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quinta-feira, 5 de abril de 2018

É possível morrer para toda experiência?


É possível morrer para toda experiência?

PERGUNTA: A função da mente é pensar. Passei muitos anos refletindo sobre as coisas que todos conhecemos: negócios, ciência, filosofia, psicologia, artes, etc., e atualmente penso muito a respeito de Deus. Do estudo do testemunho de muitos místicos e outros escritores religiosos, estou convencido de que Deus existe, e sobre este assunto estou capacitado a contribuir com minhas próprias ideias. Que mal há nisso? O pensar em Deus não nos leva à “realização” de Deus?

KRISHNAMURTI: Pode-se pensar Deus? E pode alguém convencer-se da existência de Deus, depois de ter lido todas as provas de sua existência? O ateu tem também as suas provas; provavelmente estudou tanto quanto vós, e no entanto ele não crê em Deus. Vós credes que há Deus, e ele crê que não há Deus; ambos sois crentes, ambos passais, o tempo a pensar em Deus. Mas, antes de pensardes numa coisa que desconheceis, deveis descobrir o que é pensar, não é verdade? Como se pode pensar numa coisa que se desconhece? Podeis ter lido a Bíblia, o Bhagavad-Gita, ou outros livros em que letrados muito eruditos descrevem com muita sutileza o que é Deus, afirmando isto e contestando aquilo; mas, enquanto não conhecerdes o mecanismo do vosso próprio pensar, tudo o que cogitardes a respeito de Deus, pode ser estúpido e vulgar — e em geral o é. Podeis colecionar uma grande quantidade de provas da existência de Deus e escrever artigos muito sutis a tal respeito, mas, por certo, a questão mais importante é: Como sabeis que é verdadeiro o que pensais? E pode o pensar produzir, alguma vez, a experiência do incognoscível? Isto não significa, naturalmente, que se deva aceitar, emocional ou sentimentalmente, um disparate qualquer a respeito de Deus.

Não achais, pois, que é mais importante descobrir se a vossa mente está condicionada, do que procurar aquilo que não é condicionado? Por certo, se vossa mente está condicionada — como não há dúvida que está — por mais que ela investigue a realidade de Deus, só poderá colher conhecimentos ou informações de acordo com o seu condicionamento. Assim sendo, o vosso pensar sobre Deus é pura perda de tempo, uma especulação sem valor nenhum; é como ficarmos sentados aqui, entre estas árvores, desejando estar no alto daquela montanha. Se desejo realmente descobrir o que há no alto da montanha, e mais além, tenho de ir até lá. Nada adianta ficar aqui a especular, a construir templos e igrejas, e a agitar-me todo por causa dessas coisas. O que devo fazer é erguer-me e caminhar, lutar, superar todos os obstáculos, para chegar lá, e descobrir; mas, como em geral não temos vontade de fazer tal coisa, satisfazemo-nos em ficar sentados aqui, especulando sobre uma coisa que não conhecemos. E eu vos digo que tal especulação representa um obstáculo, deteriora a mente, e não tem valor algum; só traz mais confusão e mais sofrimentos ao homem.

Assim, pois, Deus é algo de que não se pode falar, que não se pode descrever, que não pode ser expresso por palavras, pois tem de permanecer sempre “o Desconhecido”. No momento em que se verifica o mecanismo de reconhecimento, estais de novo na esfera da memória. Compreendeis? Digamos, por exemplo, que tenhais uma “experiência” momentânea de algo extraordinário. Neste momento preciso não existe pensador que diz: “Preciso lembrar-me disso, depois”; neste momento: só há o “estado de experimentar”. Mas, passado tal momento, entra em ação o mecanismo de reconhecimento. Tende a bondade de seguir isto. A mente diz: “Tive uma experiência maravilhosa, e desejo mais” — e começa a luta peto mais. O instinto aquisitivo, a gananciosa perseguição do mais, se torna existente por várias razões: Porque vos dá prazer, prestígio, saber, vos confere autoridade, e por aí afora.

