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sábado, 4 de outubro de 2014

Sobre o sistema de confusão gerado pelos maníacos do poder

Porque não somos inteligentes, investimos de poder outras pessoas que se dizem inteligentes para nos governar. Um homem inteligente não precisa ser governado; não precisa de organização alguma, além das que são necessárias, para maior eficiência da vida. 

As coisas necessárias da vida não podem ser verdadeiramente organizadas enquanto se acharem nas mãos de uns poucos, de uma classe ou grupo; e quando os poucos atuam como representantes dos muitos, existe, por certo, o mesmo problema do poder. Vem a exploração quando as organizações são utilizadas como instrumentos de poder, quer pelo indivíduo, quer pelo grupo, pelo partido ou pelo Estado. É essa auto-expansão, mercê da organização, que é perniciosa, como, por exemplo, a de um estado que se identifica como governo soberano — que anda sempre de mãos dadas com o nacionalismo, e no qual o indivíduo está também envolvido. É o poder expansionista, agressivo, de defesa do "eu", que é condenável. 

Quando organizações são utilizadas pelos espertos, pelos astutos, como meio de explorar os outros, devem ser erradicadas; e só o serão quando vocês, individualmente, em seu pequeno círculo, não estiver em busca de poder, de domínio. Enquanto existe a busca de poder, haverá um "processo" hierárquico, do ministro do governo ao funcionário, do bispo ao vigário, do general ao soldado raso. 

Sem dúvida, só teremos uma sociedade decente, quando os indivíduos não mais estiverem em busca do poder, em nenhum sentido — pela riqueza, por meio das relações ou de uma ideia. É a busca de poder que é a causa deste desastre, desta desintegração da sociedade. Nossa existência, atualmente, é toda feita de política de força, domínio da família pelo marido ou pela mulher, de domínio por meio de uma ideia. A ação baseada numa ideia é sempre fator de separação e nunca de compreensão; e a busca de poder, seja pelo indivíduo, seja pelo Estado, denota expansão, cultivo do intelecto, em que não existe amor. 

Quando você ama alguém, é muito cuidadoso, organiza, espontaneamente, não é verdade? Você é vigilante, é eficiente no ajudar a este ou àquele. É quando não existe amor, que nasce a organização como instrumento de poder. Quando você ama o próximo, quando é cheio de afeto e generosidade, então as organizações têm significação inteiramente diferente, conservando-se em seu nível próprio. Mas quando a posição do indivíduo assume a máxima importância, quando há ânsia de poder, as organizações são utilizadas como meio de se alcançar esse poder — e a força e o amor não pode co-existir.

O amor é sua própria força, sua própria beleza, e é porque nossos corações estão vazios que os enchemos com as coisas da mente, interessamo-nos pelas organizações como meios de promover a ordem, de promover a paz mundial. Não são as organizações, mas só o amor que pode implantar a ordem e a paz no mundo; não são os planos de alguma utopia, mas só a boa vontade que pode efetuar a conciliação entre indivíduos. Porque não temos a chama do amor, dependemos de organizações; e no momento em que temos organizações sem amor, os espertos e os astutos galgam o posto mais alto e tiram proveito delas. 

Fundamos uma organização para o bem-estar da humanidade, e antes de darmos fé já alguém tomou conta dela para seus próprios fins. Desencadeamos revoluções, revoluções sangrentas e desastrosas, para promover a paz mundial, e antes de o sabermos, o mundo já se acha nas mãos de uns poucos maníacos do poder, que se tornam uma nova e poderosa classe, , um novo grupo dominante de comissários, com sua polícia secreta — e o amor é enxotado para fora. 

Como pode o homem viver sem amor? Só pode existir; e a existência sem amor significa controle, confusão e sofrimento — e é isso o que a maioria de nós está criando. organizamo-nos para a existência e aceitamos o conflito como inevitável, porque nossa existência é uma busca de constante poder. 

Sem dúvida, quando amamos, a organização tem o lugar que lhe compete, seu lugar próprio; mas, sem amor, a organização se torna pesadelo, coisa puramente mecânica e eficiente, tal como um exército. Quando houver amor, não haverá mais exércitos; mas como a sociedade moderna está baseada na eficiência, temos de ter exércitos, e a finalidade de um exército é gerar guerras. mesmo durante a chamada paz, quanto mais intelectualmente eficientes somos, tanto mais cruéis, mais brutais, mais sensíveis nos tornamos. Eis porque há confusão no mundo, eis porque a burocracia se torna cada vez mais poderosa, por que mais e mais governos se vão tornando totalitários. 

