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domingo, 5 de maio de 2013

Com que tipo de homem você se identifica?

Existem três tipos de homens, e o Mestre se comporta diferentemente de acordo com o tipo. O tipo mais alto é o homem que provou o êxtase da não-mente. O Mestre se comporta com esse tipo de homem de uma maneira totalmente diferente, porque ele sabe que ele entenderá.

O estado de não-mente é o estado mais alto. Você está no pico quando você está no estado de não-mente, quando você está absolutamente silencioso, quando nada mexe dentro de você, nenhuma ideia, nenhum pensamento, quando a mente parou de criar barulho, o barulho constante. A mente está tagarelando tanto que ela não lhe permitirá ouvir nada. Quando o tagarelar da mente para, pela primeira vez se torna consciente da música do seu próprio ser. E pela primeira vez você também se torna consciente da música que essa existência é.

Quando tal homem se aproxima de um Mestre, o Mestre se comporta de uma maneira totalmente diferente — porque ele sabe que não importa o que ele faça, ele será entendido. Comunhão é possível quando não existe barreira.

O segundo tipo de homem é o homem que vive no meio, entre o primeiro e o terceiro. Ele tem uma mente meditativa — não uma não-mente, mas uma mente meditativa. Isto é, ele está no caminho. Ele aprendeu como ser um pouco silencioso, um pouco mais harmônico que os outros. O barulho está lá, mas é um barulho distante; ele tem sido capaz de se destacar do barulho. Ele criou uma pequena distância entre ele e a sua mente; ele não está mais identificado com a mente. Ele não pensa: “Eu sou a mente”. A mente está lá, ainda tagarelando, ainda armando velhos truques, mas o homem está um pouco alerta para não ser um escravo da mente. A mente não o deixou, mas a mente não é mais tão poderosa quanto ela é ordinariamente.

No estado de não-mente, a mente se foi; a mente se tornou cansada. A mente chegou a perceber que “esse homem foi além dos meus poderes. Agora esse homem não pode mais ser explorado. Esse homem se tornou completamente não-identificado comigo. Ele me usará, mas eu não posso usá-lo”.

O segundo tipo de homem, que está no meio, algumas vezes volta ao velho padrão, é usado pela mente, algumas vezes deixa esse velho padrão. É como um jogo de esconde-esconde. A mente ainda não está absolutamente certa de ter falhado; ainda há esperança, porque às vezes o homem começa a ouvir a mente, tornar-se novamente identificado. A distância não é grande; a mente está muito próxima. Qualquer momento — qualquer momento de inconsciência e a mente assume, começa a dominá-lo novamente.

Esse é o segundo tipo de homem: o homem meditativo, que conheceu uns poucos vislumbres do eterno. Exatamente como você pode ver o Himalaia a milhares de quilômetros de distância... os picos cobertos de neve no sol da manhã num céu aberto, céu sem nuvens, podem ser vistos a milhares de quilômetros de distância. Isso é uma coisa; e estar no pico, habitar lá, é uma outra coisa.

O primeiro tipo de homem reside na não-mente. O segundo tipo de homem tem somente vislumbres — de grande valor certamente, porque esses vislumbres irão preparar o terreno para que ele alcance o pico. Uma vez que você tenha visto o pico, mesmo que a milhares de quilômetros de distância, o convite foi recebido. Agora você não pode permanecer no mundo em repouso, na velha maneira. Alguma coisa começa a lhe desafiar, algo começa a lhe provocar. Uma aventura tomou posse de você: você tem que viajar até o pico. Pode levar anos, vidas, mas a viagem começou. A primeira semente caiu dentro do coração.

O mestre se comporta com o homem meditativo de uma maneira diferente, porque com o primeiro a comunhão é possível, com o segundo a comunicação é possível.

E então há o terceiro tipo: O homem que vive identificado com a mente, com o ego, com quem mesmo a comunicação é impossível, com quem não há nenhuma maneira de se relacionar.

