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quinta-feira, 5 de abril de 2018

O bem-aventurado estado de “não saber”


O bem-aventurado estado de “não saber”

É um fato muito evidente que os entes humanos necessitam de algo para adorar. Vós e eu e muitos outros desejamos ter algo sagrado nas nossas vidas, e por isso frequentamos os templos, as mesquitas, as igrejas, ou temos outros símbolos, imagens, ideias, a que veneramos. Esta necessidade de adorar parece muito premente, porque queremos ser levados para fora de nós mesmos, para algo que seja mais amplo, mais profundo, mais permanente; e, assim, começamos a inventar Mestres, instrutores, divindades celestiais ou terrenas, criamos símbolos vários, a Cruz, o Crescente, etc. Ou se nenhuma dessas coisas nos dá satisfação, começamos a especular sobre o que existe além da mente, sustentando que lá se acha algo que é sagrado e a que se deve adorar. É o que acontece, na nossa, existência de cada dia, e disso, penso, quase todos estamos bem apercebidos. Há sempre esse esforço dentro do campo do conhecido, do campo da mente, da memória, e nunca parecemos capazes de nos desvencilhar e achar algo que não seja fabricado pela mente.

Assim, pois, desejo, nesta manhã, investigar se existe algo realmente sagrado, algo imensurável, impossível de ser sondado pela mente. Para tanto, necessita-se, sem, dúvida, de uma revolução no nosso pensar, nos nossos valores. Não me refiro à revolução econômica, ou social, que só revela falta de madureza; tal revolução poderá ter efeitos superficiais nas nossas vidas, mas, fundamentalmente, não é a revolução verdadeira. Refiro-me à revolução que se realiza pelo autoconhecimento — não o conhecimento superficial, alcançado mediante um exame do pensamento, à superfície da mente, mas o autoconhecimento que alcança os recessos mais profundos da mente.

Sem dúvida, uma das nossas maiores dificuldades reside no fato de que todo nosso esforço se limita à esfera do reconhecimento. Parecemos funcionar unicamente dentro dos limites das coisas que somos capazes de reconhecer, isto é, dentro da esfera da memória. E há possibilidade de a mente ultrapassar essa esfera? A memória, evidentemente, é necessária, num certo nível. Preciso lembrar-me do caminho de minha casa. Se me fazeis uma pergunta a respeito de uma coisa com que estou, bem familiarizado, minha, resposta é imediata.

Se me permitis sugeri-lo, tende a bondade de observar a vossa mente, enquanto estou falando; pois, como desejo examinar esta questão com certa profundeza, se ficardes apenas a seguir a explicação verbal, sem a aplicardes imediatamente, tal explicação não terá significado algum. Se enquanto escutais, estais dizendo: “Refletirei sobre isto amanhã, ou depois da reunião” — as palavras ir-se-ão, e a explicação nenhum valor terá. Mas se derdes atenção completa ao que estou dizendo e fordes capazes de aplicá-lo — o que significa estar apercebido dos próprios mecanismos intelectuais e emocionais — vereis então que o que estou dizendo tem significação, imediatamente.

Como disse, há uma reação instantânea diante de qualquer coisa que se conhece intimamente; quando se vos faz uma pergunta sobre assunto bem conhecido, respondeis prontamente, a reação é imediata. E se vos perguntam a respeito de uma questão com que não estais bem familiarizado, que acontece? Começais a rebuscar nos arquivos da memória, procurais recordar-vos do que lestes ou pensastes a respeito da questão, rememorar a vossa própria experiência. Quer dizer, voltais ao passado, para examinar certas lembranças que adquiristes; porque o que se chama “saber” é essencialmente memória. Mas se vos perguntam sobre uma questão que ignorais completamente, a respeito da qual não tenhais registro algum na memória, e sois capaz de responder honestamente que não sabeis, então esse estado de “não saber” é o primeiro passo da verdadeira investigação do desconhecido.

Isto é, tecnicamente, temo-nos desenvolvido extraordinariamente, tornamo-nos habilíssimos em trabalhos mecânicos. Nas escolas aprendemos técnicas variadas — montar motores, reparar estradas, construir aeroplanos, etc. — e tudo isso é apenas cultivo da memória. Com esta mesma mentalidade queremos encontrar algo que transcende a mente e, assim, praticamos uma disciplina, seguimos um sistema ou pertencemos a alguma estúpida organização religiosa — pois todas as organizações dessa ordem são essencialmente estúpidas, por mais satisfatórias e consoladoras que sejam, temporariamente.

