Se você se sente grato por este conteúdo e quiser materializar essa gratidão, em vista de manter a continuidade do mesmo, apoie-nos: https://apoia.se/outsider - informações: outsider44@outlook.com - Visite> Blog: https://observacaopassiva.blogspot.com

sábado, 13 de junho de 2020

A conquista do libertário percebimento


Para você possuir o verdadeiro apercebimento de si mesmo, necessita ser constantemente concentrado, o que é algo muito difícil. Você não pode encontrar a si mesmo, se dissipar toda sua energia em conversas e murmúrios. Aquilo do qual falamos, não é nada extraordinário, pois é a consumação da vida individual e universal. Para você entender isto e trazer a teoria para a prática, na ação diária, deve se libertar de todas as influências objetivas externas.

Até agora você tem tido certos padrões, os quais têm seguido, porém, pela revolta, pela destruição da autoridade, pela sua própria inclinação, esses padrões foram destruídos. Agora você necessita estabelecer um novo valor, por si mesmo, um verdadeiro padrão que atue como um guia.

Para o fim de encontrar os retos valores e padrões, você tem que passar por um processo de eliminação. Não se trata simplesmente de fazê-lo mental e emocionalmente, deve ser produzido um correspondente resultado físico à sua renúncia, à sua rejeição. Observe que renuncia e auto sacrifício são coisas que na verdade, não existem para o homem que realmente compreende. E como haveriam de existir? Esforce-se para deixar de lado todas as coisas que lhe foram impostas, que você adquiriu, a fim de poder verificar qual o núcleo de sua inteira substância; para encontrá-lo, naturalmente você tem de deixar de lado todas essas coisas. Ora, isto não é renúncia, e sim, depuração.

Para possuir essa autonomia psicológica no que se refere às coisas externas, para descobrir sua verdadeira substância, você tem que se libertar do medo da salvação, visto que ninguém lhe salvará, exceto você mesmo. Nenhum edificar de igrejas, nenhuma concepção pessoal de deuses, de imagens, de preces, de cultos, ou cerimonias de nenhuma espécie, lhe dará esse interno entendimento e tranquilidade a que nos referimos.

Dedicamo-nos em produzir homens fortes e incorruptíveis no mundo, de visão clara e que deem lugar a uma geração que tenha claro entendimento. Portanto, você precisa se libertar dos antigos e modernos deuses. O que você está esforçando por fazer? Libertar-se ou ser criança fraca que necessite sempre ser guiada e ajudada? A seu tempo, você deve tornar-se forte, libertar-se de todos os deuses, por ser você mesmo, potencialmente, semelhante a um deus. Assim, por que adorar algo externo que não tem valor? É curioso que você sempre adora aos deuses e jamais ao homem do campo, jamais a si mesmo ou aos seus colegas de trabalho. Quem é o deus que você cultua? Certa deidade remota, ao passo que ainda nem sequer sabe, como há de ser amistoso para com seus semelhantes!

Depois você precisa se libertar da tradicional ideia de bem e do mal. O que você faz presentemente? Cria novas crenças, novas tradições, novos temores, novos deuses, novos mestres, novos gurus. E nós lhe falamos acerca de algo ao qual todos os deuses, toda a humanidade tem de chegar. Você cultua somente os estágios intermediários, que não têm valor real. Se você quiser modificar a sociedade e destruir a sombra que sobre ela existe projetada, e torna-la saudável, pura e forte, você mesmo necessita ser forte e se libertar de todo o temor dessas coisas. Você precisa destruir essas coisas que são falsas e não essenciais, que criam superstições e caos e, para fazê-lo, você necessita de estar para além do alcance das garras do medo.

Depois necessita ainda libertar-se do medo da punição e do estímulo da recompensa. Pela sua própria substância você será recompensado; pelo seu próprio pensamento será punido; e ninguém mais lhe pode impulsionar ou embaraçar, recompensar ou punir. Assim, você precisa se libertar dessa alternativa mundial: “se você executar a ação assertiva, será recompensado; se fizer o mal, irá para o inferno”.

Sua vida inteira é regida pela ideia da punição e da recompensa. Talvez você tenha colocado de lado o céu e o inferno tradicionais das religiões, porém inventou outros, igualmente desastrosos e irreais, igualmente falsos. Para descobrir sua própria pureza, entendimento e força, você tem que se libertar da noção de recompensa e do castigo. Precisa se libertar do medo dos convencionalismos quanto ao que os seus semelhantes possam dizer, coisa que, na verdade, é ainda muito mais difícil do que se libertar do medo dos deuses. Os convencionalismos foram feitos para os débeis, e os débeis são produto dos convencionalismos.

Porém, o libertar-se do medo dos convencionalismos, não significa licenciosidade. As convenções foram feitas para forçar as pessoas fracas a manterem-se no caminho considerado reto. Porém, se você estiver liberto do medo das convenções, isto significa que você tem que levar a pratica uma exigência maior quanto a si mesmo, no que se refere a ação correta. Você tem que mudar, tem que se libertar dos temores convencionais, do que pensam seus semelhantes, família e sociedade, e tem que se libertar do medo do seu guru, enfim, de todos esses inumeráveis e imaturos temores.