A palavra “identificação” é bonita. Significa fazer de alguma coisa uma entidade, fazer do “id” uma entidade; esse é o significado de identificação. Quando você se torna a mente, você se tornou uma coisa; você não está separado. Você caiu no sono. Isto que é chamado de sono metafísico. Você perdeu a trilha do seu próprio eu. Você se esqueceu da sua realidade e você se tornou um com alguma coisa que você não é. Tornar-se um com algo que você não é, é identificação; e ser aquilo que você é, é não-identificação.

O primeiro homem vive em não-identificação. Ele sabe que ele não é o corpo, ele não é a mente. Ele simplesmente sabe que ele é somente consciência e nada mais. O corpo vai mudando, a mente vai mudando, mas há uma coisa em você que é imutável, absolutamente imutável; isto é a sua consciência. Era exatamente a mesma quando você era uma criança e vai permanecer exatamente a mesma quando você for mais velho. Era a mesma quando você nasceu e será a mesma quando você morrer. Era a mesma antes do seu nascimento, será a mesma depois da sua morte. É a única coisa em existência que é eterna, imutável, a única coisa que habita.

E somente essa eterna consciência pode ser o verdadeiro lar, nada mais, porque tudo mais é um fluxo. E nós vamos nos apegando ao mutável; então criamos miséria, porque há mudança e nós não queremos que mude. Nós estamos pedindo o impossível, e porque o impossível não pode acontecer nós caímos em miséria novamente e novamente.

O jovem quer permanecer jovem para sempre; isto não é possível. Ele terá que se tornar velho, o corpo terá que envelhecer. E quando o corpo estiver velho ele será miserável. Mas a consciência é a mesma. O corpo é exatamente como a casa; a consciência é o anfitrião. Bem no fundo do corpo e do complexo da mente há um fenômeno totalmente acontecendo constantemente. Nem é nem corpo nem mente; é alguma coisa que pode observar ambos, a mente e o corpo. É pura observação. É a alma testemunha — sakshin.  O primeiro tipo de homem sabe que ele é não-identificado com tudo que está mudando. Ele está centrado em sua realidade. O terceiro tipo de homem está obcecado com alguma coisa que ele não é. De fato, a maioria das pessoas pertence ao terceiro tipo. O terceiro tipo é metafisicamente doente. Se você perguntar ao homem acordado, então o terceiro tipo é louco, insano. Pensar que você é algo que você não é, é insanidade.

Um homem foi ao psiquiatra e disse: “Doutor, você terá que me ajudar. Eu não posso evitar de achar que eu sou um cachorro. Eu até mesmo mastigo ossos, lato e deito no tapete à noite”.
O psiquiatra disse: “deite-se naquele divã...”
“Não é permitido!”, ele gritou.       
Mas essa é a situação da humanidade ordinária. Alguém se tornou um hindu, alguém se tonou um muçulmano, alguém se tornou um cristão. Alguém é indiano, alguém é chinês, alguém é italiano. Essas são todas identificações. Alguém acha que é branco, alguém acha que é preto. Alguém acha que é um homem e alguém está identificado em ser uma mulher. Esses são todos os estados de profundo sono inconsciente.

Se você não é o corpo, como pode você ser um homem ou uma mulher? Se você não é o corpo, como pode você ser preto ou branco? Se você não é nem mesmo a mente, como pode você ser cristão ou hindu? Se você é somente consciência, então você é somente consciência e nada mais.

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"Quando você compreende, quando chega a saber,
então traz toda a beleza do passado de volta
e dá a esse passado o renascimento, renova-o,
de forma que todos os que o conheceram
possam estar de novo sobre a terra
e viajar por aqui, e ajudar as pessoas." (Tilopa)



