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segunda-feira, 11 de junho de 2012

É possível viver sem imagens psicológicas?

Não sabendo clarificar a confusão da presente existência, dizemos "Voltemos atrás, volvamos ao passado, vivamos em conformidade com uma certa coisa morta". Eis porque, quando nos vemos frente a frente com o presente, nos refugiamos no passado ou numa certa ideologia ou utopia, e, estando vazio o nosso coração, tratamos de enchê-lo de palavras e imagens, fórmulas e slogans. Observai-vos, e sabereis de tudo isso.
Krishnamurti - Viagem por um mar desconhecido
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Uma revolução em toda a psique do homem não é realizável por meio da vontade, que é desejo, determinação, por meio de um plano de vida conducente à paz. Ela só é possível quando o cérebro pode estar quieto e ao mesmo tempo ativo, para observar sem criar imagens de acordo com sua experiência, conhecimentos e prazer. A paz é essencial, porque só na paz pode o indivíduo florescer em bondade e beleza. Essa possibilidade só existe quando somos capazes de escutar o todo da existência, com todas as suas agitações, aflições, confusão e angústias - escutá-lo, simplesmente, sem nenhum desejo de alterá-lo. O próprio ato de escutar é a ação que operará a revolução.
Krishnamurti - Encontro com o eterno - ICK
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Assim, que buscamos nós? Que deseja o homem? Ele vê o que é sua vida - tédio, rotina, um campo de batalha, luta constante, nunca um momento de paz, a não ser, talvez, ocasionalmente, por meio do sexo ou de outra coisa. Daí conclui que a vida é transitória, a vida é mutável e, portanto deve haver uma coisa superior e permanente; essa permanência ele deseja, deseja algo diferente de mera rotina física, da mera experiência de cada dia. A essa coisa ele chama "Deus". Conseqüentemente, crê em Deus; e todas as imagens e ritos baseiam-se nessa crença. A crença é produto do medo. Se não há medo, podeis ver a folha, a árvore, o céu estrelado, a luz, os pássaros... Há, então, beleza, e, por conseguinte, bondade; e onde está a bondade, aí se encontra a Verdade.
Krishnamurti - O Novo Ente Humano - ICK
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Vocês alguma vez olharam a própria esposa, o marido, aos filhos, ao chefe ou a algum dos políticos? Em tal caso, o que é que tem visto? A imagem que possuem da pessoa, a imagem que possuem de seus políticos, do primeiro ministro, de seu deus, de sua esposa, de seus filhos; essa imagem é o que vocês olham. E essa imagem tem formado o motivo da relação, o motivo de seus medos, ou de suas esperanças. O prazer sexual ou outros prazeres que temos tido com nossa esposa, nosso marido, assim como a ira, a adulação, o consolo, todas as coisas que traz consigo a vida familiar – que é uma vida opressora – tem criado uma imagem a respeito da esposa ou do marido. É com essa imagem que olhamos. Igualmente, nossa esposa ou nosso marido possuem uma imagem nossa. Portanto, a relação entre nós e nossa esposa ou nosso marido, entre nós e os políticos é, na realidade, a relação entre duas imagens. Correto? Isso é um fato. Como podem duas imagens, que são o resultado do pensamento, do prazer e demais, ter alguma relação de afeto ou amor?

Por conseguinte, a relação entre dois indivíduos, muito intimamente unidos ou muito distantes, é uma relação de imagens, símbolos e recordações. E nisso, como poder existir o verdadeiro amor? Compreendem a pergunta?
Krishnamurti - Obras completas, Vol. XVII – Nova Delhi, 22 de dezembro de 1966
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Alguma vez estamos relacionados com alguém, ou a relação é entre duas imagens que temos criado a respeito um do outro? Eu tenho uma imagem de você e você tem uma imagem de mim. Eu tenho uma imagem da outra pessoa como minha esposa ou meu marido ou o que for, e a outra pessoa também tem uma imagem de mim. A relação é entre estas duas imagens e nada mais. Ter uma relação com o outro só é possível quando não há imagem. Quando eu posso olhá-lo e você a mim sem as imagens da memória, dos insultos e tudo mais, então há uma relação, porém, a própria natureza do observador é imagem, não é verdade? Minha imagem observa sua imagem, se é possível observá-la, e a isto chamamos relação, porem uma relação entre duas imagens, uma relação que não existe, porque ambos somos imagens. Estar relacionado significa estar em contato. O contato deve ser algo direto, não entre duas imagens. Requer muitíssima atenção, muita percepção, em alerta olhar o outro sem a imagem que temos dessa pessoa, sendo a imagem as recordações a respeito dessa pessoa, como nos insultou, como nos tem dado prazer, como nos foi complacente, isto ou aquilo. Só quando não existe imagem entre dois seres humanos, existe relação.
Krishnamurti - Obras Completas, Vol XVII – Nova York, 26 de setembro de 1966
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O animal é violento. Seres humanos, que são o resultado do animal, também são violentos, e é parte de cada um ser violento, irritado, ser ciumento, invejoso, procurar o poder, posição, prestígio e todo mais para dominar e ser agressivo. Homem é violento – isso é demonstrado por milhares de guerras – e desenvolveu uma ideologia que chama de "não-violência”. E quando existe violência real como uma guerra entre um país e outro, todos são envolvidos nisso. Adoram isso. Agora, quando você é realmente violento e tem o ideal de não-violência, você tem um conflito. Você está sempre tentando se tornar não-violento – que é parte do conflito. Você se disciplina sozinho a fim de não ser violento – o que, mais uma vez, é conflito, atrito. Assim, quando você é violento e tem o ideal de não-violência, você é essencialmente violento. Para perceber que você é violento, a primeira coisa a fazer é – não tentar tornar-se não-violento. Ver a violência como ela é, não tentar traduzir, disciplinar, vencer, reprimir, mas olhar como se você a estivesse vendo pela primeira vez – isso é olhar sem qualquer pensamento. Eu já expliquei o que entendemos por olhar para uma árvore com inocência, que é olhar para ela, sem a imagem. Da mesma maneira, você tem que olhar para a violência, sem que a imagem esteja envolvida na palavra em si. Ao olhar-la, sem qualquer movimento de pensamento é olhar como se você a estivesse olhando pela primeira vez, e, por isso, olhando com inocência.
Krishnamurti - O livro da Vida
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"Quando você compreende, quando chega a saber,
então traz toda a beleza do passado de volta
e dá a esse passado o renascimento, renova-o,
de forma que todos os que o conheceram
possam estar de novo sobre a terra
e viajar por aqui, e ajudar as pessoas." (Tilopa)