Ora bem, se pudermos examinar juntos esta questão — e acho-o possível, se lhe dermos a necessária atenção — terei muito gosto em investigar convosco se a mente é capaz de abandonar sua memória psicológica, de desistir de buscar nas coisas conhecidas aquilo que está oculto. Pois não é isso o que fazemos, quando estamos a buscar? Estamos a procurar, na esfera do conhecido, uma coisa que desconhecemos. Quando buscamos a felicidade, a paz, Deus, o Amor, etc., sempre o fazemos dentro da esfera do conhecido, porque a memória já nos insinuou, sugeriu, uma certa coisa, e temos fé nessa coisa. Nossa busca, portanto, se processa sempre na esfera do conhecido. E, mesmo na ciência, é só quando a mente deixa de examinar o conhecido, que é possível surgir algo novo. Mas a cessação dessa busca no conhecido, não resulta de determinação, ação voluntária. O dizer-se: “Não darei mais atenção ao conhecido, para ficar aberto ao desconhecido”, é uma coisa completamente infantil, sem significação nenhuma. Porque, então, a mente se põe a inventar, a especular, a experimentar coisas absurdas. A libertação da mente, do conhecido, só é possível pelo autoconhecimento, pela revolução que se realiza quando se compreende todos os dias o significado do ''eu”. Não se pode compreender o significado do “eu” se há acumulação de memória, e com a ajuda dela queremos compreender o “eu”. Entendeis?

Pensamos compreender as coisas mediante acumulação de conhecimentos, mediante comparação. Positivamente, por essa maneira nada se compreende. Se comparais uma coisa com outra, sois absorvido por essa ocupação. Só se pode compreender uma coisa quando lhe aplicamos toda a nossa atenção, e qualquer forma de comparação ou avaliação é uma distração.

O autoconhecimento, pois, não é acumulativo, e acho muito importante compreender isso. Se o autoconhecimento fosse acumulativo, então seria puramente mecânico, uma coisa semelhante à ciência do médico, que aprendeu uma técnica e passa toda a vida a especializar-se numa certa parte do corpo. Um cirurgião pode ser um excelente mecânico na sua cirurgia, porque aprendeu a técnica respectiva; tem conhecimento do ofício e talento para ele, e a experiência que vai acumulando lhe é muito útil. Mas não estamos falando a respeito de uma tal experiência cumulativa. Pelo contrário, qualquer forma de conhecimento cumulativo destrói todas as possibilidades de novos descobrimentos; mas, depois de feito o descobrimento, talvez se possa fazer uso da técnica cumulativa.

Sem dúvida, o que estou dizendo é muito simples. Se uma pessoa é capaz de estudar, de observar a si mesma, começa a descobrir como a memória cumulativa atua sobre todas as coisas que vê; fica a pessoa, continuamente, a avaliar, a rejeitar ou aceitar, condenar ou justificar, e, nessas condições, a sua experiência fica sempre restrita ao campo do conhecido, do condicionado.

Mas, sem a memória cumulativa, como diretriz, muitos de nós nos sentimos perdidos, cheios de medo, e por consequência incapacitados para observar a nós mesmos tais como somos. Sempre que há esse mecanismo de acumulação, que é cultivo da memória, a observação que fazemos de nós mesmos se torna muito superficial. A memória é útil para dirigir-nos, para melhorarmos a nós mesmos, mas no automelhoramento nunca pode haver uma revolução, uma transformação fundamental. Só quando se extingue completamente a ideia de automelhoramento — mas não pela volição — existe a possibilidade de surgir algo transcendental, algo completamente novo.

