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quarta-feira, 21 de outubro de 2015

Somos forçados pelo meio a não ser fraternos, a explorar

Pergunta: Acha que os sistemas sociais do mundo evolucionarão para um estado de fraternidade internacional, ou ela será ocasionada através de instituições parlamentares, ou pela educação?

Krishnamurti: Tal como a sociedade está organizada, não conseguem ter fraternidade internacional. Não podem continuam a ser Novo Zelandeses, e eu um Hindu, e falar sobre fraternidade. Como pode haver realmente fraternidade, se estão restringidos por situações econômicas, por este patriotismo que é uma coisa tão falsa? Isto é, como pode haver fraternidade se vocês continuam a ser Novo Zelandeses, agarrando-se aos vossos preconceitos específicos, às vossas barreiras alfandegárias, patriotismo, e todo o resto; e eu um Hindu a viver na Índia, com os meus preconceitos? Podemos falar de tolerância, deixar-nos em paz uns aos outros, ou eu mandar-lhes missionários e vocês mandarem-me missionários, mas não pode haver fraternidade. Como pode haver fraternidade quando vocês são Cristãos e eu sou Hindu, quando vocês são dominados pelos sacerdotes e eu sou também dominado pelos sacerdotes de um modo diferente, quando vocês têm uma forma de adoração e eu tenho outra? – o que não significa que vocês tenham que chegar à minha forma de adoração ou que eu tenha que chegar à vossa.

Portanto, tal como estão as coisas, elas não resultarão em fraternidade. Pelo contrário, há o nacionalismo, mais governos soberanos, que não são senão os instrumentos da guerra. Portanto, tal como existem, as instituições sociais não podem evolucionar para uma coisa magnífica, porque as suas próprias bases, a sua fundação está errada; e os vossos parlamentos, a vossa educação baseada nestas ideias, não ocasionará a fraternidade. Olhem para todas as nossas nações. O que são elas? Nada senão instrumentos de guerra. Cada país é melhor que o outro, cada país a bater o outro, inflamando esta falsa coisa chamada patriotismo. Por favor, vocês gostam de determinados países, determinados países são mais bonitos que outros, e vocês apreciam-nos. Desfrutam da beleza tal como desfrutam de um pôr-do-sol, seja aqui, na Europa ou na América. Nada há de nacionalista, nem de sentimento patriótico por trás disso – vocês desfrutam-na. O patriotismo só chega quando as pessoas começam a usar o vosso prazer para um objetivo. E como pode haver verdadeira fraternidade, através do patriotismo, quando todas as formas de governo se baseiam na distinção de classes, quando uma classe que tem tudo governa a outra que nada tem, ou envia representantes que nada têm para o parlamento? Sem dúvida que esta abordagem ao estado humano, à unidade humana é impossível. É tão óbvio, que nem necessita de discussão.

Enquanto houver distinções de classe desenvolvendo-se em nacionalidades, baseadas na exploração pela classe possessiva, ou pela classe que tem os meios de produção nas mãos, tem que haver guerras; e através das guerras não vão obter fraternidade. Isso é óbvio. Podem ver isso na Europa desde a Guerra: maior sentimento nacional, mais patriotismo fanático, barreiras alfandegárias mais fortes. Isso, por certo, não vai gerar fraternidade. Pode gerar fraternidade no sentido de que haverá uma grande catástrofe e as pessoas despertarão e dirão, “Por amor de Deus, despertemos e sejamos sensatos.” Isso eventualmente poderá gerar fraternidade; mas as nacionalidades não gerarão fraternidade, não mais que as distinções religiosas, que estão realmente, se chegarem a refletir sobre isso, baseadas em refinado egoísmo. Todos queremos estar seguros no céu – seja lá o que for esse lugar – protegidos, seguros, certos, e portanto criamos instituições, organizações, para produzir a certeza, e chamamos-lhes religiões, aumentando assim a exploração. Ao passo que, se realmente virmos a falsidade de todas estas coisas, não só percebendo-as intelectualmente mas realmente sentindo-as completamente com a nossa mente e coração, então há uma possibilidade de fraternidade. Se o percebermos, então há um ato voluntário, verdadeiro, moral. Quando percebemos uma coisa completamente e agimos, chamo a isso um verdadeiro acto moral, e não quando somos forçados pela circunstâncias, ou quando se provoca uma fraternidade forçada pela completa e brutal necessidade da vida. Isto é, quando as pessoas de negócios, o capitalista, os financeiros, começarem a ver que esta distinção não compensa, que não podem fazer mais dinheiro, que não podem estar na mesma posição, então produzirão um meio forçando o indivíduo a tornar-se fraterno; tal como agora somos forçados pelo meio a não ser fraternos, a explorar, assim serão também forçados a cooperar. Por certo que isso não é fraternidade; é apenas uma ação provocada pela conveniência, sem inteligência e compreensão humanas.

