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sábado, 30 de agosto de 2014

O que torna a mente verdadeiramente silenciosa?

Religião não são as crenças, os dogmas, os rituais, as seitas, a propaganda que se faz há dois mil ou dez mil anos; isso, em absoluto, não é religião. Somos escravos da propaganda — não só do comerciante, mas também do sacerdote. A religião é uma coisa de todo diferente. Para descobrir o verdadeiro, descobrir se existe isso a que o homem chama seu Deus — o Desconhecido — temos de morrer para o conhecido, pois, do contrário, não poderemos encontrar-nos com essa coisa inefável que o homem busca há milhares e milhares de anos. O homem, o pensamento inventou um conceito sobre o que Deus é ou não é. Acredita e desacredita, conforme seu condicionamento. O comunista, o autêntico comunista, não acredita. Para ele, só existe o Estado. provavelmente, com o tempo, venha a endeusar Lênine ou outro E há os que foram condicionados para acreditar. Ambos são iguais, o crente e o não-crente. A fim de descobrirmos se existe alguma coisa além daquilo que o pensamento construiu, temos de negar tudo — dogma, crença, esperanças, temores. Isso afinal não é muito difícil, porque, quando queremos aprender, colocamos de lado todos os absurdos que o homem criou com o seu medo. 

Quando termina efetivamente o pensamento, quando morremos para o pensamento, surge então algo inteiramente diferente, uma dimensão diferente, dimensão que não pode ser explicada, colocada em palavras, que nada tem em comum com a crença, o dogma, o medo. Não é uma palavra. Aquele verbo não pode tornar-se carne e, para ser descoberto, deve deixar de existir o experimentador, o observador, o censor. Foi por isso que dissemos, no começo, que temos de compreender o conflito, e que haverá conflito enquanto existir observador e objeto observado; pois esta é a raiz do conflito. Quando digo "precisamos compreender", ou "Tenho medo", o EU julga-se separado do próprio medo. Em verdade não está separado dele. O medo é o EU; os dois são inseparáveis. Quando o observador é o objeto observado, quando o pensador, a fonte do pensamento, deixa de existir, verifica-se, então, que o medo, em qualquer forma, deixou também de existir. 

Nisso há uma concentração de energia. Essa energia explode e surge o novo — o novo irreconhecível. Quando reconhecemos uma coisa, essa coisa não é nova. É uma experiência que já tivemos. Por conseguinte, não é nova. As maravilhosas experiências e visões dos santos e das pessoas religiosas são projeções de coisas velhas, projeções de suas mentes condicionadas. O cristão vê o seu Cristo, porque foi condicionado pela sociedade em que vive, em que cresceu. 

Enquanto houver "experimentador" e a coisa que ele vai "experimentar", nesse estado não existirá nenhuma realidade, porém, somente conflito. Só quando deixa de existir o experimentador, pode surgir aquela coisa que o homem sempre buscou. Em nossa própria vida, estamos sempre a buscar — a buscar a Felicidade, a buscar Deus, a buscar a Verdade. Não podemos achá-lo por meio de busca, porém, tão-só, quando cessa a busca, quando a pessoa é a luz de si própria. Para se ser a luz de si próprio, deve haver paixão e intensidades ardentes. Essa paixão não é uma coisa mansa. Com ela nasce — de toda esta agitação, aflição, confusão e desespero — a revolução, a mutação interior. Só uma mente nova pode encontrar-se com aquilo a que se chama Deus, a Verdade, ou o nome que vocês preferirem. Mas, o conhecido não pode conhecer o desconhecido. Tudo o que o conhecido  — o pensamento — fizer afastará para mais longe ainda o desconhecido. Só quando o pensamento compreendeu a si próprio e se tornou quieto, pode haver a compreensão de todo esse processo de pensamento, prazer e medo. Isso é meditação. Não é a prática, a disciplina ou o ajustamento que torna a mente quieta. O que a torna verdadeiramente silenciosa é a compreensão de si própria, de seus pensamentos, seus desejos, suas contradições, seus prazeres, seus apegos, sua solidão, seu desespero, sua brutalidade e violência. Dessa compreensão nasce o silêncio, e só a mente silenciosa pode perceber, pode ver realmente o que é

Krishnamurti em, Encontro com o Eterno — 10 de maio de 1966

segunda-feira, 20 de maio de 2013

Por que a mente se apega a crenças, conceitos e dogmas?