Sujeitamo-nos a tudo isso como inevitável, porque vivemos pelo cérebro e não pelo coração, e é por isso que não existe amor. O amor é o mais perigoso e mais incerto elemento de nossa vida; e porque não desejamos estar na incerteza, porque não desejamos estar em perigo, vivemos pela mente. O homem que ama é perigoso, e não desejamos viver perigosamente, queremos viver apenas dentro do molde da organização, pensando que as organizações trarão ordem e paz ao mundo. As organizações nunca trouxeram a ordem e a paz. Só o amor, só a boa vontade, só a caridade pode trazer a ordem e a paz, no final de tudo, e, portanto, agora.

Krishnamurti em, A ARTE DA LIBERTAÇÃO


terça-feira, 13 de agosto de 2013

As sociedades e organizações espirituais são coisas vãs

Pergunta: Passei os dez melhores anos de minha vida na prisão, por causa de atividades políticas que me ofereciam grandes coisas. Agora, é a desilusão, e me sinto inteiramente consumido. O que devo fazer?

Krishnamurti: Outros podem não passar dez anos na prisão, mas passam um ou dois anos no encalço de esperanças enganosas, dedicados a falsas atividades, fazendo alguma coisa a que se entregaram de corpo e alma, para, no fim, verem que é tudo em vão. Assim temos procedido, não é verdade? Segue um homem um determinado caminho, um determinado plano de ação, na esperança, de que ele produza grandes coisas, na esperança de que beneficie os entes humanos, liberte os entes humanos, nas esperança de que, no final, reinará a compaixão e o amor; e a isso ele dedica a sua vida. Entretanto, um belo dia, descobre que essa coisa é inteiramente vã, isto é, que a causa para a qual viveu não tem mais significação alguma; e o homem fica, emocionalmente, consumido. Não conhecem casos assim? Não são um desses casos? Não estão na mesma situação? Não passaram por essa experiência, não sabe, que estavam seguindo o caminho do Mestre, do iniciador, político ou religioso, que lhes prometia um ideal pela revolução — ideal a que dedicaram seu zelo e energia, dedicaram suas vidas e, no final de tudo, se veem desiludidos e consumidos, emocionalmente? Trabalham por uma causa e depois a abandonam. Mas logo vem outro indivíduo, tolo e ignorante, ocupar a vaga de vocês. Continua ele a obra, alimentando aquele jogo inútil. E, se se consome, abandona-o. Mas outro virá substituí-lo. E prossegue o movimento de estultice, em nome da religião, da política, de Deus, da paz — não importa como o chamem. Surge outro problema: Como evitar que os tolos venham empenhar-se na mesma batalha vã, sem utilidade, sem significação?

As sociedades, as organizações são coisas vãs, principalmente as religiosas. Assim, que devem fazer, quando se veem consumidos? Perderam a elasticidade. Estão envelhecendo. Todas as cosias pelas quais lutaram não têm significação alguma. E, então, ou se tornam cínicos e amargurados, ou ficam como um inútil pedaço de carvão, jogado num canto, no isolamento. Isso é um fato evidente, não? Sabemos tudo isso, há centenas de exemplos; talvez sejam um deles. Que deve fazer uma pessoa que se acha nesse estado? Pode o que está morto ser ressuscitado? Pode o que é vão, que é falso, dar seu alento ao falso? Pode o que está morto voltar subitamente à vida, ver o que fez, dedicar-se ao real, e renovar-se? Tal é o problema, não é? Posso eu, que dediquei a maior parte da minha vida para uma coisa vazia de significação — significação profunda, eterna — posso eu, que perdi aquele estado, que me consumi inteiramente, encontrar de novo a vida, recuperar o meu zelo? Creio que sim.

