Se você se sente grato por este conteúdo e quiser materializar essa gratidão, em vista de manter a continuidade do mesmo, apoie-nos: https://apoia.se/outsider - informações: outsider44@outlook.com - Visite> Blog: https://observacaopassiva.blogspot.com

Mostrando postagens com marcador livros. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador livros. Mostrar todas as postagens

quarta-feira, 3 de dezembro de 2014

A arte da escuta atenta é bem melhor do que a leitura

Uma afirmação sempre tem endereço certo. Aqueles que querem se dirigir às massas escrevem. É assim que eles se dirigem à multidão anônima. Mas quanto mais anônima é a multidão, menos coisas podem ser ditas. E quanto mais próxima e mais conhecida for a pessoa endereçada, mais profundo pode ser o diálogo. 

Verdades mais profundas só podem ser ditas a pessoas particulares. A uma multidão, apenas coisas temporárias e simples podem ser ditas. Quanto maior a multidão, menor será a compreensão; e quanto mais desconhecida for a multidão, maior a suposição de que nada será compreendido. Assim, quanto mais uma literatura for dirigida às massas, mais simples e rasteira será. Voar muito alto não é possível com esse tipo de literatura. 

(...) Minha dificuldade é que é difícil expor a Verdade mesmo para os melhores entre nós. Para os que são menos que os melhores, para os homens comuns, nem mesmo surge a questão de expor a Verdade. Só aqueles que estão entre os poucos escolhidos podem entender assuntos mais profundos. Mas mesmo entre esses poucos escolhidos, noventa e nove entre cem não entenderão o que eu digo. Assim, não faz sentido dizer tais coisas a uma multidão, e escrever é dirigir-se a uma multidão. 

Existem também outras razões para não escrever. Acredito que quando se muda o veículo usado, o conteúdo também muda. Mudando o veículo, o assunto-tema também muda. Mudando o veículo, o assunto-tema não permanece o mesmo. O veículo impõe as suas próprias condições e altera o que é dito. 

Não é facilmente compreensível. Quando estou falando,  é um tipo de veículo. Toda a linha de comunicação é viva. O ouvinte está vivo e eu também estou vivo. Quando estou falando, o ouvinte não apenas ouve: ele também vê. A alteração das expressões de meu rosto, as mudanças repentinas refletidas em meus olhos, meus dedos se erguendo e abaixando, tudo isto é visto por ele. Não só ouve as minhas palavras: também vê o movimento dos meus lábios. Não são apenas as minhas palavras que falam. Meus lábios também falam. Meus olhos também dizem alguma coisa. Tudo isso é assimilado pelo ouvinte. Na mente de um ouvinte, o conteúdo do que eu disse será diferente do que a mente de um leitor, porque tudo isso irá fazer parte dele. 

Quando alguém lê um livro, no meu lugar existem apenas letras e tintas pretas; nada mais. Eu e a tinta preta não somos equivalentes. Não existe dar e receber. Na tinta preta jamais aparecem gestos ou mudanças de expressão, jamais se criam cenas e quadros. Não existe vida; é uma mensagem morta. Quando alguém lê um livro, uma parte bastante significativa da mensagem que permanece viva enquanto estou falando, se perde. Nas mãos do leitor encontram-se apenas afirmações mortas. 

É interessante notar que um leitor pode ser menos atento do que um ouvinte. Quando alguém está ouvindo, o seu grau de atenção é muito maior do que quando lê. Enquanto se ouve, é preciso toda a atenção e concentração, porque o que foi dito não será repetido. Você não pode rever as partes não entendidas ou parcialmente entendidas; elas se perderam. A cada momento que estou falando, o que é dito perde-se num abismo infinito. Se você captou, captou. Se não, aquilo vai embora e não volta mais. 

Enquanto se lê um livro essa apreensão não existe, porque você pode ler reler as mesmas páginas quantas vezes quiser. Portanto, não é necessário estar muito atento enquanto lê. É por isso que as palavras começaram a ser escritas no dia em que a atenção diminuiu. Tinha de ser assim. 

lendo um livro, se você não entendeu alguma coisa, pode voltar as páginas e reler. Mas quando falo, não é possível voltar atrás. O que se deixou passar, perdeu-se. O conhecimento daquilo que é falado  perde-se para sempre quando se deixa passar e não pode ser repetido. Isso mantém a sua atenção ao máximo. Ajuda-o a manter a sua consciência a um máximo de alerta. Quando você lê devagar, se deixa passar alguma coisa não há prejuízo; pode ler outra vez. Com um livro, a compreensão é menor e a necessidade de repetir aumenta. Conforme a atenção diminui, a compreensão também diminui. 

