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sábado, 7 de abril de 2018

A percepção libertária está fora do tempo


A percepção libertária 
está fora do tempo

Acho importante compreender que a liberdade está no começo e não no fim. Pensamos que a liberdade é uma coisa que se precisa alcançar, que a libertação é um estado ideal da mente, alcançável pouco a pouco, através do tempo, por meio de várias práticas; mas tal maneira de ver, para mim, é completamente errônea. A liberdade não é uma coisa que se precisa alcançar; a libertação não é uma coisa que se deve ganhar. Liberdade ou libertação é o estado mental indispensável para o descobrimento de qualquer verdade, qualquer realidade e, portanto, não pode ser um ideal; ela tem de existir exatamente no começo. Não havendo liberdade no começo, não pode haver momentos de compreensão direta, porque, em tal caso, todo o pensar está limitado, condicionado. Se vossa mente está presa a qualquer conclusão, qualquer experiência, qualquer forma de conhecimento ou crença, ela não é livre e não pode, em tais condições, perceber o que é a verdade.

Isto é uma coisa que tem de ser sentida e percebida imediatamente e que não se presta a discussões intermináveis, — porque é um fato. Como pode uma mente mutilada, senhoreada por uma crença, um dogma, ou por seus próprios conhecimentos e experiências, ter capacidade para explorar e descobrir? A liberdade, pois, é essencial para se descobrir o que é a Verdade; e só aquele indivíduo que não é mero resultado do "coletivo", pode ser livre. Para que a mente possa habilitar-se à liberdade, há, evidentemente, necessidade de aplicação — a aplicação que acompanha a atenção; e é sobre isso que desejo falar nesta tarde. É essencial, acho eu, descobrir a maneira correta de escutar, porque, no próprio ato de escutar há esclarecimento. O esclarecimento é imediato, e não resulta de argumentação ou conhecimento comparativo, quando se escuta de maneira completa. É muito difícil escutar de maneira completa, quando não aplicamos toda a nossa atenção; mas é só quando escutamos completamente uma coisa, que há compreensão imediata.

Agora, se observardes a vossa própria mente, enquanto estais aqui sentados, notareis que estais ouvindo através de várias cortinas — a cortina do que sabeis, do que ouvistes dizer ou lestes, a cortina das vossas próprias experiências; e estas cortinas, com efeito, impedem o escutar. Nunca escutais realmente, estais sempre interpretando o que ouvis, de acordo com vosso "fundo" próprio (background), vossos preconceitos, de acordo com as conclusões a que chegastes. Por isso, não há escuta. E só é possível a transformação imediata quando se escuta completamente, o que significa não permitir interferência das coisas anteriormente aprendidas. Escutar completamente significa: não julgar, não avaliar - de modo que todo o nosso ser esteja atento. E quando se escuta por essa maneira, verifica-se imediato esclarecimento. Esse esclarecimento é liberdade, libertação imediata, fora do tempo.

Parece-me necessário diferençar entre "aprender" e "ser instruído”. Quase todos viestes aqui com o fim de escutar uma pessoa que pensais irá ensinar-vos alguma coisa; e, assim, vossa atitude perante este orador é a de quem espera ser instruído por um instrutor. Mas eu acho que não há possibilidade de ensinar; o que se pode é só aprender, e é muito importante compreender isto. Quando um indivíduo que escuta um orador, o considera como uma pessoa que lhe está ensinando alguma coisa, esta atitude cria e mantém a separação entre discípulo e mestre, entre o que sabe e o que não sabe. Mas só há possibilidade de aprender; e acho importante compreender isso desde o começo, para que se estabeleça a correta relação entre nós. O homem que diz que sabe não sabe. O homem que diz ter alcançado a libertação, não a "realizou". Se pensais que ides aprender de mim uma coisa que eu sei e vós não sabeis, tornar-vos-eis meu seguidor; e aquele que segue, nunca descobrirá a Verdade. Eis porque tanto importa compreender isso.

