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terça-feira, 12 de junho de 2012

Pode a mente medíocre “realizar” Deus?


Pode a mente medíocre “realizar” Deus? Não é isso, Senhor? Podeis usar as palavras “realizar o seu preenchimento” — o que quer que elas signifiquem. Pode a mente ser libertada, pode a mente achar a Verdade, Deus? Senhor, tende a bondade de escutar. Pode a mente medíocre, pequena, perturbada, a mente mesquinha, dividida, vulgar, achar a Realidade? A Realidade é coisa totalmente desconhecida. É uma coisa que só pode existir momento por momento, e não uma coisa fixa num ponto, onde eu possa ir apanhá-la. Se ela está fixa num ponto para eu alcançá-la, ela é uma invenção da mente. Criamos Deus à nossa imagem, não é verdade? Todos os livros, todos os templos estão cheios dos produtos da nossa mão — a palavra, a imagem ou o símbolo, que a mente considera muito importante, porque tem medo de descobrir por si mesma Pode uma tal mentalidade descobrir a Verdade ou “realizar o seu preenchimento” o que quer que signifique “seu preenchimento”? Pode a mente pequenina, que só pensa em termos de “adquirir mais”, em termos de tempo — fazer algo amanhã, alcançar alguma coisa na próxima vida pode uma tal mente compreender o que é atemporal, aquilo que está além das exigências psicológicas temporais, oriundas do desejo? Não pode, evidentemente.

Senhores, Deus não é uma coisa que se pode adquirir como se adquire um terno de roupa ou uma virtude. É algo incomparável, atemporal, inimaginável, inefável: não podeis ir a Ele. Ele deve vir a vós, e tão-somente quando o vosso espírito não mais está buscando. Porque estais buscando, agora, com o fito de adquirir, de ter conforto, com o fito de vos tornardes algo; porque só pensais em termos de tempo, de desenvolvimento, obtenção de resultados — não podeis nunca saber o que é a Realidade. Mente assim, é mente medíocre. Ela é capaz de inventar frases, de falar a respeito de Deus, a respeito da Verdade. Essa mente, porém, não pode ter a experiência da Realidade. Quando a mente já não compara, não adquire — só a essa mente que está tranqüila, pode a Realidade manifestar-se; e essa Realidade não é contínua, ela existe de momento a momento. O que foi, não é, e o que é não será. Senhores, isto não são meras palavras. Quando examinardes realmente o problema relativo a tudo o que acabo de dizer, descobrireis por vós mesmos o que é ser criador. Tereis, vós mesmos, a mente que já não compara, já não adquire, a mente que ingressou num “estado de ser” — e nesse ser a Realidade penetra. A Realidade não é sempre a mesma. Por conseguinte, a mente não pode escrever ou falar sobre a Realidade, descrever a Realidade. A Realidade não tem nenhuma atração. Não posso dizer que ela me atrai. Por conseguinte, é fútil e tolo falar a esse respeito.

Só quando a mente já não está buscando, já não está exigindo, procurando, desejando tornar-se alguma coisa só então a mente está tranqüila; e esta tranqüilidade não é consciente; esta tranqüilidade varia de momento a momento. A mente que só conhece a continuidade não é tranqüila. Tudo isso exige muita paciência, percebimento e autoconhecimento Esse autoconhecimento não é o conhecimento de um certo “ego”, de que ouvistes falar nos livros e dentro do qual fostes condicionado e educado; mas do vosso “ego” de todos os dias, o “ego” que procura, busca, deseja, adquire, que está descontente, que corrompe, que é ávido em vão, e inventa a hierarquia com o um de firmar cada vez mais o seu poderio. Tal é a mente, que cumpre ser compreendida. E ela só pode ser compreendida momento por momento, quando andais, quando falais. Vereis, se observardes a linguagem com que falais ao vosso criado, quanto está condicionada a vossa mente, inutilizada pela tradição; esta mente nunca há de achar a Realidade. É necessária uma revolução total do nosso pensar, para que o atemporal possa acontecer.

