Se você se sente grato por este conteúdo e quiser materializar essa gratidão, em vista de manter a continuidade do mesmo, apoie-nos: https://apoia.se/outsider - informações: outsider44@outlook.com - Visite> Blog: https://observacaopassiva.blogspot.com

terça-feira, 1 de janeiro de 2013

Comentários sobre a "experiência mística"

A simples conservação da mente focalizada num ponto único não é, em si mesma, iluminação. Só quando há um fluxo de energia para o cérebro é que a mente pode fugir das cadeias do corpo e observar a transformação desse mesmo cérebro numa entidade oceânica, com estupefação e temeroso respeito.

A sensação de luz, fogo ou de iluminação interior é um sinal que distingue o fluxo dessa força psíquica. O intelecto continua a funcionar ao fundo, pois de que outra forma tal condição poderia ser descrita? Isso está claramente mencionado nas escrituras hindus. Se a intensa concentração e a focalização de um único ponto fossem pré-condições indispensável, então outras formas de ioga — como por exemplo, a ioga da ação destituída do egoísmo, ou a devoção e a descriminação intelectual (a "sabedoria de Platão") — seriam inteiramente ineficazes para induzir ao estado místico.

Nesse caso, como poderíamos explicar as experiências dos que têm relances esporádicos de iluminação? Há todo um exército de homens e mulheres talentosos que, sem qualquer disciplina ou prática de ioga, receberam a experiência que lhes foi imposta de uma forma que deixou marca permanente em todo o curso de suas vidas. O impacto da experiência foi tão forte que eclipsou outros casos extraordinários que tinham vivido. Entre essas pessoas estão notáveis cientistas e eruditos, cuja agudeza de percepção e nitidez de observação não sofrer a menor sombra de dúvida.

Entre eles estão figuras eminentes, tais como Pascal, Tenyson, Wordsworth, Charlotte Brönte, Walt Whitman, Richard M. Bucke, George Elliot, D.H. Lawrence, Nietzsche e muitos outros. Suas descrições desse estado extraordinário possuem certos aspectos que, para quem passou pela mesma experiência, fixam imediatamente o selo da autenticidade.

Algumas sentenças de três ou quatro desses casos vão esclarecer o que quero dizer: "Eu estava tomado de uma satisfação tranquila, quase passiva, sem realmente pensar, mas deixando que as ideias, imagens, emoções, fluíssem por si mesmas, por assim dizer, através da minha mente", diz Bucke. "Súbito, sem qualquer aviso, vi-me envolvido numa nuvem com cor de chama. Por um instante pensei em fogo... Logo depois tive uma sensação de exultação, de júbilo imenso, acompanhada, ou imediatamente seguida, de uma iluminação intelectual impossível de descrever... Vi que o universo não é composto de matéria morta, mas, ao contrário, é uma Presença Viva..."

A experiência de Arthur Koestler é de certa forma diferente, mas refere-se, claramente, à mesma súbita transformação da consciência. "Esse clichê teve um efeito forte e inesperado. Vi a fórmula de Einstein que abalou o mundo — energia igual à massa multiplicada pelo quadrado da velocidade da luz — pairando como uma névoa rarefeita sobre as geleiras, e essa imagem trazia consigo infinita paz e tranquilidade... A sensação de estar sufocado pela indignação foi sucedida por uma quietude relaxada e pela autodissolvente calma da sensação oceânica..."

A versão de Nietzsche também parece diferente, mas se a examinarmos mais detidamente, transmite o mesmo significado e mostra a mesma expansão da consciência. "Alguém já observou que a música liberta o espírito e dá asas ao pensamento?... O céu cinzento da abstração parece fremir com os relances dos relâmpagos, a luz é forte bastante para revelar todos os pormenores das coisas, para permitir que alguém lute com seus problemas, e o mundo é observado como que do alto de uma montanha... Respostas inesperadas tombam sobre seu colo, pequena tempestade de granizo e sabedoria, de problemas resolvidos. Onde estou eu?"

A expansão da consciência não só aparece como uma sensação de beatitude, de calma e paz, uma sensação oceânica ou a percepção de uma Presença Infinita, mas, também, muitas vezes, com problemas resolvidos e enigmas respondidos. Ela tem vindo através da história, e continuará a vir até o fim dos tempos, com novas obras-primas de música, poesia e arte, novas descobertas da ciência e novos horizontes para o pensamento filosófico.

