Se você se sente grato por este conteúdo e quiser materializar essa gratidão, em vista de manter a continuidade do mesmo, apoie-nos: https://apoia.se/outsider - informações: outsider44@outlook.com - Visite> Blog: https://observacaopassiva.blogspot.com

domingo, 10 de junho de 2012

A essencial arte de Cuidar do Ser


Hoje fica tudo muito claro: anos e décadas de cuidado com tudo que dizem ser necessário, no entanto, não o essencial. Somos educados, formatados, adestrados, amestrados a um modo de ser e estar na vida, em que qualquer atividade é mais importante do que a atividade do silêncio, do ócio, da escuta atenta da voz mansa, amorosa e suave que tem sua morada, no centro de nosso coração. Para nos afastar deste caloroso e qualitativo centro cardíaco, deste centro onde se dá todo contato consciente com o Ser que nos faz ser, nos trancafiaram nas masmorras do tempo do relógio, com suas estressantes cobranças tidas como primordiais. Juntamente com as algemas do relógio, nos aprisionaram com uma enorme variedade de "você deve", "você tem que", "você precisa", "você não pode"... Você tem que acordar cedo, você tem que trabalhar, você tem que ser o homem de sucesso, você tem que ser o cara, você tem que ser comunicativo, você tem que ser forte, você deveria pensar no seu futuro, você deveria ser como seu irmão ou como o filho da vizinha, você deveria ter sido um bom filho... Você não pode fracassar, você não pode ser sensível, você não pode escrever poesias, você não pode escolher um trabalho que não dê muito dinheiro, você não pode ouvir seu coração... Você deve negar a si mesmo, você deve se ajustar, você deve se conformar... Você deve porque aceitação é a solução! É assim e pronto!... Sim, um monte de mecanismos, um monte de condicionamentos, que uma vez instalados, devido o método da repetição, vão se tornando parte de nossa imagem irreal, aquela imagem que acaba por fazer com que nos esqueçamos de nossa Real Natureza.
É por causa desses "poderosos mantras hipnotizadores do sistema", que vamos, sistematicamente, com o passar dos anos, nos distanciando cada vez mais daquilo que nos é essencial para a manutenção de uma base diária, onde, bem-estar, felicidade, liberdade, alegria, amorosidade e compaixão, fazem-se a base de toda comunicação, fazem-se a base, da vida de relação. Por décadas fomos adestrados para de forma acelerada, inconsciente, cuidar de tudo que não seja o contato consciente com esta maravilhosa Presença que habita nosso Sopro. Fomos adestrados para ser sem Ser, para ser sem alma, para ser sem espírito, para ser uma máquina de repetição, uma máquina reagente a impulsos teleguiados, uma máquina de alimentação de desejos fabricados por terceiros. Não nos ensinaram a entrar em contato consciente com esta maravilhosa e calorosa Presença, que banha, que envolve com amor, tudo que vê, tudo que toca. Ao contrário disso, com vários sistemas de crença, que erroneamente dão o nome de religião, nos afastaram desta maravilhosa Presença, Presença que é a nossa natureza real, colocando em nossas mentes imaturas, uma idéia de um "deus", sempre distante, sempre longínquo, sempre punitivo, sempre um "fazedor de nossas vontades" — vontades estas, que não são nossas, mas de terceiros, de terceiros, que nos fizeram acreditar que estas vontades são nossas. Nos transformaram em egocêntricos pedintes religiosos separatistas. 
Nos encheram de regras, leis, conceitos, estatutos, mecânicas práticas diárias, desgastadas crenças, emboloradas tradições, um pacote muito bem apertadinho, para que de modo algum, nos fosse possível ter o tempo necessário, para a prática do desfrute do silêncio, do desfrute da não-ação, ação esta que possibilita a manifestação de um contato consciente com esta maravilhosa Presença interna, Presença que nos liberta de todos esses poderosos, limitantes e castradores mantras hipnotizadores do sistema. Não fomos educados para o desfrute do ócio criativo e quando me refiro a palavra criativo, não me refiro a qualquer coisa que possa ser manifestada através do uso de nosso limitado e separatista intelecto, de nosso limitado conhecimento. Quando me refiro ao ócio criativo, me refiro aquele estado de não-fazer, onde pela ação do sentir, uma Presença Criadora, se manifesta, em outras palavras, este ócio criativo é o grande portal desta Presença, que é a essência de toda criação. Enquanto distantes, esquecidos, inconscientes desta Presença interna, somos grandes criadores, sim, criadores de toda forma de confusão, de toda forma de conflito, de todo caos generalizado. Sem esta interna Presença amorosa, tudo que criamos traz consigo, diversas formas de confusão. 
Por anos, por décadas, repetimos a mesma rotina acelerada. Acordamos cedo, sempre sonados, cansados e tratamos de começar a "cuidar" de nossa higiene bucal, a "cuidar" de nossa higiene física, a "cuidar" de nosso cabelo, a "cuidar" da roupa que iremos vestir, a  "cuidar" de nossa alimentação matinal, a "cuidar" de nosso meio de transporte, a "cuidar" de nosso local de trabalho, a "cuidar" de nossas finanças, a "cuidar" de nossas tarefas, a "cuidar" de nossa abarrotada agenda castradora, com seus pesados compromissos, compromissos estes, que nos tornam omissos do "cuidado" que nos é essencial: o cuidado com a arte de cuidar deste contato consciente com o Ser que nos faz ser. Cuidar do Ser, não significa de modo algum, como pode de forma imatura acreditar alguém ainda preso no intelecto, que o Ser que nos faz ser, necessite de algum cuidado. Cuidar do Ser, não tem nada a ver com esta imatura, intelectual e limitante idéia. Cuidar do Ser é a essêncial prática que pode qualificar nossa vida de relação. Cuidar do Ser, cuidar deste contato consciente com esta presença que nos habita e na qual somos, é o cuidado que traz à nossa mente, uma Inteligência amorosa, nunca antes manifesta, Inteligência esta que nos liberta de forma automática, imediata, de várias ilusões, tidas como necessárias. É através deste contato, é através desta arte de cuidar do que é essencial, que é o contato consciente com este Ser que nos faz ser, que toda forma de manifestação do falso, do irreal, acaba caindo por terra, sem deixar se quer, uma marca em qualquer uma de nossas células. É através deste negligenciado cuidado, — neste cuidado do qual fomos desviados desde a mais tenra idade —, que passamos a ser uma poderosa ferramenta afiada nas mãos desta Amorosa Criação. Sem este cuidado, sem esta prática diária, sem este contato constante, momento a momento, somos vitimas fáceis da identificação mental com toda forma de impulso externo, que nos leva a automáticas reações de desamor, reações estas, provenientes de uma mente prisioneira de crenças, conceitos, conhecimentos e tudo mais que é da esfera do limitado pensamento.