Por isso, não foi sem razão que Buda, Mahavir e Jesus, todos preferiram falar para transmitir suas mensagens. Poderiam ter escrito, mas preferiram este veículo. Fizeram-no por duas razões: uma, porque a palavra falada é um veículo mais abrangente; pode-se dizer mais. Existem muitas coisas ligadas às palavras que se perdem na linguagem escrita. 

(...) Até agora não fomos capazes de descobrir como dar ênfase às palavras escritas. Se eu quero enfatizar alguma coisa quando falo, posso falar um pouco mais alto. Posso alterar as nuanças da minha voz; então a ênfase é transmitida. Mas com as palavras de um livro isso não acontece. As palavras estão mortas. Num livro, a palavra 'amor' é amor, tenha ela sido escrita por alguém que esteja ou não amando, por alguém que viva o amor ou nem mesmo saiba o que é o amor. Não existem nuanças, ritmo, ondas ou vibrações. As palavras estão mortas. 

(...) Sempre que alguém fala, cria imediatamente uma espécie de afinação, um contato com o ouvinte. A alma do orador aproxima-se logo da alma do ouvinte. As portas se abrem; as defesas do ouvinte começam a se relaxar. 

Quando você está ouvindo, se estiver bastante atento, o seu pensamento terá de parar. Quanto maior for a sua atenção ao ouvir, menos você pensará. As suas portas se abrem, você se torna mais receptivo ao outro. Agora, alguma coisa poderá entrar diretamente, sem obstruções; você e o orador tornam-se conhecidos um para o outro. Num sentido mais profundo, estabelece-se um relacionamento harmônico. A voz vem de fora e, ao mesmo tempo, ecoa profundamente dentro do ouvinte. 

Tal relacionamento não pode ser estabelecido quando se está lendo, porque o escritor está ausente. Ao ler, quando você não entende automaticamente alguma coisa, tem de fazer um esforço para entender. Mas ouvindo, você compreende sem esforço. 

Quando você lê um livro baseado no que eu falei, o qual tenha sido transmitido literalmente, acaba se esquecendo de que está lendo porque me conhece. Depois de alguns momentos, sente que não está lendo — mas sim ouvindo. Mas se as palavras forem mudadas e na redação o estilo for levemente alterado, o ritmo e a harmonia se quebrarão. Quando aqueles que já me ouvirão falar uma vez lerem as minhas palavras faladas, a leitura será a mesma coisa do que me ouvir. Mas existem diferenças porque, ainda assim, a mudança de veículo altera a intenção do que foi dito.

O S H O 

quarta-feira, 4 de setembro de 2013

A Verdade não está nas citações alheias

(...) Por que você faz citações e por que faz comparações? Você costuma dizer: “Citando, posso comparar e compreender”; mas você cita porque, na sua mente, você não é mais que citações... Um disco de gramofone repete o que outra pessoa disse. Isso tem algo de vital na busca da verdade? Você compreende citando a Bíblia ou outro livro qualquer?

Nenhum livro é sagrado, asseguro-lhe; assim como um jornal, são só palavras impressas em papel, não há nada de sagrado nem num nem noutro.

Ora, você cita, porque pensa que, citando e comparando, compreende o que estou dizendo. Compreendemos alguma coisa por meio da comparação, ou só vem a compreensão quando atentamos diretamente para o que se diz? Quando você afirma que a Bíblia já o disse, ou que outro qualquer já o disse, o que realmente está ocorrendo  no seu “processo” psicológico? Afirmando o que outra pessoa já disse, você não precisa mais pensar no caso, não é verdade? Você pensa que compreendeu a Bíblia; e quando você compara o que a Bíblia disse com o que estou dizendo, você acha que é a mesma coisa e não dá mais atenção o problema. Isto é, quando você compara, está, na verdade, procurando um estado no qual não seja perturbado. Afinal de contas, se você leu a Bíblia ou o Bhagavad Gita, e pensa tê-los compreendido, pode dar-se por satisfeito, e ficar a repetí-los, e isso não terá efeito algum em sua vida diária; pode continuar a ler e a citar, sem ser perturbado, em perfeita segurança. Você é então uma pessoa muito respeitável e pode continuar com seu estúpido e monstruoso modo de vida; e se vem alguém e lhe chama a atenção para alguma coisa, imediatamente você compara o que ele diz com aquilo que você leu, e pensa tê-lo compreendido. Na verdade, você está evitando perturbações; e é por isso que você compara, e é isso que eu reprovo.