Se quando me vejo inteiramente consumido, se quando compreendo que lutei em vão, em vez de ficar amargurado, eu perceber o significado daquilo que fiz, perceber que andei no encalço de um ideal, e que o ideal sempre destrói — porque o ideal não tem significação alguma, o ideal é sempre autoprojeção, o ideal é adiamento, o ideal me impede de compreender o que é, impede-me de compreender o todo; se eu puder estar tranquilo, sem ser traído noutra direção; se reconhecer todo o processo daquilo que fiz e perceber o que foi que me levou a esperanças falsas e despertou em mim toda a sorte de ambições; se puder perceber esse fato, sem fazer nenhum movimento noutra direção, seja de justificação, seja de condenação; se puder permanecer com "ele", viver com "ele", tenho então a possibilidade de reviver, não é verdade? Porque a mente se dedicou a uma coisa da qual esperava resultados, utopias, maravilhas. Etc. Se a mente reconhece o que fez, há renovação, não acham? Se sei que fiz uma coisa má, uma coisa falsa, se estou cônscio disso, se o compreendo, então, certamente, essa própria compreensão é luz, é o novo.

Mas a maioria de nós não têm paciência ou sabedoria, ou capacidade de reconhecer silenciosamente o que praticou, sem sentir amargura. Tudo o que sei é que gastei minha vida em vão, e agora aspiro a uma vida nova. Estou ansioso por agarrar a coisa nova. Se tenho essa ânsia de agarrar, então estou de novo perdido. Porque, então, aí está o guru, o guia político, a promessa de utopia, para novamente me arrastar. E assim vejo-me novamente envolvido no mesmo processo de antes. Mas reconhecer esse processo é ser paciente, é estar cônscio, é saber o que fiz, e não tentar mais nada. Isso exige muita sabedoria. É preciso muita afeição para saber que não vou mais participar de nenhuma dessas coisas. Não importa aonde eu seja levado, mas não quero mais fazer aquilo. Quando assim procedemos, quando nos achamos naquele estado, garanto-lhes que há então renovação, que há um novo começo. Mas preciso ter cuidado para que minha mente não crie uma nova ilusão, uma nova esperança.

Jiddu Krishnamurti — 20 de janeiro de 1952 – Quando o pensamento cessa

A busca de segurança impede o despertar da inteligência

Interrogante: Todos nós, os teosofistas, estamos fundamentalmente interessados na Verdade e no Amor, tanto como você está. Você não podia ter ficado na nossa Sociedade, ajudando-nos, em vez de se separar de nós e fazer-nos acusações?

Krishnamurti: Em primeiro lugar, muitos de vocês estão achando isso divertido; outros estão um tanto quanto agitados, outros apreensivos. Não o estão sentido? Vamos investigar.

Fundamentalmente, estamos, vocês e eu, procurando a mesma coisa? Pode-se procurar a Verdade no seio de uma organização qualquer? Vocês podem colocar um rótulo em vocês, e procurar a verdade? Podem ser hinduístas e dizer: "Estou procurando a verdade?" Porque, então, o que estão procurando não é a Verdade, mas a confirmação de uma crença. Podem pertencer a qualquer a qualquer organização, a qualquer grupo espiritual, e procurar a Verdade? Pode-se achar a Verdade coletivamente? Conhecem o amor, quando acreditam? Não sabem que quando acreditam fortemente em alguma coisa e eu acredito no contrário, não existe amor entre nós? Quando acreditam em certos princípios hierárquicos e em certas autoridades, e eu não creio, pensam que existe comunhão entre nós? Quando toda a estrutura de pensar de vocês é o futuro, o vir-a-ser por meio da virtude, quando vão ser alguém no futuro, quando o processo do pensar de vocês está baseado na autoridade e em princípios hierárquicos, pensam que existe amor entre nós? Vocês podem se servir de mim, por conveniência, e eu servir-me de vocês, por conveniência. Mas isso não é amor. Vejamos com clareza. Não se agitem a respeito destas questões. Não as compreenderão, se se agitarem por causa delas.

