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sexta-feira, 19 de junho de 2020

Cruzando a ponte do condicionado vir-a-ser



Como você pode se transformar, produzir a mudança radical do vir-a-ser para Ser? Como você pode conhecer esse estado de Ser, que é virtude e liberdade, se você está no vir-a-ser e, portanto, vive se esforçando, lutando e batalhando consigo mesmo?

Durante anos você foi condicionado para se tornar alguma coisa: para não ser isso, e se tornar aquilo. Como você pode colocar de lado tal condicionamento, e abandonar a luta e apenas Ser?

Quanto mais você luta para conseguir aquilo que condicionou ser retidão, obviamente, tanto mais se fecha em si mesmo, e no isolamento, não existe liberdade.

Portanto, você só pode fazer uma coisa: ficar passiva e penetrantemente consciente, do seu processo de vir-a-ser. Se você é superficial, limitado, dependente e não criativo, precisa estar passivamente consciente dessa inquietante condição de ser, sem lutar para vir a ser algo diferente disso.

No momento em que você luta contra tal condição percebida, dá ainda mais importância ao limitado esforço pessoal e, assim, fortalece o muro de resistência, o qual sua moral condicionada, enxerga como retidão. Mas, para quem é moralista, a verdade nunca chega. A verdade só pode vir para quem é livre, e para você ser livre, não pode cultivar o condicionamento da moral, a qual é tida por retidão.

Portanto, você tem de estar consciente desse constante e sempre limitado esforço pessoal, apenas consciente, sem lutar nem condenar, e se estiver realmente atento, passivamente consciente e em constante vigilância, tranquila e rapidamente, verá cair por terra as condições que causam a limitação, sem qualquer necessidade de esforço de sua parte; você verá surgir a ordem que não é retidão, nem ajustamento e nem isolamento.

A Liberdade que é virtude, não é uma coisa fechada, e é só nela que pode nascer a verdade. Por conseguinte, é essencial ser virtuoso, e não seguir a condicionada moral estabelecida, pois é a virtude que traz a ordem.

O moralista é um ser confuso, está em conflito, desenvolvendo a vontade como meio de resistência, e o moralista conduzido pela vontade, jamais encontrará a verdade, porque nunca está livre. O Ser é que gera a virtude na qual existe liberdade, o Ser é ver, aceitar e viver o que é, sem tentar nenhuma espécie de transformação, nem condenação.

Só quando a mente já não se identifica com a memória psicológica, quando não busca mais a retidão moral como forma de resistência, só então existe liberdade, e com essa liberdade é que vem a realidade, cuja bem-aventurança você tem de experimentar.

Mas o fato é que você, assim como a grande maioria, tem enorme medo de ser livre, medo esse que é uma grande tolice. Liberdade implica inteligência, amor, não-exploração, não-submissão a terceiros e nem a própria vontade pessoal condicionada.

A liberdade implica extraordinária elevação do nível da razão, a qual é virtude. A retidão moral é sempre um processo de ajustamento, de isolamento, visto que o ajustamento, o isolamento e a retidão se completam, enquanto a virtude e a liberdade coexistem.

Você precisa se tornar consciente de que o descondicionamento de seu mecanismo mental e emocional, não é algo a ser alcançado no futuro, mas sim no agora, e se você adiar o descondicionamento para amanhã, atrairá a confusão, estará preso na onda da ansiedade, da inquietude e do sofrimento.

O descondicionamento é agora, e não amanhã, pois a percepção libertária só se dá no presente. Agora você não tem tal qualidade de percepção, porque não coloca todo seu coração, mente e atenção, naquilo que deseja compreender. Se você colocar o coração e a mente para compreender, compreenderá e se libertará de tudo que o limita.

Se você der seu coração e mente para descobrir a exata natureza das suas limitações, se estiver plenamente consciente de sua natureza, desde já você se verá livre e ilimitado.

Infelizmente, você já condicionou tanto a mente com o conteúdo de programações espiritualitas ou religiosas, e com a condicionada moral social, que se tornou incapaz de olhar diretamente, a exata natureza de onde nascem todas suas limitações, e é nisso que está a sua dificuldade.

