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quarta-feira, 4 de abril de 2018

É possível viver sem qualquer condenação?


É possível viver sem qualquer condenação?

PERGUNTA: Afirmam alguns filósofos que a vida tem finalidade e significação; outros, porém, sustentam que a vida é puramente acidental e absurda. Que dizeis vós? Negais o valor dos alvos, dos ideais e intenções; mas, sem isso, tem a vida alguma significação?

KRISHNAMURTI: Devemos atribuir tanta importância ao que dizem os filósofos? Certos intelectuais dizem que a vida tem finalidade, significação, enquanto outros dizem que ela é acidental e absurda. Ora, cada um a seu modo, negativa ou positivamente, tanto uns como outros estão conferindo significação à vida, não achais? Um afirma, outro nega, mas essencialmente os dois são iguais. Isso é perfeitamente claro.

Pois bem. Quando perseguis um ideal, um objetivo, ou indagais qual é a finalidade da vida, tal indagação ou busca está baseada no desejo de dar significação à vida, não está? Não sei se estais seguindo isto.

Minha vida é insignificante — suponhamos — e trato pois de dar-lhe significação. Pergunto: “Qual é a finalidade da vida?” — porque, se a vida tem alguma finalidade, poderei então viver em harmonia com essa finalidade. E, assim, invento ou imagino uma finalidade, ou, pela leitura, pela investigação, pela busca, encontro uma finalidade; estou, por conseguinte, dando significação à vida. Como o intelectual, à sua maneira, dá significação à vida, negando ou afirmando que ela tem finalidade e um significado, nós também atribuímos significação à vida por meio de nossos ideais, da busca de um alvo, de Deus, de Amor, da Verdade. E isso, com efeito, significa que, se não damos significação à vida, nossa existência não terá para nós importância alguma. O viver não nos parece tão bom como desejaríamos que fosse, e por isso desejamos dar significação à vida. Não sei se estais percebendo isto.

Qual é a significação de nossa vida, da vossa e da minha, independentemente dos filósofos? Ela tem alguma significação, ou lhe estamos dando significação pela crença, tal como faz o intelectual que se torna católico, isto ou aquilo, encontrando assim um abrigo? Como seu intelecto reduziu tudo a cacos, ele se vê agora sozinho, desamparado, etc., e não podendo suportar tal estado, necessita de uma crença, no catolicismo, no comunismo, em qualquer coisa que lhe dê alento e dê significação à sua vida.

Agora, pergunto a mim, mesmo: Por que razão queremos uma finalidade? E que significa viver sem finalidade alguma? Compreendeis? Sendo a nossa vida vazia, atribulada, triste, precisamos dar-lhe uma significação. E há possibilidade de ficarmos apercebidos de nosso vazio, nossa solidão, nossos sofrimentos, todas as tribulações e conflito de nossa existência, sem darmos, artificialmente, um significado à vida? Podemos estar apercebidos dessa coisa extraordinária que chamamos a vida — que significa ganhar o próprio sustento, que significa inveja, ambições e desenganos — estar apercebidos, simplesmente, de tudo isso, sem condenação ou justificação, e passar além? A mim me parece que, enquanto estivermos procurando ou dando uma significação à vida, estaremos perdendo algo de extraordinariamente vital. O mesmo acontece com o homem que quer achar a significação da morte e está constantemente empenhado em racionalizá-la, explicá-la, e impedido, assim, de “experimentar” o que é a morte. Apreciaremos este ponto noutra palestra.

Não nos estamos esforçando, todos nós, para acharmos uma razão para nossa existência? Quando amamos, temos uma razão para isso? Ou é o amor o único estado em que “não há razão de espécie alguma, nem explicação, nem esforço, nem luta para ser alguma coisa?” Talvez desconheçamos esse estado. E, desconhecendo-o, tentamos imaginá-lo, dar uma significação à vida; mas, como nossa mente está condicionada, e portanto é limitada, superficial, a significação que damos à vida, os nossos deuses, os nossos ritos, os nossos esforços, tudo é também medíocre.

