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quarta-feira, 23 de julho de 2014

Em total silêncio a mente se depara com o eterno


Creio que esta é a última palestra.A partir de quinta-feira teremos alguns diálogos durante cinco dias. Por que todos vocês estão sentados tão quietamente? Pergunto-me se já notaram, nossas mentes raramente ficam muito quietas, silenciosas, sem ter problemas, ou tendo problemas, os deixando de lado por um tempo, e tendo uma mente livre, uma mente que não está cheia, uma mente que não está tensa, não está buscando nada; mas absolutamente quieta, silenciosa, e talvez observando não só o que está acontecendo no mundo mas também o que está acontecendo no mundo interior, no mundo da própria existência da pessoa, das atitudes, lutas - apenas observar.

Pergunto-me se alguém já fez este tipo de coisa.

Ou, estamos sempre procurando, perguntando, analisando, demandando, tentando preencher, tentando seguir alguém, algum ideal e por aí vai ou tentando estabelecer uma boa relação com o outro?

Pergunto-me por que há este constante esforço e disputa e busca.

A pessoa vai à Índia, não sei por que, buscando uma coisa extraordinária que vai acontecer quando você vai a esse país, segue alguém que lhe diz para dançar, cantar, fazer o que quiser. (Riso) E há aqueles que tentam forçar você a meditar de um certo modo, aceitar a autoridade, seguir certos rituais, gritar se quiser e por aí vai.

Por que todos nós fazemos isto?

Qual é nossa sede eterna?

O que estamos buscando?

Se pudermos entrar nisso um pouco mais, tentar encontrar por nós mesmos o que todos nós ansiamos, procuramos, buscamos, tentamos realizar, tentamos nos tornar algo. Tirando as crenças religiosas e dogmas e rituais que pessoas suficientemente inteligentes deixam de lado e não indo ao Tibete ou ao Japão, ou tentando o Zen budismo, você sabe, esse negócio todo, mas permanecendo calmamente na própria casa, ou fazendo um passeio solitário, pode a pessoa perguntar por que existe esta sede eterna?

Podemos entrar nisso um pouco?

