Se você se sente grato por este conteúdo e quiser materializar essa gratidão, em vista de manter a continuidade do mesmo, apoie-nos: https://apoia.se/outsider - informações: outsider44@outlook.com - Visite> Blog: https://observacaopassiva.blogspot.com

quarta-feira, 21 de outubro de 2015

Eu não quero ajudar o mundo: Isso é serviço

Pergunta: Alguns dos meus amigos notaram que embora achem os seus ditos intensamente interessantes, preferem o serviço a demasiada reflexão sobre as questões da verdade. Quais são as suas observações sobre esta opinião?

Krishnamurti: Senhor, o que quer dizer com serviço? Toda a gente quer ajudar. É esse o grito daquelas pessoas que pensam que estão a servir o mundo. Estão sempre a falar sobre ajudar o mundo, especialmente aquelas pessoas que pertencem a seitas. É a sua forma particular de doença, porque pensam que fazendo alguma coisa, não importa o quê, vão ajudar, que servindo as pessoas ajudarão. Quem pode dizer o que é o serviço? Um homem que pertence ao exército, preparado para matar o bárbaro que entre no seu país, diz que está a servir o país. O homem que mata, o carniceiro, diz que está a servir a comunidade. O explorador que tem os meios de produção nas mãos, monopolizados, diz que está a servir a comunidade. O homem que explora as crenças, o sacerdote, diz que está a servir o país, a comunidade. A quem cabe decidir?

Ou então olhemos a questão de uma forma bastante diferente. Acham que uma flor, uma rosa, está sempre a ter em consideração de que está a servir a humanidade, que está a ajudar o mundo pela sua existência porque é bonita? Pelo contrário, porque é bonita, extremamente bela, inconsciente da sua magnificência, é que está a ajudar. Não como um homem que anda de um lado para o outro a gritar que está a servir o mundo. Isto é, cada um quer usar os seus meios, ou as suas ideias, para explorar o mundo, não para libertar o mundo. Pessoalmente, se não me interpretarem mal, esse não é de modo nenhum o meu ponto de vista. Eu não quero ajudar o mundo, como vocês lhe chamariam. Eu não posso ajudar, isso acontece naturalmente. Isso é serviço. Não desejo fazer com que os outros se aproximem da minha forma específica de crença ou pedir-lhes que venham para a minha gaiola particular de pensamento, porque eu afirmo que ter uma crença é uma limitação.

Para servir realmente, tem que se ser extremamente livre da consciência limitada a que chamamos o “eu”, o ego, a consciência egocêntrica; e enquanto isso existir, não estão realmente a servir o mundo. A menos que realmente pensem, não podem descobrir se estão verdadeiramente a ajudar o mundo. Portanto não consideremos em primeiro lugar se estamos a ajudar o mundo, mas antes descubramos se temos a capacidade de pensar e de sentir. Para pensar realmente, a mente não pode estar amarrada a uma crença. Isso é muito simples, não é? Para realmente pensar profundamente, francamente, completamente, a vossa mente não deve estar limitada pelo preconceito ou restringida a uma determinada crença, ou pelo medo, ou por ideias preconcebidas. Para pensar, a mente deve começar outra vez, de novo, e não com um pano de fundo de tradição. Afinal, a tradição só é valiosa quando os ajuda a pensar, não quando os subjuga pelo seu peso.

Deixem-me colocar a questão de maneira diferente. Todos queremos ajudar. Quando vêem sofrimento no mundo há um intenso desejo de ajudar; mas para ajudar verdadeiramente as pessoas têm que ir à causa fundamental das coisas. Têm que descobrir a causa do sofrimento, e só o podem fazer se houver reflexão profunda. E esta reflexão não é mero prazer intelectual, mas só pode ter lugar, esta reflexão, na ação.

