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terça-feira, 13 de agosto de 2013

A busca de segurança impede o despertar da inteligência

Interrogante: Todos nós, os teosofistas, estamos fundamentalmente interessados na Verdade e no Amor, tanto como você está. Você não podia ter ficado na nossa Sociedade, ajudando-nos, em vez de se separar de nós e fazer-nos acusações?

Krishnamurti: Em primeiro lugar, muitos de vocês estão achando isso divertido; outros estão um tanto quanto agitados, outros apreensivos. Não o estão sentido? Vamos investigar.

Fundamentalmente, estamos, vocês e eu, procurando a mesma coisa? Pode-se procurar a Verdade no seio de uma organização qualquer? Vocês podem colocar um rótulo em vocês, e procurar a verdade? Podem ser hinduístas e dizer: "Estou procurando a verdade?" Porque, então, o que estão procurando não é a Verdade, mas a confirmação de uma crença. Podem pertencer a qualquer a qualquer organização, a qualquer grupo espiritual, e procurar a Verdade? Pode-se achar a Verdade coletivamente? Conhecem o amor, quando acreditam? Não sabem que quando acreditam fortemente em alguma coisa e eu acredito no contrário, não existe amor entre nós? Quando acreditam em certos princípios hierárquicos e em certas autoridades, e eu não creio, pensam que existe comunhão entre nós? Quando toda a estrutura de pensar de vocês é o futuro, o vir-a-ser por meio da virtude, quando vão ser alguém no futuro, quando o processo do pensar de vocês está baseado na autoridade e em princípios hierárquicos, pensam que existe amor entre nós? Vocês podem se servir de mim, por conveniência, e eu servir-me de vocês, por conveniência. Mas isso não é amor. Vejamos com clareza. Não se agitem a respeito destas questões. Não as compreenderão, se se agitarem por causa delas.

Para descobrir se realmente estão em busca da Verdade e do amor, devem investigar, não acham? Se investigassem, se descobrissem, interiormente, e, portanto, agissem, exteriormente, o que aconteceria? Ficariam fora da sociedade (da vossa sociedade Teosófica) não é verdade? Se duvidassem de suas crenças, não estariam de fora? — Enquanto houver sociedades e organizações, — as chamadas organizações espirituais com "direitos adquiridos", na propriedade, na crença, no saber — as pessoas a elas pertencentes, evidentemente não estão em busca da verdade. Podem dizer que estão. Cabe-lhes, pois, averiguar se estamos, fundamentalmente, buscando a mesma coisa. Vocês podem ver a verdade por intermédio de um Mestre, por intermédio de guru? Pensem bem nisso, senhores. É problema de vocês. Pode-se descobrir a verdade através do tempo, no vir-a-ser alguma coisa? Pode-se descobrir a verdade por intermédio do Mestre, do discípulo, do guru? Que podem eles dizer-lhes, fundamentalmente? Só podem aconselhar-lhes a dissolver o "eu". Estão fazendo isso? Se não estão, então, evidentemente, não estão procurando a verdade. Não sou eu que estou dizendo-lhes que não estão procurando a verdade, mas p fato é que se dizem: "Vou ser alguém", se ocupam uma posição de autoridade espiritual, não podem estar em busca da verdade. Sou muito claro, a respeito desses assuntos e não estou procurando persuadir-lhes a aceitar ou rejeitar — o que seria estupidez. Não posso fazer-lhes acusações, como diz o interrogante. Apesar de me ouvirem há vinte anos, continuam com suas crenças; porque é uma coisa muito reconfortante sabermos que temos quem cuide de nós, que temos mensageiros especiais para o futuro, que irão ser algo belo, agora, no final dos tempos. Assim continuarão, porque possuem os seus "direitos adquiridos, suas propriedades, seus empregos, crenças e conhecimentos. Não duvidam deles. A mesma coisa acontece no mundo inteiro. Não é só este ou aquele grupo de indivíduos, mas todos os grupos — católicos, protestantes, comunistas, capitalistas — se encontram nas mesmas condições. Todos têm os seus direitos adquiridos. O homem que é verdadeiramente revolucionário, que interiormente está percebendo a verdade sobre todas essas coisas, esse homem achará a Verdade. Saberá o que é o amor, não numa data futura, porque isso nenhum valor tem. Quando um homem tem fome, quer comer agora e não amanhã. Mas vocês possuem cômodas teorias, sobre o tempo, sobre o correr do tempo, a que estão presos. Por conseguinte, onde está a ligação, onde está a relação entre vocês e eu, ou entre vocês e aquilo que estão tentando descobrir? E, no entanto, todos falam de amor, de fraternidade, e tudo o que fazem é o contrário. É um fato evidente, senhores, que no momento em que há organização, há necessariamente intrigas para a conquista de postos, de autoridade; conhecem bem isso.

