Se você se sente grato por este conteúdo e quiser materializar essa gratidão, em vista de manter a continuidade do mesmo, apoie-nos: https://apoia.se/outsider - informações: outsider44@outlook.com - Visite> Blog: https://observacaopassiva.blogspot.com

quarta-feira, 20 de junho de 2012

Você mesmo não é um guru?

Pergunta: Apesar de sua enfática negação da necessidade de um guru, você mesmo não é um guru? Qual é a diferença? 

Krishnamurti: Senhor, o que você quer dizer com guru? Por que você precisa de um guru? Se você me transforma em um ou não, eu não estou me fazendo de guru para você. Por isso um seguidor é uma maldição. O seguidor é o destruidor, o seguidor é o explorador. (Riso) Não ria, pense nisso muito seriamente e veja a consequência disto. Vamos examinar esta questão. O que você quer dizer com guru? Geralmente você quer dizer – não é? – aquele que vai levá-lo à realidade. Seu guru não é o homem a quem você pode perguntar a direção da estação. Você não chamaria o professor de guru, o homem que lhe ensina piano. Obviamente, você quer dizer com guru aquele que vai levá-lo à verdade, lhe dar um modo de conduta, aquele que lhe dará a chave ou abrirá a porta, lhe dará nutrição, sustento e coragem – isto é, alguém que vai gratificá-lo profundamente. Você já conhece as gratificações superficiais, e quer uma gratificação mais profunda, uma satisfação profunda, então se volta para alguém que irá ajudá-lo; você busca um guru porque você mesmo está confuso, e quer direção, quer que lhe digam como agir e o que fazer. Então todas essas coisas estão envolvidas nisto; mas por guru queremos dizer, principalmente, aquele que vai nos ajudar a elucidar os problemas da vida – não os problemas técnicos, mas os problemas psicológicos mais sutis, ocultos. Agora, tem a verdade um lugar permanente? Tem a verdade um ponto fixo? Tem a verdade domicílio fixo, ou a verdade é dinâmica, uma coisa viva, e, portanto sem lugar de repouso? A verdade está em constante movimento; mas se você diz que ela é um ponto fixo, então terá que encontrar um guru que levará você até ela, e o guru se torna necessário como indicador. Significa que você e o guru devem saber que a verdade está lá, num lugar fixo, como a estação. Então você pode perguntar o caminho, então pode chegar ao ponto fixo; e para conseguir isso, precisa de um guru que vai guiá-lo e levá-lo àquela coisa fixa. Mas a verdade é uma coisa fixa? E se é fixa, é verdadeira? Também, se você quer a verdade e vai a um guru, deve saber o que a verdade é, não deve? Quando você vai até um guru, não diz “Eu quero descobrir a realidade”, ao contrário, você diz “Ajude-me a perceber a verdade”. Portanto, você já tem uma ideia do que ela é, já conhece seu conteúdo, sua beleza, seu encanto, sua fragrância. Você sabe o que ela é? Como pode um homem confuso conhecer a clareza? Ele só pode conhecer a confusão, ou pensa em clareza com o oposto do que é. 

Krishnamurti - Poona India 6th Public Talk 3rd October, 1948
Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...
"Quando você compreende, quando chega a saber,
então traz toda a beleza do passado de volta
e dá a esse passado o renascimento, renova-o,
de forma que todos os que o conheceram
possam estar de novo sobre a terra
e viajar por aqui, e ajudar as pessoas." (Tilopa)



"Nos momentos tranqüilos da meditação, a vontade de DEUS pode tornar-se evidente para nós. Acalmar a mente, através da meditação, traz uma paz interior que nos põe em contato com DEUS dentro de nós. Uma premissa básica da meditação, é que é difícil, senão impossível, alcançar um contato consciente, à não ser que a mente esteja sossegada. Para que haja um progresso, a comum sucessão ininterrupta de pensamentos tem de parar. Por isso, a nossa prática preliminar será sossegar a mente e deixar os pensamentos que brotam morrerem de morte natural. Deixamos nossos pensamentos para trás, à medida que a meditação do Décimo Primeiro Passo se torna uma realidade para nós. O equilíbrio emocional é um dos primeiros resultados da meditação, e a nossa experiência confirma isso." (11º Passo de NA)


