Estou aprendendo sobre mim mesmo – não de acordo com algum psicólogo ou especialista – estou observando e vejo alguma coisa em mim mesmo; mas não a condeno, não a julgo, não a ponho de lado – apenas a observo. Observo que sou orgulhoso – vamos tomar isso como exemplo. Eu não digo, “Eu devo pôr isso de lado, como é feio ser orgulhoso.” – mas apenas o observo. Como estou observando, estou aprendendo. Observar significa aprender que o orgulho envolve como ele veio a existir. Não posso observá-lo por mais de cinco ou seis minutos – se alguém puder, isso seria uma grande coisa - no próximo minuto torno-me desatento. Tendo estado atento e sabendo o que é a desatenção, eu me esforço para tornar atenta a desatenção. Não faça isso, mas observe a desatenção, faça-se ciente de que você está desatento – isso é tudo. Pare aí. Não diga, “Devo gastar todo o meu tempo estando atento”, mas apenas observe quando está desatento. Avançar o que seja nesse processo seria realmente muito complexo. Há uma condição da mente que está desperta e observando todo o tempo, observando mesmo que não haja nada a aprender. Isso significa uma mente que é extraordinariamente clara calma, extraordinariamente silenciosa. O que tem uma mente clara, silenciosa, a aprender?
Krishnamurti. The Impossible Question, pp 25-26