Assim, para realmente trazer a inteligência humana à ação, os indivíduos têm que agir moralmente e voluntariamente e então criarão uma organização na qual serão verdadeiros lutadores contra a exploração. Mas isso requer muita percepção, muita ação inteligente, e só podem começar por vocês mesmos; só podem cuidar do vosso próprio jardim, não podem olhar pelo do vosso vizinho.

Jiddu Krishnamurti em Auckland, Nova Zelândia, palestra a homens de negócios 6 de abril, 1934.
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"Quando você compreende, quando chega a saber,
então traz toda a beleza do passado de volta
e dá a esse passado o renascimento, renova-o,
de forma que todos os que o conheceram
possam estar de novo sobre a terra
e viajar por aqui, e ajudar as pessoas." (Tilopa)



"Nos momentos tranqüilos da meditação, a vontade de DEUS pode tornar-se evidente para nós. Acalmar a mente, através da meditação, traz uma paz interior que nos põe em contato com DEUS dentro de nós. Uma premissa básica da meditação, é que é difícil, senão impossível, alcançar um contato consciente, à não ser que a mente esteja sossegada. Para que haja um progresso, a comum sucessão ininterrupta de pensamentos tem de parar. Por isso, a nossa prática preliminar será sossegar a mente e deixar os pensamentos que brotam morrerem de morte natural. Deixamos nossos pensamentos para trás, à medida que a meditação do Décimo Primeiro Passo se torna uma realidade para nós. O equilíbrio emocional é um dos primeiros resultados da meditação, e a nossa experiência confirma isso." (11º Passo de NA)


"O Eu Superior pode usar algum evento, alguma pessoa ou algum livro como seu mensageiro. Pode fazer qualquer circunstância nova agir da mesma forma, mas o indivíduo deve ter a capacidade de reconhecer o que está acontecendo e ter a disposição para receber a mensagem". (Paul Brunton)



Observe Krishnamurti, em conversa com David Bohn, apontando para um "processo", um "caminho de transformação", descrevendo suas etapas até o estado de prontificação e a necessária base emocional para a manifestação da Visão Intuitiva, ou como dizemos no paradigma, a Retomada da Perene Consciência Amorosa Integrativa...


Krishnamurti: Estávamos discutindo o que significa para o cérebro não ter movimento. Quando um ser humano ESTEVE SEGUINDO O CAMINHO DA TRANSFORMAÇÃO, e PASSOU por TUDO isso, e esse SENTIDO DE VAZIO, SILÊNCIO E ENERGIA, ele ABANDONOU QUASE TUDO e CHEGOU AO PONTO, à BASE. Como, então, essa VISÃO INTUITIVA afeta a sua vida diária? Qual é o seu relacionamento com a sociedade? Como ele age em relação à guerra, e ao mundo todo — um mundo em que está realmente vivendo e lutando na escuridão? Qual a sua ação? Eu diria, como concordamos no outro dia, que ele é o não-movimento.

David Bohn: Sim, dissemos que a base era movimento SEM DIVISÃO.

K: Sem divisão. Sim, correto. (Capítulo 8 do livro, A ELIMINAÇÃO DO TEMPO PSICOLÓGICO)


A IMPORTÂNCIA DA RENDIÇÃO DIANTE DA MENTE ADQUIRIDA
Até praticar a rendição, a dimensão espiritual de você é algo sobre o que você lê, de que fala, com que fica entusiasmado, tema para escrita de livros, motivo de pensamento, algo em que acredita... ou não, seja qual for o caso. Não faz diferença. Só quando você se render é que a dimensão espiritual se tornará uma realidade viva na sua vida. Quando o fizer, a energia que você emana e que então governa a sua vida é de uma frequência vibratória muito superior à da energia mental que ainda comanda o nosso mundo. Através da rendição, a energia espiritual entra neste mundo. Não gera sofrimento para você, para os outros seres humanos, nem para qualquer forma de vida no planeta. (Eckhart Tolle em , A Prática do Poder do Agora, pág. 118)


O IMPOPULAR DRAMA OUTSIDER — O encontro direto com a Verdade absoluta parece, então, impossível para uma consciência humana comum, não mística. Não podemos conhecer a realidade ou mesmo provar a existência do mais simples objeto, embora isto seja uma limitação que poucas pessoas compreendem realmente e que muitas até negariam. Mas há entre os seres humanos um tipo de personalidade que, esta sim, compreende essa limitação e que não consegue se contentar com as falsas realidades que nutrem o universo das pessoas comuns. Parece que essas pessoas sentem a necessidade de forjar por si mesmas uma imagem de "alguma coisa" ou do "nada" que se encontra no outro lado de suas linhas telegráficas: uma certa "concepção do ser" e uma certa teoria do "conhecimento". Elas são ATORMENTADAS pelo Incognoscível, queimam de desejo de conhecer o princípio primeiro, almejam agarrar aquilo que se esconde atrás do sombrio espetáculo das coisas. Quando alguém possui esse temperamento, é ávido de conhecer a realidade e deve satisfazer essa fome da melhor forma possível, enganando-a, sem contudo jamais poder saciá-la. — Evelyn Underhill