Porque falamos sobre muitas coisas durante as últimas seis palestras. Falamos sobre medo, pensar juntos; falamos sobre sofrimento,
prazer; e também falamos sobre inteligência e amor e compaixão.
Como mostramos, sem inteligência,que examinamos cuidadosamente, não pode haver amor ou compaixão.
Eles andam juntos.
Não a inteligência dos livros e a habilidade sagaz do pensamento
nem a inteligência de uma mente muito astuta, sutil
mas a inteligência que percebe diretamente o que não é verdadeiro
e o que é falso, o que é perigosoe imediatamente deixa isto, tal qualidade de mente é inteligente.
E se pudermos entrar nisso esta manhã
não só no que é aquilo que todos estamos buscando, querendo.
E talvez enquanto seguimos, descobrir por nós mesmos qual é a qualidade
de uma mente - mente sendo todos os nossos sentidos, todas as reações,
todas as nossas emoções e a capacidade de pensar muito claramente,tudo isso é a mente, a essência da qual é pensamento.
E talvez possamos falar juntos sobre qual é a natureza da meditação
e se existe alguma coisa na vida, em nossa existência diária
não só atividades materiais e posses materiais, dinheiro, sexo,
sensações, mas também além disso tudo, se existe alguma coisa
realmente sagrada, não acumulada pelo pensamento, não as imagensque o pensamento criou sob várias formas, em várias catedrais,
templos e assim por diante, mas de fato, por nós mesmos, descobrir
talvez através de meditação, estando livre de toda ilusão
e engano e pensando muito honestamente, se existe alguma coisa
que é realmente sagrada, que é o movimento da meditação.Então primeiro vamos investigar, se pudermos
pensar juntos, do que temos fome?
A maioria das pessoas teve vários tipos e variedades de experiências
não só experiências sensuais mas incidentes que provocaram
vários movimentos emocionais, sensoriais e românticos
mas também essas experiências que a pessoa teve são bem triviaise talvez todas as experiências sejam bem triviais.
E quando começamos a examinar o que é isso que todos buscamos, queremos,
desejamos, é algo meramente superficial, sensorial...ou alguma coisa que
o desejo busca, que deve obviamente ser bem superficial?
E podemos nós, ao pensar juntos,
sair da superficialidade para um exame mais profundo, mais amplo?Certo?
Ou seja, nós estamos, você e o orador, estamos pensando juntos
se todos os nossos anseios são só demandas superficiais, sensoriais, ou é
o anseio, a busca, a sede de alguma coisa muito além disso?
Você entende minha pergunta?
Como você examina isso?Quando você fez esta pergunta, se seu exame,
seu anseio é meramente superficial, tal como querer mais dinheiro,
melhor relação, tentar se realizar, tentar ser feliz,
você sabe, superficialmente, na superfície,
como você examina isso?Através da análise?
Análise é ainda o mesmo movimento de pensamento, retroceder.
E o pensamento examinar analiticamente a si mesmo, seus incidentes,
suas experiências, seu exame será ainda limitado
porque o pensamento é limitado. Isso é claro.Mas esse é o único instrumento que temos, e assim vamos repetindo
usando o mesmo instrumento, sabendo que é limitado
e sabendo que ele não pode resolver o problema, ou ter a capacidade
para examinar muito profundamente, e contudo continuamos fazendo isto.
Certo?
Nunca percebemos, acho, que este instrumento embora desafiado,embora gasto, não pode resolver o problema e portanto deixá-lo de lado.
Nós não parecemos capazes de fazer isso - por quê?
Por favor, examine comigo.
Você entende minha pergunta?
O pensamento criou o mundo tecnológico.
Certo?O pensamento criou todas as divisões no mundo.
O pensamento criou não só as divisões nacionais, mas divisões religiosas,
divisões ideológicas, toda forma de divisão entre duas pessoas
não importa quanto elas possam pensar que se amam, existe ainda
esta divisão, e o pensamento é responsável por isso, o que é óbvio.
Aceitaríamos isso? - que o pensamento em sua atividade inevitavelmentesendo limitado, sendo resultado do passado,
deve inevitavelmente provocar divisão e, portanto, é limitado.
O pensamento nunca pode ver o todo.
Certo?
Agora podemos perguntar: tal atividade é superficial
ou pode o pensamento com sua limitação examinar mais profundamente?Você acompanha o que estou dizendo?
Nós nos entendemos? Podemos continuar?
Por favor, isto não é uma exposição verbal,
não é que verbalmente sejamos claros, mas que juntos
descobrimos por nós mesmos qual é a origem desta fome, grande desejo
de buscar, descobrir, você sabe, este constante movimento de vai e vem.Isto é óbvio, certo?
É a observação - observar - o instrumento do pensamento?
Entende?
Por favor, entre nisso um pouco comigo.
Observar: isso envolve o movimento do pensamento?Você pode observar, e concluir, conceber, criar através dessa observação.
A criação,
a atividade através dessa observação é o movimento do pensamento.
É isso que, em geral, fazemos.
Eu vejo essa cor, o outro vê essa cor, existe a observação delae gostar e desgostar, preconceitos, tudo é movimento de pensamento.