E depois, você precisa ainda se libertar do temor da perda e do lucro, financeiro, físico, emocional e mental. Você é responsável por si mesmo. Certifique-se de que isto é verdadeiro em relação a tudo que é mutável: perda e ganho de dinheiro, de poder, de amor, de todas as inúmeras coisas que implicam perda e lucro. Atente-se a isso, e você verificará a exatidão do que estamos falando.

E deve inda ter lugar a libertação do medo da vida e da morte. Na Vida, não pode existir em dado momento o nascimento e em outro a morte. É somente a expressão física que muda. E todos correm muito mais em direção a morte do que a Vida. Você se interessa mais pelo que acontece depois da morte do que pelo que acontece durante a Vida, porque para você existe vida e morte, que é nascer e morrer. Assim como existe noite e dia, escuridão e luz, assim também existe na existência há nascimento e morte. Você tem que se libertar do temor desta, pelo fato de pretender descobrir sua própria pureza e estabelecer seu próprio padrão individual.

Em seguida, você precisa deixar de temer a solidão, assim como o anseio por estar em relação. A maioria dos indivíduos, por causa do medo, não pode se manter só, quer alguém sobre quem descansar, necessita ser encorajado ou desencorajado, alguém que lhe teça elogios. Você deseja louvores, lisonjas — toda a sua religião é esta: recompensa e castigo, que são companhia e solidão. Assim como você não pode ter o ouro purificado sem ação do fogo, assim também você não pode produzir homens fortes sem a adversidade. É preciso eu você chore e se ria a fim de chegar a compreender e, no entanto, na Vida não há nem riso, nem pranto. Você precisa se capaz de se manter só, indiferente à companhia, e a solidão, visto que tais coisas não existem. Porque, se você tiver amor à Vida, verá que a Vida não possui nem solidão nem companhia: A VIDA É!

Você deve também libertar-se do temor da incerteza. A maioria das pessoas acham-se todas inseguras. Para elas foi erguido um padrão que veio a ser destruído e acham-se agora na insegurança. Querem que os guias averiguem e depois as informem. Ora, os guias não o farão, porque não há mais guias nem crenças para serem guiadas. Você tem que averiguar por si mesmo, tem que assegurar-se se tais coisas são certas, para além de toda dúvida e quando por tal modo tiver se assegurado, estará liberto desse temor da incerteza.

Portanto, você tem que duvidar de todas as coisas, a fim de que, em seu êxtase de dúvida, possa se certificar. Não duvide quando se sentir fatigado, não duvide quando se sentir infeliz, assim como todos o podem fazer. Você deve duvidar somente em seus momentos de êxtase, porque então poderá verificar se o que fica é verdadeiro ou falso.

Você deve também se libertar de toda autoridade. A autoridade em assuntos espirituais não pode ser mantida por um instante sequer. É a sua experiência pessoal que tem importância, não a autoridade. Centenas de vezes, todas as religiões do mundo disseram que, somente por meio de seu próprio entendimento, só por meio da rejeição de tudo, você achará. E apesar disso, você segue a autoridade, porque isto lhe convém muito mais. Liberte-se do temor da autoridade, a qual pode ser decepada como uma árvore e, inteiramente destruída.

Em seguida, você necessita libertar-se do desejo de conforto, tanto físico como emocional e mental. O conforto cria o desejo de abrigar-se, e o abrigo assume sempre a forma de um deus. E esse deus é conservado em um tabernáculo, igreja ou templo. Tal deus nasce do medo. Assim, liberte-se do conforto e do encorajamento físico, emocional e mental. Não é uma fria filosofia fria o que lhe damos. Falamos a respeito da Vida, que não é quente nem é fria, que não é nem uma filosofia, nem um grande sistema.

Uma vez ainda você necessita libertar-se do amor e do ódio, isto é, libertar-se de cuidados sobre se você é estimado ou não. Você deve ser indiferente ao ser ou não odiado. Suas ações devem nascer, não do amor, porém do intrínseco desejo. Você não deve deixar que nem o amor e nem ao ódio, deturpem o seu julgamento. Se você fizer certas coisas ou se modificar de certa maneira, em virtude de amar a alguém, isso não é verdadeiro amor nem motivo verdadeiro para a ação. A ação deve brotar de motivos impessoais.

Depois, há ainda o medo da não expressão de si mesmo. Como você pode se expressar, se não sabe aquilo que é? Para procurar saber o que você é, primeiro tem que se libertar de todas essas coisas.

Medo do desejo, medo da ambição, ciúme, inveja, competição, e além disso, o medo da dor e da tristeza — e de tudo isto você precisa libertar-se, a fim de descobrir o que permanece e o que é Eterno. Você imagina que é livre e traduz essa liberdade, dando-lhe uma expressão física. Se você quiser alterar a sociedade, não pode pertencer a uma parcialidade, qualquer que seja ela.