"O Eu Superior pode usar algum evento, alguma pessoa ou algum livro como seu mensageiro. Pode fazer qualquer circunstância nova agir da mesma forma, mas o indivíduo deve ter a capacidade de reconhecer o que está acontecendo e ter a disposição para receber a mensagem". (Paul Brunton)



Observe Krishnamurti, em conversa com David Bohn, apontando para um "processo", um "caminho de transformação", descrevendo suas etapas até o estado de prontificação e a necessária base emocional para a manifestação da Visão Intuitiva, ou como dizemos no paradigma, a Retomada da Perene Consciência Amorosa Integrativa...


Krishnamurti: Estávamos discutindo o que significa para o cérebro não ter movimento. Quando um ser humano ESTEVE SEGUINDO O CAMINHO DA TRANSFORMAÇÃO, e PASSOU por TUDO isso, e esse SENTIDO DE VAZIO, SILÊNCIO E ENERGIA, ele ABANDONOU QUASE TUDO e CHEGOU AO PONTO, à BASE. Como, então, essa VISÃO INTUITIVA afeta a sua vida diária? Qual é o seu relacionamento com a sociedade? Como ele age em relação à guerra, e ao mundo todo — um mundo em que está realmente vivendo e lutando na escuridão? Qual a sua ação? Eu diria, como concordamos no outro dia, que ele é o não-movimento.

David Bohn: Sim, dissemos que a base era movimento SEM DIVISÃO.

K: Sem divisão. Sim, correto. (Capítulo 8 do livro, A ELIMINAÇÃO DO TEMPO PSICOLÓGICO)


A IMPORTÂNCIA DA RENDIÇÃO DIANTE DA MENTE ADQUIRIDA
Até praticar a rendição, a dimensão espiritual de você é algo sobre o que você lê, de que fala, com que fica entusiasmado, tema para escrita de livros, motivo de pensamento, algo em que acredita... ou não, seja qual for o caso. Não faz diferença. Só quando você se render é que a dimensão espiritual se tornará uma realidade viva na sua vida. Quando o fizer, a energia que você emana e que então governa a sua vida é de uma frequência vibratória muito superior à da energia mental que ainda comanda o nosso mundo. Através da rendição, a energia espiritual entra neste mundo. Não gera sofrimento para você, para os outros seres humanos, nem para qualquer forma de vida no planeta. (Eckhart Tolle em , A Prática do Poder do Agora, pág. 118)


O IMPOPULAR DRAMA OUTSIDER — O encontro direto com a Verdade absoluta parece, então, impossível para uma consciência humana comum, não mística. Não podemos conhecer a realidade ou mesmo provar a existência do mais simples objeto, embora isto seja uma limitação que poucas pessoas compreendem realmente e que muitas até negariam. Mas há entre os seres humanos um tipo de personalidade que, esta sim, compreende essa limitação e que não consegue se contentar com as falsas realidades que nutrem o universo das pessoas comuns. Parece que essas pessoas sentem a necessidade de forjar por si mesmas uma imagem de "alguma coisa" ou do "nada" que se encontra no outro lado de suas linhas telegráficas: uma certa "concepção do ser" e uma certa teoria do "conhecimento". Elas são ATORMENTADAS pelo Incognoscível, queimam de desejo de conhecer o princípio primeiro, almejam agarrar aquilo que se esconde atrás do sombrio espetáculo das coisas. Quando alguém possui esse temperamento, é ávido de conhecer a realidade e deve satisfazer essa fome da melhor forma possível, enganando-a, sem contudo jamais poder saciá-la. — Evelyn Underhill