Certo?
Pode-se observar sem nenhum dos movimentos do pensamento?
Isso requer um tipo de disciplina?
Compreende?Disciplina, a raiz dela é aprender.
Aprender, não se adaptar, não imitar,
não tornar a mente embotada, rotina - tudo isso, mas aprender.
Agora pode a pessoa aprender que a atividade da observação
sem o pensamento criando a imagem a partir dessa observação
e agindo de acordo com essa imagem.Certo? Pode-se apenas observar?
Que é aprender, observar e aprender ou estar ciente
do movimento do pensamento interferindo nessa observação?
Aprender disto.
O que é verdadeira disciplina - aprender.Fico pensando se você entendeu.
Estamos nos entendendo?
Estamos fazendo isso enquanto falamos, ou você vai pensar a respeito?
Por favor, estamos fazendo isto todos juntos, refletindo nisto juntos.
Então estamos dizendo: quando há observação, digamos, em nossa ânsia,
nossa sede de alguma coisa, podemos observar sem nenhum motivo,motivo sendo o passado, que pode ser o desejo, a conclusão
do pensamento - sem o passado interferir com a observação real?
Você consegue fazer isso?
Isso é aprender.
Este movimento total: a observação, a interferência do pensamento,qual é o resultado e o efeito de todo este movimento, apenas observar.
A pessoa quer aprender.
Aprender, em geral, é acumulação de conhecimento.
Certo?
Escola, faculdade, universidade
ou aprender sobre relacionamento e assim por diante, aprender.Ter acumulado conhecimento e então agir.
Certo?
O objetivo de aprender é acumular conhecimento
e a partir daí agir habilmente, ou não habilmente, depende.
Ou você age e então aprende, que é acumular conhecimento pela ação.
Compreendeu?Você está acompanhando tudo isto?
Então nossa ação sempre se baseia na acumulação de conhecimento.
Certo?
Agir e aprender da ação, e acumular.
Acumular conhecimento e agir.
Certo?Então nossas ações são sempre baseadas no passado
ou o passado projetando o futuro, e agindo de acordo com o futuro.
É o mesmo movimento, modificado mas é ainda o mesmo movimento.
Certo?
Fico pensando se você está acompanhando tudo isto.Estão fazendo isto, senhores?
Calor!
Estamos apontando uma coisa inteiramente diferente.
Compreende?
Acumular conhecimento e então agir.
Acumular conhecimento e projetardesse conhecimento o futuro e agir a partir do futuro.
Então nossas ações são invariavelmente resultado do passado ou do futuro
isto é, ação baseada no tempo - ontem, hoje e amanhã.
Ontem encontrando o presente
que é hoje, modificando-se e continuando.Certo?
Nossa ação se baseia nisso.
Então nossas ações são sempre incompletas, obviamente.
Porque nelas há remorsos,
uma sensação de frustração, elas nunca são completas, obviamente.Certo?
Agora estamos apontando outra coisa, uma coisa inteiramente diferente
que é, uma observação na qual o passado e o futuro não existem.
Apenas observar.
Como a pessoa observa, se é um bom cientista, através do microscópio
observa o que está de fato acontecendo.Certo?
Quando ele observa o que está de fato acontecendo,
a coisa que ele observa passa por uma mudança, passa por um movimento.
Certo? Por favor, ouçam isto!
É possível observar o anseio, a busca, a urgência, a intensa energiaque está demandando, apenas observar isso sem o movimento do passado?
Você percebeu?
Está acompanhando tudo isto?
Isto não é terrivelmente intelectual, por favor.
É meramente lógico, meramente razoável e, portanto, bastante sensato.Sensato, que significa saudável.
Então a pessoa pode fazer isso?
Observar nosso anseio, o que queremos da vida, o que estamos
buscando, caçando - a maioria está, caso contrário, não estariam aqui.
Isto é - por favor, examine um pouco mais - você lê livros, filosofia,
psicologia, doutorado nisto e naquilo, ou os chamados livros religiosos.Nesses, estão sempre apontando que existe algo além,
parapsicologia - entende?
...mais, algo mais e mais, mais profundo e profundo e profundo.
E tendo lido, a pessoa diz, "Talvez exista, vou atrás disso".
E aí a pessoa fica prisioneira dos sacerdotes, dos gurus,do último modismo e assim por diante, até você pensar que encontrou
algo que é satisfatório - certo? - que lhe dê...
Você diz "Sou perfeitamente feliz, não tenho que buscar nada mais".
O que pode talvez ser uma ilusão.
E muitas pessoas gostam de viver em ilusões.E toda sua busca e suas demandas, sua fome não resolveu
ou gerou uma boa sociedade - entende? - uma boa sociedade,
uma sociedade que se baseia na paz, não há violência, não há
cada um tentando realizar suas ambições, todo o resto da violência.
O objetivo de nossa investigação em tudo isto é gerar uma boa sociedadena qual nós, seres humanos, possamos viver felizmente sem medo,
sem conflito, sem toda esta disputa, luta,
toda brutalidade e todo o resto, porque essa é a intenção
de investigar, pois a sociedade é formada a partir da relação das pessoas.
Se nossa relação não é correta, precisa, real, então nós criamos umasociedade que é a atual, que é o que está acontecendo no mundo.