A mente procura apoderar-se daquilo que experimentou; mas o que ela experimentou é coisa acabada, morta, passada e para descobrir o que é, a mente precisa morrer para o que experimentou, o que foi. Isto não é uma coisa que se precisa cultivar dia por dia, que se pode juntar, acumular, conservar, para servir de tema para palestras e escritos. O que podemos fazer é só perceber que a mente está condicionada e, pelo autoconhecimento, compreender o mecanismo do nosso pensar. Tenho de conhecer a mim mesmo — não como eu gostaria de ser, ideologicamente, mas tal como sou realmente, feio ou belo, ciumento, invejoso, ganancioso. Mas é muito difícil vermos exatamente o que somos, sem o desejo de alterá-lo, e esse próprio desejo de alterar é outra forma de condicionamento; e assim continuamos, movendo-nos de um condicionamento para outro, sem nunca experimentarmos algo além daquilo que é limitado.

Krishnamurti, 21 de agosto de 1955
Realização sem esforço
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terça-feira, 17 de setembro de 2013

Sobre o cultivo da memória

Ensinaram-nos desde a infância a cultivar a memória. A memória é essencial, num determinado nível da existência; entretanto, a memória não nos fornece a verdadeira solução de nenhum problema; ela é tão somente capaz de traduzir o problema em conformidade com sua própria condição, sua própria experiência.(...) Nessas condições, nunca receberão a experiência com a mente não condicionada; e a mente condicionada, ao criar um padrão, uma norma de ação, cria mais problemas, maiores sofrimentos e desgraças.

(...) A vida é um processo de imitação. A própria linguagem que estou usando é resultado da imitação, de cultivo da memória e do conhecimento. O adquirir informações é um processo de imitação.(...) Reconheço que a memória, a experiência, o saber são coisas essenciais em certos níveis de nossa existência; porque, se eu não soubesse fazer uso da linguagem, não teria possibilidade de comunicar-me com ninguém.

(...) Temos aqui um problema dificílimo; a mente está cultivando a memória há séculos e séculos, e ela é o único instrumento de que dispomos. E desse instrumento temos feito uso para resolver nossos problemas. Endeusamos o intelecto (não se entenda, todavia, que devemos nos tornar sentimentais, ou devotos, ou desordenados). É muito difícil enxergar as limitações da mente. Dificílimo perceber que os nossos problemas não podem ter solução por intermédio da mente, por intermédio do "processo" do pensamento, uma vez que o pensamento é sempre condicionado. Não há liberdade de pensamento, visto que o pensamento, que é memória, que é o resultado de várias experiências passadas, é condicionado, limitado; e esse pensamento, quando aplicado a resolver os nossos problemas, só pode aumentá-los e acrescentar-lhes novos problemas. Posso perceber a verdade a respeito do pensamento condicionado e deixar que ocorra uma revolução no nível inconsciente? Porque, no nível inconsciente, não há limitação, não há ajustamento, uma vez que, lá, a mente não interfere, buscando resultado; lá, a mente não se esforça, não recalca, não procura tornar-se alguma coisa; lá, ela está apenas presente. A mente pode compreender o que é a Verdade. A Verdade não é processo de análise, nem a simples observação do conhecimento. Mas a verdade só pode ser compreendida no nível inconsciente, com a mente muito tranquila, não interferindo, não traduzindo. Se percebemos isso fundamentalmente, veremos que há, aí, uma transformação radical da nossa maneira de pensar. Entretanto, como disse, a mente foi exercitada para interferir, para buscar sempre, ativamente, um resultado. É só no nível inconsciente que se pode encontrar o Amor. E só o Amor é capaz de efetuar uma revolução.