"Nos momentos tranqüilos da meditação, a vontade de DEUS pode tornar-se evidente para nós. Acalmar a mente, através da meditação, traz uma paz interior que nos põe em contato com DEUS dentro de nós. Uma premissa básica da meditação, é que é difícil, senão impossível, alcançar um contato consciente, à não ser que a mente esteja sossegada. Para que haja um progresso, a comum sucessão ininterrupta de pensamentos tem de parar. Por isso, a nossa prática preliminar será sossegar a mente e deixar os pensamentos que brotam morrerem de morte natural. Deixamos nossos pensamentos para trás, à medida que a meditação do Décimo Primeiro Passo se torna uma realidade para nós. O equilíbrio emocional é um dos primeiros resultados da meditação, e a nossa experiência confirma isso." (11º Passo de NA)


"O Eu Superior pode usar algum evento, alguma pessoa ou algum livro como seu mensageiro. Pode fazer qualquer circunstância nova agir da mesma forma, mas o indivíduo deve ter a capacidade de reconhecer o que está acontecendo e ter a disposição para receber a mensagem". (Paul Brunton)



Observe Krishnamurti, em conversa com David Bohn, apontando para um "processo", um "caminho de transformação", descrevendo suas etapas até o estado de prontificação e a necessária base emocional para a manifestação da Visão Intuitiva, ou como dizemos no paradigma, a Retomada da Perene Consciência Amorosa Integrativa...


Krishnamurti: Estávamos discutindo o que significa para o cérebro não ter movimento. Quando um ser humano ESTEVE SEGUINDO O CAMINHO DA TRANSFORMAÇÃO, e PASSOU por TUDO isso, e esse SENTIDO DE VAZIO, SILÊNCIO E ENERGIA, ele ABANDONOU QUASE TUDO e CHEGOU AO PONTO, à BASE. Como, então, essa VISÃO INTUITIVA afeta a sua vida diária? Qual é o seu relacionamento com a sociedade? Como ele age em relação à guerra, e ao mundo todo — um mundo em que está realmente vivendo e lutando na escuridão? Qual a sua ação? Eu diria, como concordamos no outro dia, que ele é o não-movimento.

David Bohn: Sim, dissemos que a base era movimento SEM DIVISÃO.

K: Sem divisão. Sim, correto. (Capítulo 8 do livro, A ELIMINAÇÃO DO TEMPO PSICOLÓGICO)


A IMPORTÂNCIA DA RENDIÇÃO DIANTE DA MENTE ADQUIRIDA
Até praticar a rendição, a dimensão espiritual de você é algo sobre o que você lê, de que fala, com que fica entusiasmado, tema para escrita de livros, motivo de pensamento, algo em que acredita... ou não, seja qual for o caso. Não faz diferença. Só quando você se render é que a dimensão espiritual se tornará uma realidade viva na sua vida. Quando o fizer, a energia que você emana e que então governa a sua vida é de uma frequência vibratória muito superior à da energia mental que ainda comanda o nosso mundo. Através da rendição, a energia espiritual entra neste mundo. Não gera sofrimento para você, para os outros seres humanos, nem para qualquer forma de vida no planeta. (Eckhart Tolle em , A Prática do Poder do Agora, pág. 118)


O IMPOPULAR DRAMA OUTSIDER — O encontro direto com a Verdade absoluta parece, então, impossível para uma consciência humana comum, não mística. Não podemos conhecer a realidade ou mesmo provar a existência do mais simples objeto, embora isto seja uma limitação que poucas pessoas compreendem realmente e que muitas até negariam. Mas há entre os seres humanos um tipo de personalidade que, esta sim, compreende essa limitação e que não consegue se contentar com as falsas realidades que nutrem o universo das pessoas comuns. Parece que essas pessoas sentem a necessidade de forjar por si mesmas uma imagem de "alguma coisa" ou do "nada" que se encontra no outro lado de suas linhas telegráficas: uma certa "concepção do ser" e uma certa teoria do "conhecimento". Elas são ATORMENTADAS pelo Incognoscível, queimam de desejo de conhecer o princípio primeiro, almejam agarrar aquilo que se esconde atrás do sombrio espetáculo das coisas. Quando alguém possui esse temperamento, é ávido de conhecer a realidade e deve satisfazer essa fome da melhor forma possível, enganando-a, sem contudo jamais poder saciá-la. — Evelyn Underhill