sexta-feira, 3 de outubro de 2014
A arte de viver não se encontra em livros e em gurus
sábado, 2 de fevereiro de 2013
Sobre a realidade do estado de total tranquilidade
Se nenhum conflito tenho, terei a meu dispor uma extraordinária carga de energia. Isto é um fato, não? A maior parte de nossa energia se dissipa no conflito, na incessante batalha que travamos dentro de nós e com os nossos semelhantes. Se esse conflito termina, que acontece com essa energia enormemente acreescentada? Obviamente, isso a pessoa descobrirá por si própria, quando o conflito terminar — se isso alguma vez acontecer.
Ora, que se entende por energia? Conhecemos a energia gerada pelo conflito. Um homem ambicioso impele a si próprio, luta tenazmente para atingir o seu alvo, e isso gera uma certa qualidade de energia, dureza; todos sabeis o que a ambição implica. Mas, quando a ambição cessa totalmente — o que não representa um estado de apatia ou indiferença — existe uma energia que nada tem em comum com a energia própria do conflito. A energia do conflito, da competição, do ódio, não pode evidentemente comparar-se à energia da afeição; porque a afeição ou o amor não é o oposto do ódio. Quando existe a abundante energia oriunda da libertação de todo o conflito, a pessoa poderá continuar a exercer o seu emprego ou a atender a seus negócios; ou poderá despender essa energia de maneira totalmente diferente.
Deixe-me dizer-vos uma coisa. Em geral, somos insensíveis; ou somos sensíveis à beleza e lutamos para repelir a fealdade. Mas, se não há conflito entre o belo e o feio, se há simplesmente o estado de sensibilidade — e issso é também uma expressão de energia — então, tudo se torna vivo. Cada côr é uma cor ardente, intensa, e não simplesmente vermelho, azul ou branco. Cada pensamento, cada sentimento se consome inteiramente nessa chama. E se essa energia não for emparelhada a uma dada exigência — minha mulher, minha casa, meus filhos, meu emprego, minha pátria, minha crença — ela é então, tranquilidade total. Nessa tranquilidade há um movimento tremendo, mas não de um ponto para outro. É um movimento não realcionado com o tempo; e isso, no meu sentir, é criação, é Deus, ou o nome que preferirdes. Mas, para que se torne existente a tranquilidade completa, toda espécie de luta, de conflito, de desejo de “vir-a-ser algo”, toda exigência de mais experiência — tudo deve cessar.
Mas, que bem faço ao falar a esse respeito? Vejam, para mim, o que estou dizendo não é especulativo; mas se vos falo de uma coisa que não conheceis, ela naturalmente se torna para vós especulativa e, portanto, irreal.
Krishnamurti — 10 de junho de 1962
então traz toda a beleza do passado de volta
e dá a esse passado o renascimento, renova-o,
de forma que todos os que o conheceram
possam estar de novo sobre a terra
e viajar por aqui, e ajudar as pessoas." (Tilopa)
"Nos momentos tranqüilos da meditação, a vontade de DEUS pode tornar-se evidente para nós. Acalmar a mente, através da meditação, traz uma paz interior que nos põe em contato com DEUS dentro de nós. Uma premissa básica da meditação, é que é difícil, senão impossível, alcançar um contato consciente, à não ser que a mente esteja sossegada. Para que haja um progresso, a comum sucessão ininterrupta de pensamentos tem de parar. Por isso, a nossa prática preliminar será sossegar a mente e deixar os pensamentos que brotam morrerem de morte natural. Deixamos nossos pensamentos para trás, à medida que a meditação do Décimo Primeiro Passo se torna uma realidade para nós. O equilíbrio emocional é um dos primeiros resultados da meditação, e a nossa experiência confirma isso." (11º Passo de NA)
"O Eu Superior pode usar algum evento, alguma pessoa ou algum livro como seu mensageiro. Pode fazer qualquer circunstância nova agir da mesma forma, mas o indivíduo deve ter a capacidade de reconhecer o que está acontecendo e ter a disposição para receber a mensagem". (Paul Brunton)
Observe Krishnamurti, em conversa com David Bohn, apontando para um "processo", um "caminho de transformação", descrevendo suas etapas até o estado de prontificação e a necessária base emocional para a manifestação da Visão Intuitiva, ou como dizemos no paradigma, a Retomada da Perene Consciência Amorosa Integrativa...
Krishnamurti: Estávamos discutindo o que significa para o cérebro não ter movimento. Quando um ser humano ESTEVE SEGUINDO O CAMINHO DA TRANSFORMAÇÃO, e PASSOU por TUDO isso, e esse SENTIDO DE VAZIO, SILÊNCIO E ENERGIA, ele ABANDONOU QUASE TUDO e CHEGOU AO PONTO, à BASE. Como, então, essa VISÃO INTUITIVA afeta a sua vida diária? Qual é o seu relacionamento com a sociedade? Como ele age em relação à guerra, e ao mundo todo — um mundo em que está realmente vivendo e lutando na escuridão? Qual a sua ação? Eu diria, como concordamos no outro dia, que ele é o não-movimento.
David Bohn: Sim, dissemos que a base era movimento SEM DIVISÃO.
K: Sem divisão. Sim, correto. (Capítulo 8 do livro, A ELIMINAÇÃO DO TEMPO PSICOLÓGICO)
A IMPORTÂNCIA DA RENDIÇÃO DIANTE DA MENTE ADQUIRIDA
Até praticar a rendição, a dimensão espiritual de você é algo sobre o que você lê, de que fala, com que fica entusiasmado, tema para escrita de livros, motivo de pensamento, algo em que acredita... ou não, seja qual for o caso. Não faz diferença. Só quando você se render é que a dimensão espiritual se tornará uma realidade viva na sua vida. Quando o fizer, a energia que você emana e que então governa a sua vida é de uma frequência vibratória muito superior à da energia mental que ainda comanda o nosso mundo. Através da rendição, a energia espiritual entra neste mundo. Não gera sofrimento para você, para os outros seres humanos, nem para qualquer forma de vida no planeta. (Eckhart Tolle em , A Prática do Poder do Agora, pág. 118)