Assim, sendo, quer-me parecer que, enquanto não compreendermos o mecanismo do pensar, a compreensão puramente intelectual terá muito pouco valor. Que é pensar? Pensar é reação da memória, não? Se vos pergunto onde morais, vossa reação é imediata, pois é uma coisa com que estais perfeitamente familiarizado; reconheceis prontamente a casa, o nome da rua, etc. Esta é uma das formas de pensar. Se vos faço uma pergunta um pouco mais complicada, a vossa mente hesita; durante esta hesitação, está a remexer na sua vasta coleção de lembranças, nos registros do passado, em busca da resposta adequada. Esta é outra forma de pensar. Se vos faço uma pergunta mais complicada ainda, a vossa mente se torna confusa, perturbada; e como não gosta de perturbações, ela tenta por várias maneiras achar uma resposta — o que também é uma forma de pensar. Espero que estejais acompanhando bem esta explicação. E se vos pergunto a respeito de algo muito vasto e profundo, como, por exemplo, se sabeis o que é a Verdade, o que é Deus, o que é o Amor, então a vossa mente apela para o testemunho de outros; que supostamente experimentaram tais coisas, e começais a citar os seus ditos — a repetir. Finalmente, se vos faço reconhecer a futilidade de repetir o que outros dizem, de depender do testemunho de outros, que pode ser até muito absurdo, então, sem dúvida, sois forçado a dizer “Não sei".

Ora bem, se pudermos realmente atingir esse estado de “não saber”, isso denotará um extraordinário senso de humildade; não há, aí, a arrogância do saber, a resposta presunçosa, que visa a causar impressão. Quando sois capaz de dizer “não sei” — e muito poucas pessoas são capazes de tal — então, nesse estado, desaparece todo o temor, uma vez que terminou a atividade de reconhecimento, o rebuscar na memória; já não há busca nenhuma no campo do conhecido. É então que surge a coisa extraordinária. Se tendes seguido até aqui o que estou dizendo — não apenas verbalmente, mas experimentando de fato, vereis que quando sois capaz de dizer “não sei”, desapareceu todo o condicionamento. E qual é então o estado da mente? Compreendeis o que estou dizendo? Estou-me fazendo claro? Muito importa prestar atenção a este assunto, se tendes verdadeiro interesse.

Como sabeis, nós buscamos algo permanente — permanente em relação ao tempo, uma coisa perdurável, imperecível. Vemos que todas as coisas que nos cercam são transitórias, fluidas, que nascem, definham e morrem, e nossa busca visa sempre a algo que perdure sempre, dentro da esfera do conhecido. Mas o que é verdadeiramente sagrado transcende a medida do tempo, não é encontrável no terreno do conhecido. O conhecido opera apenas em função do pensamento, que é reação da memória ao desafio. Se percebo essa coisa e desejo descobrir como pôr fim ao pensamento, que devo fazer? O que tenho de fazer, por certo, é estar apercebido, pelo autoconhecimento, de todo o mecanismo do meu pensar. Devo perceber que todo pensamento, por mais sutil e elevado ou por mais ignóbil e estúpido, tem suas raízes no conhecido, na memória. Se percebo isso com muita clareza, então a mente, ao ver-se em presença de um problema imenso, é capaz de dizer “Não sei” — porque não tem resposta alguma, guardada na memória. Então, todas as respostas do Buda, do Cristo, dos Mestres, dos gurus, nada significam; porque, se alguma coisa significam, esta significação provém da coleção de lembranças que constituem o meu condicionamento.

Se, pois, percebo a verdade de tudo isso, e ponho de parte, decididamente, todas as respostas, o que só posso fazer quando possuo essa imensa humildade do “não saber”, qual é então o estado da mente? Qual o estado da mente que diz “Não sei se há Deus, se existe o Amor” — isto é, da mente que nenhuma resposta tem, tirada da memória? Por favor, não respondais a esta pergunta já, para vós mesmos, porque se assim fizerdes a resposta será apenas o reconhecimento do que pensais que Esse estado deve ser ou não deve ser. Se dizeis “É um estado de negação”, nesse caso o estais comparando com algo que já sabeis e, por conseguinte, é inexistente, em vós, o estado de “não saber”.