Certo?
Daí nossa investigação: ou seja, por que os seres humanos separadamente
você busca uma coisa, o outro busca outra coisa
totalmente diferente, cada um está pedindo uma coisa diferente.Certo?
E assim há sempre este movimento egocêntrico.
E a sociedade que criamos se baseia nestes problemas
egocêntricos, ambições egocêntricas, realizações e disciplina
egocêntrica que diz, "Eu devo", o que gera violência.Estamos investigando tudo isso, que devemos, e também estamos investigando
uma mente - sua mente - mente - compreende?
Quando usamos a palavra "mente", não é sua mente ou minha mente - mente.
Porque sua mente é como a mente de milhares e milhões de pessoas.
Certo?Disputando, lutando, exigindo, seguindo, aceitando,
obedecendo, idealizando, pertencendo a alguma religião, sofrimento,
dor, angústia, sua mente é isso e as outras mentes são assim.
Certo?
Então sua mente não é sua.É a mente.
Não sei se você vê isso.
Você pode não ver porque sua vaidade, seu sentido de importância
individual pode impedir esta observação, que é real.
Certo?Fico pensando se você vê isto.
É por isso que, até realmente entendermos isto,
que nós, seres humanos, somos muito semelhantes psicologicamente,
nós, seres humanos mundo afora, somos muito infelizes.Todos eles oram, mas a oração não responde a este problema.
Eles ainda são infelizes, ainda disputam, ainda se desesperam.
Esta é a mente comum.
E assim, quando estamos investigando,
estamos investigando o ser humano, não eu ou você.Nós somos seres humanos. Fico pensando se você vê tudo isto.
E investigando isso, pode a pessoa observar o mundo exterior,
as divisões e todo o resto, o terror,
o perigo, os políticos com seus crimes,
podemos observar tudo isso, apenas observar, não tirar uma conclusão?Se observarmos o que acontece lá fora, e igualmente observarmos o que
acontece interiormente, então nossas ações não são sua ação e minha ação.
Não sei se você está acompanhando tudo isto.
Porque estamos então agindo juntos - entende? -
porque observamos a mesma coisa juntos.Agora perguntamos, o que estamos buscando?
Compreende?
Se você se pergunta o que está buscando, é dinheiro,
é segurança, é se libertar do medo de modo que você tenha
eterno prazer, você está buscando se livrar dofardo do sofrimento? - não só seu fardo, mas o fardo de sofrimento do mundo.
Ou você está buscando - tirando toda a tolice religiosa -
ou você está buscando alguma coisa infinita,
alguma coisa que o pensamento absolutamente não tocou?
Compreende?Uma coisa essencialmente original, uma coisa absolutamente incorruptível?
Então descubra por si mesmo,
como ser humano, como todos os outros seres humanos do mundo,
o que a pessoa anseia, busca, de que tem fome.
Se a pessoa quer experiência porque teve experiências sensoriais,experiências sexuais, as experiências de vários tipos, e disse,
"Já chega, tive tudo isso mas quero alguma de outro tipo"
- entende? Algo mais.
É isso que você está buscando?
Alguma experiência que lhe dará grande deleite,grande compreensão, uma iluminação, uma transformação.
Como você descobrirá?
Primeiro, para descobrir a pessoa deve estar livre de toda ilusão.
Certo?
O que significa tremenda honestidade, de modo que sua mente não se iluda.Certo?
Para não se iludir a pessoa deve compreender toda a natureza do desejo.
Certo?
Porque é o desejo que cria ilusão,
pelo desejo a pessoa quer realização, espera por alguma coisa mais.Assim, a menos que você compreenda toda a natureza
e a estrutura do desejo, ele inevitavelmente criará ilusão.
E examinamos a questão do desejo.
Então pode sua mente, tendo compreendido a atividade do desejo,
saber seu valor relativo e, assim, estar livre para observar?O que significa que você observa sem nenhum tipo de ilusão.
O nacionalismo é uma ilusão.
Certo?
Obviamente.
Isso é muito fácil.As ilusões que o pensamento criou - certo? -
a pessoa está cônscia das ilusões?
Oh, vamos, senhores.
E quando a mente está livre das ilusões,
e assim, ficando absolutamente sem nenhuma hipocrisia, clara, honestaentão podemos começar a investigar: investigar uma coisa, perguntar se
existe uma existência infinita - entende? - uma verdade infinita.
Ou seja, é aí onde surge a meditação.
Certo?
Você está acompanhando tudo isto?Algum de vocês fez meditação?
Provavelmente não, ou provavelmente fizeram
meditação transcedental, meditação tibetana,
meditação hindu, meditação budista, meditação zen.
Provavelmente você brincou com todas elas - seriamente ou levianamente.Todas elas, tanto quanto se pode entender,
e o orador discutiu esta questão com todos os estudiosos
de todos os vários circos, e todo o conceito deles é
que o pensamento deve ser controlado, que a pessoa deve ter disciplina,
deve subjugar o próprio sentimento a alguma coisa diferente de "o que é"pela atenção, pelo controle,
pela constante vigilância - você conhece tudo isto, não é?
E repetir certos mantras, lemas: você pode repetir "amém" ou "coca-cola"
ou o que quiser (riso) - não, não ria, eles são todos semelhantes.
