A insegurança é o verdadeiro tecido da vida. Se você não entender a insegurança, jamais conseguirá entender a vida. As estações mudarão; o outono vai chegar, a primavera vai chegar. Tudo vai continuar mudando, nada pode ser tomado como definitivo; isso é insegurança. Você quer que tudo seja certo, permanente. Mas já pensou qual seria o resultado disso, se tudo fosse permanente? Você comer a mesma comida todos os dias, dizer as mesmas coisas todos os dias, ouvir as mesmas coisas todos os dias. E não haver sequer a morte para destruir essa vida trágica — você estaria vivendo em um pesadelo.
A insegurança mantém as pessoas vigorosas, vivas, aventurosas — saber que as coisas podem ser mudadas. Mesmo sem que elas as mudem, elas serão mudadas. Então há um grande escopo para a mudança, para a transformação. Um antigo ditado diz: “O homem autêntico é aquele que o nascer do sol nunca encontra onde o pôr do sol o deixou”; ou onde o nascer do sol o deixa, o pôr do sol nunca o encontra. Ele está sempre em movimento, ele é um fluxo...não um lago sujo que não vai para lugar nenhum.
Mas todo o treinamento da nossa mente é tal que nos tornamos temerosos da insegurança, e durante toda a nossa vida estamos tentando buscar a segurança. Financeira, política e religiosamente — em todas as dimensões queremos estar seguros. Mas segurança significa morte, uma morte em vida. Significa que amanhã será simplesmente uma repetição de hoje, e hoje uma repetição de ontem.
Você está vivendo? Há uma dança em sua vida? Você está se movendo, crescendo, arriscando, enfrentando os desafios de caminhos perigosos? Na aceitação do perigo, na aceitação de que qualquer coisa pode acontecer a qualquer momento, a vida chega ao seu melhor, à sua plenitude.
Sua questão é: “Ultimamente tenho me sentido muito inseguro e vejo quanto eu não gosto desse espaço do não saber”. Você está totalmente de cabeça para baixo; terá de mudar sua postura. A insegurança não é um espaço a ser malvisto, é um espaço que tem de ser amado e a apreciado, celebrado...porque o amanhã trará coisas novas.
O homem tem criado falsos suportes para a segurança, sabendo perfeitamente bem que todos eles caem, mas ele continua amontoando suportes em torno dele. O tempo não se importa com os seus suportes nem a vida se importa com seus suportes. Na verdade, faz parte da natureza que, faça você o que fizer, você continue inseguro. Você pode ter um equilíbrio bancário, você pode ter um grande seguro — mas estas são apenas estratégias para você se enganar. Que seguro pode haver contra a morte? Que seguro pode haver contra o fluxo da vida em constante mutação? Você não pode evita-lo ele é um rio montanhoso correndo depressa, caindo das altas montanhas em cachoeiras, movendo-se dentro dos vales em direção ao oceano onde ele vai desparecer completamente.
Osho – Inocência, Conhecimento e Encantamento