Um homem só pode ter conhecimento de coisas já experimentadas, não pode ter conhecimento do desconhecido. O desconhecido se torna existente de momento a momento; não se pode juntar nem acumular; sendo atemporal, não pode ser guardado, para uso. O guru, o chamado instrutor que afirma que sabe, só pode saber as coisas que já experimentou; e o que ele experimentou é coisa condicionada, do tempo e, portanto, não é verdadeira. É essencial, pois, para que possamos compreender-nos mutuamente, estabelecer-se a relação correta entre nós, desde o começo. Não me estais escutando, para serdes instruído por mim; estais escutando para aprender. A vida é um "processo" de aprender; mas não se pode aprender, acumulando. Como se pode aprender, se nossa mente só se interessa em acumular e em servir-se de cada aquisição nova para aumentar sua acumulação?

Prestai atenção, senhores: Quando dizemos "Preciso aprender", isto significa que, no processo de aprender, queremos armazenar as coisas aprendidas, com o fim de sabermos mais, não é exato? Este modo de aprender é essencial na aquisição de conhecimentos técnicos. Se quereis aprender a construir uma ponte, precisais acumular os conhecimentos necessários, se sois cientista, precisais conhecer os experimentos e descobertas dos outros cientistas. Esta espécie de conhecimento é essencial ao bem-estar físico do homem. Mas não falo de conhecimento neste sentido. Mesmo na ciência, não adorais nem seguis uma certa pessoa; seguis os fatos, e não os indivíduos. O próprio processo de experimentação, nas ciências, produz os descobrimentos correspondentes. Se sois um grande cientista não tendes ninguém para guiar-vos ao descobrimento, na experimentação; estais constantemente examinando, eliminando, explorando, investigando, com o fim de descobrir. Mas nunca procedemos assim, em relação à nossa vida interior, nossa vida religiosa. E isso é muito mais importante do que o mero descobrimento de fatos científicos; porque os fatos psicológicos podem ser alterados, para seus próprios fins, pela mente egocêntrica, a mente que só se interessa por si mesma e seu próprio progresso.

O que aqui nos interessa é compreender o que é a verdade, o que é a vida religiosa, a vida rica. Se apenas sois instruído por uma pessoa que diz que sabe ou que considerais ter alcançado alguma excelência, estais criando uma separação entre vós e essa pessoa; e fica havendo, sempre, o mestre e o discípulo — o mestre a subir cada vez mais alto, e o discípulo a segui-lo. Prevalece, então, um estado de desigualdade. E a desigualdade, no terreno espiritual, é antiespiritual, imoral, porque com vos tornardes seguidor destruís a vós mesmo.

Compreendei esta verdade muito simples: enquanto estais seguindo outra pessoa, não importa quem seja ela, nunca descobrireis o que é eterno, "o outro estado" existente além dos limites da mente. Necessita-se, pois, de liberdade, exatamente no começo — não liberdade para escolherdes os vossos vários gurus, pois isto não é liberdade, — porém, liberdade para investigar, o que significa que não se deve seguir ninguém. Por conseguinte, não deve haver guru, nem mestre, nem livro sagrado. Para ser capaz de descobrir o que é verdade, a mente deve ser livre; e a mente não está livre quando pejada de conhecimentos acumulados e de experiências dela própria. "Aprender" é um constante processo de eliminação do que se está acumulando, eliminação, a fim de se continuar descobrindo.

A mente que se deixou prender ao Gita, ao Alcorão, à Bíblia, ou a certa crença, nunca será capaz de aprender; só é capaz de seguir; e ela segue, porque deseja segurança. Enquanto a mente está desejando um permanente estado de segurança, de não perturbação, enquanto está buscando sua própria perpetuação, por meio de uma crença, ela é, obviamente, incapaz de descobrir o que é Deus, o que é a Verdade.

A mente só pode aprender quando é capaz de renunciar, isto é, de despojar-se constantemente do que está aprendendo. Se aprender é apenas uma operação de adição, então não há aprender. Percebei este fato. Enquanto a mente está acumulando, amontoando, como pode aprender, visto que tudo o que aprender será sempre traduzido de acordo com o que já acumulou? Quando há acumulação, não pode haver o movimento do aprender. Porque só quando está livre para explorar, a mente é capaz de aprender. Se a mente percebe, realmente, este fato, não de maneira argumentativa, de maneira verbal ou, como se diz, intelectualmente, porém profunda e verdadeiramente, nesse caso ela é capaz de encontrar aquilo que se pode chamar bem-aventurança, verdade, Deus, ou como quiserdes.

