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quarta-feira, 21 de outubro de 2015

Os vossos professores são os vossos destruidores

Pergunta: Poderia por favor explicar em maior detalhe o que quer dizer com a sua declaração de que “os vossos professores são os vossos destruidores.” Como pode um sacerdote, desde que seja honesto na sua intenção, ser um destruidor?

Krishnamurti: Senhor, porque é que quer um sacerdote para o manter moralmente correto? É isso? Ou para o conduzir à verdade? Ou para atuar como intérprete entre Deus e o senhor? Ou apenas para efetuar um rito, uma cerimônia de casamento ou de funeral, ou de Domingo de manhã? Porque é que querem sacerdotes? Quando descobrirmos porque é que os necessitamos, então descobriremos que são destruidores.

Se disserem que um sacerdote é necessário para manter a nossa moralidade sã, certamente que então já não são morais, mesmo embora o sacerdote os possa forçar a ser morais; porque para mim moralidade não é compulsão; é uma ação voluntária. A moralidade não nasce do medo, condicionada pelas circunstâncias. A verdadeira moralidade é compreensão voluntária e por isso ação. Por isso para mim não é necessário um sacerdote para manter a vossa integridade. Ou se disserem que ele é necessário para os conduzir à verdade como um mediador, como um intérprete, então eu digo que ambos, vocês e o sacerdote, devem saber o que é a verdade. Para serem conduzidos a algum lado têm que saber para onde vão, e o líder também tem que saber para onde vai; e se sabem onde está a verdade, então não querem um líder. Por favor, não se trata de habilidade. São apenas fatos.

Mas agora o que é que fizemos? Preconcebemos o que é a verdade como contraste, como uma oposição àquilo que somos. Dizemos que a verdade é tranquila, que a verdade é sábia, ilimitada. Porque não somos isso, por esse motivo, transformámo-la num oposto, e queremos alguém que nos ajude a chegar lá. O que significa isso? Alguém que os ajude a fugir deste conflito para algo que vocês supõem que deve ser a verdade. Por consequência, o sacerdote ajuda-os a fugir das realidades, dos fatos.

Estava a falar com um sacerdote no outro dia, e ele disse-me que mantinha a sua igreja porque havia muito desemprego. Ele disse, “Sabe, os desempregados não têm casas, beleza, vida, música, luz, cor, nada – um terror, uma vida hedionda; e se vierem uma vez por semana à igreja, pelo menos há beleza, há alguma tranquilidade, há algum perfume, e vão-se embora pacificados para o resto da semana, e voltam outra vez.” Não é essa certamente a maior forma de exploração? Isto é, este sacerdote específico estava a tentar pacificá-los no seu conflito, a tentar tranquilizá-los, por outras palavras a drogá-los para não tentarem descobrir a causa real do desemprego.

Agora, se dizem que os sacerdotes são necessários para realizar os ritos, as cerimônias da Cristandade, então vamos inquirir sobre se esses ritos e cerimônias são necessários. São necessários? Como não assisto a eles, não posso responder. Não têm valor para mim; mas para vocês que assistem a eles, têm valor? De que maneira tiram proveito deles? Vão lá ao Domingo de manhã, sentem-se muito devotos, elevados de espírito, ou seja lá o que for, e durante o resto da semana ou exploram ou são explorados. Continua a haver crueldade e todo o resto. Portanto onde está o valor, a necessidade de um sacerdote?

Se disserem que é um meio de ganhar dinheiro, então colocaremos a questão numa categoria totalmente diferente. Se tratam o assunto como uma profissão, como a advogacia, a marinha, o exército, ou qualquer outra profissão, então é uma coisa totalmente diferente, e a maior parte das religiões com os seus sacerdotes são isso e nada mais que isso – uma velha profissão.

Portanto se contam para um sacerdote para os orientar como um professor, eu digo que ele é o vosso destruidor ou o vosso explorador. Por favor, não tenho nada contra os sacerdotes Cristãos ou contra os sacerdotes Hindus – para mim eles são todos iguais. Afirmo que não são essenciais para a humanidade. E por favor não aceitem o que estou a dizer como autoridade definitiva para vocês, como uma declaração dogmática. Examinem a questão, ponderam-na. Se aceitarem o que estou a dizer, também eu me tornarei um sacerdote; e por consequência, tornar-me-ei o vosso explorador. Ao passo que, se realmente examinarem o assunto na sua totalidade, não durante um momento passageiro mas completamente, verão que as religiões com todos os seus professores sectários, estão realmente a manter a humanidade separada. Eles aumentam os horrores da guerra, a diferença de classes, as nacionalidades, e por isso todas estas coisas levam à guerra e a maiores explorações nas quais não há afeto verdadeiro, amor verdadeiro, consideração verdadeira.