Não importa, pois, descubramos por nós mesmos qual a significação que damos à vida, se o fazemos? Não há dúvida de que os intentos, os alvos, os Mestres, os deuses, as crenças, os fins em que buscamos posso preenchimento, são todos inventados pela mente, todos produtos de nosso próprio condicionamento; e, compreendendo-se isto, não é importante “descondicionar” a mente? Quando a mente não está mais condicionada e, por conseguinte, não está dando significação à vida, a vida se torna então uma coisa extraordinária, uma coisa totalmente diferente da estrutura construída pela mente. Mas, primeiro que tudo, precisamos conhecer o nosso condicionamento, não é verdade? E podemos conhecer nosso condicionamento, nossas limitações, nosso fundo, sem procurar forçá-lo ou analisá-lo, sublimá-lo ou reprimi-lo? Pois tal mecanismo implica a entidade que observa e se separa da coisa observada, não é exato? Enquanto houver observador e coisa observada, o condicionamento tem que continuar. Por mais que o observador, o pensador, o censor lute para livrar-se de seu condicionamento, continuará preso nesse condicionamento, uma vez que a divisão entre “pensador” e “pensamento”, “experimentador” e “experiência”, é o próprio fator que perpetua o condicionamento; e é extremamente difícil fazer desaparecer tal divisão, uma vez que aí está presente todo o problema da vontade.

Nossa civilização se baseia na vontade, a vontade de ser, de “vir a ser”, alcançar, realizar; por esta razão, está sempre presente em nós a entidade que quer modificar, controlar, alterar aquilo que observa. Mas há diferença entre aquilo que essa entidade observa, e ela própria, ou ambos são uma só entidade? Aqui está uma coisa que não é para se aceitar irrefletidamente. Ela tem de ser pensada, examinada com muita paciência, delicadeza, cautela, de maneira que a mente não fique mais separada da coisa em que pensa, e o observador e a coisa observada sejam psicologicamente uma só entidade. Enquanto eu continuar psicologicamente separado daquilo que em mim percebo como “inveja”, lutarei para dominar essa inveja; mas esse “eu”, essa entidade que faz esforço para dominar a inveja, é diferente da inveja? Ou são ambos a mesma coisa, e o “eu” só se separou da inveja para dominá-la, porque a inveja é um sentimento doloroso, e por várias outras razões? Mas, justamente esta separação é a causa da inveja.

Talvez não estejais habituados a esse modo de pensar, e o acheis um pouco abstrato. Mas a mente invejosa nunca pode estar tranquila, porque está sempre comparando, sempre procurando “vir a ser” algo que ela não é; e se nos decidimos a penetrar esse problema da inveja, radicalmente, profundamente, toparemos inevitavelmente com este problema, ou seja se a entidade que deseja libertar-se da inveja não é a própria inveja. Ao perceber-se que é a própria inveja que deseja libertar-se da inveja fica então a mente cônscia desse sentimento chamado inveja, sem nenhuma ideia de condená-lo ou libertar-se dele. E, daí, surge outro problema: Há sentimento, se não há verbalização? Pois a própria palavra “inveja” é condenatória, não é verdade? Estou dizendo algo demasiado muito súbito?

Existe sentimento de inveja, se não dou nome a tal sentimento? Pelo próprio fato de lhe dar nome, não estou nutrindo o sentimento? O sentimento e o dar-lhe nome são quase simultâneos, não é verdade? E é possível separá-los de tal maneira, que só se tenha uma sensação de reação, sem nome algum? Se investigardes isso, realmente, vereis que, quando não se dá nome ao sentimento, a inveja se acaba — não simplesmente a inveja que uma pessoa sente porque outra pessoa é mais bela ou tem um carro melhor, ou por outra estupidez qualquer, mas a essência profunda da inveja, a raiz da inveja. Todos somos invejosos, de diferentes maneiras, não há um só que não seja invejoso. Mas a inveja não é apenas a manifestação superficial; ela é aquele senso de comparação que penetra tão fundo e ocupa uma tão grande porção da mente. E para ficarmos radicalmente livres da inveja tem de deixar de existir o “observador” da inveja, que quer libertar-se da inveja. Apreciaremos isso noutra ocasião.