Não sei se o que estou dizendo é novo ou velho; não me interessa saber se alguém já o disse ou não; o que verdadeiramente me interessa é descobrir a verdade de todo e qualquer problema — não de acordo com algum livro tido como sagrado. Quando procuramos a verdade de um problema, é estúpido repetir o que outros disseram. — Senhor, isto aqui não é uma conferência política, e fundamentalmente, a questão é a seguinte: pode-se compreender alguma coisa por meio de comparação? Compreendemos a vida, se temos a mente cheia de coisas ditas por outras pessoas, se seguimos a experiência, o saber alheio? Ou só vem a compreensão quando a mente está quieta? — mas não quando foi aquietada, porque isso é estar insensibilizada. Com o indagar, procurar, perscrutar, a mente se torna, inevitavelmente tranquila e então o problema revela todo o seu significado; e só quando a mente está tranquila se dá a compreensão do significado do problema, e não quando estamos constantemente comparando, citando, julgando, pensando. Positivamente, Senhor, o homem de saber, o letrado, nunca pode conhecer a verdade; pelo contrário, o saber e a erudição devem cessar. A mente precisa ser simples, para compreender a verdade, e não estar cheia do saber de outras pessoas ou de sua própria inquietação. Se você não tivesse livros de espécie alguma, se não tivesse os chamados livros religiosos ou sagrados, o que faria para descobrir a verdade? Se você estivesse verdadeiramente interessado em descobri-a, teria de perscrutar o seu próprio coração, teria de procurar os lugares sagrados da sua mente, não é verdade? Teria de observar-se com atenção, de compreender a maneira como a mente funciona; porque a mente é o único instrumento que você possuí, e se você não compreende esse instrumento, como poderá transcende-lo? Certamente, Senhor, os que escreveram os originais dos livros sagrados não podiam ter sido copistas, não é verdade? Eles não citaram palavras alheias. Mas nós citamos, porque os nossos corações estão vazios, porque somos áridos, nada temos de nós. Fazemos muito barulho, e a isso chamamos sabedoria; e com esse conhecimento queremos transformar o mundo, de modo que fazemos mais barulho ainda. Eis porque é muito importante que a mente realmente esteja desejosa de realizar uma transformação fundamental esteja livre de cópia, de imitação, de padrões.

Jiddu Krishnamurti — O que estamos buscando?   




domingo, 1 de setembro de 2013

A pergunta que importa: que sou eu?

Pergunta: Que é autoconhecimento? A tradicional via de acesso ao autoconhecimento é o conhecimento do Atman como distinto do "ego". É isso o que você entende por autoconhecimento? 

Krishnamurti: Senhores, todos vocês são muito lidos, não é verdade? Leram todos os livros religiosos, e foi assim que vieram a conhecer a ideia do ATMAN; do contrário, não teriam nenhuma noção dele. Encontraram essa ideia nos livros, ela lhes agradou, e por isso a adotaram; mas, em verdade, não sabem se o ATMAN existe ou não. Desejam permanência, e o ATMAN a garante-lhes.Suponhamos agora, que vocês nunca tivessem lido um único livro religioso a respeito do ATMAN, o SUPER-ATMAN, e tudo o mais — o que fariam? Poderiam inventar; mas se não tivessem nenhum conhecimento prévio, qual seria a atitude de vocês?... Por outro lado, como sabem que Sancarachária, ou Buda, ou outra autoridade mais em moda, não estão errados? 

(...) Desejam saber o que é autoconhecimento. Não é conhecimento do "ego", não é conhecimento do ATMAN, — não sabem o que isso significa. Só sabem que existem, que são uma entidade em relação com outras pessoas, com sua esposa e seus filhos, com o mundo — é tudo o que sabem. Este é o fato real. Se o ATMAN existe ou não existe, é uma mera teoria, uma especulação e toda especulação é desperdício de tempo; é coisa para os indolentes, os que não pensam. 

Agora, que sou eu? É isso o que importa: que sou eu? Vou verificar o que sou; vou ver até onde posso penetrar, nesse sentido, e ver onde sou levado. Porque, este é que é o fato — e não o ATMAN, o "ego", o SUPER-SUPER-SUPER. Não penso nestas coisas, embora Buda e Cristo e quem mais seja, tenham falado a seu respeito. O que me é possível conhecer são as minhas relações com a propriedade, com pessoas e ideias. Temos, portanto, que o começo do autoconhecimento está na compreensão das relações, e que as relações funcionam em todos os níveis, e não num só nível determinado. Tenho de averiguar o que são as minhas relações com minha esposa, com meus filhos, minha propriedade, a sociedade, as ideias. As relações são o espelho no qual vejo a mim mesmo assim como sou, e o ver-me tal como sou é o começo da sabedoria. A sabedoria não é coisa adquirível nem por meio de livros nem por intermédio de um GURU; isso é mera aquisição de conhecimento, e a sabedoria não é conhecimento. A sabedoria é o começo do autoconhecimento, e vem essa sabedoria quando compreendemos as nossas relações. 

