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quarta-feira, 30 de julho de 2014

Os pensamentos são obstinados, irredutíveis

As nuvens que vagueiam pelo céu não têm raízes nem lar... E o mesmo é verdadeiro em relação a seus pensamentos, e o mesmo é verdadeiro em relação a seu céu interior: seus pensamentos não têm raízes, não têm lar; tal como as nuvens, eles vagueiam. Assim você não precisa combatê-los, nem sequer precisa tentar detê-los. 

Isso deve tornar-se um profundo conhecimento em você, porque sempre que uma pessoa se torna interessada em meditação, começa por tentar deter o pensamento. E, se você tentar deter o pensamento, ele jamais se deterá, porque o próprio esforço para detê-lo é um pensamento, o próprio esforço para meditar é um pensamento, o próprio esforço para atingir o estado de Buda é um pensamento. E como você pode um pensamento com outro pensamento? Como pode deter a mente criando outra mente? Você estará se agarrando à outra. E isso continuará e continuará, até à náusea, e não terá fim. 

Não lute, porque quem lutará? Quem é você? Apenas um pensamento; portanto, não se faça campo de batalha de uma luta de pensamentos. Seja, antes, uma testemunha, observe apenas a flutuação dos pensamentos. Eles cessarão, mas não porque você os tenha detido. Cessarão porque você se tornou mais receptivo, e não por qualquer esforço de sua parte; não, dessa forma eles jamais cessam, eles resistem. Tente, e descobrirá: tente deter um pensamento e o pensamento persistirá. Os pensamentos são obstinados, irredutíveis. São hatha yogis, persistem. Você os repele e eles retornam um milhão de vezes. Você se cansará, eles não. 

(...) Se você tenta deter um pensamento, não o pode deter. Ao contrário, o próprio esforço para detê-lo dá-lhe energia, o próprio esforço para evitá-lo torna-se atenção. Assim, sempre que você quer evitar algo dá demasiada atenção a esse algo. Se você não quiser pensar um pensamento, já estará pensando nele. 

(...) Não há necessidade de deter a mente. os pensamentos não têm raízes, são vagabundos sem lar; você não precisa se preocupar com eles. Observe, simplesmente observe, sem olhar para eles; simplesmente observe. 

Se os pensamentos vêm, não se sinta mal por isso; se você tiver a mais leve impressão de que eles não são bons, já começará a combater. É certo e natural: assim como as folhas chegam para as árvores, os pensamentos chegam para a mente. Isso está certo, é exatamente o que deveria ser. Se eles não surgem, é belo. Conserve-se , simplesmente, dentro de si mesmo, e olhe, olhe sem olhar. 

E, quanto mais você olhar, menos encontrará; quanto mais profundamente você olhar, maior número de pensamentos desaparecerão, dispersar-se-ão. Desde que você saiba disso, tem a chave em sua mão. E essa chave revela o mistério mais secreto: o mistério do estado de Buda. 
As nuvens que vagueiam pelo espaço
Não têm raízes nem lar;
também assim são os pensamentos distintivos
vagando através da mente.
Desde que a mente-eu é vista,
cessa a discriminação.
 E, desde que você possa ver que os pensamentos são flutuantes, que você não é os pensamentos, mas o espaço nos quais eles flutuam, você terá atingido sua mente-eu, terá compreendido o fenômeno da sua percepção. Então, a discriminação cessará: então, nada será bom, nada será mau, nada a ser desejado, nada a ser evitado. 

Você aceita e se torna desprendido e natural. Você, simplesmente, começa a flutuar com a existência, sem ir a parte alguma, porque não há meta; você não se move em direção de alvo algum, porque não há alvo. Você começa a gozar cada momento, seja o que for que ele traga — seja o que for, lembre-se. E você pode gozá-lo, porque agora não tem desejos nem expectativas. Você nada pede; portanto é grato ao que quer que receba. Só o estar sentado e respirar é tão belo, só estar em algum lugar é tão maravilhoso, que cada momento da vida torna-se uma coisa mágica, um milagre em si mesmo.