Estou investigando este problema em voz alta, para que possais segui-lo mediante a observação de vossa pró­pria mente. O estado em que a mente diz “não sei”, não é de negação. Nele, a mente desistiu, de todo, de buscar, de fazer qualquer movimento, já que percebeu que todo movimento partido do conhecido, para a coisa a que ela chama “o desconhecido”, nada mais é do que uma “projeção” do conhecido. Assim, pois, a mente que é capaz de dizer “não sei”, acha-se no único estado em que é possível descobrir alguma coisa. Mas o homem que diz “Sei”, o homem que estuda todas as variedades da experiência humana, cuja mente está carregada de conhecimentos, de um saber enciclopédico, poderá esse homem, em algum tempo, experimentar algo que não é acumulável? Ele verá que isso é dificílimo. Quando a mente afasta de si todo o saber que adquiriu, quando para ela não existem nem Budas, nem Cristos, nem Mestres, nem instrutores, religiões, citações; quando está absolutamente só, não contaminada o que significa que cessou o movimento do conhecido — é só então que se apresenta a possibilidade de uma revolução tremenda, uma transformação fundamental. Essa transformação é obviamente necessária; e só aqueles poucos — vós, ou eu, ou X — que fizeram nascer em si mesmos esta revolução, são capazes de criar um mundo novo, e não os idealistas, ou intelectuais, os homens de imenso saber, ou aqueles, que estão a praticar boas obras; não serão estes os que criarão o novo Mundo. Eles são só reformadores. O homem religioso é aquele que não pertence, a religião nenhuma, nenhuma nação, nenhuma raça, aquele que interiormente está completamente só, num estado de “não saber”; e para ele é que está reservada a bênção do sagrado.­

Krishnamurti, 20 de agosto de 1955
Realização sem esforço
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sábado, 1 de abril de 2017

Das artimanhas do ego


O que ele fez foi transferir o ego, com sua ganância autocentrada, sua complacência arrogante e sua colossal ignorância sobre sua própria origem, das atividades no mundo para as atividades espirituais. O ego fará qualquer coisa possível para preservar sua existência e arquitetará todo recurso possível para assegurar seu futuro. É por isso que, raramente, o indivíduo desperta para o que está acontecendo e, assim, o destino poderá vir a esmagá-lo no chão, destruindo seu sono. Se tal situação ocorrer enquanto ele for comparativamente jovem, quando seus poderes ainda estiverem fortes, e não no fim da vida, quando eles estarão mais débeis e menos eficazes, ele em verdade será afortunado, embora, com certeza, não pensará desta forma nessa idade.

É tanto um ironia como uma tragédia na vida que utilizemos nossa cota estrita e limitada de anos de vida em propósitos que, posteriormente, perceberemos que foram inúteis e em desejos que nos trazem sofrimentos quando realizados. Um moribundo, que vê o filme de sua vida passada lhe ser revisionada através de flashes diante de seus olhos, descobrirá essa ironia e sentirá essa tragédia.

Quando vier a descobrir que vinha seguindo sua própria vontade mesmo quando acreditava que estava seguindo a vontade do eu mais elevado, é que realizará a extensão do poder do ego, o prolongado tempo que será necessário para subjugá-lo e o que terá de sofrer antes que isso seja alcançado. 

Um dia o aspirante se sentirá completamente cansado do ego; verá então quão astuta e insidiosamente ele se imiscuiu em todas as suas atividades; como, mesmo nas atividades supostamente espirituais ou altruístas, esteve apenas trabalhando para o ego. Nessa aversão pelo seu eu terreno, o aspirante irá orar para libertar-se. Verá como esse ego o enganou no passado, como todos os seus anos foram monopolizados pelos desejos dele, como sustentou, alimentou e cuidou dele, mesmo quando pensava estar espiritualizando a si próprio ou servindo a outros. Orará então fervorosamente para ser libertado do ego, procurará avidamente desidentificar-se e desejará ardentemente ser tragado no nada de Deus. 

O impulso que compele o ser humano a buscar a verdade ou a encontrar a Deus vem de algo que é mais elevado do que seu ego. 

O pecado do orgulho espiritual é o do indivíduo se sentir orgulhoso por ser um aspirante espiritual. Ele não percebe que quase sempre é ele que está no centro de sua busca, enquanto que seria SUA relação com Deus que importaria. Ele está sempre apegado ao ego!

Será necessária uma real humildade para que ele reconheça que está errado. Tal sentimento o beneficiará de duas formas: corrigirá sua tendência errada e diluirá a inflação do ego.

Quando puder perdoar a Deus por toda a angústia de suas calamidades passadas e aos outros homens e mulheres pelos erros cometidos, ele chegará à paz interna. Pois é justo isso que seu ego não pode fazer.

Lao Tzu louvava a modéstia no comportamento social e o mínimo de conversa entre os outros. Tais sugestões tinham a intenção de pôr o ego no seu lugar e torná-lo humilde.