De nada lhe serve mudar o título. É preciso que haja completo afastamento, e é este o único meio de avançar. O que fica depois deste processo de eliminação, de afastamento, de destruição de todas as coisas não essenciais, é uma mente calma, um coração que não pode ser perturbado, plácido, enérgico, entusiasta. Equilibrado, forte, seguro, estático, claro e puro. Resolutos e determinados são amente e o coração daquele que rejeitou todas essas coisas.

E quando você tiver atingido isto, poderá envergar a capa do Eterno, não antes. Você não pode se tornar incorruptível se existir em sua mente e coração, uma parcela que seja de corruptibilidade.


Krishnamurti
Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...
"Quando você compreende, quando chega a saber,
então traz toda a beleza do passado de volta
e dá a esse passado o renascimento, renova-o,
de forma que todos os que o conheceram
possam estar de novo sobre a terra
e viajar por aqui, e ajudar as pessoas." (Tilopa)



"Nos momentos tranqüilos da meditação, a vontade de DEUS pode tornar-se evidente para nós. Acalmar a mente, através da meditação, traz uma paz interior que nos põe em contato com DEUS dentro de nós. Uma premissa básica da meditação, é que é difícil, senão impossível, alcançar um contato consciente, à não ser que a mente esteja sossegada. Para que haja um progresso, a comum sucessão ininterrupta de pensamentos tem de parar. Por isso, a nossa prática preliminar será sossegar a mente e deixar os pensamentos que brotam morrerem de morte natural. Deixamos nossos pensamentos para trás, à medida que a meditação do Décimo Primeiro Passo se torna uma realidade para nós. O equilíbrio emocional é um dos primeiros resultados da meditação, e a nossa experiência confirma isso." (11º Passo de NA)


"O Eu Superior pode usar algum evento, alguma pessoa ou algum livro como seu mensageiro. Pode fazer qualquer circunstância nova agir da mesma forma, mas o indivíduo deve ter a capacidade de reconhecer o que está acontecendo e ter a disposição para receber a mensagem". (Paul Brunton)



Observe Krishnamurti, em conversa com David Bohn, apontando para um "processo", um "caminho de transformação", descrevendo suas etapas até o estado de prontificação e a necessária base emocional para a manifestação da Visão Intuitiva, ou como dizemos no paradigma, a Retomada da Perene Consciência Amorosa Integrativa...


Krishnamurti: Estávamos discutindo o que significa para o cérebro não ter movimento. Quando um ser humano ESTEVE SEGUINDO O CAMINHO DA TRANSFORMAÇÃO, e PASSOU por TUDO isso, e esse SENTIDO DE VAZIO, SILÊNCIO E ENERGIA, ele ABANDONOU QUASE TUDO e CHEGOU AO PONTO, à BASE. Como, então, essa VISÃO INTUITIVA afeta a sua vida diária? Qual é o seu relacionamento com a sociedade? Como ele age em relação à guerra, e ao mundo todo — um mundo em que está realmente vivendo e lutando na escuridão? Qual a sua ação? Eu diria, como concordamos no outro dia, que ele é o não-movimento.

David Bohn: Sim, dissemos que a base era movimento SEM DIVISÃO.

K: Sem divisão. Sim, correto. (Capítulo 8 do livro, A ELIMINAÇÃO DO TEMPO PSICOLÓGICO)


A IMPORTÂNCIA DA RENDIÇÃO DIANTE DA MENTE ADQUIRIDA
Até praticar a rendição, a dimensão espiritual de você é algo sobre o que você lê, de que fala, com que fica entusiasmado, tema para escrita de livros, motivo de pensamento, algo em que acredita... ou não, seja qual for o caso. Não faz diferença. Só quando você se render é que a dimensão espiritual se tornará uma realidade viva na sua vida. Quando o fizer, a energia que você emana e que então governa a sua vida é de uma frequência vibratória muito superior à da energia mental que ainda comanda o nosso mundo. Através da rendição, a energia espiritual entra neste mundo. Não gera sofrimento para você, para os outros seres humanos, nem para qualquer forma de vida no planeta. (Eckhart Tolle em , A Prática do Poder do Agora, pág. 118)


O IMPOPULAR DRAMA OUTSIDER — O encontro direto com a Verdade absoluta parece, então, impossível para uma consciência humana comum, não mística. Não podemos conhecer a realidade ou mesmo provar a existência do mais simples objeto, embora isto seja uma limitação que poucas pessoas compreendem realmente e que muitas até negariam. Mas há entre os seres humanos um tipo de personalidade que, esta sim, compreende essa limitação e que não consegue se contentar com as falsas realidades que nutrem o universo das pessoas comuns. Parece que essas pessoas sentem a necessidade de forjar por si mesmas uma imagem de "alguma coisa" ou do "nada" que se encontra no outro lado de suas linhas telegráficas: uma certa "concepção do ser" e uma certa teoria do "conhecimento". Elas são ATORMENTADAS pelo Incognoscível, queimam de desejo de conhecer o princípio primeiro, almejam agarrar aquilo que se esconde atrás do sombrio espetáculo das coisas. Quando alguém possui esse temperamento, é ávido de conhecer a realidade e deve satisfazer essa fome da melhor forma possível, enganando-a, sem contudo jamais poder saciá-la. — Evelyn Underhill