Assim sendo, parece-me muito importante compreender, exatamente no começo destas palestras, que não vos estou ensinando coisa alguma, porque, se assim não for, estaremos andando em direções diferentes. A bem dizer — afora umas certas coisas — guiar um carro, escrever cartas, etc. — eu nada sei. Por conseguinte, achando-se num estado de não conhecimento, a mente está capacitada para a perfeita investigação. A mente que sabe, não pode investigar; só a mente que está livre do "conhecido", pode encontrar-se com o "desconhecido".

Estas palestras não têm o fim de guiar-vos, dizer-vos o que deveis fazer, porém, antes, a sua intenção é de libertar a mente, para que possa descobrir por si mesma o que lhe cumpre fazer, sem seguir pessoa alguma. Isto significa a quebra da tradição, o completo abandono da ideia de venerar uma certa pessoa, com o fim de achar Deus. Somos criados com a ideia de que o guru é essencial, porque é um homem que sabe e irá dizer-nos o que devemos fazer; estamos completamente imbuídos desta tradição e cumpre cortar-lhe imediatamente a raiz, para que sejamos capazes de compreender as questões que vamos examinar. Vede, senhores, temos medo de ficar privados dos nossos guias, porque nos achamos sumamente confusos; e quando agimos, em meio à nossa confusão, aumenta-se a confusão. Mas a confusão só pode ser dissipada por cada um de nós, sendo esta a razão por que tanto importa o indivíduo compreender a si mesmo. Com a compreensão vem uma ação que não é confusa nem causadora de confusão. O autoconhecimento, portanto, é essencial, mas não o autoconhecimento que se ensina nos livros, porque isso não e autoconhecimento, de modo nenhum, e sim, meramente, vã repetição. O que tem valor é não se supor coisa alguma — que sois Atman, Paramatman, etc. — porém descobrir, nas vossas relações, dia a dia, o que sois realmente, — e isto é aprender a conhecer a si mesmo. Mas não podeis aprender a conhecer a vós mesmo, se guardastes o que ontem aprendestes, porque então comparais ontem com hoje, e esta comparação destrói os novos descobrimentos. O autoconhecimento é uma coisa viva, e não um monte de trastes inúteis, trazidos de ontem.

Quando se percebe isso realmente, como é simples o que se nos mostra! E a mente tem de ser simples, "inocente" — o que significa não trazer as acumulações feitas ontem. Só essa mente pode descobrir o significado de todo este processo do viver, que atualmente é tão caótico, infeliz, violento. Eis porque é necessário compreender, desde o começo, que a vida não é uma escola onde há professor e aluno. A significação da vida deve ser encontrada no processo de viver; pois, desde que começais a acumular, estais morto, como um poço de água estagnada. Torna-se, pois, essencial que a mente seja como as águas correntes do rio, sempre a fluir, o que significa que se necessita de liberdade desde o começo.

Antes de considerarmos juntos algumas das perguntas que aqui tenho, convém esclarecer-nos quanto à nossa intenção. Eu não vou responder a estas perguntas, porque não há resposta para nada. Compreendei isto, por favor, pois do contrário estareis perdendo tempo, ouvindo-me falar. Não há resposta, porém, sim, só o desdobramento do problema e, consequentemente, a beleza do descobrimento da Verdade dentro do próprio problema, A mente que busca solução, nunca investigará o problema, porque está ocupada em obter a solução e seu maior desejo é satisfazer-se. Os mais de nós queremos uma solução agradável e fácil para os nossos problemas. Mas, aqui, não estamos dando solução, estamos desdobrando o problema, descobrindo todas as suas facetas e sutilezas, discernindo o fato extraordinário que se esconde atrás do problema. Afinal, a mente é nosso único instrumento de percepção, e, se se ocupa com uma resposta, ela barra a si própria o caminho da percepção. A mente que só se preocupa com o resultado, a conclusão, obsta a sua própria ação, seu próprio viver; fica fechada entre as paredes de seus próprios argumentos, seus esforços determinados. Assim, tende presente no espírito, que não vou responder a estas perguntas. Estamos tentando, juntos, descobrir a verdade contida no problema, e não estamos procurando solução. Porque a mente, no seu desejo de satisfazer-se, quer uma solução conveniente e agradável e tal solução, tal resposta, não é a verdade.