(...) Ora, sem dúvida o percebimento da Verdade não depende de nenhuma crença; pelo contrário, as crenças atuam como obstáculos ao percebimento da Verdade. Um homem que crê, que está preso ao dogma, não conhecerá nunca o Real. Jamais conhecerá aquele estado de êxtase do amor. O dogma, a crença, e a experiência são-lhe empecilhos; porque a experiência nada mais é do que conservação da memória. Um homem bem "adubado" de memória, experiência, saber, nunca descobrirá Deus; tão pouco o homem que professa continuamente a sua crença em Deus, é capaz de encontrar a Realidade. A Realidade não se manifesta senão quando a mente está tranquila, quando não é compelida, coagida, disciplinada. Quando a mente está tranquila, há, então, no nível inconsciente, revolução.

Jiddu Krishnamurti — Autoconhecimento — Base da Sabedoria

quinta-feira, 29 de agosto de 2013

O pensamento jamais entra no estado de experienciação

Pergunta: Não existe algo além do pensamento, além do tempo, algo que não seja criado pela mente?

Krishnamurti: Ou lhe contaram sobre esse estado, você leu sobre ele ou existe a experienciação dele. A experienciação dele nunca pode ser uma experiência, um resultado; ele não pode ser conjecturado — e se for, será uma lembrança, não uma experienciação. Você pode repetir o que leu ou ouviu, mas a palavra não é a coisa; e a palavra, a própria repetição, impede o estado de experienciação. Aquele estado de experienciação não poderá existir enquanto houver pensamento; o pensamento, o resultado e o efeito jamais podem conhecer o estado de experienciação.

Pergunta: Então, como o pensamento pode acabar?

Krishnamurti: Perceba a verdade que o pensamento, o resultado do conhecido, jamais pode existir no estado de experienciação. A experienciação é sempre o novo; pensar pertence sempre ao velho. Veja a verdade disso e ela lhe trará libertação — libertação do pensamento, do resultado. Então haverá aquilo que está além da consciência, que não é dormir nem acordar, que é sem nome: aquilo é.


Jiddu Krishnamurti

quarta-feira, 7 de agosto de 2013

O que é mais importante: a vida material ou a espiritual?

É necessário diferenciarmos entre a experiência produzida pela crença e o experimentar direto. A crença, obviamente, é prejudicial ao experimentar. É só pelo direto experimentar, e não pela crença, que se pode achar a realidade de qualquer coisa. A crença é desnecessária, ao passo que o experimentar é essencial, acima de tudo num mundo onde existem tantas contradições, tantos especialistas, cada um a preconizar a sua solução própria. Nós, a gente comum, precisamos descobrir a verdade relativa a toda esta confusão e toda esta angústia. E, por isso, faz-se necessário indagarmos se a crença é essencial e se ela nos ajuda a conhecer, a experimentar, a realidade. 

Ora bem, o mundo, como sabemos, está dividido em dois campos: o dos que creem que a vida material é de essencial importância — a existência material da sociedade, a alteração do ambiente, o recondicionamento do homem ao ambiente — e o dos que acreditam ser a vida espiritual de primordial importância. A extrema esquerda crê na modificação e transformação do ambiente; e há os que creem que a vida espiritual do homem é que tem fundamental importância. 

Pois bem: cabe-nos, a vocês e a mim, descobrir a verdade a esse respeito. De acordo com essa verdade, será correta a nossa vida. Os especialistas dizem que o ambiente tem a preferência, e há os que dizem que o espírito tem a preferência, e a vocês e a mim é imperativo descobrir a verdade a tal respeito. Não é questão de crença, uma vez que a crença não tem validade com relação à experiência. A que devemos atribuir importância, ao ambiente ou à vida espiritual? E como iremos, vocês e eu, descobrir a verdade sobre isto? Não será por meio de leituras intermináveis; não será pelo seguirmos os especialistas da esquerda ou da direita; não será pelo seguirmos aqueles que acreditam ser a vida material da sociedade de primordial importância; não será ainda pelo estudo de todos os seus livros, de toda a sua ciência especializada, nem pelo seguirmos aqueles que acreditam na primazia da vida espiritual e todos os seus escritos. A crença, simplesmente, neste ou naquele, não é, por certo, encontrar a verdade contida na questão. 

