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segunda-feira, 30 de julho de 2012

Krishnamurti - Não há religar por meio da crença e conceitos - só acréscimo de conflitos.

As idéias puseram os homens uns contra os outros. A expansão do dogma não nos liberta do dogma. A crença está dividindo os homens. A divisão é a ênfase da crença, e constitui um bom meio de explorar os crédulos. Na crença vocês acham conforto, segurança — que são só ilusões. Sempre que há tendência para a separação, há de haver desintegração. Onde há a força aprisionante da crença, é inevitavelmente a desintegração. Vocês se chamam de hinduístas, muçulmanos, cristãos, teosofistas, e o que mais que seja, e com isso vocês se fecham. Suas idéias geram oposição, inimizade, antagonismo; do mesmo modo, as suas filosofias, por mais geniais, por mais idealistas ou divertidas que sejam. Assim como um homem tem paixão pela bebida, assim também vocês têm a paixão das suas crenças. Eis porque as religiões organizadas falharam no mundo inteiro. 
A verdadeira religião é o "experimentar", que nada tem a ver com a crença. É aquele estado mental que, no processo do autoconhecimento, descobre a verdade instante por instante. A verdade nunca é contínua, nunca é a mesma, é incomparável. A verdade é o singular; não é o símbolo de coisa alguma. A adoração de qualquer símbolo provoca desastres, e uma mente entregue à crença, qualquer que seja ela, nunca será uma mente religiosa. E só a mente religiosa, e não a mente ideológica, é capaz de resolver o problema. Citar palavras de outras pessoas não tem valor algum. A mente que cita, seja Platão, seja Buda, é incapaz de "sentir", a realidade. Para experimentar, sentir a realidade, a mente deve estar de todo desnuda; e a mente assim não é uma mente que busca.
Religião, pois, não é crença; religião não são cerimônias; religião não é uma idéia, nem várias idéias combinadas em ideologia. Religião é o "experimentar" a verdade do que é, momento por momento. A verdade não é um fim supremo — não há fim supremo para a verdade. A verdade se encontra no que é; está no presente, nunca é estática. A mente nublada pelo passado não pode em absoluto compreender a verdade. Todas as religiões, tal como são atualmente, dividem os homens. As crenças dessas religiões não são a verdade. A verdade não pode ser encontrada em nenhuma crença de reencarnação; a verdade só pode ser conhecida, quando há um findar, o findar que está implicado na morte. Suas crença em Deus não é religião, não é a verdade. Pouca diferença existe entre o crente e o descrente; tanto um como o outro estão condicionados pelo seu ambiente; eles produzem divisões no mundo, por meio de idéias, por meio de crenças. Por conseguinte, nem o crente nem o descrente podem experimentar a realidade.
Quando vocês vêem as coisas como são, sem preconceitos, sem louvor nem condenação, em relação direta com o que é, há ação. A mente, que é a estrutura de idéias e resíduo de todas as lembranças e pensamentos, nunca pode achar a realidade. A realidade tem de vir por si. Vocês só podem procurar uma cosia que conhecem; não podem procurar a realidade. Vejam a verdade que há nesta questão, vejam a beleza da mente que experimenta diretamente e que age, portanto, sem recompensa, nem punição. Mas a experiência não é a medida da verdade. O "eu" de vocês é pensamento, e pensamento é memória; experiência é memória transmudada em pensamento. Por conseguinte, a mente, em tais condições, pode "organizar" a palavra "verdade" e explorar os outros; mas é incapaz de experimentar a realidade. Só a mente que nenhuma idéia possui é incapaz de experimentar a realidade.
Um homem religioso é o verdadeiro revolucionário. O homem que age em conformidade com idéias, pode matar os outros. Na relação direta com o que é, há o experimentar, e a mente que se acha nesse estado não fabrica idéias. A mente que não tem nenhuma idéia, é sensível, capaz de ver o que é, de maneira direta, e capaz, portanto, de ação. Só essa ação é revolucionária.