Então o que estamos dizendo é: aceitamos que meditação é tudo isto.Agora, se você quer descobrir o que é meditação,
não simplesmente aceitar o que alguém disse,
se você quer descobrir, certas coisas óbvias são necessárias.
Não deve haver autoridade, porque aí você depende disso.
Certo? Obviamente.Portanto você está lutando, imitando, se adaptando.
E a pessoa deve entender a natureza do controle.
Quem é o controlador? Compreende?
Compreende isto?
Fico pensando se você compreende tudo isto.Não?
Você está interessado nisto tudo?
Porque é sua vida, não minha vida.
É da sua vida diária que estamos falando - o que está envolvido nela,
se a pessoa pode ficar livre de todo este caos, confusão e miséria.E esta é a investigação, você está investigando, não eu investigar e você
aceitar; estamos juntos investigando, estamos fazendo a viagem juntos.
Então primeiro, como dissemos, sem autoridade
o que significa deixar de ser de segunda mão.
Compreende?Somos todos pessoas de segunda mão, porque segunda mão é tradição.
Nunca dizemos, "Veja, eu pus tudo isso de lado, deixe-me olhar."
A próxima pergunta é, controle: desde a infância somos treinados,
educados para controlar, suprimir, ou o outro extremo
que é o que acontece agora - fazer o que quer, fazer sua coisa!
Que é o oposto do outro.Então a pessoa deve entender todo o movimento do controle.
Existe um modo de viver - por favor, ouça isto -
existe um modo de viver sem nenhuma forma de controle?
O que não significa fazer o que você quertanto permissividade como o outro, indulgência.
Existe um modo de viver - por favor investigue isto, talvez seja
uma coisa nova para você - na qual não há uma sombra de controle?
Para descobrir isso a pessoa tem que perguntar: quem é o controlador?
Certo?Estamos investigando o que é meditação
porque talvez, se a pessoa puder compreender a natureza da meditação
não o significado da palavra, o significado da palavra é muito simples
ponderar, refletir, investigar e assim por diante,
mas tirando a palavra, descobrir o que é meditação.Isto pode, nesta investigação, resolver, produzir uma vida
que é extraordinariamente sadia, extraordinariamente racional,
e pode ser capaz de descobrir alguma coisa que é inominável, infinita.
Estamos chegando a isso.
Então quem é o controlador que diz, "Tenho que controlar meus sentimentos,"ou "Devo deixar meus sentimentos fluirem" e assim por diante,
quem é essa entidade que diz, "Eu devo controlar"?
Compreende? Controle e o controlador.
O controlador e a coisa a ser controlada.
Então existe uma divisão.Quem é o controlador?
Não é ainda o movimento do pensamento?
O pensamento disse - por favor, acompanhe isto - o pensamento disse
"Eu experienciei isto, eu aprendi isto"
todo o resto, que é o passado, então o passado é o controlador.Certo?
E isso que está acontecendo agora tem que ser controlado pelo controlador.
Certo? Entende?
Você está acompanhando?
Ou vai simplesmente dormir? (Riso)Interrogante: Acompanhando. Krishnamurti: De fato fazê-lo, senhor.
Não estou falando em meu benefício. Certo?
Eu falei durante 52 anos - "basta" por mim.
Não estou interessado em falar.
Mas estou interessado em descobrir sevocê pode também descobrir a mesma coisa
de modo que sua própria vida seja totalmente diferente, transformada
de modo que você não tenha problemas,
nem complexidades, nem brigas, anseios, todo o resto.
Essa é a razão do orador falar, não para sua própria gratificação,não para sua alegria, para sua realização - tudo isso é tolice.
Então o controlador é resultado do pensamento,
pensamento baseado no conhecimento, que é o passado.
E esse pensamento diz, "Devo controlar o que está ocorrendo agora" - certo?
O real.O real sendo, por exemplo, inveja ou ciúme, que todos vocês conhecem.
E o pensamento diz, "Eu devo controlar."
"Devo analisar. Devo suprimir, ou realizá-lo".
Então há uma divisão - certo? - a divisão criada pelo pensamento.
Está acompanhando? E nisto há engano.Certo?
O engano está na ideia que o controlador
é diferente daquilo que é para ser controlado.
Os dois são criados pelo pensamento.
Certo?Então o controlador é o controlado.
Pergunto-me se você vê isto.
Certo?
Então se você realmente compreende isto,entra nisso muito seriamente por si mesmo, verá que
o controlador é desnecessário, só a observação é necessária.
Compreende?
Quando você observa, não há controlador ou controlado, apenas observar.
Observar sua inveja, por exemplo, inveja,observá-la, sem dar nome, sem negá-la ou aceitá-la
apenas ver, a sensação, esta reação, que surge
que foi chamada inveja, e olhar para ela sem a palavra.
Você está acompanhando?
Então quando não existe a palavraporque a palavra representa o passado - está acompanhando?
e quando você usa a palavra "inveja", isso reforça o passado.
Certo?
Então existe a possibilidade de viver sem nenhum sentido de controle.Estou dizendo isso não como uma teoria mas de fato.
O orador diz o que ele fez,