Jiddu Krishnamurti em Auckland, Nova Zelândia, 1ª palestra nos jardins da Escola de Vasanta 30 de março, 1934.
Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...
"Quando você compreende, quando chega a saber,
então traz toda a beleza do passado de volta
e dá a esse passado o renascimento, renova-o,
de forma que todos os que o conheceram
possam estar de novo sobre a terra
e viajar por aqui, e ajudar as pessoas." (Tilopa)



"Nos momentos tranqüilos da meditação, a vontade de DEUS pode tornar-se evidente para nós. Acalmar a mente, através da meditação, traz uma paz interior que nos põe em contato com DEUS dentro de nós. Uma premissa básica da meditação, é que é difícil, senão impossível, alcançar um contato consciente, à não ser que a mente esteja sossegada. Para que haja um progresso, a comum sucessão ininterrupta de pensamentos tem de parar. Por isso, a nossa prática preliminar será sossegar a mente e deixar os pensamentos que brotam morrerem de morte natural. Deixamos nossos pensamentos para trás, à medida que a meditação do Décimo Primeiro Passo se torna uma realidade para nós. O equilíbrio emocional é um dos primeiros resultados da meditação, e a nossa experiência confirma isso." (11º Passo de NA)


"O Eu Superior pode usar algum evento, alguma pessoa ou algum livro como seu mensageiro. Pode fazer qualquer circunstância nova agir da mesma forma, mas o indivíduo deve ter a capacidade de reconhecer o que está acontecendo e ter a disposição para receber a mensagem". (Paul Brunton)



Observe Krishnamurti, em conversa com David Bohn, apontando para um "processo", um "caminho de transformação", descrevendo suas etapas até o estado de prontificação e a necessária base emocional para a manifestação da Visão Intuitiva, ou como dizemos no paradigma, a Retomada da Perene Consciência Amorosa Integrativa...


Krishnamurti: Estávamos discutindo o que significa para o cérebro não ter movimento. Quando um ser humano ESTEVE SEGUINDO O CAMINHO DA TRANSFORMAÇÃO, e PASSOU por TUDO isso, e esse SENTIDO DE VAZIO, SILÊNCIO E ENERGIA, ele ABANDONOU QUASE TUDO e CHEGOU AO PONTO, à BASE. Como, então, essa VISÃO INTUITIVA afeta a sua vida diária? Qual é o seu relacionamento com a sociedade? Como ele age em relação à guerra, e ao mundo todo — um mundo em que está realmente vivendo e lutando na escuridão? Qual a sua ação? Eu diria, como concordamos no outro dia, que ele é o não-movimento.

David Bohn: Sim, dissemos que a base era movimento SEM DIVISÃO.

K: Sem divisão. Sim, correto. (Capítulo 8 do livro, A ELIMINAÇÃO DO TEMPO PSICOLÓGICO)


A IMPORTÂNCIA DA RENDIÇÃO DIANTE DA MENTE ADQUIRIDA
Até praticar a rendição, a dimensão espiritual de você é algo sobre o que você lê, de que fala, com que fica entusiasmado, tema para escrita de livros, motivo de pensamento, algo em que acredita... ou não, seja qual for o caso. Não faz diferença. Só quando você se render é que a dimensão espiritual se tornará uma realidade viva na sua vida. Quando o fizer, a energia que você emana e que então governa a sua vida é de uma frequência vibratória muito superior à da energia mental que ainda comanda o nosso mundo. Através da rendição, a energia espiritual entra neste mundo. Não gera sofrimento para você, para os outros seres humanos, nem para qualquer forma de vida no planeta. (Eckhart Tolle em , A Prática do Poder do Agora, pág. 118)


O IMPOPULAR DRAMA OUTSIDER — O encontro direto com a Verdade absoluta parece, então, impossível para uma consciência humana comum, não mística. Não podemos conhecer a realidade ou mesmo provar a existência do mais simples objeto, embora isto seja uma limitação que poucas pessoas compreendem realmente e que muitas até negariam. Mas há entre os seres humanos um tipo de personalidade que, esta sim, compreende essa limitação e que não consegue se contentar com as falsas realidades que nutrem o universo das pessoas comuns. Parece que essas pessoas sentem a necessidade de forjar por si mesmas uma imagem de "alguma coisa" ou do "nada" que se encontra no outro lado de suas linhas telegráficas: uma certa "concepção do ser" e uma certa teoria do "conhecimento". Elas são ATORMENTADAS pelo Incognoscível, queimam de desejo de conhecer o princípio primeiro, almejam agarrar aquilo que se esconde atrás do sombrio espetáculo das coisas. Quando alguém possui esse temperamento, é ávido de conhecer a realidade e deve satisfazer essa fome da melhor forma possível, enganando-a, sem contudo jamais poder saciá-la. — Evelyn Underhill