É um erro separar a experiência mística dos impulsos criativos da mente humana. A consciência humana cresce num círculo sempre crescente, e, nesse processo, continua a atirar para o regaço da humanidade tudo quanto é precioso em literatura, arte e ciência. Cada grande intelectual, cada gênio, dotado com criatividade, está muito próximo da fronteira a partir do qual tem início o território místico. A visão e a experiência podem vir a qualquer momento.

O maior obstáculo é a antagônica estrutura mental da própria pessoa. Todos os sistemas de ioga, na Índia, e cada forma de disciplina religiosa, de culto ou de oração são destinados a ultrapassar as barreiras colocadas pelo intelecto supercrítico, pelo dogma, pelo ceticismo, pelo ego, pelo orgulho e por outros traços recalcitrantes da mente.

Há também outras concepções errôneas sobre o estado beatífico. Sobre a realidade do tempo, por exemplo. "Uma terceira característica de todos os místicos metafísicos", diz Bertrand Russell, "é a negação da realidade do tempo. Isso é o resultado da negação da divisão; se tudo é um, a distinção entre passado e futuro deve ser ilusória".

É um erro sério negar a realidade do tempo ou do espaço ou, em outras palavras, a realidade do universo visível, com base na experiência mística. Nenhum astronauta sensível iria negar a realidade do ambiente encontrado na terra baseando-se na sua experiência do espaço exterior. Tal estrutura mental seria desastrosa para a sua própria segurança. No transe místico, o que se observa é o mundo de vida e consciência. É uma proposição diferente do mundo dos fenômenos. Portanto, o que é testemunhado ali não pode ser aplicado, palavra por palavra, ao mundo exterior.

Essa estrutura mental muitas vezes tem levado àquela apatia em relação aos problemas da vida, que segurou com mão de ferro tantas pessoas inteligentes, até que a moderna ciência veio demonstrar as enormes potencialidades presentes na matéria para modelar a vida da humanidade. O místico que pretender ignorar as exigências básicas de seu corpo, sentido o arrebatamento de sua extasiante experiência, perderia, depois de algum tempo, não apenas o arrebatamento, mas talvez também a vida.

A perda do sentido de tempo ocorre, também, nos excitantes jogos de amor, no sono e no sonho, quando observamos uma cena absorvente ou ouvimos música, ou estamos empenhados num trabalho criativo. Amantes que se encontram clandestinamente veem as horas passar como se elas não tivessem duração, enquanto meia hora de espera parece uma eternidade.

No transe místico, o sentido de tempo se perde por causa da intensidade da experiência e da natureza intemporal da própria consciência. O mesmo pode acontecer, em menor grau, quando lemos um livro absorvente, ou ouvimos uma história impressionante narrada por um perfeito contador de histórias. No êxtase perene, a existência do mundo temporal continua no ambiente de uma Presença Intemporal. Se não fosse assim, não haveria possibilidade de uma evolução maior da consciência para um estágio místico.

O Samadhi autêntico, ou experiência transcendental, é como a entrada num país maravilhoso onde a própria consciência, e não o mundo dos sentidos, torna-se o fascinante objeto de contemplação. A mente e o intelecto permanecem inabaláveis na observação de um estonteante espetáculo que se situa além do que quer que se conheça na Terra, mesmo em sonhos. Observem as palavras de Tennyson, quando ele diz: "Senti minha alma e meu espírito crescerem poderosamente com tão vasto círculo de pensamento".

A única chave para a compreensão da consciência mística está no tratar o fenômeno como uma metamorfose na capacidade cognitiva do observador. A alma cresce vigorosamente e o olho mental amplia-se imensamente. Quando a mente de um iluminado se volta para o interior, o panorama que ele descortina é o de um colossal mundo de vida que torna pequeníssima a imagem do mundo exterior — fazendo-o insignificante. O que se sente é uma Presença Viva, um inexprimível oceano de consciência difundido por toda parte. A imagem do mundo parece flutuar, como o reflexo num espelho, ocupando apenas uma pequena porção da sua limitada periferia.

Isso também é verdadeiro em relação ao estado místico com experiências visionárias. A imagem de Deus ou da Deidade, percebida na visão, não é apenas uma imagem terrena, envolvida em espaço e tempo, mas algo supraterrâneo e divino, imanente e majestoso, que reúne forma e feitio por causa da própria consciência do vidente, consciência que se expandiu altamente. Em outras palavras, a visão é uma projeção da própria consciência mística.