A mente repleta de conhecimentos, crenças, teorias, não está, por certo, livre para investigar o verdadeiro. Mas, se pudermos compreender e dissolver o condicionamento, os preconceitos e dogmas que nos estão enevoando a mente, talvez então esta se torne livre para descobrir, pois, assim, a própria verdade atuará sobre o problema, em vez de ficar a mente lutando por uma solução por meio de seu próprio condicionamento — que não pode leva-la a parte alguma.
Eis porque acho muito importante saber escutar. Pouquíssimos de nós somos capazes de escutar verdadeiramente; pouquíssimos dentre nós ouvimos ou vemos as coisas com verdadeira clareza, porque tudo o que observamos ou ouvimos é imediatamente interpretado, traduzido pela mente, de acordo com nossas próprias ideias e peculiar temperamento. Pensamos estar compreendendo, mas não estamos, por certo. De tal maneira estamos sendo distraídos por nossas opiniões e conhecimentos, pelo aprovar ou reprovar, que nunca vemos o problema como ele de fato é. Mas, se pudermos desembaraçar-nos de nossos peculiares pontos-de-vista e, escutando, seguindo o funcionamento da mente, perceber o fato tal qual é, acho que veremos então manifestar-se um processo completamente diferente, o qual nos habilitará a considerar os nossos problemas com plena liberdade e clareza.
(...) Por certo, só a mente que está livre, por inteiro, de toda e qualquer autoridade, consciente ou inconsciente, é capaz de descobrir se existe uma realidade que transcende as meras concepções mentais. A mente livre é aquela que se libertou de toda crença, de todos os padrões de pensamento, conscientes ou inconscientes. Na atualidade, todo o nosso pensar resulta de nosso especial condicionamento, nossas experiências, lembranças, temores, esperanças, acumulados através do tempo. Em tais condições, é bem óbvio que a mente não está livre. Só existe liberdade quando o processo do pensamento, no seu todo, foi compreendido e transcendido; e só então se torna possível o surgir de uma mente nova, regenerada.
Assim sendo, pode a mente libertar-se de seu próprio condicionamento, para considerar de maneira nova os seus problemas? Pode ser livre a mente? — não como cristã, hinduísta, sueca, comunista ou seja o que for, nem puramente no sentido de abandonar um dado ideal, crença ou hábito, porém livre para descobrir o que significa transcender todas as influências e contradições, mentais e sociais.
Como está reagindo agora a mente? Reagir, concordando ou discordando, é de todo vão, uma vez que tal reação é produzida por nosso próprio fundo, nosso acervo de saber e crença. Mas, “experimentar” o que está se passando em nós mesmos, isso parece-me verdadeiramente proveitoso. Ora, pode-se investigar inteligentemente, pacientemente, para descobrir se há alguma possibilidade, de libertarmos a nossa mente de todo parcialismo, toda influência, habilitando-a, assim, a transcender suas próprias atividades? Do contrário, nossa vida será sempre muito superficial, vazia — e talvez quase todos estejamos nesse caso. Temos um enorme acervo de informações, conhecimentos, inumeráveis crenças, credos, dogmas, mas na realidade somos muito superficiais e infelizes.
(...) A mente agora é estéril, não criadora, no lídimo sentido da palavra, não é exato? Ela é uma coisa artificial, constituída das acumulações da memória. Enquanto existir inveja, ambição, busca interesseira, não pode haver o estado criador. Parece-me, por conseguinte, que o mais que podemos fazer é compreendermos a nós mesmos, as operações de nossa mente; e esse processo de compreensão representa uma volumosa tarefa. Não é coisa que se faz esporadicamente, que se deixa para mais tarde, para amanhã, mas deve ser feita todos os dias, a cada momento, continuamente. Compreender a si mesmo é estar cônscio, espontaneamente, naturalmente, dos movimentos do pensar. Começa-se, assim, a perceber todos os ocultos motivos e intenções que nutrem os nossos pensamentos, e resulta, daí, a libertação da mente dos processos que a tolhem e limitam. Ela está então tranquila; nessa tranquilidade pode manifestar-se, de modo espontâneo, algo que não é produto da mente.