Krishnamurti - 12 de dezembro de 1953 -
Do Livro: O Problema da Revolução Total - ICK
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"Quando você compreende, quando chega a saber,
então traz toda a beleza do passado de volta
e dá a esse passado o renascimento, renova-o,
de forma que todos os que o conheceram
possam estar de novo sobre a terra
e viajar por aqui, e ajudar as pessoas." (Tilopa)



"Nos momentos tranqüilos da meditação, a vontade de DEUS pode tornar-se evidente para nós. Acalmar a mente, através da meditação, traz uma paz interior que nos põe em contato com DEUS dentro de nós. Uma premissa básica da meditação, é que é difícil, senão impossível, alcançar um contato consciente, à não ser que a mente esteja sossegada. Para que haja um progresso, a comum sucessão ininterrupta de pensamentos tem de parar. Por isso, a nossa prática preliminar será sossegar a mente e deixar os pensamentos que brotam morrerem de morte natural. Deixamos nossos pensamentos para trás, à medida que a meditação do Décimo Primeiro Passo se torna uma realidade para nós. O equilíbrio emocional é um dos primeiros resultados da meditação, e a nossa experiência confirma isso." (11º Passo de NA)


"O Eu Superior pode usar algum evento, alguma pessoa ou algum livro como seu mensageiro. Pode fazer qualquer circunstância nova agir da mesma forma, mas o indivíduo deve ter a capacidade de reconhecer o que está acontecendo e ter a disposição para receber a mensagem". (Paul Brunton)



Observe Krishnamurti, em conversa com David Bohn, apontando para um "processo", um "caminho de transformação", descrevendo suas etapas até o estado de prontificação e a necessária base emocional para a manifestação da Visão Intuitiva, ou como dizemos no paradigma, a Retomada da Perene Consciência Amorosa Integrativa...


Krishnamurti: Estávamos discutindo o que significa para o cérebro não ter movimento. Quando um ser humano ESTEVE SEGUINDO O CAMINHO DA TRANSFORMAÇÃO, e PASSOU por TUDO isso, e esse SENTIDO DE VAZIO, SILÊNCIO E ENERGIA, ele ABANDONOU QUASE TUDO e CHEGOU AO PONTO, à BASE. Como, então, essa VISÃO INTUITIVA afeta a sua vida diária? Qual é o seu relacionamento com a sociedade? Como ele age em relação à guerra, e ao mundo todo — um mundo em que está realmente vivendo e lutando na escuridão? Qual a sua ação? Eu diria, como concordamos no outro dia, que ele é o não-movimento.

David Bohn: Sim, dissemos que a base era movimento SEM DIVISÃO.

K: Sem divisão. Sim, correto. (Capítulo 8 do livro, A ELIMINAÇÃO DO TEMPO PSICOLÓGICO)


A IMPORTÂNCIA DA RENDIÇÃO DIANTE DA MENTE ADQUIRIDA
Até praticar a rendição, a dimensão espiritual de você é algo sobre o que você lê, de que fala, com que fica entusiasmado, tema para escrita de livros, motivo de pensamento, algo em que acredita... ou não, seja qual for o caso. Não faz diferença. Só quando você se render é que a dimensão espiritual se tornará uma realidade viva na sua vida. Quando o fizer, a energia que você emana e que então governa a sua vida é de uma frequência vibratória muito superior à da energia mental que ainda comanda o nosso mundo. Através da rendição, a energia espiritual entra neste mundo. Não gera sofrimento para você, para os outros seres humanos, nem para qualquer forma de vida no planeta. (Eckhart Tolle em , A Prática do Poder do Agora, pág. 118)


O IMPOPULAR DRAMA OUTSIDER — O encontro direto com a Verdade absoluta parece, então, impossível para uma consciência humana comum, não mística. Não podemos conhecer a realidade ou mesmo provar a existência do mais simples objeto, embora isto seja uma limitação que poucas pessoas compreendem realmente e que muitas até negariam. Mas há entre os seres humanos um tipo de personalidade que, esta sim, compreende essa limitação e que não consegue se contentar com as falsas realidades que nutrem o universo das pessoas comuns. Parece que essas pessoas sentem a necessidade de forjar por si mesmas uma imagem de "alguma coisa" ou do "nada" que se encontra no outro lado de suas linhas telegráficas: uma certa "concepção do ser" e uma certa teoria do "conhecimento". Elas são ATORMENTADAS pelo Incognoscível, queimam de desejo de conhecer o princípio primeiro, almejam agarrar aquilo que se esconde atrás do sombrio espetáculo das coisas. Quando alguém possui esse temperamento, é ávido de conhecer a realidade e deve satisfazer essa fome da melhor forma possível, enganando-a, sem contudo jamais poder saciá-la. — Evelyn Underhill