PERGUNTA: Não ter senso de condenação, justificação ou comparação, significa achar-se num estado de consciência superior. Eu não me acho nesse estado e, assim, como poderei alcançá-lo?

KRISHNAMURTI: Vede, senhores, a própria pergunta “como poderei alcançá-lo?” é de natureza invejosa. (Risos) Não riais, senhores, prestai atenção, por favor. Vós desejais ganhar alguma coisa, e por isso tendes métodos, disciplinas, religiões, igrejas, toda esta superestrutura edificada sobre a inveja, a comparação, a justificação, a condenação. Nossa civilização está baseada nesta divisão hierárquica entre os que têm mais e os que têm menos, os que sabem e os que não sabem, os que são ignorantes e os que estão cheios de sapiência, e, por isso, a maneira de encararmos o problema está completamente errada. O interrogante diz: “Não ter senso de condenação, justificação ou comparação, é achar-se num estado superior de consciência”. É exato? Ou acontece simplesmente que não estamos apercebidos de estar condenando, comparando? Porque afirmamos logo que aquele estado é um estado superior de consciência e, em seguida, em consequência dessa afirmativa, criamos o problema de “como” alcançar tal estado e saber “quem” nos ajudará a alcançá-lo? A coisa não é muito mais simples?

Isto é, não estamos apercebidos de nós mesmos, em absoluto, não percebemos que estamos condenando, comparando. Se pudermos observar-nos todos os dias, sem condenarmos nem justificarmos coisa alguma, se pudermos estar simplesmente apercebidos de que nunca pensamos sem julgar, comparar, avaliar, então, esse próprio percebimento será suficiente. Estamos sempre a dizer: “Este livro não é tão bom como o outro”, ou “Este homem é melhor do que aquele”, etc.; está sempre em vigor este constante mecanismo de comparação, e pensamos que pela comparação compreendemos alguma coisa. Mas, compreendemos? Ou só vem a compreensão quando não estamos comparando, mas prestando atenção? Há comparação ao observardes uma coisa com toda a atenção? Quando estais totalmente atento, não tendes tempo para comparar, tendes? No momento em que comparais, vossa atenção fugiu para outra coisa. Quando dizeis “O pôr do sol, hoje, não está tão bonito como esteve ontem” — não estais realmente olhando o pôr do sol, pois a vossa mente fugiu para a lembrança de ontem. Mas, se puderdes observar o pôr do sol de maneira completa, total, com toda a vossa atenção, então, decerto não existirá mais comparação.

O problema, pois, não é de como alcançar alguma coisa, mas sim: Porque não somos atentos? Não somos atentos porque, evidentemente, não temos interesse. Não digais “Mas como posso ter interesse?”. Esta pergunta não cabe aqui, pois não estamos tratando disso agora. Porque deveis ter interesse? Se não tendes interesse em escutar o que se está dizendo, porque vos incomodardes? Mas vós estais incomodado, porque vossa vida é cheia de inveja, de sofrimentos e por isso desejais uma resposta, um significado. Se desejais um significado, então prestai toda a atenção. A dificuldade está em que não temos interesse sério em coisa alguma — “sério”, no correto sentido da palavra. Quando dais atenção completa a uma coisa, não estais procurando obter nada dessa coisa, estais? Nesse momento de atenção total, não existe inveja, não existe nenhuma entidade que esteja procurando mudar, modificar-se, tornar-se algo, não existe “eu”. No momento da atenção, o “eu” está ausente, e é este momento de atenção que é bom, que é amor.

