Se você se sente grato por este conteúdo e quiser materializar essa gratidão, em vista de manter a continuidade do mesmo, apoie-nos: https://apoia.se/outsider - informações: outsider44@outlook.com - Visite> Blog: https://observacaopassiva.blogspot.com

terça-feira, 20 de outubro de 2015

Se não voltarem a ser como crianças...

"Eu lhes asseguro que, a não ser que vocês se convertam e se tornem como crianças, jamais entrarão no Reino dos céus." - Jesus
“Vocês querem conhecer o meu segredo?...Este é o meu segredo: eu não me importo com o que acontece”. - Krishnamurti
Toda criança nasce sentindo todo o universo, não sabendo da sua separação com relação a ele. É por meio da educação gradativa que a ensinamos a se sentir separada. Damos-lhe um nome, damos-lhe uma identidade, damos-lhe qualidades, damos-lhe ambições — criamos uma personalidade em torno dela. Pouco a pouco a personalidade vai se adensando em decorrência da criação, da educação, dos ensinamentos religiosos. E, à medida que ela vai se adensando, a criança começa a esquecer quem ela costumava ser quando estava no ventre materno — pois ali, ela não era médica nem engenheira. Ela não tinha um nome; no ventre, não estava separada da existência. Ela estava totalmente junto da mãe, e além dela não havia nada. O útero era tudo, era todo o universo da criança.

A criança no ventre da mãe nunca se preocupa, "O que acontecerá amanhã?" Ela não tem dinheiro, não trem conta bancária, não tem negócios. Está desempregada, não tem nenhuma qualificação. Não sabe quando a noite chega, quando amanhece o dia, quando as estações mudam; ela vive simplesmente na mais pura inocência, em profunda confiança de que tudo ficará bem, como sempre esteve. Se hoje tudo está bem, amanhã também estará. Ela não "´pensa" assim, esse é simplesmente um sentimento intrínseco — ele não tem palavras porque a criança não conhece as palavras. Ela conhece apenas os sentimentos, o seu estado de espírito e está sempre alegre, de muito bom humor — a absoluta felicidade sem nenhuma responsabilidade.

[...] Porque toda criança nasce chorando? Porque o seu lar está lhe sendo arrancado, seu mundo está sendo destruído — de repente ela se vê num mundo estranho, entre pessoas estranhas. E continua chorando, porque a cada dia a sua liberdade fica menor e a sua responsabilidade, mais e mais pesada. Por fim, ela percebe que não lhe resta nenhuma liberdade, apenas obrigações a cumprir, responsabilidades a assumir; ela passa a ser um animal de carga. Quando vê isso com clareza de seus olhos inocentes, ela chora e você não pode condená-la por isso.

Os psicólogos dizem que a busca pela verdade, por Deus, pelo paraíso, está na realidade baseada na experiência da criança no útero. Ela não consegue esquecê-la. Mesmo que esqueça em sua mente consciente, essa experiência continua ecoando em seu inconsciente. Ela está mais uma vez em busca daqueles dias maravilhosos de total relaxamento e nenhuma responsabilidade, e toda liberdade do mundo ao seu alcance.
Existem pessoas que encontram. A palavra para isso é "iluminação". Você pode usar a palavra que quiser, mas o significado básico continua o mesmo. A pessoa descobre que todo o universo é assim como um ventre materno para você. Você pode confiar, relaxar, aproveitar, cantar, dançar. Tem uma vida imortal e uma consciência universal.

Mas as pessoas têm medo de relaxar. Têm medo de confiar. Têm medo das lágrimas. Têm medo de qualquer coisa que saia do comum, que vá além do mundano. Elas resistem e nessa resistência cavam a própria sepultura e nunca passam pelos momentos deliciosos e pelas experiências extasiantes que são seus por direito nato, só precisam ser reivindicados.

[...] Por causa de suas tensões, de suas preocupações, de seus problemas, o homem se perde na multidão e se torna outra pessoa. Lá no fundo ele sabe que não é o papel que está apresentando, ele é outra pessoa, isso cria um enorme conflito dentro dele. Ele não consegue desempenhar o papel corretamente, porque sabe que ele não é o seu ser autêntico — e tampouco consegue encontrar o seu eu autêntico. Ele tem de desempenhar o papel porque ele lhe garante o sustento, a vida, os filhos, poder, respeitabilidade, tudo. Ele não pode colocá-lo em risco, então tem de continuar a representar o papel de Napoleão Bonaparte. Aos poucos ele próprio começa a acreditar no papel. Tem de acreditar, do contrário ficaria difícil representá-lo. O melhor ator é aquele que esquece a própria individualidade e se funde com seu papel; então o seu choro é autêntico, o seu amor é autêntico e qualquer coisa que diga não vem do SCRIPT, mas do fundo do coração — parece quase real. Se tem de representar um papel, você precisa estar profundamente envolvido nele. Você tem de se tornar esse papel.