(...)Pergunta: Dizeis que, para se operar a transformação, precisamos compreender todo o nosso fundo. Isso quer dizer que precisamos compreender a reencarnação e Karma?

Krishnamurti: Karma é uma palavra sânscrita, que significa ação. E, quanto à reencarnação, sabeis o que significa!
Acho bem óbvio que a mente que crê em alguma coisa, que se mantém apegada a algum desejo psicológico ou esperança resultante do medo, vive sempre presa nesse padrão da crença; e a luta que se trava dentro do padrão de qualquer crença não significa de modo nenhum transformação. O homem que simplesmente crê na reencarnação não compreendeu o problema da morte e do sofrimento e, porque crê em tal teoria, está tentando fugir ao fato da morte.
A palavra karma implica numerosos problemas. Precisamos compreender os motivos de nossas ações — as influências, as compulsões, as causas produtoras da ação. Tudo isso, por certo, faz parte do fundo que precisamos compreender; e a crença na reencarnação faz também parte desse fundo. A mente que crê é incapaz de compreensão, porquanto a crença, evidentemente, é uma fuga à realidade.

(...)Pergunta: Li um livro americano que parece provar convincentemente, por meio da hipnose, que a reencarnação é um fato. Que comentais sobre isso?

Krishnamurti: Aí está uma questão um tanto complexa, e acho necessária examiná-la convenientemente. Todos sabemos que existe a morte. O organismo físico tem de acabar-se, uma vez que se consome pelo uso; e desejamos saber se há continuidade após a morte. Todas as coisas que conhecemos e experimentamos tem fim e, por essa razão, indagamos o que será de nós depois. Este problema surge em todo mundo. No Oriente, a reencarnação é aceita como crença, e o autor desta pergunta diz que se escreveu um livro que prova, por meio da hipnose, que uma pessoa teve vidas anteriores; e queremos, portan­to, saber se a reencarnação é um fato. Não sei se credes que o pensamento é independente do corpo, independente do organismo físico. Temos um organismo, reações ner­vosas e pensamentos; e, assim, perguntamos se o pensa­mento continua após a morte.
Ora, que acontece quando fazemos tal pergunta? O fato verdadeiro é que desejamos continuar a existir, não é exato? — ou, também, achamos preferível o aniquilamento. Tanto num como noutro caso, a mente sele­cionou a teoria que melhor lhe convém. Se credes, ou não, na reencarnação, isso pouco importa; mas pode-se descobrir a verdade a esse respeito, a verdade a respeito da morte? A todos nos agrada pensar que existe uma al­ma eterna, e aceitamos várias crenças que nos ensinam que a alma é uma entidade espiritual que transcende o organismo físico. Mas a crença numa ideia, por mais con­fortante e animadora que seja, não nos dá perfeita com­preensão da morte. Sem dúvida, a morte é algo totalmen­te desconhecido, algo completamente novo, e, por mais ansiosamente que investiguemos esta questão, não encon­traremos resposta satisfatória. Tudo o que conhecemos está encerrado nos limites do tempo, e o que somos é apenas uma acumulação de memórias e experiências do passado. Determinamos nossa própria entidade por meio da me­mória — memória de "minha casa", "meu nome", "minha família", "meu saber", "minha pátria" — e queremos que esse "eu" tenha continuidade no futuro. Ou, ainda, di­zemos: "A morte é o fim de tudo" — o que também não representa solução alguma.
Pois bem. Pode-se descobrir a verdade acerca da morte? Sabe-se que buscamos a continuidade do "eu". O pensamento vive numa perpétua busca de permanência e, por essa razão, dizemos que deve haver alguma forma de continuidade. O pensamento é contínuo, não? E en­quanto existir o desejo de continuidade, fortaleceremos cada vez mais a ideia do "eu" e de "minha própria impor­tância". Pode ser que o pensamento continue, assuma outra forma, e a isso se chama reencarnação. Mas, aquilo que tem continuidade poderá conhecer o imensurável, o atemporal? Poderá ser criador? Ora, por certo Deus, a Verdade, ou como o chamardes, não pode ser encontra­do nos limites do tempo. Deve ser algo inteiramente no­vo, e não coisa criada pelas nossas próprias esperanças e temores. E, todavia, a mente deseja a permanência, não é verdade? Por conseguinte, diz: "Deus é permanente" e "eu terei continuidade depois desta vida".
Como vedes, o problema não é a reencarnação, mas, sim, o fato de buscarmos a permanência, nesta vida e de­pois dela. Enquanto a mente buscar a segurança, em qual­quer sentido que seja, através do nome, da família, da posição, da virtude, etc., continuará a existir o sofrimen­to. Só a mente que morre dia a dia, de momento a mo­mento, para tudo o que acumulou — só essa mente pode conhecer a verdade. E, então, talvez descubramos que não existe divisão entre a vida e a morte, porém, unica­mente, um estado todo diferente, em que o tempo, tal co­mo o conhecemos, não existe.