Jiddu Krishnamurti – O que estamos buscando?

quarta-feira, 17 de julho de 2013

Na jornada do autoconhecimento, os livros não têm importância

Pergunta: Como você aprendeu tudo isso que fala, e como chegaremos a conhecê-lo?

Krishnamurti: Esta é uma boa pergunta, você não acha? Pois bem; se posso falar um pouco sobre minha própria pessoa, saiba que não li nenhum dos livros que tratam dessas coisas, nem o Upanishads, nem o Bhagavad Gita, nem livros de psicologia; mas, como já lhe disse, se você observar sua própria mente, lá encontrará tudo. Assim, pois, quando você empreende a jornada do autoconhecimento, os livros não têm importância. É como entrar num país estranho onde se começa a ver coisas novas, a fazer extraordinários descobrimentos. Mas, veja, tudo isso é destruído, se você dá importância a si mesmo. No momento em que diz: “Descobri, sei, sou um grande homem porque descobri isto e aquilo”, nesse momento você está perdido. Se você tem de fazer uma longa viagem, deve levar pouquíssima bagagem; se deseja galgar grandes alturas, deve viajar leve.

Esta pergunta, por conseguinte, é importante, porque o descobrimento e a compreensão vêm com o autoconhecimento, pela observação dos movimentos da mente. O que você diz a respeito do próximo, sua maneira de falar, de andar, de olhar o céu, sua maneira de tratar as pessoas, de cortar um ramo de árvore — todas essas coisas são importantes, porque atuam como espelhos que lhes mostram exatamente como você é, se está vigilante, descobre “de novo” todas as coisas, momento por momento. 

Krishnamurti — A Cultura e o problema humano

sábado, 4 de agosto de 2012

A realidade não é intelectual

Amar seus deuses, repetir certas palavras, adornar seu guru com guirlandas, entrar em transe em sua presença, derramar lágrimas — você pode fazer tudo isso pelos próximos mil anos, mas jamais descobrirá a verdadeira realidade. Perceber, sentir, amar uma nuvem, uma árvore, um ser humano, demanda uma enorme atenção e como você pode se dedicar a isso se sua mente está distraída com a aquisição de conhecimentos? O conhecimento é útil tecnologicamente — e nada mais. Se um médico não sabe operar, é melhor ficar longe dele. O conhecimento é necessário até um dado nível, em uma certa direção, mas não é a resposta definitiva para a nossa miséria. A solução definitiva para a nossa miséria está nesse sentimento, nessa paixão que nasce da ausência de si mesmo, quando você esquece tudo que você é. Esse tipo de paixão é imprescindível para sentir, entender, amar. 

A realidade não é intelectual; mas desde a infância, através da educação, através de todas as assim chamadas formas de aprendizado, desenvolvemos uma mente sutil, competitiva, sobrecarregada de informações — como acontece com advogados, políticos, técnicos, especialistas. Nossas mentes foram trabalhadas, buriladas, o que se transformou no objetivo mais importante a alcançar e, com isso, todo o nosso sentimento murchou. Você não tem pena do homem pobre em sua amargura, não se sente jamais feliz ao ver um ricaçõ guiando seu belo carro; não fica encantado ao ver um lindo rosto; não sente emoção diante do arco-íris, ou do esplendor de uma gramado verdinho. Estamos tão absorvidos em nosso trabalho, em nossas misérias, que não temos um momento de lazer para sentir o que é amar, para ser bom, generoso. E, no entanto, desprovidos de tudo isso, queremos saber o que é Deus!... Que coisa incrivelmente estúpida e infantil! De forma que se torna muito mais importante para o indivíduo viver — não reviver; você não pode reviver sentimentos mortos, a glória que passou. Mas não podemos acaso viver intensamente, plenamente, prodigamente mesmo que só por um dia? Pois tal dia abrangeria um milênio. Não se trata de fantasia poética. Você compreenderá  isso quando tiver vivido um dia pleno, no qual não existe tempo, nem futuro, nem passado — você conhecerá então a plenitude conferida por esse estado extraordinário. Esse modo de viver não tem nada a ver com o conhecimento.