Todavia, a maioria de nós estamos envolvidos pela crença, estamos incertos. Ora pensamos de um modo, ora de outro. Nunca estamos certos; estamos tão confusos como os especialistas, na sua certeza. Não podemos aceitar nada como certo, não podemos seguir a um ou a outro, porquanto tanto um como o outro nos levam à confusão, visto que a aceitação de qualquer autoridade, em tais questões, é, evidentemente, prejudicial à sociedade. A influência dos guias é um fator de degeneração da sociedade; entretanto, tanto vocês como eu, colhidos que estamos entre os dois campos e sem saber o que fazer, precisamos descobrir qual é a verdade contida na questão, e isso sem nos ajuntarmos a especialista algum. 

E como colocaremos mãos à obra? Senhor, esta é uma das questões fundamentais da atualidade. Há os que aplicam todas as suas energias, todas as suas capacidades, toda a sua força e pensamento à alteração do ambiente, o qual esperam que por fim venha a transformar o indivíduo; e há os que preferem apelar, cada vez mais, para a crença, para a ortodoxia, para a religião organizada, e assim por diante. Esses dois grupos estão em guerra um com o outro, e a nós cabe decidir, não decidir sobre qual partido devemos tomar, já que não se trata de tomar partido, mas precisamos estar certos da verdade relativa a essas coisas. 

Igualmente, não podemos, evidentemente, ficar na dependência de nossos preconceitos, uma vez que estes não nos mostram a verdade a tal respeito. Se você foi "condicionado" num ambiente religioso, dirá que o espírito tem a preferência. Outro, educado diferentemente, dirá que a existência material da sociedade é que tem primordial importância.

Pois bem: como poderemos, vocês e eu, que somos pessoas comuns, que não contamos com acumulados conhecimentos, com teorias, demonstrações, provas históricas — como poderemos descobrir a verdade relativa a tudo isso? Não é esta uma importantíssima questão? Pois de tal descoberta depende a nossa futura responsabilidade de ação. Não é, pois, uma questão de crença; a crença é também uma forma de "condicionamento" e ela não nos ajudará a achar a verdade relativa a questão. 

Assim sendo, para encontrarmos essa verdade, não é necessário, em primeiro lugar, estarmos livres de nossa educação religiosa, bem como de nossa educação materialista? Significa isso que não podemos, meramente aceitar; precisamos estar livres do "condicionamento" que nos faz pensar que a existência material da sociedade tem importância primária, bem como do "condicionamento" que nos faz acreditar que a vida espiritual é de importância básica. Precisamos estar livres das duas coisas, a fim de acharmos a verdade a respeito de ambas. Isso é, sem dúvida, bem evidente, não acham? Para se encontrar a verdade relativa a alguma coisa, é preciso que a examinemos de maneira nova, original, sem preconceito algum. 

Está visto, pois, que, para acharmos a verdade relativa a essas coisas, é necessário que nos libertemos de nosso lastro de ideias e experiência, de nosso ambiente. Será isso possível? Isto é, vivemos somente de pão? Ou existe outro fator, que molde o exterior, o ambiente, em conformidade com nosso estado psicológico? E o encontrar-se a verdade relativa a essa questão é de principal importância para toda pessoa responsável e sincera, porquanto daí depende sua ação, a para achar a verdade, é necessário que o indivíduo estude a si próprio, e que esteja consciente de si mesmo quando em ação. O aspecto material da sociedade tem o papel principal em nossa vida? O ambiente desempenha o papel mais importante em nossa vida? Para a maioria de nós, não há dúvida que sim. É o ambiente que molda os nossos pensamentos e sentimentos? E onde é que começa a chamada vida espiritual, e onde acaba a influência do ambiente? Certamente, para verificá-lo, é necessário que o indivíduo estude as suas próprias ações, seus próprios pensamentos e sentimentos. Em outras palavras, é preciso o autoconhecimento — não o conhecimento que se encontra num livro, que se colhe em várias fontes, mas o conhecimento do viver diário de vocês, dia a dia, momento a momento, o conhecimento do "ego", em qualquer nível que seja encontrado. 