Jiddu Krishnamurti em Auckland, Nova Zelândia, 1ª palestra nos jardins da Escola de Vasanta 30 de março, 1934.
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"Quando você compreende, quando chega a saber,
então traz toda a beleza do passado de volta
e dá a esse passado o renascimento, renova-o,
de forma que todos os que o conheceram
possam estar de novo sobre a terra
e viajar por aqui, e ajudar as pessoas." (Tilopa)



"Nos momentos tranqüilos da meditação, a vontade de DEUS pode tornar-se evidente para nós. Acalmar a mente, através da meditação, traz uma paz interior que nos põe em contato com DEUS dentro de nós. Uma premissa básica da meditação, é que é difícil, senão impossível, alcançar um contato consciente, à não ser que a mente esteja sossegada. Para que haja um progresso, a comum sucessão ininterrupta de pensamentos tem de parar. Por isso, a nossa prática preliminar será sossegar a mente e deixar os pensamentos que brotam morrerem de morte natural. Deixamos nossos pensamentos para trás, à medida que a meditação do Décimo Primeiro Passo se torna uma realidade para nós. O equilíbrio emocional é um dos primeiros resultados da meditação, e a nossa experiência confirma isso." (11º Passo de NA)


"O Eu Superior pode usar algum evento, alguma pessoa ou algum livro como seu mensageiro. Pode fazer qualquer circunstância nova agir da mesma forma, mas o indivíduo deve ter a capacidade de reconhecer o que está acontecendo e ter a disposição para receber a mensagem". (Paul Brunton)



Observe Krishnamurti, em conversa com David Bohn, apontando para um "processo", um "caminho de transformação", descrevendo suas etapas até o estado de prontificação e a necessária base emocional para a manifestação da Visão Intuitiva, ou como dizemos no paradigma, a Retomada da Perene Consciência Amorosa Integrativa...


Krishnamurti: Estávamos discutindo o que significa para o cérebro não ter movimento. Quando um ser humano ESTEVE SEGUINDO O CAMINHO DA TRANSFORMAÇÃO, e PASSOU por TUDO isso, e esse SENTIDO DE VAZIO, SILÊNCIO E ENERGIA, ele ABANDONOU QUASE TUDO e CHEGOU AO PONTO, à BASE. Como, então, essa VISÃO INTUITIVA afeta a sua vida diária? Qual é o seu relacionamento com a sociedade? Como ele age em relação à guerra, e ao mundo todo — um mundo em que está realmente vivendo e lutando na escuridão? Qual a sua ação? Eu diria, como concordamos no outro dia, que ele é o não-movimento.

David Bohn: Sim, dissemos que a base era movimento SEM DIVISÃO.

K: Sem divisão. Sim, correto. (Capítulo 8 do livro, A ELIMINAÇÃO DO TEMPO PSICOLÓGICO)


A IMPORTÂNCIA DA RENDIÇÃO DIANTE DA MENTE ADQUIRIDA
Até praticar a rendição, a dimensão espiritual de você é algo sobre o que você lê, de que fala, com que fica entusiasmado, tema para escrita de livros, motivo de pensamento, algo em que acredita... ou não, seja qual for o caso. Não faz diferença. Só quando você se render é que a dimensão espiritual se tornará uma realidade viva na sua vida. Quando o fizer, a energia que você emana e que então governa a sua vida é de uma frequência vibratória muito superior à da energia mental que ainda comanda o nosso mundo. Através da rendição, a energia espiritual entra neste mundo. Não gera sofrimento para você, para os outros seres humanos, nem para qualquer forma de vida no planeta. (Eckhart Tolle em , A Prática do Poder do Agora, pág. 118)


O IMPOPULAR DRAMA OUTSIDER — O encontro direto com a Verdade absoluta parece, então, impossível para uma consciência humana comum, não mística. Não podemos conhecer a realidade ou mesmo provar a existência do mais simples objeto, embora isto seja uma limitação que poucas pessoas compreendem realmente e que muitas até negariam. Mas há entre os seres humanos um tipo de personalidade que, esta sim, compreende essa limitação e que não consegue se contentar com as falsas realidades que nutrem o universo das pessoas comuns. Parece que essas pessoas sentem a necessidade de forjar por si mesmas uma imagem de "alguma coisa" ou do "nada" que se encontra no outro lado de suas linhas telegráficas: uma certa "concepção do ser" e uma certa teoria do "conhecimento". Elas são ATORMENTADAS pelo Incognoscível, queimam de desejo de conhecer o princípio primeiro, almejam agarrar aquilo que se esconde atrás do sombrio espetáculo das coisas. Quando alguém possui esse temperamento, é ávido de conhecer a realidade e deve satisfazer essa fome da melhor forma possível, enganando-a, sem contudo jamais poder saciá-la. — Evelyn Underhill