Krishnamurti - Que estamos buscando - ICK
Conferência em Madrasta, 18 de dezembro de 1949   
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"Quando você compreende, quando chega a saber,
então traz toda a beleza do passado de volta
e dá a esse passado o renascimento, renova-o,
de forma que todos os que o conheceram
possam estar de novo sobre a terra
e viajar por aqui, e ajudar as pessoas." (Tilopa)



"Nos momentos tranqüilos da meditação, a vontade de DEUS pode tornar-se evidente para nós. Acalmar a mente, através da meditação, traz uma paz interior que nos põe em contato com DEUS dentro de nós. Uma premissa básica da meditação, é que é difícil, senão impossível, alcançar um contato consciente, à não ser que a mente esteja sossegada. Para que haja um progresso, a comum sucessão ininterrupta de pensamentos tem de parar. Por isso, a nossa prática preliminar será sossegar a mente e deixar os pensamentos que brotam morrerem de morte natural. Deixamos nossos pensamentos para trás, à medida que a meditação do Décimo Primeiro Passo se torna uma realidade para nós. O equilíbrio emocional é um dos primeiros resultados da meditação, e a nossa experiência confirma isso." (11º Passo de NA)


"O Eu Superior pode usar algum evento, alguma pessoa ou algum livro como seu mensageiro. Pode fazer qualquer circunstância nova agir da mesma forma, mas o indivíduo deve ter a capacidade de reconhecer o que está acontecendo e ter a disposição para receber a mensagem". (Paul Brunton)



Observe Krishnamurti, em conversa com David Bohn, apontando para um "processo", um "caminho de transformação", descrevendo suas etapas até o estado de prontificação e a necessária base emocional para a manifestação da Visão Intuitiva, ou como dizemos no paradigma, a Retomada da Perene Consciência Amorosa Integrativa...


Krishnamurti: Estávamos discutindo o que significa para o cérebro não ter movimento. Quando um ser humano ESTEVE SEGUINDO O CAMINHO DA TRANSFORMAÇÃO, e PASSOU por TUDO isso, e esse SENTIDO DE VAZIO, SILÊNCIO E ENERGIA, ele ABANDONOU QUASE TUDO e CHEGOU AO PONTO, à BASE. Como, então, essa VISÃO INTUITIVA afeta a sua vida diária? Qual é o seu relacionamento com a sociedade? Como ele age em relação à guerra, e ao mundo todo — um mundo em que está realmente vivendo e lutando na escuridão? Qual a sua ação? Eu diria, como concordamos no outro dia, que ele é o não-movimento.

David Bohn: Sim, dissemos que a base era movimento SEM DIVISÃO.

K: Sem divisão. Sim, correto. (Capítulo 8 do livro, A ELIMINAÇÃO DO TEMPO PSICOLÓGICO)


A IMPORTÂNCIA DA RENDIÇÃO DIANTE DA MENTE ADQUIRIDA
Até praticar a rendição, a dimensão espiritual de você é algo sobre o que você lê, de que fala, com que fica entusiasmado, tema para escrita de livros, motivo de pensamento, algo em que acredita... ou não, seja qual for o caso. Não faz diferença. Só quando você se render é que a dimensão espiritual se tornará uma realidade viva na sua vida. Quando o fizer, a energia que você emana e que então governa a sua vida é de uma frequência vibratória muito superior à da energia mental que ainda comanda o nosso mundo. Através da rendição, a energia espiritual entra neste mundo. Não gera sofrimento para você, para os outros seres humanos, nem para qualquer forma de vida no planeta. (Eckhart Tolle em , A Prática do Poder do Agora, pág. 118)


O IMPOPULAR DRAMA OUTSIDER — O encontro direto com a Verdade absoluta parece, então, impossível para uma consciência humana comum, não mística. Não podemos conhecer a realidade ou mesmo provar a existência do mais simples objeto, embora isto seja uma limitação que poucas pessoas compreendem realmente e que muitas até negariam. Mas há entre os seres humanos um tipo de personalidade que, esta sim, compreende essa limitação e que não consegue se contentar com as falsas realidades que nutrem o universo das pessoas comuns. Parece que essas pessoas sentem a necessidade de forjar por si mesmas uma imagem de "alguma coisa" ou do "nada" que se encontra no outro lado de suas linhas telegráficas: uma certa "concepção do ser" e uma certa teoria do "conhecimento". Elas são ATORMENTADAS pelo Incognoscível, queimam de desejo de conhecer o princípio primeiro, almejam agarrar aquilo que se esconde atrás do sombrio espetáculo das coisas. Quando alguém possui esse temperamento, é ávido de conhecer a realidade e deve satisfazer essa fome da melhor forma possível, enganando-a, sem contudo jamais poder saciá-la. — Evelyn Underhill