O que desejo enfatizar é o fato de que a consciência mística — seja de natureza esporádica, seja um traço permanente da personalidade — não é habitual ou comum como estado de percepção humana. Mesmo que a função do pensamento seja detida pela prática de uma disciplina qualquer, a dimensão da consciência que observa não é materialmente afetada.

Desde que a distinção entre o sujeito e o objeto da contemplação continue a existir, a experiência do Samadhi não se dá. O sujeito e o objeto devem tornar-se um, e a consciência deve fluir para si mesma, levando a uma nova área de percepção nunca antes experimentada. "O eu, harmonizado pela ioga, vê o Eu existente em todos os seres, e em toda a parte vê a mesma coisa", diz o Bhagavd Gita (6.29). Não há ambivalência nessa declaração. A implicação é clara e fica além da dúvida. O objetivo fundamental da ioga é criar uma consciência que vê o mundo visível sob uma nova luz, não como algo alheio ou estranho a ela, mas como parte inseparável dela própria. Isto indica, claramente, a metamorfose do observador.

Olhando para os objetos que o rodeiam, ele agora vê algo novo, que antes jamais observara. Percebe a diferença nas formas, as durações do tempo e as distâncias, tão distintamente como antes, talvez mais nítidas do que antes. Mas, ao mesmo tempo, vê todas essas coisas integradas na consciência como as pérolas de um colar estão integradas no fio que corre através de todas elas. A consciência, agora, torna-se a realidade primordial para o místico em estado de vigília, de sonho ou de transe. É por essa razão que, na Índia, todas as autoridades em estados superiores de consciência concordam no ponto que diz que o estado transcendental cobre todos os outros estados de consciência.

A consciência iluminada, que vê o divino em cada objeto, em cada escaninho e em cada recanto do universo, não perde, portanto, o senso da forma, mas percebe distintamente tudo, como antes. Pelo contrário, outra faculdade é acrescentada à mente, capacitando-a para perceber o que nunca vira antes: o palpitante mundo da vida, os inexprimíveis fluxos da consciência fluindo por todos os lados, como águas transparentes de um lago translúcido que fazem com que numerosas criaturas aquáticas, e as plantas que vivem sob a superfície, se tornem distintamente visíveis sem a menor transformação de suas formas. A sensação de admiração e de respeitoso temor, de uma experiência realizada, de uma alegria sem peias e da convicção da imortalidade flui dessa excitante transformação testemunhada pela própria pessoa.

Para onde quer que a consciência iluminada olhe, ela vê a projeção de si mesma, diversificada nos inumeráveis objetos que observa. Mas isso não é tudo. Quando os contatos externos são excluídos e a consciência paira sobre si mesma, ela deixa depressa a âncora do corpo e, estendendo-se em brilhantes vagas de percepção não diferenciada, assume a proporção do ilimitado oceano, no qual o ego dissolvido retém apenas a individualidade necessária para se sentir uno com um universo estupendo do ser, que não tem princípio nem fim.

A presente confusão entre professores de ioga e alguns cientistas nasce do fato de que a experiência mística não tem sido estudada da mesma forma metódica com que se estuda qualquer outro misterioso fenômeno físico. Tem-se dado demasiada confiança às versões de alguns autores modernos que se colocam em posição de místicos sem terem realmente tido a verdadeira experiência mística. Poucos investigadores dos dias atuais têm qualquer ideia concreta sobre a topografia da região que estão explorando. Quase todos os investigadores têm opiniões próprias sobre o caso e tentam encontrar uma evidência confirmadora para mostrar que estão com a razão. Isso é a própria antítese do que seja a abordagem correta do numinoso.

O intelecto deveria apresentar-se como uma lousa limpa, pois tratamos aqui com aquelas áreas da criação que se situam além da sondagem da razão. Isso eliminaria a possibilidade de julgamento apressado e irrefletido, posição que tem sido adotada recentemente.

Considera-se, por exemplo, esta declaração de Aldous Huxley: "Isso acontecerá como resultado de descobertas bioquímicas que tornarão possível, para grande número de homens e mulheres, alcançar uma autotranscendência radical e uma compreensão mais profunda da natureza das coisas. E essa revivescência da região será, ao mesmo tempo, uma revolução. De atividade que se ocupava principalmente com símbolos, a religião se transformará numa atividade preocupada principalmente com a experiência e a intuição — e com o misticismo cotidiano, fundamentando e dando significação ao raciocínio do cotidiano, às tarefas e deveres cotidianos, às cotidianas relações humanas".