Krishnamurti, Primeira Conferência em Bombaim
4 de maio de 1956, Da Solidão à Plenitude Humana


sábado, 2 de agosto de 2014

Lidando com as "saídinhas do ser"

Transcender a dualidade é visão soberana;
dominar abstrações é prática régia.
As abstrações existem; você perderá sua consciência muitas e muitas vezes. Medita, senta-se para a meditação, um pensamento surge e, imediatamente, você se esquece de si mesmo, segue o pensamento, é envolvido por ele. O Tantra diz que há apenas uma coisa a ser dominada — a abstração. 

Como? Só de uma maneira: quando um pensamento vier, conserve-se testemunha. Encare-o, permita que ele passe pelo seu ser, mas não se prenda de forma alguma a ele, a favor ou contra. Pode ser um mau pensamento, um pensamento voltado para matar alguém — não repele-o, não diga: este é um mau pensamento. No momento em que você diz alguma coisa sobre um pensamento, você se liga a ele e cai na abstração. Aquele pensamento pode levar-lhe a muitas coisas, de um pensamento a outro. Um bom pensamento vem, um pensamento compassivo; não diga: "Oh! Que lindo! Sou um grande santo. Tão belos pensamentos estão surgindo que eu gostaria de dar a salvação ao mundo inteiro. Gostaria de libertar toda a gente." Não diga isso. Bom ou mau, conserve-se com uma testemunha.

Mesmo assim, a princípio, muitas vezes você se distrairá. Então, o que fazer? Se você está absorto, seja absorto. Não se preocupe demais com isso, quando não, essa preocupação se tornará obsessiva. Seja distraído! Por alguns minutos você permanecerá absorto e, então, subitamente, recordará: "estou distraído" e estará de volta. Não se sinta deprimido. Não diga "não está certo que me distraía", pois estará novamente criando o dualismo: mau e bom. Distraído? Pois está bem, aceite isso e volta. Mesmo com a distração, não crie um conflito

Isso é o que Krishnamurti vem dizendo sempre. Usa, para tanto, um conceito paradoxal. Diz que, se você está desatento, deve ser atentamente desatento. Isso é certo! De repente você descobre que esteve desatento, dá atenção a isso e retorna ao ponto de partida. Krishnamurti não tem sido compreendido pelo fato de seguir o Caminho Régio. Se ele fosse um iogue, seria compreendido muito facilmente. Por isso diz, constantemente, que não há método: no Caminho Régio não há método. Insiste em dizer que não há técnica. Insiste em dizer que escritura alguma lhe ajudará: no Caminho Régio não há escritura. 

Absorto? No momento em que recordar, no momento em que prestar atenção e descobrir que esteve distraído, retorne! Isso é tudo! Não crie conflito algum. Não diga que foi mau, não se sinta deprimido, frustrado, por haver novamente se distraído. Nada há de errado na distração — goze também isso. 

Se você puder gozar a abstração, ela lhe acontecerá cada vez menos. E um dia virá em que não haverá abstração — mas não será uma vitória. Você não recalcou os fios da distração da sua mente para a profundeza do inconsciente. Não. Você permitiu que eles viessem. Também eles são bons. 

Esta é a maneira de ser do Tantra, que diz que tudo é bom e sagrado. Mesmo que haja abstração, distração, de certa forma ela é necessária. Você pode não ter consciência do porque dessa necessidade, entretanto ela existe. Se você puder se sentir bem com tudo o que acontece, só então está seguindo o Caminho Régio. Se começa a combater o que quer que seja, é porque saiu do Caminho Régio e se tornou um soldado comum, um guerreiro. 
Compreender a dualidade é visão soberana;
dominar abstrações é prática régia;
a trilha da não-prática é o caminho de todos os Budas.
 