Sendo assim, a percepção libertária está sempre no presente; nunca no futuro. A percepção libertária é agora, e não nos dias futuros. E a liberdade, que não é isolamento, só pode surgir quando você compreende sua responsabilidade em relação ao todo. 
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"Quando você compreende, quando chega a saber,
então traz toda a beleza do passado de volta
e dá a esse passado o renascimento, renova-o,
de forma que todos os que o conheceram
possam estar de novo sobre a terra
e viajar por aqui, e ajudar as pessoas." (Tilopa)



"Nos momentos tranqüilos da meditação, a vontade de DEUS pode tornar-se evidente para nós. Acalmar a mente, através da meditação, traz uma paz interior que nos põe em contato com DEUS dentro de nós. Uma premissa básica da meditação, é que é difícil, senão impossível, alcançar um contato consciente, à não ser que a mente esteja sossegada. Para que haja um progresso, a comum sucessão ininterrupta de pensamentos tem de parar. Por isso, a nossa prática preliminar será sossegar a mente e deixar os pensamentos que brotam morrerem de morte natural. Deixamos nossos pensamentos para trás, à medida que a meditação do Décimo Primeiro Passo se torna uma realidade para nós. O equilíbrio emocional é um dos primeiros resultados da meditação, e a nossa experiência confirma isso." (11º Passo de NA)


"O Eu Superior pode usar algum evento, alguma pessoa ou algum livro como seu mensageiro. Pode fazer qualquer circunstância nova agir da mesma forma, mas o indivíduo deve ter a capacidade de reconhecer o que está acontecendo e ter a disposição para receber a mensagem". (Paul Brunton)



Observe Krishnamurti, em conversa com David Bohn, apontando para um "processo", um "caminho de transformação", descrevendo suas etapas até o estado de prontificação e a necessária base emocional para a manifestação da Visão Intuitiva, ou como dizemos no paradigma, a Retomada da Perene Consciência Amorosa Integrativa...


Krishnamurti: Estávamos discutindo o que significa para o cérebro não ter movimento. Quando um ser humano ESTEVE SEGUINDO O CAMINHO DA TRANSFORMAÇÃO, e PASSOU por TUDO isso, e esse SENTIDO DE VAZIO, SILÊNCIO E ENERGIA, ele ABANDONOU QUASE TUDO e CHEGOU AO PONTO, à BASE. Como, então, essa VISÃO INTUITIVA afeta a sua vida diária? Qual é o seu relacionamento com a sociedade? Como ele age em relação à guerra, e ao mundo todo — um mundo em que está realmente vivendo e lutando na escuridão? Qual a sua ação? Eu diria, como concordamos no outro dia, que ele é o não-movimento.

David Bohn: Sim, dissemos que a base era movimento SEM DIVISÃO.

K: Sem divisão. Sim, correto. (Capítulo 8 do livro, A ELIMINAÇÃO DO TEMPO PSICOLÓGICO)


A IMPORTÂNCIA DA RENDIÇÃO DIANTE DA MENTE ADQUIRIDA
Até praticar a rendição, a dimensão espiritual de você é algo sobre o que você lê, de que fala, com que fica entusiasmado, tema para escrita de livros, motivo de pensamento, algo em que acredita... ou não, seja qual for o caso. Não faz diferença. Só quando você se render é que a dimensão espiritual se tornará uma realidade viva na sua vida. Quando o fizer, a energia que você emana e que então governa a sua vida é de uma frequência vibratória muito superior à da energia mental que ainda comanda o nosso mundo. Através da rendição, a energia espiritual entra neste mundo. Não gera sofrimento para você, para os outros seres humanos, nem para qualquer forma de vida no planeta. (Eckhart Tolle em , A Prática do Poder do Agora, pág. 118)


O IMPOPULAR DRAMA OUTSIDER — O encontro direto com a Verdade absoluta parece, então, impossível para uma consciência humana comum, não mística. Não podemos conhecer a realidade ou mesmo provar a existência do mais simples objeto, embora isto seja uma limitação que poucas pessoas compreendem realmente e que muitas até negariam. Mas há entre os seres humanos um tipo de personalidade que, esta sim, compreende essa limitação e que não consegue se contentar com as falsas realidades que nutrem o universo das pessoas comuns. Parece que essas pessoas sentem a necessidade de forjar por si mesmas uma imagem de "alguma coisa" ou do "nada" que se encontra no outro lado de suas linhas telegráficas: uma certa "concepção do ser" e uma certa teoria do "conhecimento". Elas são ATORMENTADAS pelo Incognoscível, queimam de desejo de conhecer o princípio primeiro, almejam agarrar aquilo que se esconde atrás do sombrio espetáculo das coisas. Quando alguém possui esse temperamento, é ávido de conhecer a realidade e deve satisfazer essa fome da melhor forma possível, enganando-a, sem contudo jamais poder saciá-la. — Evelyn Underhill