Krishnamurti, 13 de agosto de 1955, 
Realização sem Esforço
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quarta-feira, 4 de setembro de 2013

A Verdade não está nas citações alheias

(...) Por que você faz citações e por que faz comparações? Você costuma dizer: “Citando, posso comparar e compreender”; mas você cita porque, na sua mente, você não é mais que citações... Um disco de gramofone repete o que outra pessoa disse. Isso tem algo de vital na busca da verdade? Você compreende citando a Bíblia ou outro livro qualquer?

Nenhum livro é sagrado, asseguro-lhe; assim como um jornal, são só palavras impressas em papel, não há nada de sagrado nem num nem noutro.

Ora, você cita, porque pensa que, citando e comparando, compreende o que estou dizendo. Compreendemos alguma coisa por meio da comparação, ou só vem a compreensão quando atentamos diretamente para o que se diz? Quando você afirma que a Bíblia já o disse, ou que outro qualquer já o disse, o que realmente está ocorrendo  no seu “processo” psicológico? Afirmando o que outra pessoa já disse, você não precisa mais pensar no caso, não é verdade? Você pensa que compreendeu a Bíblia; e quando você compara o que a Bíblia disse com o que estou dizendo, você acha que é a mesma coisa e não dá mais atenção o problema. Isto é, quando você compara, está, na verdade, procurando um estado no qual não seja perturbado. Afinal de contas, se você leu a Bíblia ou o Bhagavad Gita, e pensa tê-los compreendido, pode dar-se por satisfeito, e ficar a repetí-los, e isso não terá efeito algum em sua vida diária; pode continuar a ler e a citar, sem ser perturbado, em perfeita segurança. Você é então uma pessoa muito respeitável e pode continuar com seu estúpido e monstruoso modo de vida; e se vem alguém e lhe chama a atenção para alguma coisa, imediatamente você compara o que ele diz com aquilo que você leu, e pensa tê-lo compreendido. Na verdade, você está evitando perturbações; e é por isso que você compara, e é isso que eu reprovo.

Não sei se o que estou dizendo é novo ou velho; não me interessa saber se alguém já o disse ou não; o que verdadeiramente me interessa é descobrir a verdade de todo e qualquer problema — não de acordo com algum livro tido como sagrado. Quando procuramos a verdade de um problema, é estúpido repetir o que outros disseram. — Senhor, isto aqui não é uma conferência política, e fundamentalmente, a questão é a seguinte: pode-se compreender alguma coisa por meio de comparação? Compreendemos a vida, se temos a mente cheia de coisas ditas por outras pessoas, se seguimos a experiência, o saber alheio? Ou só vem a compreensão quando a mente está quieta? — mas não quando foi aquietada, porque isso é estar insensibilizada. Com o indagar, procurar, perscrutar, a mente se torna, inevitavelmente tranquila e então o problema revela todo o seu significado; e só quando a mente está tranquila se dá a compreensão do significado do problema, e não quando estamos constantemente comparando, citando, julgando, pensando. Positivamente, Senhor, o homem de saber, o letrado, nunca pode conhecer a verdade; pelo contrário, o saber e a erudição devem cessar. A mente precisa ser simples, para compreender a verdade, e não estar cheia do saber de outras pessoas ou de sua própria inquietação. Se você não tivesse livros de espécie alguma, se não tivesse os chamados livros religiosos ou sagrados, o que faria para descobrir a verdade? Se você estivesse verdadeiramente interessado em descobri-a, teria de perscrutar o seu próprio coração, teria de procurar os lugares sagrados da sua mente, não é verdade? Teria de observar-se com atenção, de compreender a maneira como a mente funciona; porque a mente é o único instrumento que você possuí, e se você não compreende esse instrumento, como poderá transcende-lo? Certamente, Senhor, os que escreveram os originais dos livros sagrados não podiam ter sido copistas, não é verdade? Eles não citaram palavras alheias. Mas nós citamos, porque os nossos corações estão vazios, porque somos áridos, nada temos de nós. Fazemos muito barulho, e a isso chamamos sabedoria; e com esse conhecimento queremos transformar o mundo, de modo que fazemos mais barulho ainda. Eis porque é muito importante que a mente realmente esteja desejosa de realizar uma transformação fundamental esteja livre de cópia, de imitação, de padrões.

