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quarta-feira, 6 de junho de 2012

A arte como fator descondicionador

Todo trabalho criativo deriva de trabalhos anteriores

Devemos invocar os serviços da arte para dar à religião sua roupagem mais delicada... Através da prática da arte o homem pode chegar mais perto da alma do que através do ocultismo. A arte só pode tomar o lugar da religião e substituí-la quando é verdadeiramente inspirada. Quando chegam a cumprir sua missão mais elevada, a pintura e a escultura tentam tornar visível, a música tenta tornar audível, a prosa literária tenta tornar pensável, a literatura poética tenta tornar imaginável o invisível, o inaudível, o impensável e o inimaginável mistério do puro Espírito. Embora seja verdadeiro dizer que essas artes jamais podem dar forma o que por sua própria natureza é o Sem Forma, é também verdadeiro dizer que podem indicá-lo, sugeri-lo, simbolizá-lo e apontá-lo. A arte cumpre seu propósito mais elevado e adquire um significado mais valioso quando se torna veículo para a beleza espiritual. Algo produzido com tal inspiração libera uma forma de energia que faz com que os que podem percebê-la com suficiente abertura sintam e vejam o que seu criador sentiu e viu. Há uma transmissão real. Uma obra de arte que desperta em seu observador, ouvinte ou leitor um profundo sentimento de reverente adoração, de força interior ou de tranquilidade mental confere-lhe com isso uma benção. Capacita-o a partilhar da inspiração do artista. Existe essa qualidade em torno de uma obra inspirada: a de que você pode voltar a ela muitas e muitas vezes e descobrir algo novo, útil, belo ou abençoado. O escritor, artista ou músico que está destinado a provocar intuições na mente do aspirante deve ser um receptáculo humano da inspiração divina. O artista tem duas funções: receber através da inspiração e dar através da técnica. A faculdade criativa deve ser cultivada e desenvolvida tanto como uma grande ajuda ao crescimento espiritual quanto como expressão dele. Se o indivíduo consegue transmitir, por intermédio de seu trabalho, algo da inspiração que recebe — seja ele sacerdote ou artista — ele é verdadeiramente criativo. Nenhum artista cria realmente alguma coisa. Tudo o que ele pode fazer é tentar comunicar aos outros aquilo que lhe foi comunicado. O que é que atrai na verdadeira arte? Não é a obra que a expressa, mas sim, o espírito que a inspira, cuja fonte divina ela nos lembra. Se a pessoa compõe, pinta, esculpe ou escreve quando a luz interior lhe mostra a coisa ou o pensamento a ser delineado — não quando a opinião, o preconceito ou a falsidade a impelem — ela será verdadeiramente inspirada. Uma produção artística realmente inspirada deve proporcionar alegria ao seu criador no momento da criação, da mesma forma que o seu possuidor, ouvinte ou apreciador. Se não o faz, a obra não é inspirada. O gênio é ao mesmo tempo receptivo e expressivo. Aquilo que obtém intuitivamente do interior ele, em troca, distribui sob as formas de sua arte ou habilidade. Ele cria, não para expressar sua pequena personalidade como tantos o fazem, mas para escapar dela. Pois é no divino que o transcende, e que é sublimemente impessoal, que ele procura inspiração. O método e a técnica são necessários em si mesmos, porém incompletos; a inspiração e a intuição devem luzir por trás deles.

A arte pode ser uma via para a iluminação espiritual, mas não para a iluminação completa e duradoura. Ela pode ter nascido de Vislumbres apenas, e pode dar à luz a Vislumbres apenas. Pois a arte é a busca da beleza, que sozinha não é suficiente. A beleza precisa ser apoiada virtude, e ambas necessitam ser guiadas pela sabedoria. A beleza é um lado da realidade que atrai a nossa busca e o nosso amor. Mas, pelo fato de ela ser tão sutil e nossas percepções tão densas, encontramo-la primeiramente nas formas de arte e na Natureza, e somente mais tarde na existência pura e imaterial da realidade inatingível.

O artista deve erguer a taça da sua visão para o alto em direção aos deuses, na elevada esperança de que eles derramem dentro dela o doce e suave vinho da inspiração. Se a estrela da boa sorte o favorecer nesse dia, ele precisa então entregar os lábios à delicada sedução dessa bebida cor de âmbar, que faz com que as preocupações se evaporem e devolve à língua a esquecida linguagem da alma. Pois essas inspirações sublimes procedem de um céu que é mais brilhante que o seu e que ele não pode controlar. A função da arte difere daquela do misticismo, mas ambas convergem para a mesma e definitiva direção. Ambas são expressões da busca humana de algo mais elevado do que o comum.

Quem quer que aceite a mais elevada missão da arte e dela se aproxime cada vez mais através de sua atividade criativa, partirá então da arte para o Espírito dentro da profundeza do seu próprio ser. A mente que alcança significados espirituais expressivos, ou que se vê atentamente presa a sons muito belos, é uma mente que um dia se mostrará sensível à Verdade.