Para descobrir se realmente estão em busca da Verdade e do amor, devem investigar, não acham? Se investigassem, se descobrissem, interiormente, e, portanto, agissem, exteriormente, o que aconteceria? Ficariam fora da sociedade (da vossa sociedade Teosófica) não é verdade? Se duvidassem de suas crenças, não estariam de fora? — Enquanto houver sociedades e organizações, — as chamadas organizações espirituais com "direitos adquiridos", na propriedade, na crença, no saber — as pessoas a elas pertencentes, evidentemente não estão em busca da verdade. Podem dizer que estão. Cabe-lhes, pois, averiguar se estamos, fundamentalmente, buscando a mesma coisa. Vocês podem ver a verdade por intermédio de um Mestre, por intermédio de guru? Pensem bem nisso, senhores. É problema de vocês. Pode-se descobrir a verdade através do tempo, no vir-a-ser alguma coisa? Pode-se descobrir a verdade por intermédio do Mestre, do discípulo, do guru? Que podem eles dizer-lhes, fundamentalmente? Só podem aconselhar-lhes a dissolver o "eu". Estão fazendo isso? Se não estão, então, evidentemente, não estão procurando a verdade. Não sou eu que estou dizendo-lhes que não estão procurando a verdade, mas p fato é que se dizem: "Vou ser alguém", se ocupam uma posição de autoridade espiritual, não podem estar em busca da verdade. Sou muito claro, a respeito desses assuntos e não estou procurando persuadir-lhes a aceitar ou rejeitar — o que seria estupidez. Não posso fazer-lhes acusações, como diz o interrogante. Apesar de me ouvirem há vinte anos, continuam com suas crenças; porque é uma coisa muito reconfortante sabermos que temos quem cuide de nós, que temos mensageiros especiais para o futuro, que irão ser algo belo, agora, no final dos tempos. Assim continuarão, porque possuem os seus "direitos adquiridos, suas propriedades, seus empregos, crenças e conhecimentos. Não duvidam deles. A mesma coisa acontece no mundo inteiro. Não é só este ou aquele grupo de indivíduos, mas todos os grupos — católicos, protestantes, comunistas, capitalistas — se encontram nas mesmas condições. Todos têm os seus direitos adquiridos. O homem que é verdadeiramente revolucionário, que interiormente está percebendo a verdade sobre todas essas coisas, esse homem achará a Verdade. Saberá o que é o amor, não numa data futura, porque isso nenhum valor tem. Quando um homem tem fome, quer comer agora e não amanhã. Mas vocês possuem cômodas teorias, sobre o tempo, sobre o correr do tempo, a que estão presos. Por conseguinte, onde está a ligação, onde está a relação entre vocês e eu, ou entre vocês e aquilo que estão tentando descobrir? E, no entanto, todos falam de amor, de fraternidade, e tudo o que fazem é o contrário. É um fato evidente, senhores, que no momento em que há organização, há necessariamente intrigas para a conquista de postos, de autoridade; conhecem bem isso.

Assim, o necessário não é que eu lhes acuse ou que vocês me acusem e me expulsem. O problema não é este. É claro que precisam repelir um homem que lhes diz que aquilo que acreditam, o que fazem é errado; ou, interiormente, deveriam fazer, porque eu digo que me oponho àquilo que desejam. Se realmente desejam procurar, se realmente desejam achar a Verdade e o amor, deve haver unidade de propósitos, abandono completo de todos os seus direitos adquiridos; o que significa que devem ficar interiormente vazios, pobres, sem estar buscando, sem estar conquistando posições de autoridade, como expoentes ou portadores de mensagens dos Mestres. Precisam estar despojados de tudo. Como, entretanto, não desejam isso, naturalmente adquirem rótulos, crenças e várias formas de segurança. Senhores, não rejeitem o que digo; averiguem se de fato estão — como dizem — fundamentalmente em busca da Verdade. Tenho minhas dúvidas. Duvido, realmente, quando lhes ouço dizer "estou em busca da Verdade". Não podem procurar a Verdade, porque a busca de vocês é uma projeção de si mesmos, de seus próprios desejos; o "experimentar" de vocês dessa projeção é uma experiência que desejam. Mas quando não estão buscando, quando a mente se acha quieta e serena, sem nenhum desejo, nenhum motivo, nenhuma compulsão, verão então que vem o êxtase. Para que o êxtase venha, precisam estar despojados de tudo, vazios, sós. A maioria das pessoas ingressa em tais organizações porque são gregárias, porque elas são grêmios e o ingressar em grêmios tem suas vantagens, socialmente falando. Pensam que irão achar a Verdade, enquanto estão em busca de conforto, de satisfação, de segurança social? Não, senhores; devem ficar sós, sem arrimo algum, sem amigos, sem guru, sem esperança, interiormente despidos tudo, vazios. Só então, assim como se pode encher uma taça vazia, pode o vazio interior encher-se com aquilo que é eterno.