"Nos momentos tranqüilos da meditação, a vontade de DEUS pode tornar-se evidente para nós. Acalmar a mente, através da meditação, traz uma paz interior que nos põe em contato com DEUS dentro de nós. Uma premissa básica da meditação, é que é difícil, senão impossível, alcançar um contato consciente, à não ser que a mente esteja sossegada. Para que haja um progresso, a comum sucessão ininterrupta de pensamentos tem de parar. Por isso, a nossa prática preliminar será sossegar a mente e deixar os pensamentos que brotam morrerem de morte natural. Deixamos nossos pensamentos para trás, à medida que a meditação do Décimo Primeiro Passo se torna uma realidade para nós. O equilíbrio emocional é um dos primeiros resultados da meditação, e a nossa experiência confirma isso." (11º Passo de NA)


"O Eu Superior pode usar algum evento, alguma pessoa ou algum livro como seu mensageiro. Pode fazer qualquer circunstância nova agir da mesma forma, mas o indivíduo deve ter a capacidade de reconhecer o que está acontecendo e ter a disposição para receber a mensagem". (Paul Brunton)



Observe Krishnamurti, em conversa com David Bohn, apontando para um "processo", um "caminho de transformação", descrevendo suas etapas até o estado de prontificação e a necessária base emocional para a manifestação da Visão Intuitiva, ou como dizemos no paradigma, a Retomada da Perene Consciência Amorosa Integrativa...


Krishnamurti: Estávamos discutindo o que significa para o cérebro não ter movimento. Quando um ser humano ESTEVE SEGUINDO O CAMINHO DA TRANSFORMAÇÃO, e PASSOU por TUDO isso, e esse SENTIDO DE VAZIO, SILÊNCIO E ENERGIA, ele ABANDONOU QUASE TUDO e CHEGOU AO PONTO, à BASE. Como, então, essa VISÃO INTUITIVA afeta a sua vida diária? Qual é o seu relacionamento com a sociedade? Como ele age em relação à guerra, e ao mundo todo — um mundo em que está realmente vivendo e lutando na escuridão? Qual a sua ação? Eu diria, como concordamos no outro dia, que ele é o não-movimento.

David Bohn: Sim, dissemos que a base era movimento SEM DIVISÃO.

K: Sem divisão. Sim, correto. (Capítulo 8 do livro, A ELIMINAÇÃO DO TEMPO PSICOLÓGICO)


A IMPORTÂNCIA DA RENDIÇÃO DIANTE DA MENTE ADQUIRIDA
Até praticar a rendição, a dimensão espiritual de você é algo sobre o que você lê, de que fala, com que fica entusiasmado, tema para escrita de livros, motivo de pensamento, algo em que acredita... ou não, seja qual for o caso. Não faz diferença. Só quando você se render é que a dimensão espiritual se tornará uma realidade viva na sua vida. Quando o fizer, a energia que você emana e que então governa a sua vida é de uma frequência vibratória muito superior à da energia mental que ainda comanda o nosso mundo. Através da rendição, a energia espiritual entra neste mundo. Não gera sofrimento para você, para os outros seres humanos, nem para qualquer forma de vida no planeta. (Eckhart Tolle em , A Prática do Poder do Agora, pág. 118)


O IMPOPULAR DRAMA OUTSIDER — O encontro direto com a Verdade absoluta parece, então, impossível para uma consciência humana comum, não mística. Não podemos conhecer a realidade ou mesmo provar a existência do mais simples objeto, embora isto seja uma limitação que poucas pessoas compreendem realmente e que muitas até negariam. Mas há entre os seres humanos um tipo de personalidade que, esta sim, compreende essa limitação e que não consegue se contentar com as falsas realidades que nutrem o universo das pessoas comuns. Parece que essas pessoas sentem a necessidade de forjar por si mesmas uma imagem de "alguma coisa" ou do "nada" que se encontra no outro lado de suas linhas telegráficas: uma certa "concepção do ser" e uma certa teoria do "conhecimento". Elas são ATORMENTADAS pelo Incognoscível, queimam de desejo de conhecer o princípio primeiro, almejam agarrar aquilo que se esconde atrás do sombrio espetáculo das coisas. Quando alguém possui esse temperamento, é ávido de conhecer a realidade e deve satisfazer essa fome da melhor forma possível, enganando-a, sem contudo jamais poder saciá-la. — Evelyn Underhill