O S H O — Tantra: a Suprema Compreensão

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"Quando você compreende, quando chega a saber,
então traz toda a beleza do passado de volta
e dá a esse passado o renascimento, renova-o,
de forma que todos os que o conheceram
possam estar de novo sobre a terra
e viajar por aqui, e ajudar as pessoas." (Tilopa)



"Nos momentos tranqüilos da meditação, a vontade de DEUS pode tornar-se evidente para nós. Acalmar a mente, através da meditação, traz uma paz interior que nos põe em contato com DEUS dentro de nós. Uma premissa básica da meditação, é que é difícil, senão impossível, alcançar um contato consciente, à não ser que a mente esteja sossegada. Para que haja um progresso, a comum sucessão ininterrupta de pensamentos tem de parar. Por isso, a nossa prática preliminar será sossegar a mente e deixar os pensamentos que brotam morrerem de morte natural. Deixamos nossos pensamentos para trás, à medida que a meditação do Décimo Primeiro Passo se torna uma realidade para nós. O equilíbrio emocional é um dos primeiros resultados da meditação, e a nossa experiência confirma isso." (11º Passo de NA)


"O Eu Superior pode usar algum evento, alguma pessoa ou algum livro como seu mensageiro. Pode fazer qualquer circunstância nova agir da mesma forma, mas o indivíduo deve ter a capacidade de reconhecer o que está acontecendo e ter a disposição para receber a mensagem". (Paul Brunton)



Observe Krishnamurti, em conversa com David Bohn, apontando para um "processo", um "caminho de transformação", descrevendo suas etapas até o estado de prontificação e a necessária base emocional para a manifestação da Visão Intuitiva, ou como dizemos no paradigma, a Retomada da Perene Consciência Amorosa Integrativa...


Krishnamurti: Estávamos discutindo o que significa para o cérebro não ter movimento. Quando um ser humano ESTEVE SEGUINDO O CAMINHO DA TRANSFORMAÇÃO, e PASSOU por TUDO isso, e esse SENTIDO DE VAZIO, SILÊNCIO E ENERGIA, ele ABANDONOU QUASE TUDO e CHEGOU AO PONTO, à BASE. Como, então, essa VISÃO INTUITIVA afeta a sua vida diária? Qual é o seu relacionamento com a sociedade? Como ele age em relação à guerra, e ao mundo todo — um mundo em que está realmente vivendo e lutando na escuridão? Qual a sua ação? Eu diria, como concordamos no outro dia, que ele é o não-movimento.

David Bohn: Sim, dissemos que a base era movimento SEM DIVISÃO.

K: Sem divisão. Sim, correto. (Capítulo 8 do livro, A ELIMINAÇÃO DO TEMPO PSICOLÓGICO)


A IMPORTÂNCIA DA RENDIÇÃO DIANTE DA MENTE ADQUIRIDA
Até praticar a rendição, a dimensão espiritual de você é algo sobre o que você lê, de que fala, com que fica entusiasmado, tema para escrita de livros, motivo de pensamento, algo em que acredita... ou não, seja qual for o caso. Não faz diferença. Só quando você se render é que a dimensão espiritual se tornará uma realidade viva na sua vida. Quando o fizer, a energia que você emana e que então governa a sua vida é de uma frequência vibratória muito superior à da energia mental que ainda comanda o nosso mundo. Através da rendição, a energia espiritual entra neste mundo. Não gera sofrimento para você, para os outros seres humanos, nem para qualquer forma de vida no planeta. (Eckhart Tolle em , A Prática do Poder do Agora, pág. 118)


O IMPOPULAR DRAMA OUTSIDER — O encontro direto com a Verdade absoluta parece, então, impossível para uma consciência humana comum, não mística. Não podemos conhecer a realidade ou mesmo provar a existência do mais simples objeto, embora isto seja uma limitação que poucas pessoas compreendem realmente e que muitas até negariam. Mas há entre os seres humanos um tipo de personalidade que, esta sim, compreende essa limitação e que não consegue se contentar com as falsas realidades que nutrem o universo das pessoas comuns. Parece que essas pessoas sentem a necessidade de forjar por si mesmas uma imagem de "alguma coisa" ou do "nada" que se encontra no outro lado de suas linhas telegráficas: uma certa "concepção do ser" e uma certa teoria do "conhecimento". Elas são ATORMENTADAS pelo Incognoscível, queimam de desejo de conhecer o princípio primeiro, almejam agarrar aquilo que se esconde atrás do sombrio espetáculo das coisas. Quando alguém possui esse temperamento, é ávido de conhecer a realidade e deve satisfazer essa fome da melhor forma possível, enganando-a, sem contudo jamais poder saciá-la. — Evelyn Underhill