Jiddu Krishnamurti — O que estamos buscando?   




segunda-feira, 27 de agosto de 2012

Na comparação, na adaptação e na imitação encontra-se o medo

Muitos perguntam por que os seres humanos, que habitam esta terra há milhões de anos e são tão inteligentes em termos tecnológicos, não empregaram sua inteligência para livrar-se do complexo problema do medo, o qual talvez seja uma das razões para a guerra, para o fato de nos matarmos uns aos outros. E nenhuma das religiões do mundo foi capaz ainda de resolver o problema; e nem os gurus, nem os salvadores; nem os ideais. Portanto, parece claro que nenhuma instância externa — por mais elevada que seja, por mais popular que a propaganda a tenha tornado — nenhuma instância externa poderá jamais solucionar o problema do medo humano. 

Vocês estão perguntando, vocês estão investigando, vocês estão se debruçando sobre o problema total do medo. E talvez tenhamos aceito de tal forma o padrão do medo que não desejamos mais afastar-nos dele. Então, o que é o medo? Quais são os fatores que contribuem para provocar o medo? Da mesma forma como os pequenos fios d'água e riachos acabam produzindo o tremendo volume do rio, quais são as pequenas correntes que produzem o medo? Que produzem a enorme vitalidade do medo? Porventura uma das causas do medo é a comparação? O comparar-se com outra pessoa? Obviamente sim. A pergunta, portanto, é: será você capaz de viver uma vida sem se comparar com ninguém? Compreende o que digo? Ao se comparar com alguém, seja em termos ideológicos, psicológicos ou mesmo físicos, há o anseio de tornar-se aquilo; e há o medo de não conseguir. É o desejo de preencher e você teme não ser capaz de preencher. Onde há comparação haverá o medo. 

E então a pessoa se pergunta se é possível viver sem qualquer comparação, sem jamais se comparar, seja ela bonita ou feia, justa ou injusta, sem aproximar-se de um ideal, de algum padrão de valores. A comparação está sempre ocorrendo. Nossa pergunta é: será essa uma das causas do medo? Sem dúvida. E onde existe comparação haverá adaptação, haverá imitação. Nossa afirmativa, então, é a de que a comparação, a adaptação e a imitação são causas que contribuem para o medo. Pode alguém viver sem se comparar, sem imitar, sem adaptar-se psicologicamente? É claro que sim. Se esses são fatores que contribuem para o medo, e você está empenhado em acabar com o medo, em termos interiores não há comparação, o que significa que não há um vir-a-ser. O verdadeiro significado da comparação é vir a ser aquilo que você acredita ser melhor, mais elevado, mais nobre, etc. A comparação, por conseguinte, é um vir-a-ser.  Será esse um dos fatores do medo? Você precisará descobrir por si próprio. Em seguida, se esses forem os fatores, se a mente percebe esses fatores como produtores do medo, a própria percepção deles faz com que cessem as causas. Se uma dor de estômago é produzida por determinada causa física, a dor terminará quando se descobrir a causa. Do mesmo modo, onde quer que haja uma causa haverá uma cessação. 

Krishnamurti - Ojai, 8 de maio de 1982    

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"Quando você compreende, quando chega a saber,
então traz toda a beleza do passado de volta
e dá a esse passado o renascimento, renova-o,
de forma que todos os que o conheceram
possam estar de novo sobre a terra
e viajar por aqui, e ajudar as pessoas." (Tilopa)



"Nos momentos tranqüilos da meditação, a vontade de DEUS pode tornar-se evidente para nós. Acalmar a mente, através da meditação, traz uma paz interior que nos põe em contato com DEUS dentro de nós. Uma premissa básica da meditação, é que é difícil, senão impossível, alcançar um contato consciente, à não ser que a mente esteja sossegada. Para que haja um progresso, a comum sucessão ininterrupta de pensamentos tem de parar. Por isso, a nossa prática preliminar será sossegar a mente e deixar os pensamentos que brotam morrerem de morte natural. Deixamos nossos pensamentos para trás, à medida que a meditação do Décimo Primeiro Passo se torna uma realidade para nós. O equilíbrio emocional é um dos primeiros resultados da meditação, e a nossa experiência confirma isso." (11º Passo de NA)