Todo undo está representando um papel, e sabe perfeitamente bem que esse papel não é o que se deveria ser. Isso cria um conflito, uma angústia, e essa angústia destrói todas as possibilidades de relaxar, confiar, amar, estar em comunhão com outra pessoa — um amigo, um amor. Você fica isolado. Passa a ser, com suas próprias ações, um exilado voluntário, e então sofre.

Tanto sofrimento neste mundo não é natural; trata-se de uma situação pouco natural. Pode-se aceitar de vez em quando que alguém sofra, mas a bem-aventurança deveria ser natural e universal.

Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...
"Quando você compreende, quando chega a saber,
então traz toda a beleza do passado de volta
e dá a esse passado o renascimento, renova-o,
de forma que todos os que o conheceram
possam estar de novo sobre a terra
e viajar por aqui, e ajudar as pessoas." (Tilopa)



"Nos momentos tranqüilos da meditação, a vontade de DEUS pode tornar-se evidente para nós. Acalmar a mente, através da meditação, traz uma paz interior que nos põe em contato com DEUS dentro de nós. Uma premissa básica da meditação, é que é difícil, senão impossível, alcançar um contato consciente, à não ser que a mente esteja sossegada. Para que haja um progresso, a comum sucessão ininterrupta de pensamentos tem de parar. Por isso, a nossa prática preliminar será sossegar a mente e deixar os pensamentos que brotam morrerem de morte natural. Deixamos nossos pensamentos para trás, à medida que a meditação do Décimo Primeiro Passo se torna uma realidade para nós. O equilíbrio emocional é um dos primeiros resultados da meditação, e a nossa experiência confirma isso." (11º Passo de NA)


"O Eu Superior pode usar algum evento, alguma pessoa ou algum livro como seu mensageiro. Pode fazer qualquer circunstância nova agir da mesma forma, mas o indivíduo deve ter a capacidade de reconhecer o que está acontecendo e ter a disposição para receber a mensagem". (Paul Brunton)



Observe Krishnamurti, em conversa com David Bohn, apontando para um "processo", um "caminho de transformação", descrevendo suas etapas até o estado de prontificação e a necessária base emocional para a manifestação da Visão Intuitiva, ou como dizemos no paradigma, a Retomada da Perene Consciência Amorosa Integrativa...


Krishnamurti: Estávamos discutindo o que significa para o cérebro não ter movimento. Quando um ser humano ESTEVE SEGUINDO O CAMINHO DA TRANSFORMAÇÃO, e PASSOU por TUDO isso, e esse SENTIDO DE VAZIO, SILÊNCIO E ENERGIA, ele ABANDONOU QUASE TUDO e CHEGOU AO PONTO, à BASE. Como, então, essa VISÃO INTUITIVA afeta a sua vida diária? Qual é o seu relacionamento com a sociedade? Como ele age em relação à guerra, e ao mundo todo — um mundo em que está realmente vivendo e lutando na escuridão? Qual a sua ação? Eu diria, como concordamos no outro dia, que ele é o não-movimento.

David Bohn: Sim, dissemos que a base era movimento SEM DIVISÃO.

K: Sem divisão. Sim, correto. (Capítulo 8 do livro, A ELIMINAÇÃO DO TEMPO PSICOLÓGICO)


A IMPORTÂNCIA DA RENDIÇÃO DIANTE DA MENTE ADQUIRIDA
Até praticar a rendição, a dimensão espiritual de você é algo sobre o que você lê, de que fala, com que fica entusiasmado, tema para escrita de livros, motivo de pensamento, algo em que acredita... ou não, seja qual for o caso. Não faz diferença. Só quando você se render é que a dimensão espiritual se tornará uma realidade viva na sua vida. Quando o fizer, a energia que você emana e que então governa a sua vida é de uma frequência vibratória muito superior à da energia mental que ainda comanda o nosso mundo. Através da rendição, a energia espiritual entra neste mundo. Não gera sofrimento para você, para os outros seres humanos, nem para qualquer forma de vida no planeta. (Eckhart Tolle em , A Prática do Poder do Agora, pág. 118)


O IMPOPULAR DRAMA OUTSIDER — O encontro direto com a Verdade absoluta parece, então, impossível para uma consciência humana comum, não mística. Não podemos conhecer a realidade ou mesmo provar a existência do mais simples objeto, embora isto seja uma limitação que poucas pessoas compreendem realmente e que muitas até negariam. Mas há entre os seres humanos um tipo de personalidade que, esta sim, compreende essa limitação e que não consegue se contentar com as falsas realidades que nutrem o universo das pessoas comuns. Parece que essas pessoas sentem a necessidade de forjar por si mesmas uma imagem de "alguma coisa" ou do "nada" que se encontra no outro lado de suas linhas telegráficas: uma certa "concepção do ser" e uma certa teoria do "conhecimento". Elas são ATORMENTADAS pelo Incognoscível, queimam de desejo de conhecer o princípio primeiro, almejam agarrar aquilo que se esconde atrás do sombrio espetáculo das coisas. Quando alguém possui esse temperamento, é ávido de conhecer a realidade e deve satisfazer essa fome da melhor forma possível, enganando-a, sem contudo jamais poder saciá-la. — Evelyn Underhill