Vemos, pois, que a verdade relativa a essa questão está na compreensão de si mesmos, em relação com o ambiente, em relação com uma ideia, que se chama espírito. É isso? 

Conforme já apreciamos em nossas discussões de ontem e dos dias precedente, a vida é uma questão de relação. O viver, o existir implica relação; e é somente na vida de relação, no compreender a vida de relação, que começamos a descobrir a verdade relativa a esta questão: se a vida material é de primordial importância, ou não. Temos, portanto, de descobrir essa verdade, de entrar em contato com ela, pela compreensão da vida de relação, e não apenas apegando-nos a uma crença. E essa descoberta, essa experiência, nos dará então a realidade contida nessas duas coisas. 

Assim, pois, o autoconhecimento é de importância básica para o descobrimento da verdade, significando isto que o indivíduo precisa estar consciente de cada pensamento e de cada sentimento, e perceber de onde procedem essas reações; e só é possível estar consciente com claridade e amplitude, se não houver condenação nem justificação. Isto é, se estamos conscientes de um pensamento, de um sentimento, e o seguirmos de princípio a fim, sem condenação, poderemos então perceber se se trata de reação ao ambiente ou, simplesmente, de reação a uma exigência material, ou ainda, se o pensamento provém de uma fonte diferente. 

Assim, pelo percebimento sem condenação nem justificação começaremos a compreender a nós mesmos — que somos as várias reações a diferentes estímulos, reações ao ambiente, que significa relações. Por conseguinte, a vida de relação, ou, antes, a compreensão da vida de relação, assume grande importância — nossas relações com a propriedade, nossas relações com as pessoas, nossas relações com ideias — e esse movimento de relações não pode ser compreendido se existe qualquer tendência à condenação ou à justificação. Se desejam compreender uma coisa, é claro que não devem condená-la. Se desejam compreender um filho, cabe a vocês estudá-lo, observá-lo, estudar seus diferentes estados de ânimo, estudá-lo quando brinca, etc. De igual maneira, precisamos estudar a nós mesmos, a todos os momentos, e só podemos estudar a nós mesmos quando não há condenação; mas é extremamente difícil não condenar, porquanto a condenação ou a comparação representa uma fuga do "que é"; e para se estudar o "que é" requer-se uma extraordinária vigilância mental e essa vigilância amortece, quando se deixa prender pela comparação, pela condenação. Condenar não é compreender, estejam certos disso. É tão mais fácil condenar uma criança ou uma pessoa do que compreender tal pessoa! Para se compreender a pessoa, é necessário atenção, interesse. 

Nosso problema, portanto, é a compreensão de nós mesmos, tal como somos, visto que cada um de nós é não só o ambiente, mas algo mais. Esse "algo mais" não resulta de crença. Precisamos descobri-lo, experimenta-lo diretamente, e a crença é um empecilho à direta experiência

Precisamos, pois, considerar a nós mesmos exatamente como somos e estudar a nós mesmos tais como somos; e esse estudo só pode ser feito no estado de relação, e não no isolamento.

Jiddu Krishnamurti — O que te fará feliz? 
23 de janeiro de 1949            

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"Quando você compreende, quando chega a saber,
então traz toda a beleza do passado de volta
e dá a esse passado o renascimento, renova-o,
de forma que todos os que o conheceram
possam estar de novo sobre a terra
e viajar por aqui, e ajudar as pessoas." (Tilopa)



"Nos momentos tranqüilos da meditação, a vontade de DEUS pode tornar-se evidente para nós. Acalmar a mente, através da meditação, traz uma paz interior que nos põe em contato com DEUS dentro de nós. Uma premissa básica da meditação, é que é difícil, senão impossível, alcançar um contato consciente, à não ser que a mente esteja sossegada. Para que haja um progresso, a comum sucessão ininterrupta de pensamentos tem de parar. Por isso, a nossa prática preliminar será sossegar a mente e deixar os pensamentos que brotam morrerem de morte natural. Deixamos nossos pensamentos para trás, à medida que a meditação do Décimo Primeiro Passo se torna uma realidade para nós. O equilíbrio emocional é um dos primeiros resultados da meditação, e a nossa experiência confirma isso." (11º Passo de NA)