não o que ele inventou, que existe uma vida sem nenhum sentido de
controle e, portanto, sem sentido de conflito, sem sentido de divisão.
Isso só pode acontecer quando existe apenas pura observação.Percebeu? Faça e você verá.
Faça! Teste.
Quando não há qualquer conflito, o que acontece na mente?
Compreende?Conflito implica movimento.
Certo?
Movimento é tempo.
Certo?
Tempo sendo daqui para lá, tanto física como psicologicamente.Ou seja, o movimento do centro para outro centro,
ou o movimento da periferia para outra - entende?
Existe este constante movimento em todos nós.
Agora, se você observa este movimento com muito cuidado,e enquanto você observa o que acontece na mente?
Você está acompanhando?
Primeiro, você compreendeu, nenhuma autoridade, a natureza do pensamento,
o pensamento é limitado, e o conhecimento guardado no cérebro
como memória, e essa memória agindo como pensamento em ação.Então o conhecimento é sempre parte da ignorância.
Certo? Nós vimos isso.
Então o que acontece na mente?
Compreende?A mente, como examinamos, não é apenas a capacidade
de pensar claramente, objetivamente, impessoalmente, e as coisas que
o pensamento criou, tecnologicamente, todo o resto no mundo,
e o pensamento também criou todos os problemas internos.
Certo?Quando a pessoa observa tudo isto, a mente tem a capacidade
de agir não pelo pensamento mas por pura observação.
Você percebe isto?
Fico pensando se você entende tudo isto!Por favor, senhores, tudo isto é lógico, não é sectário,
nada, filosofia oriental - nada disso.
Embora o orador tenha nascido naquele país chamado Índia,
ele não é um indiano.
Ele tem um passaporte, isso é tudo.Então ele não está envolvido em exóticas
bobagens românticas ou em alguma estranha filosofia.
Estamos apenas examinando o que está de fato acontecendo.
E para observar o que de fato está acontecendo a pessoa deve olharsem a resposta do passado moldando isto.
A partir dessa pura observação vem a ação.
Isso é inteligência.
E essa é também a coisa extraordinária chamada amor e compaixão.
Então a mente tem esta qualidade de inteligência e naturalmentecom essa inteligência vem compaixão, amor.
Amor não é simplesmente sexo, por deus, tire tudo isso.
Amor é outra coisa além de simples sensação, totalmente sem relação
com nossas demandas e realizações e todo o resto.Então a mente agora tem esta qualidade, esta estabilidade.
É como uma rocha no meio de uma correnteza,
no meio de um rio, imóvel.
Tudo... Entende?
Então tal mente, porque compreendeu a relação com o outro,nós entramos nisso - relação não se baseia na imagem -
compreende? - você tem uma imagem de mim e eu tenho uma imagem
dela, e nossa relação é essa, de imagem para imagem.
Você sabe disso tudo, não sabe?E portanto, não existe relação real.
Pode haver a relação de toque, dos sentidos
mas isso não é a relação profunda, real com um outro.
Se não existe essa profunda relação há conflitoe a partir desse conflito nós criamos esta sociedade
que é totalmente imoral, violenta, homicida.
Então a mente agora tem esta qualidade de grande estabilidade.
E aquilo que é estável é silencioso.
Certo?Você está acompanhando tudo isto?
Você entrou nisto? Compreendeu?
Ser absolutamente claro, ter a clareza que pode examinar qualquer problema.
Essa clareza é estabilidade.Compreende? Só a mente que está confusa, contraditória, partida é instável, neurótica, buscando, lutando, brigando. Então chegamos ao ponto em que a mente está totalmente clara e, portanto, completamente imóvel. Compreende? Imóvel não no sentido de uma montanha, mas imóvel no sentido de que é tão completamente... não tem problemas, nem - entende? - tudo isso, assim é extraordinariamente estável e, portanto, flexível. Certo? Agora: tal mente está quieta. E você precisa ter uma mente que está absolutamente silenciosa, absolutamente, não relativamente - há silêncio quando você vai numa tarde aos bosques, há grande silêncio, todos os pássaros foram para a cama, o vento, o sussuro das folhas acabou, há grande quietude, há a quietude exterior. E a pessoa observa essa quietude e diz, "Devo ter essa quietude", e assim depende da quietude de estar só - compreende? - estar em solidão. Isso não é quietude. E existe a quietude criada pelo pensamento. Ou seja, o pensamento diz, "Eu devo ficar quieto, devo ficar parado, não devo tagarelar," e gradualmente isto produz uma quietude. Mas não é isto, porque é o resultado do pensamento operando no ruído. Certo? Então estamos falando de uma quietude que não depende de nada. E só essa qualidade de quietude, esse absoluto silêncio da mente que pode ver aquilo que é eterno, infinito, inominável. Isto é meditação. Certo? Certo, senhores. Acabou.
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"Quando você compreende, quando chega a saber,
então traz toda a beleza do passado de volta
e dá a esse passado o renascimento, renova-o,
de forma que todos os que o conheceram
possam estar de novo sobre a terra
e viajar por aqui, e ajudar as pessoas." (Tilopa)