A inferência óbvia é que o uso de reagentes bioquímicos ou drogas tornaria possível aos seres humanos provarem o sabor da experiência mística. Nada pode ser mais errado nem estar mais distante da resposta verdadeira. Não há dúvida de que a experiência mística implica, essencialmente, uma transformação biológica do cérebro, mas essa transformação é do mesmo tipo da concepção e do crescimento de um embrião.

A criança vem a ser, sem dúvida, como o resultado de certos processos bioquímicos, mas poderemos acaso fazê-la sem o auxílio do sêmen humano? A transformação do cérebro, que leva à consciência transcendental, precisa do toque superinteligente, orientador, da força vital que está na base de todos os fenômenos da vida.

É esse elemento misterioso no sêmen humano o responsável por toda a agitada atividade que ocorre no útero. Trata-se de um meio cósmico que nenhum engenho humano jamais conseguiu criar. Vindas da pena de escritores de tanta popularidade como Aldous Huxley, declarações como as que fez têm prejudicado grandemente a investigação de fenômenos místicos, descrevendo-os como uma alteração da consciência que as drogas poderiam tornar possível.

"O elemento criativo da mente humana, esse estado latente, que pode conceber deuses, esculpir estátuas, mover o coração dentro dos símbolos da grande poesia, ou inventar fórmulas da física moderna", diz Loren Eiseley, "emerge de forma misteriosa, como partículas elementares que saltam, em momentânea existência, em grandes cíclotrons, para desvanecerem-se outra vez como fantasmas infinitesimais. A realidade que conhecemos em nosso limitado prazo de existência apouca-se diante do potencial invisível dos abismos, cuja margem a ciência se detém".

O estado místico autêntico assinala uma mudança na profundidade de toda a personalidade humana e o desenvolvimento de um novo órgão de percepção, conhecido desde tempos imemoriais com diversos nomes, tais como Terceiro Olho, Sexto Sentido, Olho da Sabedoria, Visão Divina e outros.

(...) Acreditar que métodos superficiais, tais como drogas, hipnose, meditação orientada, mantras ou estados mentais passivos e sonolentos possam levar à iluminação é ter um conhecimento superficial da experiência mística. A experiência mística, mesmo quando esporádica, denota um salto para uma dimensão mais ampla da consciência que é alvo da evolução da raça humana.

"Se Deus e a alma humana fossem completamente diferentes, nenhuma quantidade de raciocínio lógico e de meditação poderiam levar-nos à realidade de Deus", diz Radhakrishnan. A consciência de Deus é tanto um dom original dos seres humanos quanto a autoconsciência. Há degraus na consciência de Deus, como há degraus de autoconsciência. Em muitos homens, elas são enevoadas e confusas; somente na alma redimida elas se manifestam por completo".

Portanto, na experiência mística, testemunhamos uma nova variedade de consciência que é absolutamente indescritível por aqueles que não a experimentaram alguma vez. "Tudo quanto podemos observar diretamente no mundo físico acontece dentro da nossa cabeça e consiste em eventos mentais, pelo menos num sentido da palavra mental", diz Bertrand Russell. "Consiste, também, em eventos que forma parte do mundo físico. O desenvolvimento deste ponto de vista leva-nos à conclusão de que a distinção entre mente e matéria é ilusória. A matéria do mundo pode ser chamada de física ou de mental, ou de nenhuma das duas, como quisermos; na verdade, as palavras não servem para nenhum propósito".

Na consciência mística perene, a posição do sujeito e do objeto permanece a mesma, com uma diferença: agora, a consciência subjetiva domina a cena... O panorama que se estende até o derradeiro limite do horizonte e o vácuo do céu circundante, ao lado de todos os objetos físicos amontoados nele, parecem estar repletos de imanência, de uma gloriosa e inexprimível Presença, calma, serena e beatificante, intocada pelos acontecimentos e sublevações, por mais violentos que sejam. É como o leito profundo de um oceano que permanece imperturbado mesmo quando a mais furiosa tempestade chicoteia a superfície das águas, levantando massas, agitadas violentamente, de ondas em turbilhão.

Para o iluminado, portanto, o mundo divino e o das formas existem lado a lado, sem causar a menor confusão. A mudança em profundidade da consciência observadora revela um mundo novo e sutil, um mundo vivo e palpitante de indizível beleza, harmonia, felicidade e paz.