Jiddu Krishnamurti — 20 de janeiro de 1952 – Quando o pensamento cessa
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"Quando você compreende, quando chega a saber,
então traz toda a beleza do passado de volta
e dá a esse passado o renascimento, renova-o,
de forma que todos os que o conheceram
possam estar de novo sobre a terra
e viajar por aqui, e ajudar as pessoas." (Tilopa)



"Nos momentos tranqüilos da meditação, a vontade de DEUS pode tornar-se evidente para nós. Acalmar a mente, através da meditação, traz uma paz interior que nos põe em contato com DEUS dentro de nós. Uma premissa básica da meditação, é que é difícil, senão impossível, alcançar um contato consciente, à não ser que a mente esteja sossegada. Para que haja um progresso, a comum sucessão ininterrupta de pensamentos tem de parar. Por isso, a nossa prática preliminar será sossegar a mente e deixar os pensamentos que brotam morrerem de morte natural. Deixamos nossos pensamentos para trás, à medida que a meditação do Décimo Primeiro Passo se torna uma realidade para nós. O equilíbrio emocional é um dos primeiros resultados da meditação, e a nossa experiência confirma isso." (11º Passo de NA)


"O Eu Superior pode usar algum evento, alguma pessoa ou algum livro como seu mensageiro. Pode fazer qualquer circunstância nova agir da mesma forma, mas o indivíduo deve ter a capacidade de reconhecer o que está acontecendo e ter a disposição para receber a mensagem". (Paul Brunton)



Observe Krishnamurti, em conversa com David Bohn, apontando para um "processo", um "caminho de transformação", descrevendo suas etapas até o estado de prontificação e a necessária base emocional para a manifestação da Visão Intuitiva, ou como dizemos no paradigma, a Retomada da Perene Consciência Amorosa Integrativa...


Krishnamurti: Estávamos discutindo o que significa para o cérebro não ter movimento. Quando um ser humano ESTEVE SEGUINDO O CAMINHO DA TRANSFORMAÇÃO, e PASSOU por TUDO isso, e esse SENTIDO DE VAZIO, SILÊNCIO E ENERGIA, ele ABANDONOU QUASE TUDO e CHEGOU AO PONTO, à BASE. Como, então, essa VISÃO INTUITIVA afeta a sua vida diária? Qual é o seu relacionamento com a sociedade? Como ele age em relação à guerra, e ao mundo todo — um mundo em que está realmente vivendo e lutando na escuridão? Qual a sua ação? Eu diria, como concordamos no outro dia, que ele é o não-movimento.

David Bohn: Sim, dissemos que a base era movimento SEM DIVISÃO.

K: Sem divisão. Sim, correto. (Capítulo 8 do livro, A ELIMINAÇÃO DO TEMPO PSICOLÓGICO)


A IMPORTÂNCIA DA RENDIÇÃO DIANTE DA MENTE ADQUIRIDA
Até praticar a rendição, a dimensão espiritual de você é algo sobre o que você lê, de que fala, com que fica entusiasmado, tema para escrita de livros, motivo de pensamento, algo em que acredita... ou não, seja qual for o caso. Não faz diferença. Só quando você se render é que a dimensão espiritual se tornará uma realidade viva na sua vida. Quando o fizer, a energia que você emana e que então governa a sua vida é de uma frequência vibratória muito superior à da energia mental que ainda comanda o nosso mundo. Através da rendição, a energia espiritual entra neste mundo. Não gera sofrimento para você, para os outros seres humanos, nem para qualquer forma de vida no planeta. (Eckhart Tolle em , A Prática do Poder do Agora, pág. 118)


O IMPOPULAR DRAMA OUTSIDER — O encontro direto com a Verdade absoluta parece, então, impossível para uma consciência humana comum, não mística. Não podemos conhecer a realidade ou mesmo provar a existência do mais simples objeto, embora isto seja uma limitação que poucas pessoas compreendem realmente e que muitas até negariam. Mas há entre os seres humanos um tipo de personalidade que, esta sim, compreende essa limitação e que não consegue se contentar com as falsas realidades que nutrem o universo das pessoas comuns. Parece que essas pessoas sentem a necessidade de forjar por si mesmas uma imagem de "alguma coisa" ou do "nada" que se encontra no outro lado de suas linhas telegráficas: uma certa "concepção do ser" e uma certa teoria do "conhecimento". Elas são ATORMENTADAS pelo Incognoscível, queimam de desejo de conhecer o princípio primeiro, almejam agarrar aquilo que se esconde atrás do sombrio espetáculo das coisas. Quando alguém possui esse temperamento, é ávido de conhecer a realidade e deve satisfazer essa fome da melhor forma possível, enganando-a, sem contudo jamais poder saciá-la. — Evelyn Underhill