Paul Brunton
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"Quando você compreende, quando chega a saber,
então traz toda a beleza do passado de volta
e dá a esse passado o renascimento, renova-o,
de forma que todos os que o conheceram
possam estar de novo sobre a terra
e viajar por aqui, e ajudar as pessoas." (Tilopa)



"Nos momentos tranqüilos da meditação, a vontade de DEUS pode tornar-se evidente para nós. Acalmar a mente, através da meditação, traz uma paz interior que nos põe em contato com DEUS dentro de nós. Uma premissa básica da meditação, é que é difícil, senão impossível, alcançar um contato consciente, à não ser que a mente esteja sossegada. Para que haja um progresso, a comum sucessão ininterrupta de pensamentos tem de parar. Por isso, a nossa prática preliminar será sossegar a mente e deixar os pensamentos que brotam morrerem de morte natural. Deixamos nossos pensamentos para trás, à medida que a meditação do Décimo Primeiro Passo se torna uma realidade para nós. O equilíbrio emocional é um dos primeiros resultados da meditação, e a nossa experiência confirma isso." (11º Passo de NA)


"O Eu Superior pode usar algum evento, alguma pessoa ou algum livro como seu mensageiro. Pode fazer qualquer circunstância nova agir da mesma forma, mas o indivíduo deve ter a capacidade de reconhecer o que está acontecendo e ter a disposição para receber a mensagem". (Paul Brunton)



Observe Krishnamurti, em conversa com David Bohn, apontando para um "processo", um "caminho de transformação", descrevendo suas etapas até o estado de prontificação e a necessária base emocional para a manifestação da Visão Intuitiva, ou como dizemos no paradigma, a Retomada da Perene Consciência Amorosa Integrativa...


Krishnamurti: Estávamos discutindo o que significa para o cérebro não ter movimento. Quando um ser humano ESTEVE SEGUINDO O CAMINHO DA TRANSFORMAÇÃO, e PASSOU por TUDO isso, e esse SENTIDO DE VAZIO, SILÊNCIO E ENERGIA, ele ABANDONOU QUASE TUDO e CHEGOU AO PONTO, à BASE. Como, então, essa VISÃO INTUITIVA afeta a sua vida diária? Qual é o seu relacionamento com a sociedade? Como ele age em relação à guerra, e ao mundo todo — um mundo em que está realmente vivendo e lutando na escuridão? Qual a sua ação? Eu diria, como concordamos no outro dia, que ele é o não-movimento.

David Bohn: Sim, dissemos que a base era movimento SEM DIVISÃO.

K: Sem divisão. Sim, correto. (Capítulo 8 do livro, A ELIMINAÇÃO DO TEMPO PSICOLÓGICO)


A IMPORTÂNCIA DA RENDIÇÃO DIANTE DA MENTE ADQUIRIDA
Até praticar a rendição, a dimensão espiritual de você é algo sobre o que você lê, de que fala, com que fica entusiasmado, tema para escrita de livros, motivo de pensamento, algo em que acredita... ou não, seja qual for o caso. Não faz diferença. Só quando você se render é que a dimensão espiritual se tornará uma realidade viva na sua vida. Quando o fizer, a energia que você emana e que então governa a sua vida é de uma frequência vibratória muito superior à da energia mental que ainda comanda o nosso mundo. Através da rendição, a energia espiritual entra neste mundo. Não gera sofrimento para você, para os outros seres humanos, nem para qualquer forma de vida no planeta. (Eckhart Tolle em , A Prática do Poder do Agora, pág. 118)


O IMPOPULAR DRAMA OUTSIDER — O encontro direto com a Verdade absoluta parece, então, impossível para uma consciência humana comum, não mística. Não podemos conhecer a realidade ou mesmo provar a existência do mais simples objeto, embora isto seja uma limitação que poucas pessoas compreendem realmente e que muitas até negariam. Mas há entre os seres humanos um tipo de personalidade que, esta sim, compreende essa limitação e que não consegue se contentar com as falsas realidades que nutrem o universo das pessoas comuns. Parece que essas pessoas sentem a necessidade de forjar por si mesmas uma imagem de "alguma coisa" ou do "nada" que se encontra no outro lado de suas linhas telegráficas: uma certa "concepção do ser" e uma certa teoria do "conhecimento". Elas são ATORMENTADAS pelo Incognoscível, queimam de desejo de conhecer o princípio primeiro, almejam agarrar aquilo que se esconde atrás do sombrio espetáculo das coisas. Quando alguém possui esse temperamento, é ávido de conhecer a realidade e deve satisfazer essa fome da melhor forma possível, enganando-a, sem contudo jamais poder saciá-la. — Evelyn Underhill