrerem de morte natural. Deixamos nossos pensamentos para trás, à medida que a meditação do Décimo Primeiro Passo se torna uma realidade para nós. O equilíbrio emocional é um dos primeiros resultados da meditação, e a nossa experiência confirma isso." (11º Passo de NA)


"O Eu Superior pode usar algum evento, alguma pessoa ou algum livro como seu mensageiro. Pode fazer qualquer circunstância nova agir da mesma forma, mas o indivíduo deve ter a capacidade de reconhecer o que está acontecendo e ter a disposição para receber a mensagem". (Paul Brunton)



Observe Krishnamurti, em conversa com David Bohn, apontando para um "processo", um "caminho de transformação", descrevendo suas etapas até o estado de prontificação e a necessária base emocional para a manifestação da Visão Intuitiva, ou como dizemos no paradigma, a Retomada da Perene Consciência Amorosa Integrativa...


Krishnamurti: Estávamos discutindo o que significa para o cérebro não ter movimento. Quando um ser humano ESTEVE SEGUINDO O CAMINHO DA TRANSFORMAÇÃO, e PASSOU por TUDO isso, e esse SENTIDO DE VAZIO, SILÊNCIO E ENERGIA, ele ABANDONOU QUASE TUDO e CHEGOU AO PONTO, à BASE. Como, então, essa VISÃO INTUITIVA afeta a sua vida diária? Qual é o seu relacionamento com a sociedade? Como ele age em relação à guerra, e ao mundo todo — um mundo em que está realmente vivendo e lutando na escuridão? Qual a sua ação? Eu diria, como concordamos no outro dia, que ele é o não-movimento.

David Bohn: Sim, dissemos que a base era movimento SEM DIVISÃO.

K: Sem divisão. Sim, correto. (Capítulo 8 do livro, A ELIMINAÇÃO DO TEMPO PSICOLÓGICO)


A IMPORTÂNCIA DA RENDIÇÃO DIANTE DA MENTE ADQUIRIDA
Até praticar a rendição, a dimensão espiritual de você é algo sobre o que você lê, de que fala, com que fica entusiasmado, tema para escrita de livros, motivo de pensamento, algo em que acredita... ou não, seja qual for o caso. Não faz diferença. Só quando você se render é que a dimensão espiritual se tornará uma realidade viva na sua vida. Quando o fizer, a energia que você emana e que então governa a sua vida é de uma frequência vibratória muito superior à da energia mental que ainda comanda o nosso mundo. Através da rendição, a energia espiritual entra neste mundo. Não gera sofrimento para você, para os outros seres humanos, nem para qualquer forma de vida no planeta. (Eckhart Tolle em , A Prática do Poder do Agora, pág. 118)


O IMPOPULAR DRAMA OUTSIDER — O encontro direto com a Verdade absoluta parece, então, impossível para uma consciência humana comum, não mística. Não podemos conhecer a realidade ou mesmo provar a existência do mais simples objeto, embora isto seja uma limitação que poucas pessoas compreendem realmente e que muitas até negariam. Mas há entre os seres humanos um tipo de personalidade que, esta sim, compreende essa limitação e que não consegue se contentar com as falsas realidades que nutrem o universo das pessoas comuns. Parece que essas pessoas sentem a necessidade de forjar por si mesmas uma imagem de "alguma coisa" ou do "nada" que se encontra no outro lado de suas linhas telegráficas: uma certa "concepção do ser" e uma certa teoria do "conhecimento". Elas são ATORMENTADAS pelo Incognoscível, queimam de desejo de conhecer o princípio primeiro, almejam agarrar aquilo que se esconde atrás do sombrio espetáculo das coisas. Quando alguém possui esse temperamento, é ávido de conhecer a realidade e deve satisfazer essa fome da melhor forma possível, enganando-a, sem contudo jamais poder saciá-la. — Evelyn Underhill