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"Quando você compreende, quando chega a saber,
então traz toda a beleza do passado de volta
e dá a esse passado o renascimento, renova-o,
de forma que todos os que o conheceram
possam estar de novo sobre a terra
e viajar por aqui, e ajudar as pessoas." (Tilopa)



"Nos momentos tranqüilos da meditação, a vontade de DEUS pode tornar-se evidente para nós. Acalmar a mente, através da meditação, traz uma paz interior que nos põe em contato com DEUS dentro de nós. Uma premissa básica da meditação, é que é difícil, senão impossível, alcançar um contato consciente, à não ser que a mente esteja sossegada. Para que haja um progresso, a comum sucessão ininterrupta de pensamentos tem de parar. Por isso, a nossa prática preliminar será sossegar a mente e deixar os pensamentos que brotam morrerem de morte natural. Deixamos nossos pensamentos para trás, à medida que a meditação do Décimo Primeiro Passo se torna uma realidade para nós. O equilíbrio emocional é um dos primeiros resultados da meditação, e a nossa experiência confirma isso." (11º Passo de NA)


"O Eu Superior pode usar algum evento, alguma pessoa ou algum livro como seu mensageiro. Pode fazer qualquer circunstância nova agir da mesma forma, mas o indivíduo deve ter a capacidade de reconhecer o que está acontecendo e ter a disposição para receber a mensagem". (Paul Brunton)



Observe Krishnamurti, em conversa com David Bohn, apontando para um "processo", um "caminho de transformação", descrevendo suas etapas até o estado de prontificação e a necessária base emocional para a manifestação da Visão Intuitiva, ou como dizemos no paradigma, a Retomada da Perene Consciência Amorosa Integrativa...


Krishnamurti: Estávamos discutindo o que significa para o cérebro não ter movimento. Quando um ser humano ESTEVE SEGUINDO O CAMINHO DA TRANSFORMAÇÃO, e PASSOU por TUDO isso, e esse SENTIDO DE VAZIO, SILÊNCIO E ENERGIA, ele ABANDONOU QUASE TUDO e CHEGOU AO PONTO, à BASE. Como, então, essa VISÃO INTUITIVA afeta a sua vida diária? Qual é o seu relacionamento com a sociedade? Como ele age em relação à guerra, e ao mundo todo — um mundo em que está realmente vivendo e lutando na escuridão? Qual a sua ação? Eu diria, como concordamos no outro dia, que ele é o não-movimento.

David Bohn: Sim, dissemos que a base era movimento SEM DIVISÃO.

K: Sem divisão. Sim, correto. (Capítulo 8 do livro, A ELIMINAÇÃO DO TEMPO PSICOLÓGICO)


A IMPORTÂNCIA DA RENDIÇÃO DIANTE DA MENTE ADQUIRIDA
Até praticar a rendição, a dimensão espiritual de você é algo sobre o que você lê, de que fala, com que fica entusiasmado, tema para escrita de livros, motivo de pensamento, algo em que acredita... ou não, seja qual for o caso. Não faz diferença. Só quando você se render é que a dimensão espiritual se tornará uma realidade viva na sua vida. Quando o fizer, a energia que você emana e que então governa a sua vida é de uma frequência vibratória muito superior à da energia mental que ainda comanda o nosso mundo. Através da rendição, a energia espiritual entra neste mundo. Não gera sofrimento para você, para os outros seres humanos, nem para qualquer forma de vida no planeta. (Eckhart Tolle em , A Prática do Poder do Agora, pág. 118)


O IMPOPULAR DRAMA OUTSIDER — O encontro direto com a Verdade absoluta parece, então, impossível para uma consciência humana comum, não mística. Não podemos conhecer a realidade ou mesmo provar a existência do mais simples objeto, embora isto seja uma limitação que poucas pessoas compreendem realmente e que muitas até negariam. Mas há entre os seres humanos um tipo de personalidade que, esta sim, compreende essa limitação e que não consegue se contentar com as falsas realidades que nutrem o universo das pessoas comuns. Parece que essas pessoas sentem a necessidade de forjar por si mesmas uma imagem de "alguma coisa" ou do "nada" que se encontra no outro lado de suas linhas telegráficas: uma certa "concepção do ser" e uma certa teoria do "conhecimento". Elas são ATORMENTADAS pelo Incognoscível, queimam de desejo de conhecer o princípio primeiro, almejam agarrar aquilo que se esconde atrás do sombrio espetáculo das coisas. Quando alguém possui esse temperamento, é ávido de conhecer a realidade e deve satisfazer essa fome da melhor forma possível, enganando-a, sem contudo jamais poder saciá-la. — Evelyn Underhill