"O Eu Superior pode usar algum evento, alguma pessoa ou algum livro como seu mensageiro. Pode fazer qualquer circunstância nova agir da mesma forma, mas o indivíduo deve ter a capacidade de reconhecer o que está acontecendo e ter a disposição para receber a mensagem". (Paul Brunton)



Observe Krishnamurti, em conversa com David Bohn, apontando para um "processo", um "caminho de transformação", descrevendo suas etapas até o estado de prontificação e a necessária base emocional para a manifestação da Visão Intuitiva, ou como dizemos no paradigma, a Retomada da Perene Consciência Amorosa Integrativa...


Krishnamurti: Estávamos discutindo o que significa para o cérebro não ter movimento. Quando um ser humano ESTEVE SEGUINDO O CAMINHO DA TRANSFORMAÇÃO, e PASSOU por TUDO isso, e esse SENTIDO DE VAZIO, SILÊNCIO E ENERGIA, ele ABANDONOU QUASE TUDO e CHEGOU AO PONTO, à BASE. Como, então, essa VISÃO INTUITIVA afeta a sua vida diária? Qual é o seu relacionamento com a sociedade? Como ele age em relação à guerra, e ao mundo todo — um mundo em que está realmente vivendo e lutando na escuridão? Qual a sua ação? Eu diria, como concordamos no outro dia, que ele é o não-movimento.

David Bohn: Sim, dissemos que a base era movimento SEM DIVISÃO.

K: Sem divisão. Sim, correto. (Capítulo 8 do livro, A ELIMINAÇÃO DO TEMPO PSICOLÓGICO)


A IMPORTÂNCIA DA RENDIÇÃO DIANTE DA MENTE ADQUIRIDA
Até praticar a rendição, a dimensão espiritual de você é algo sobre o que você lê, de que fala, com que fica entusiasmado, tema para escrita de livros, motivo de pensamento, algo em que acredita... ou não, seja qual for o caso. Não faz diferença. Só quando você se render é que a dimensão espiritual se tornará uma realidade viva na sua vida. Quando o fizer, a energia que você emana e que então governa a sua vida é de uma frequência vibratória muito superior à da energia mental que ainda comanda o nosso mundo. Através da rendição, a energia espiritual entra neste mundo. Não gera sofrimento para você, para os outros seres humanos, nem para qualquer forma de vida no planeta. (Eckhart Tolle em , A Prática do Poder do Agora, pág. 118)


O IMPOPULAR DRAMA OUTSIDER — O encontro direto com a Verdade absoluta parece, então, impossível para uma consciência humana comum, não mística. Não podemos conhecer a realidade ou mesmo provar a existência do mais simples objeto, embora isto seja uma limitação que poucas pessoas compreendem realmente e que muitas até negariam. Mas há entre os seres humanos um tipo de personalidade que, esta sim, compreende essa limitação e que não consegue se contentar com as falsas realidades que nutrem o universo das pessoas comuns. Parece que essas pessoas sentem a necessidade de forjar por si mesmas uma imagem de "alguma coisa" ou do "nada" que se encontra no outro lado de suas linhas telegráficas: uma certa "concepção do ser" e uma certa teoria do "conhecimento". Elas são ATORMENTADAS pelo Incognoscível, queimam de desejo de conhecer o princípio primeiro, almejam agarrar aquilo que se esconde atrás do sombrio espetáculo das coisas. Quando alguém possui esse temperamento, é ávido de conhecer a realidade e deve satisfazer essa fome da melhor forma possível, enganando-a, sem contudo jamais poder saciá-la. — Evelyn Underhill