Krishnamurti - Sobre Deus

Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...
"Quando você compreende, quando chega a saber,
então traz toda a beleza do passado de volta
e dá a esse passado o renascimento, renova-o,
de forma que todos os que o conheceram
possam estar de novo sobre a terra
e viajar por aqui, e ajudar as pessoas." (Tilopa)



"Nos momentos tranqüilos da meditação, a vontade de DEUS pode tornar-se evidente para nós. Acalmar a mente, através da meditação, traz uma paz interior que nos põe em contato com DEUS dentro de nós. Uma premissa básica da meditação, é que é difícil, senão impossível, alcançar um contato consciente, à não ser que a mente esteja sossegada. Para que haja um progresso, a comum sucessão ininterrupta de pensamentos tem de parar. Por isso, a nossa prática preliminar será sossegar a mente e deixar os pensamentos que brotam morrerem de morte natural. Deixamos nossos pensamentos para trás, à medida que a meditação do Décimo Primeiro Passo se torna uma realidade para nós. O equilíbrio emocional é um dos primeiros resultados da meditação, e a nossa experiência confirma isso." (11º Passo de NA)


"O Eu Superior pode usar algum evento, alguma pessoa ou algum livro como seu mensageiro. Pode fazer qualquer circunstância nova agir da mesma forma, mas o indivíduo deve ter a capacidade de reconhecer o que está acontecendo e ter a disposição para receber a mensagem". (Paul Brunton)



Observe Krishnamurti, em conversa com David Bohn, apontando para um "processo", um "caminho de transformação", descrevendo suas etapas até o estado de prontificação e a necessária base emocional para a manifestação da Visão Intuitiva, ou como dizemos no paradigma, a Retomada da Perene Consciência Amorosa Integrativa...


Krishnamurti: Estávamos discutindo o que significa para o cérebro não ter movimento. Quando um ser humano ESTEVE SEGUINDO O CAMINHO DA TRANSFORMAÇÃO, e PASSOU por TUDO isso, e esse SENTIDO DE VAZIO, SILÊNCIO E ENERGIA, ele ABANDONOU QUASE TUDO e CHEGOU AO PONTO, à BASE. Como, então, essa VISÃO INTUITIVA afeta a sua vida diária? Qual é o seu relacionamento com a sociedade? Como ele age em relação à guerra, e ao mundo todo — um mundo em que está realmente vivendo e lutando na escuridão? Qual a sua ação? Eu diria, como concordamos no outro dia, que ele é o não-movimento.

David Bohn: Sim, dissemos que a base era movimento SEM DIVISÃO.

K: Sem divisão. Sim, correto. (Capítulo 8 do livro, A ELIMINAÇÃO DO TEMPO PSICOLÓGICO)


A IMPORTÂNCIA DA RENDIÇÃO DIANTE DA MENTE ADQUIRIDA
Até praticar a rendição, a dimensão espiritual de você é algo sobre o que você lê, de que fala, com que fica entusiasmado, tema para escrita de livros, motivo de pensamento, algo em que acredita... ou não, seja qual for o caso. Não faz diferença. Só quando você se render é que a dimensão espiritual se tornará uma realidade viva na sua vida. Quando o fizer, a energia que você emana e que então governa a sua vida é de uma frequência vibratória muito superior à da energia mental que ainda comanda o nosso mundo. Através da rendição, a energia espiritual entra neste mundo. Não gera sofrimento para você, para os outros seres humanos, nem para qualquer forma de vida no planeta. (Eckhart Tolle em , A Prática do Poder do Agora, pág. 118)


O IMPOPULAR DRAMA OUTSIDER — O encontro direto com a Verdade absoluta parece, então, impossível para uma consciência humana comum, não mística. Não podemos conhecer a realidade ou mesmo provar a existência do mais simples objeto, embora isto seja uma limitação que poucas pessoas compreendem realmente e que muitas até negariam. Mas há entre os seres humanos um tipo de personalidade que, esta sim, compreende essa limitação e que não consegue se contentar com as falsas realidades que nutrem o universo das pessoas comuns. Parece que essas pessoas sentem a necessidade de forjar por si mesmas uma imagem de "alguma coisa" ou do "nada" que se encontra no outro lado de suas linhas telegráficas: uma certa "concepção do ser" e uma certa teoria do "conhecimento". Elas são ATORMENTADAS pelo Incognoscível, queimam de desejo de conhecer o princípio primeiro, almejam agarrar aquilo que se esconde atrás do sombrio espetáculo das coisas. Quando alguém possui esse temperamento, é ávido de conhecer a realidade e deve satisfazer essa fome da melhor forma possível, enganando-a, sem contudo jamais poder saciá-la. — Evelyn Underhill