(...)Pergunta: Se alguém deseja encontrar a liberdade, na direção por vós indicada, não é também necessário que tal pessoa renuncie à igreja, ou a quaisquer organizações religiosas em que se interessa?

Krishnamurti: Se uma pessoa deseja libertar-se, deve abandonar, renunciar, ou colocar de lado organizações que exigem crença? É claro que deve. Se uma pessoa pertence a uma organização que exige crença, que se baseia no medo, no dogma, nesse caso sua mente é escrava de tal organização e não pode ser livre. Só a mente que é livre — e este é um problema verdadeiramente complexo e difícil — pode descobrir se existe uma realidade, se há Deus, e não a mente que crê em Deus.
Ora, porque nos apegamos aos dogmas, às crenças, aos rituais impostos pelas religiões? Se compreendermos isso, então todas essas coisas cairão por si, como as folhas no outono, sem esforço algum.
Porque pertenceis a uma dada organização religiosa? Necessitamos, é óbvio, de organizações — para entrega de correspondência, fornecimento de leite etc.; mas por que razão a mente se apega a dogmas? Não é porque, no dog­ma, na crença, ela encontra segurança, apoio? Porque vi­ve incerta, temerosa, insegura, a mente projeta uma cren­ça ou se apega a um dogma oferecido por tal igreja ou tal organização. A mente se apega ao dogma, à crença, como meio de fuga à sua própria incerteza, sua insuficiên­cia interior. Procura encher o seu vazio com dogmas, com crenças, superstições, rituais. Podeis renunciar a uma crença ou abandonar um dogma; mas, enquanto não compreenderdes vossa pobreza, vossa insuficiência interior, enquanto a mente não tiver compreendido o seu próprio vazio, o mero renunciar à religião organizada é sem sig­nificação. Só terá significação quando compreenderdes o elemento interior que vos força a apegar-vos à conclusão, à crença. Eis porque é tão importante conhecermos a nós mesmos, sabermos porque cremos, porque rejeitamos, porque renunciamos. Só no autoconhecimento existe a sabedoria — não nas crenças, não nos livros, porém na integral compreensão da estrutura de nossa mente. Só a mente livre pode compreender o que se encontra além do tempo.

Krishnamurti — Verdade Libertadora — ICK

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"Quando você compreende, quando chega a saber,
então traz toda a beleza do passado de volta
e dá a esse passado o renascimento, renova-o,
de forma que todos os que o conheceram
possam estar de novo sobre a terra
e viajar por aqui, e ajudar as pessoas." (Tilopa)