Assim, o necessário não é que eu lhes acuse ou que vocês me acusem e me expulsem. O problema não é este. É claro que precisam repelir um homem que lhes diz que aquilo que acreditam, o que fazem é errado; ou, interiormente, deveriam fazer, porque eu digo que me oponho àquilo que desejam. Se realmente desejam procurar, se realmente desejam achar a Verdade e o amor, deve haver unidade de propósitos, abandono completo de todos os seus direitos adquiridos; o que significa que devem ficar interiormente vazios, pobres, sem estar buscando, sem estar conquistando posições de autoridade, como expoentes ou portadores de mensagens dos Mestres. Precisam estar despojados de tudo. Como, entretanto, não desejam isso, naturalmente adquirem rótulos, crenças e várias formas de segurança. Senhores, não rejeitem o que digo; averiguem se de fato estão — como dizem — fundamentalmente em busca da Verdade. Tenho minhas dúvidas. Duvido, realmente, quando lhes ouço dizer "estou em busca da Verdade". Não podem procurar a Verdade, porque a busca de vocês é uma projeção de si mesmos, de seus próprios desejos; o "experimentar" de vocês dessa projeção é uma experiência que desejam. Mas quando não estão buscando, quando a mente se acha quieta e serena, sem nenhum desejo, nenhum motivo, nenhuma compulsão, verão então que vem o êxtase. Para que o êxtase venha, precisam estar despojados de tudo, vazios, sós. A maioria das pessoas ingressa em tais organizações porque são gregárias, porque elas são grêmios e o ingressar em grêmios tem suas vantagens, socialmente falando. Pensam que irão achar a Verdade, enquanto estão em busca de conforto, de satisfação, de segurança social? Não, senhores; devem ficar sós, sem arrimo algum, sem amigos, sem guru, sem esperança, interiormente despidos tudo, vazios. Só então, assim como se pode encher uma taça vazia, pode o vazio interior encher-se com aquilo que é eterno.


Jiddu Krishnamurti — 20 de janeiro de 1952 – Quando o pensamento cessa
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"Quando você compreende, quando chega a saber,
então traz toda a beleza do passado de volta
e dá a esse passado o renascimento, renova-o,
de forma que todos os que o conheceram
possam estar de novo sobre a terra
e viajar por aqui, e ajudar as pessoas." (Tilopa)



"Nos momentos tranqüilos da meditação, a vontade de DEUS pode tornar-se evidente para nós. Acalmar a mente, através da meditação, traz uma paz interior que nos põe em contato com DEUS dentro de nós. Uma premissa básica da meditação, é que é difícil, senão impossível, alcançar um contato consciente, à não ser que a mente esteja sossegada. Para que haja um progresso, a comum sucessão ininterrupta de pensamentos tem de parar. Por isso, a nossa prática preliminar será sossegar a mente e deixar os pensamentos que brotam morrerem de morte natural. Deixamos nossos pensamentos para trás, à medida que a meditação do Décimo Primeiro Passo se torna uma realidade para nós. O equilíbrio emocional é um dos primeiros resultados da meditação, e a nossa experiência confirma isso." (11º Passo de NA)


"O Eu Superior pode usar algum evento, alguma pessoa ou algum livro como seu mensageiro. Pode fazer qualquer circunstância nova agir da mesma forma, mas o indivíduo deve ter a capacidade de reconhecer o que está acontecendo e ter a disposição para receber a mensagem". (Paul Brunton)



Observe Krishnamurti, em conversa com David Bohn, apontando para um "processo", um "caminho de transformação", descrevendo suas etapas até o estado de prontificação e a necessária base emocional para a manifestação da Visão Intuitiva, ou como dizemos no paradigma, a Retomada da Perene Consciência Amorosa Integrativa...


Krishnamurti: Estávamos discutindo o que significa para o cérebro não ter movimento. Quando um ser humano ESTEVE SEGUINDO O CAMINHO DA TRANSFORMAÇÃO, e PASSOU por TUDO isso, e esse SENTIDO DE VAZIO, SILÊNCIO E ENERGIA, ele ABANDONOU QUASE TUDO e CHEGOU AO PONTO, à BASE. Como, então, essa VISÃO INTUITIVA afeta a sua vida diária? Qual é o seu relacionamento com a sociedade? Como ele age em relação à guerra, e ao mundo todo — um mundo em que está realmente vivendo e lutando na escuridão? Qual a sua ação? Eu diria, como concordamos no outro dia, que ele é o não-movimento.

David Bohn: Sim, dissemos que a base era movimento SEM DIVISÃO.

K: Sem divisão. Sim, correto. (Capítulo 8 do livro, A ELIMINAÇÃO DO TEMPO PSICOLÓGICO)


A IMPORTÂNCIA DA RENDIÇÃO DIANTE DA MENTE ADQUIRIDA
Até praticar a rendição, a dimensão espiritual de você é algo sobre o que você lê, de que fala, com que fica entusiasmado, tema para escrita de livros, motivo de pensamento, algo em que acredita... ou não, seja qual for o caso. Não faz diferença. Só quando você se render é que a dimensão espiritual se tornará uma realidade viva na sua vida. Quando o fizer, a energia que você emana e que então governa a sua vida é de uma frequência vibratória muito superior à da energia mental que ainda comanda o nosso mundo. Através da rendição, a energia espiritual entra neste mundo. Não gera sofrimento para você, para os outros seres humanos, nem para qualquer forma de vida no planeta. (Eckhart Tolle em , A Prática do Poder do Agora, pág. 118)


O IMPOPULAR DRAMA OUTSIDER — O encontro direto com a Verdade absoluta parece, então, impossível para uma consciência humana comum, não mística. Não podemos conhecer a realidade ou mesmo provar a existência do mais simples objeto, embora isto seja uma limitação que poucas pessoas compreendem realmente e que muitas até negariam. Mas há entre os seres humanos um tipo de personalidade que, esta sim, compreende essa limitação e que não consegue se contentar com as falsas realidades que nutrem o universo das pessoas comuns. Parece que essas pessoas sentem a necessidade de forjar por si mesmas uma imagem de "alguma coisa" ou do "nada" que se encontra no outro lado de suas linhas telegráficas: uma certa "concepção do ser" e uma certa teoria do "conhecimento". Elas são ATORMENTADAS pelo Incognoscível, queimam de desejo de conhecer o princípio primeiro, almejam agarrar aquilo que se esconde atrás do sombrio espetáculo das coisas. Quando alguém possui esse temperamento, é ávido de conhecer a realidade e deve satisfazer essa fome da melhor forma possível, enganando-a, sem contudo jamais poder saciá-la. — Evelyn Underhill