"Nos momentos tranqüilos da meditação, a vontade de DEUS pode tornar-se evidente para nós. Acalmar a mente, através da meditação, traz uma paz interior que nos põe em contato com DEUS dentro de nós. Uma premissa básica da meditação, é que é difícil, senão impossível, alcançar um contato consciente, à não ser que a mente esteja sossegada. Para que haja um progresso, a comum sucessão ininterrupta de pensamentos tem de parar. Por isso, a nossa prática preliminar será sossegar a mente e deixar os pensamentos que brotam morrerem de morte natural. Deixamos nossos pensamentos para trás, à medida que a meditação do Décimo Primeiro Passo se torna uma realidade para nós. O equilíbrio emocional é um dos primeiros resultados da meditação, e a nossa experiência confirma isso." (11º Passo de NA)


"O Eu Superior pode usar algum evento, alguma pessoa ou algum livro como seu mensageiro. Pode fazer qualquer circunstância nova agir da mesma forma, mas o indivíduo deve ter a capacidade de reconhecer o que está acontecendo e ter a disposição para receber a mensagem". (Paul Brunton)



Observe Krishnamurti, em conversa com David Bohn, apontando para um "processo", um "caminho de transformação", descrevendo suas etapas até o estado de prontificação e a necessária base emocional para a manifestação da Visão Intuitiva, ou como dizemos no paradigma, a Retomada da Perene Consciência Amorosa Integrativa...