"O Eu Superior pode usar algum evento, alguma pessoa ou algum livro como seu mensageiro. Pode fazer qualquer circunstância nova agir da mesma forma, mas o indivíduo deve ter a capacidade de reconhecer o que está acontecendo e ter a disposição para receber a mensagem". (Paul Brunton)



Observe Krishnamurti, em conversa com David Bohn, apontando para um "processo", um "caminho de transformação", descrevendo suas etapas até o estado de prontificação e a necessária base emocional para a manifestação da Visão Intuitiva, ou como dizemos no paradigma, a Retomada da Perene Consciência Amorosa Integrativa...


Krishnamurti: Estávamos discutindo o que significa para o cérebro não ter movimento. Quando um ser humano ESTEVE SEGUINDO O CAMINHO DA TRANSFORMAÇÃO, e PASSOU por TUDO isso, e esse SENTIDO DE VAZIO, SILÊNCIO E ENERGIA, ele ABANDONOU QUASE TUDO e CHEGOU AO PONTO, à BASE. Como, então, essa VISÃO INTUITIVA afeta a sua vida diária? Qual é o seu relacionamento com a sociedade? Como ele age em relação à guerra, e ao mundo todo — um mundo em que está realmente vivendo e lutando na escuridão? Qual a sua ação? Eu diria, como concordamos no outro dia, que ele é o não-movimento.

David Bohn: Sim, dissemos que a base era movimento SEM DIVISÃO.

K: Sem divisão. Sim, correto. (Capítulo 8 do livro, A ELIMINAÇÃO DO TEMPO PSICOLÓGICO)


A IMPORTÂNCIA DA RENDIÇÃO DIANTE DA MENTE ADQUIRIDA
Até praticar a rendição, a dimensão espiritual de você é algo sobre o que você lê, de que fala, com que fica entusiasmado, tema para escrita de livros, motivo de pensamento, algo em que acredita... ou não, seja qual for o caso. Não faz diferença. Só quando você se render é que a dimensão espiritual se tornará uma realidade viva na sua vida. Quando o fizer, a energia que você emana e que então governa a sua vida é de uma frequência vibratória muito superior à da energia mental que ainda comanda o nosso mundo. Através da rendição, a energia espiritual entra neste mundo. Não gera sofrimento para você, para os outros seres humanos, nem para qualquer forma de vida no planeta. (Eckhart Tolle em , A Prática do Poder do Agora, pág. 118)


O IMPOPULAR DRAMA OUTSIDER — O encontro direto com a Verdade absoluta parece, então, impossível para uma consciência humana comum, não mística. Não podemos conhecer a realidade ou mesmo provar a existência do mais simples objeto, embora isto seja uma limitação que poucas pessoas compreendem realmente e que muitas até negariam. Mas há entre os seres humanos um tipo de personalidade que, esta sim, compreende essa limitação e que não consegue se contentar com as falsas realidades que nutrem o universo das pessoas comuns. Parece que essas pessoas sentem a necessidade de forjar por si mesmas uma imagem de "alguma coisa" ou do "nada" que se encontra no outro lado de suas linhas telegráficas: uma certa "concepção do ser" e uma certa teoria do "conhecimento". Elas são ATORMENTADAS pelo Incognoscível, queimam de desejo de conhecer o princípio primeiro, almejam agarrar aquilo que se esconde atrás do sombrio espetáculo das coisas. Quando alguém possui esse temperamento, é ávido de conhecer a realidade e deve satisfazer essa fome da melhor forma possível, enganando-a, sem contudo jamais poder saciá-la. — Evelyn Underhill