"Nos momentos tranqüilos da meditação, a vontade de DEUS pode tornar-se evidente para nós. Acalmar a mente, através da meditação, traz uma paz interior que nos põe em contato com DEUS dentro de nós. Uma premissa básica da meditação, é que é difícil, senão impossível, alcançar um contato consciente, à não ser que a mente esteja sossegada. Para que haja um progresso, a comum sucessão ininterrupta de pensamentos tem de parar. Por isso, a nossa prática preliminar será sossegar a mente e deixar os pensamentos que brotam morrerem de morte natural. Deixamos nossos pensamentos para trás, à medida que a meditação do Décimo Primeiro Passo se torna uma realidade para nós. O equilíbrio emocional é um dos primeiros resultados da meditação, e a nossa experiência confirma isso." (11º Passo de NA)


"O Eu Superior pode usar algum evento, alguma pessoa ou algum livro como seu mensageiro. Pode fazer qualquer circunstância nova agir da mesma forma, mas o indivíduo deve ter a capacidade de reconhecer o que está acontecendo e ter a disposição para receber a mensagem". (Paul Brunton)



Observe Krishnamurti, em conversa com David Bohn, apontando para um "processo", um "caminho de transformação", descrevendo suas etapas até o estado de prontificação e a necessária base emocional para a manifestação da Visão Intuitiva, ou como dizemos no paradigma, a Retomada da Perene Consciência Amorosa Integrativa...


Krishnamurti: Estávamos discutindo o que significa para o cérebro não ter movimento. Quando um ser humano ESTEVE SEGUINDO O CAMINHO DA TRANSFORMAÇÃO, e PASSOU por TUDO isso, e esse SENTIDO DE VAZIO, SILÊNCIO E ENERGIA, ele ABANDONOU QUASE TUDO e CHEGOU AO PONTO, à BASE. Como, então, essa VISÃO INTUITIVA afeta a sua vida diária? Qual é o seu relacionamento com a sociedade? Como ele age em relação à guerra, e ao mundo todo — um mundo em que está realmente vivendo e lutando na escuridão? Qual a sua ação? Eu diria, como concordamos no outro dia, que ele é o não-movimento.

David Bohn: Sim, dissemos que a base era movimento SEM DIVISÃO.

K: Sem divisão. Sim, correto. (Capítulo 8 do livro, A ELIMINAÇÃO DO TEMPO PSICOLÓGICO)


A IMPORTÂNCIA DA RENDIÇÃO DIANTE DA MENTE ADQUIRIDA
Até praticar a rendição, a dimensão espiritual de você é algo sobre o que você lê, de que fala, com que fica entusiasmado, tema para escrita de livros, motivo de pensamento, algo em que acredita... ou não, seja qual for o caso. Não faz diferença. Só quando você se render é que a dimensão espiritual se tornará uma realidade viva na sua vida. Quando o fizer, a energia que você emana e que então governa a sua vida é de uma frequência vibratória muito superior à da energia mental que ainda comanda o nosso mundo. Através da rendição, a energia espiritual entra neste mundo. Não gera sofrimento para você, para os outros seres humanos, nem para qualquer forma de vida no planeta. (Eckhart Tolle em , A Prática do Poder do Agora, pág. 118)


O IMPOPULAR DRAMA OUTSIDER — O encontro direto com a Verdade absoluta parece, então, impossível para uma consciência humana comum, não mística. Não podemos conhecer a realidade ou mesmo provar a existência do mais simples objeto, embora isto seja uma limitação que poucas pessoas compreendem realmente e que muitas até negariam. Mas há entre os seres humanos um tipo de personalidade que, esta sim, compreende essa limitação e que não consegue se contentar com as falsas realidades que nutrem o universo das pessoas comuns. Parece que essas pessoas sentem a necessidade de forjar por si mesmas uma imagem de "alguma coisa" ou do "nada" que se encontra no outro lado de suas linhas telegráficas: uma certa "concepção do ser" e uma certa teoria do "conhecimento". Elas são ATORMENTADAS pelo Incognoscível, queimam de desejo de conhecer o princípio primeiro, almejam agarrar aquilo que se esconde atrás do sombrio espetáculo das coisas. Quando alguém possui esse temperamento, é ávido de conhecer a realidade e deve satisfazer essa fome da melhor forma possível, enganando-a, sem contudo jamais poder saciá-la. — Evelyn Underhill