Temos tempo para cuidar de um cafezinho, temos tempo para cuidar de um cigarrinho, temos tempo para cuidar de ler nosso caótico e violento jornal, temos tempo para cuidar das fofoquinhas do dia, temos tempo para cuidar de nossas mazelas ocultas, temos tempo para cuidar de nossos vícios, temos tempo para cuidar de nossos "defeitos gostosos", temos tempo para cuidar de nosso corpo em sofisticadas academias que tomaram o lugar de nossos parques, temos tempo para nos anestesiar  com nossas novelas diárias, temos tempo para cuidar de tudo, de tudo que não nos é realmente essencial. Portanto, Cuidar do Ser, significa cuidar do resgate do que nos é essencial. Cuidar do Ser, é cuidar daquilo que nos faz ser a expressão direta do que sentimos ser felicidade e liberdade, mas que, por causa de nosso adestramento, passamos anos e décadas buscando em lugares indevidos, em lugares errados. Cuidar do Ser é a ação do cuidado essencial que nos faculta o contato com a fonte de toda felicidade, com a fonte de toda liberdade e amor.
Cuidar do Ser é cuidar do contato com nossa real natureza, esta natureza que não está nos limites da mente, mas sim, no infinito e caloroso espaço sem espaço do coração. Em vista disso lhe pergunto:
Hoje, você já cuidou do contato consciente com o Ser que lhe faz ser? Conseguiu sentí-Lo?, Conseguiu sentir o calor de Sua chama em seu coração? Conseguiu sentir esse calor que traz outro ar, um ar amoroso em nosso fala e em nossa respiração? Se ainda não o fez, o que está esperando?... Você não precisa se isolar externamente de nada. Faça isso, agora. Experimente isso, agora. Permita-se, agora. Permita-se e saiba por experiência direta que através deste contato consciente, muito do que você acreditava ser necessário, cai por terra. Permita-se, agora, a maravilhosa experiência da libertação da grande quantidade da pesada carga indevidamente carregada por anos. Permita-se este cuidar do ser, pelo qual, noSer, seu ser recebe um novo cuidado. Compreenda a essência do que digo por "Cuidar do Ser" e, nessa compreensão, vivencie de forma direta a realidade das palavras felicidade, liberdade e amor.
Cuide bem de sua real natureza, cuide bem do seu amor.
Um fraterabraço e um beijo em seu coração!
Outsider44

Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...
"Quando você compreende, quando chega a saber,
então traz toda a beleza do passado de volta
e dá a esse passado o renascimento, renova-o,
de forma que todos os que o conheceram
possam estar de novo sobre a terra
e viajar por aqui, e ajudar as pessoas." (Tilopa)



"Nos momentos tranqüilos da meditação, a vontade de DEUS pode tornar-se evidente para nós. Acalmar a mente, através da meditação, traz uma paz interior que nos põe em contato com DEUS dentro de nós. Uma premissa básica da meditação, é que é difícil, senão impossível, alcançar um contato consciente, à não ser que a mente esteja sossegada. Para que haja um progresso, a comum sucessão ininterrupta de pensamentos tem de parar. Por isso, a nossa prática preliminar será sossegar a mente e deixar os pensamentos que brotam morrerem de morte natural. Deixamos nossos pensamentos para trás, à medida que a meditação do Décimo Primeiro Passo se torna uma realidade para nós. O equilíbrio emocional é um dos primeiros resultados da meditação, e a nossa experiência confirma isso." (11º Passo de NA)


"O Eu Superior pode usar algum evento, alguma pessoa ou algum livro como seu mensageiro. Pode fazer qualquer circunstância nova agir da mesma forma, mas o indivíduo deve ter a capacidade de reconhecer o que está acontecendo e ter a disposição para receber a mensagem". (Paul Brunton)



Observe Krishnamurti, em conversa com David Bohn, apontando para um "processo", um "caminho de transformação", descrevendo suas etapas até o estado de prontificação e a necessária base emocional para a manifestação da Visão Intuitiva, ou como dizemos no paradigma, a Retomada da Perene Consciência Amorosa Integrativa...


Krishnamurti: Estávamos discutindo o que significa para o cérebro não ter movimento. Quando um ser humano ESTEVE SEGUINDO O CAMINHO DA TRANSFORMAÇÃO, e PASSOU por TUDO isso, e esse SENTIDO DE VAZIO, SILÊNCIO E ENERGIA, ele ABANDONOU QUASE TUDO e CHEGOU AO PONTO, à BASE. Como, então, essa VISÃO INTUITIVA afeta a sua vida diária? Qual é o seu relacionamento com a sociedade? Como ele age em relação à guerra, e ao mundo todo — um mundo em que está realmente vivendo e lutando na escuridão? Qual a sua ação? Eu diria, como concordamos no outro dia, que ele é o não-movimento.

David Bohn: Sim, dissemos que a base era movimento SEM DIVISÃO.

K: Sem divisão. Sim, correto. (Capítulo 8 do livro, A ELIMINAÇÃO DO TEMPO PSICOLÓGICO)


A IMPORTÂNCIA DA RENDIÇÃO DIANTE DA MENTE ADQUIRIDA
Até praticar a rendição, a dimensão espiritual de você é algo sobre o que você lê, de que fala, com que fica entusiasmado, tema para escrita de livros, motivo de pensamento, algo em que acredita... ou não, seja qual for o caso. Não faz diferença. Só quando você se render é que a dimensão espiritual se tornará uma realidade viva na sua vida. Quando o fizer, a energia que você emana e que então governa a sua vida é de uma frequência vibratória muito superior à da energia mental que ainda comanda o nosso mundo. Através da rendição, a energia espiritual entra neste mundo. Não gera sofrimento para você, para os outros seres humanos, nem para qualquer forma de vida no planeta. (Eckhart Tolle em , A Prática do Poder do Agora, pág. 118)


O IMPOPULAR DRAMA OUTSIDER — O encontro direto com a Verdade absoluta parece, então, impossível para uma consciência humana comum, não mística. Não podemos conhecer a realidade ou mesmo provar a existência do mais simples objeto, embora isto seja uma limitação que poucas pessoas compreendem realmente e que muitas até negariam. Mas há entre os seres humanos um tipo de personalidade que, esta sim, compreende essa limitação e que não consegue se contentar com as falsas realidades que nutrem o universo das pessoas comuns. Parece que essas pessoas sentem a necessidade de forjar por si mesmas uma imagem de "alguma coisa" ou do "nada" que se encontra no outro lado de suas linhas telegráficas: uma certa "concepção do ser" e uma certa teoria do "conhecimento". Elas são ATORMENTADAS pelo Incognoscível, queimam de desejo de conhecer o princípio primeiro, almejam agarrar aquilo que se esconde atrás do sombrio espetáculo das coisas. Quando alguém possui esse temperamento, é ávido de conhecer a realidade e deve satisfazer essa fome da melhor forma possível, enganando-a, sem contudo jamais poder saciá-la. — Evelyn Underhill