Gopi krishna — o Despertar da Kundalini

Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...
"Quando você compreende, quando chega a saber,
então traz toda a beleza do passado de volta
e dá a esse passado o renascimento, renova-o,
de forma que todos os que o conheceram
possam estar de novo sobre a terra
e viajar por aqui, e ajudar as pessoas." (Tilopa)



"Nos momentos tranqüilos da meditação, a vontade de DEUS pode tornar-se evidente para nós. Acalmar a mente, através da meditação, traz uma paz interior que nos põe em contato com DEUS dentro de nós. Uma premissa básica da meditação, é que é difícil, senão impossível, alcançar um contato consciente, à não ser que a mente esteja sossegada. Para que haja um progresso, a comum sucessão ininterrupta de pensamentos tem de parar. Por isso, a nossa prática preliminar será sossegar a mente e deixar os pensamentos que brotam morrerem de morte natural. Deixamos nossos pensamentos para trás, à medida que a meditação do Décimo Primeiro Passo se torna uma realidade para nós. O equilíbrio emocional é um dos primeiros resultados da meditação, e a nossa experiência confirma isso." (11º Passo de NA)


"O Eu Superior pode usar algum evento, alguma pessoa ou algum livro como seu mensageiro. Pode fazer qualquer circunstância nova agir da mesma forma, mas o indivíduo deve ter a capacidade de reconhecer o que está acontecendo e ter a disposição para receber a mensagem". (Paul Brunton)



Observe Krishnamurti, em conversa com David Bohn, apontando para um "processo", um "caminho de transformação", descrevendo suas etapas até o estado de prontificação e a necessária base emocional para a manifestação da Visão Intuitiva, ou como dizemos no paradigma, a Retomada da Perene Consciência Amorosa Integrativa...


Krishnamurti: Estávamos discutindo o que significa para o cérebro não ter movimento. Quando um ser humano ESTEVE SEGUINDO O CAMINHO DA TRANSFORMAÇÃO, e PASSOU por TUDO isso, e esse SENTIDO DE VAZIO, SILÊNCIO E ENERGIA, ele ABANDONOU QUASE TUDO e CHEGOU AO PONTO, à BASE. Como, então, essa VISÃO INTUITIVA afeta a sua vida diária? Qual é o seu relacionamento com a sociedade? Como ele age em relação à guerra, e ao mundo todo — um mundo em que está realmente vivendo e lutando na escuridão? Qual a sua ação? Eu diria, como concordamos no outro dia, que ele é o não-movimento.

David Bohn: Sim, dissemos que a base era movimento SEM DIVISÃO.

K: Sem divisão. Sim, correto. (Capítulo 8 do livro, A ELIMINAÇÃO DO TEMPO PSICOLÓGICO)


A IMPORTÂNCIA DA RENDIÇÃO DIANTE DA MENTE ADQUIRIDA
Até praticar a rendição, a dimensão espiritual de você é algo sobre o que você lê, de que fala, com que fica entusiasmado, tema para escrita de livros, motivo de pensamento, algo em que acredita... ou não, seja qual for o caso. Não faz diferença. Só quando você se render é que a dimensão espiritual se tornará uma realidade viva na sua vida. Quando o fizer, a energia que você emana e que então governa a sua vida é de uma frequência vibratória muito superior à da energia mental que ainda comanda o nosso mundo. Através da rendição, a energia espiritual entra neste mundo. Não gera sofrimento para você, para os outros seres humanos, nem para qualquer forma de vida no planeta. (Eckhart Tolle em , A Prática do Poder do Agora, pág. 118)


O IMPOPULAR DRAMA OUTSIDER — O encontro direto com a Verdade absoluta parece, então, impossível para uma consciência humana comum, não mística. Não podemos conhecer a realidade ou mesmo provar a existência do mais simples objeto, embora isto seja uma limitação que poucas pessoas compreendem realmente e que muitas até negariam. Mas há entre os seres humanos um tipo de personalidade que, esta sim, compreende essa limitação e que não consegue se contentar com as falsas realidades que nutrem o universo das pessoas comuns. Parece que essas pessoas sentem a necessidade de forjar por si mesmas uma imagem de "alguma coisa" ou do "nada" que se encontra no outro lado de suas linhas telegráficas: uma certa "concepção do ser" e uma certa teoria do "conhecimento". Elas são ATORMENTADAS pelo Incognoscível, queimam de desejo de conhecer o princípio primeiro, almejam agarrar aquilo que se esconde atrás do sombrio espetáculo das coisas. Quando alguém possui esse temperamento, é ávido de conhecer a realidade e deve satisfazer essa fome da melhor forma possível, enganando-a, sem contudo jamais poder saciá-la. — Evelyn Underhill