O S H O — Tantra: a Suprema Compreensão

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"Quando você compreende, quando chega a saber,
então traz toda a beleza do passado de volta
e dá a esse passado o renascimento, renova-o,
de forma que todos os que o conheceram
possam estar de novo sobre a terra
e viajar por aqui, e ajudar as pessoas." (Tilopa)



"Nos momentos tranqüilos da meditação, a vontade de DEUS pode tornar-se evidente para nós. Acalmar a mente, através da meditação, traz uma paz interior que nos põe em contato com DEUS dentro de nós. Uma premissa básica da meditação, é que é difícil, senão impossível, alcançar um contato consciente, à não ser que a mente esteja sossegada. Para que haja um progresso, a comum sucessão ininterrupta de pensamentos tem de parar. Por isso, a nossa prática preliminar será sossegar a mente e deixar os pensamentos que brotam morrerem de morte natural. Deixamos nossos pensamentos para trás, à medida que a meditação do Décimo Primeiro Passo se torna uma realidade para nós. O equilíbrio emocional é um dos primeiros resultados da meditação, e a nossa experiência confirma isso." (11º Passo de NA)


"O Eu Superior pode usar algum evento, alguma pessoa ou algum livro como seu mensageiro. Pode fazer qualquer circunstância nova agir da mesma forma, mas o indivíduo deve ter a capacidade de reconhecer o que está acontecendo e ter a disposição para receber a mensagem". (Paul Brunton)



Observe Krishnamurti, em conversa com David Bohn, apontando para um "processo", um "caminho de transformação", descrevendo suas etapas até o estado de prontificação e a necessária base emocional para a manifestação da Visão Intuitiva, ou como dizemos no paradigma, a Retomada da Perene Consciência Amorosa Integrativa...


Krishnamurti: Estávamos discutindo o que significa para o cérebro não ter movimento. Quando um ser humano ESTEVE SEGUINDO O CAMINHO DA TRANSFORMAÇÃO, e PASSOU por TUDO isso, e esse SENTIDO DE VAZIO, SILÊNCIO E ENERGIA, ele ABANDONOU QUASE TUDO e CHEGOU AO PONTO, à BASE. Como, então, essa VISÃO INTUITIVA afeta a sua vida diária? Qual é o seu relacionamento com a sociedade? Como ele age em relação à guerra, e ao mundo todo — um mundo em que está realmente vivendo e lutando na escuridão? Qual a sua ação? Eu diria, como concordamos no outro dia, que ele é o não-movimento.

David Bohn: Sim, dissemos que a base era movimento SEM DIVISÃO.

K: Sem divisão. Sim, correto. (Capítulo 8 do livro, A ELIMINAÇÃO DO TEMPO PSICOLÓGICO)


A IMPORTÂNCIA DA RENDIÇÃO DIANTE DA MENTE ADQUIRIDA
Até praticar a rendição, a dimensão espiritual de você é algo sobre o que você lê, de que fala, com que fica entusiasmado, tema para escrita de livros, motivo de pensamento, algo em que acredita... ou não, seja qual for o caso. Não faz diferença. Só quando você se render é que a dimensão espiritual se tornará uma realidade viva na sua vida. Quando o fizer, a energia que você emana e que então governa a sua vida é de uma frequência vibratória muito superior à da energia mental que ainda comanda o nosso mundo. Através da rendição, a energia espiritual entra neste mundo. Não gera sofrimento para você, para os outros seres humanos, nem para qualquer forma de vida no planeta. (Eckhart Tolle em , A Prática do Poder do Agora, pág. 118)


O IMPOPULAR DRAMA OUTSIDER — O encontro direto com a Verdade absoluta parece, então, impossível para uma consciência humana comum, não mística. Não podemos conhecer a realidade ou mesmo provar a existência do mais simples objeto, embora isto seja uma limitação que poucas pessoas compreendem realmente e que muitas até negariam. Mas há entre os seres humanos um tipo de personalidade que, esta sim, compreende essa limitação e que não consegue se contentar com as falsas realidades que nutrem o universo das pessoas comuns. Parece que essas pessoas sentem a necessidade de forjar por si mesmas uma imagem de "alguma coisa" ou do "nada" que se encontra no outro lado de suas linhas telegráficas: uma certa "concepção do ser" e uma certa teoria do "conhecimento". Elas são ATORMENTADAS pelo Incognoscível, queimam de desejo de conhecer o princípio primeiro, almejam agarrar aquilo que se esconde atrás do sombrio espetáculo das coisas. Quando alguém possui esse temperamento, é ávido de conhecer a realidade e deve satisfazer essa fome da melhor forma possível, enganando-a, sem contudo jamais poder saciá-la. — Evelyn Underhill