Krishnamurti: Estávamos discutindo o que significa para o cérebro não ter movimento. Quando um ser humano ESTEVE SEGUINDO O CAMINHO DA TRANSFORMAÇÃO, e PASSOU por TUDO isso, e esse SENTIDO DE VAZIO, SILÊNCIO E ENERGIA, ele ABANDONOU QUASE TUDO e CHEGOU AO PONTO, à BASE. Como, então, essa VISÃO INTUITIVA afeta a sua vida diária? Qual é o seu relacionamento com a sociedade? Como ele age em relação à guerra, e ao mundo todo — um mundo em que está realmente vivendo e lutando na escuridão? Qual a sua ação? Eu diria, como concordamos no outro dia, que ele é o não-movimento.

David Bohn: Sim, dissemos que a base era movimento SEM DIVISÃO.

K: Sem divisão. Sim, correto. (Capítulo 8 do livro, A ELIMINAÇÃO DO TEMPO PSICOLÓGICO)


A IMPORTÂNCIA DA RENDIÇÃO DIANTE DA MENTE ADQUIRIDA
Até praticar a rendição, a dimensão espiritual de você é algo sobre o que você lê, de que fala, com que fica entusiasmado, tema para escrita de livros, motivo de pensamento, algo em que acredita... ou não, seja qual for o caso. Não faz diferença. Só quando você se render é que a dimensão espiritual se tornará uma realidade viva na sua vida. Quando o fizer, a energia que você emana e que então governa a sua vida é de uma frequência vibratória muito superior à da energia mental que ainda comanda o nosso mundo. Através da rendição, a energia espiritual entra neste mundo. Não gera sofrimento para você, para os outros seres humanos, nem para qualquer forma de vida no planeta. (Eckhart Tolle em , A Prática do Poder do Agora, pág. 118)


O IMPOPULAR DRAMA OUTSIDER — O encontro direto com a Verdade absoluta parece, então, impossível para uma consciência humana comum, não mística. Não podemos conhecer a realidade ou mesmo provar a existência do mais simples objeto, embora isto seja uma limitação que poucas pessoas compreendem realmente e que muitas até negariam. Mas há entre os seres humanos um tipo de personalidade que, esta sim, compreende essa limitação e que não consegue se contentar com as falsas realidades que nutrem o universo das pessoas comuns. Parece que essas pessoas sentem a necessidade de forjar por si mesmas uma imagem de "alguma coisa" ou do "nada" que se encontra no outro lado de suas linhas telegráficas: uma certa "concepção do ser" e uma certa teoria do "conhecimento". Elas são ATORMENTADAS pelo Incognoscível, queimam de desejo de conhecer o princípio primeiro, almejam agarrar aquilo que se esconde atrás do sombrio espetáculo das coisas. Quando alguém possui esse temperamento, é ávido de conhecer a realidade e deve satisfazer essa fome da melhor forma possível, enganando-a, sem contudo jamais poder saciá-la. — Evelyn Underhill