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segunda-feira, 4 de fevereiro de 2013

A liberdade do homem está na revolução religiosa

Para a maioria de nós, o que é religião — não a teoria sobre o que deve ser religião, porém o fato real? Em regra, consideramos como religião uma série de dogmas, tradições, o que diz o Upanishads, ou o Gita, ou a Bíblia; ou, também, é constituída das experiências, visões, esperanças, ideias, brotadas da mente condicionada, da mente ajustada de acordo com o padrão hinduísta, cristã ou comunista. Começamos com um certo condicionamento e temos experiências nele baseadas. O que chamamos religião é oração, ritual, dogma, desejo de encontrar Deus, aceitação da autoridade e de um vasto número de superstições, não é exato? Mas isso é religião? Indubitavelmente, quem deseja descobrir o que é verdadeiro deve abandonar tudo isso, não achais? Deve rejeitar totalmente a autoridade do guru, dos livros sagrados, e a autoridade de suas próprias experiências, de modo que, depurada de toda influência, a mente seja capaz de descobrimento. Isso significa que deveis deixar de ser hinduísta, cristão, budista, que cumpre perceber quanto tudo isso é absurdo, e vos libertardes. E desejais fazê-lo? Porque, se o desejais, estais contra a atual sociedade e arriscado a perder vosso emprego. E assim é que o medo nos domina a mente e continua a aceitar a autoridade.

O que chamamos religião, por conseguinte, não é religião em absoluto. Se cremos em Deus ou se não cremos em Deus, isso depende de nosso condicionamento. Vós credes em Deus e p comunista não crê em Deus. Qual a diferença? Nenhuma, absolutamente; porque vós fostes educado para crer e ele foi educado para não crer. Assim sendo, o homem que está seriamente investigando rejeitará esse "processo", não achais? Rejeitá-lo- por compreender seu inteiro significado.

Vemo-nos inseguros, assustados, com insuficiência interior, identificamo-nos com um país, uma ideologia ou uma crença em Deus; e podemos ver o que está ocorrendo no mundo. Toda religião — embora cada uma delas professe o amor, a fraternidade, etc. — está de fato separando o homem do homem. Vós sois Sikki e eu hinduísta, aquele muçulmano e aquele budista. Vendo-se toda esta confusão e separação, percebe-se também a necessidade de um diferente modo de pensar; mas, é óbvio, esse diferente modo de pensar não pode tornar-se existente enquanto permanecermos hinduístas, cristãos ou seja o que for. Para vos libertardes de tudo isso, precisais conhecer-vos — conhecer toda a estrutura de vosso ser; cumpre perceber por que aceitais, por que seguis a autoridade; isso é evidente. Desejais bom êxito, desejais a garantia de que existe um Deus no qual possais confiar nos momentos de atribulação. O homem que realmente sente alegria, que é feliz, nunca pensa em Deus. Pensamos em deus quando nos achamos em aflição, em conflito; mas nós mesmos criamos a aflição e o conflito, e, se não compreendermos inteiramente o processo respectivo, o mero investigar acerca de Deus conduzirá à total desilusão.

Assim, a revolução religiosa a que me refiro não é o ressurgimento ou a reforma de uma dada religião, porém, a completa libertação de todas as religiões — o que, em verdade, significa libertação da sociedade que as criou. Por certo, o homem ambicioso não pode ser religioso. O homem ambicioso não conhece o amor, ainda que fale a respeito dele. No sentido mundano, pode alguém não ser ambicioso, mas se deseja tornar-se um santo, uma personalidade espiritual, ou alcançar um certo resultado no outro mundo, então essa pessoa é realmente ambiciosa. Assim, a mente precisa não só despojar-se de todas as cerimônias, crenças e dogmas, mas também estar livre da inveja. A liberdade total do homem está na revolução religiosa, porque só então será ela capaz de considerar a vida de maneira inteiramente diferente e deixar de criar problemas e mais problemas.

Provavelmente estivestes escutando tudo isso apenas verbal ou intelectualmente, porque dizeis para vós mesmos: "Que faria eu na vida, se não tivesse ambição?" Talvez fosseis destruído pela sociedade. No momento em que compreendeis a sociedade e rejeitais toda a estrutura em que está baseada — ambição, inveja, ânsia de êxito, dogmas religiosos, crenças e superstições —, estais fora da sociedade e, por conseguinte, sois capaz de pensar no problema de maneira nova; talvez não exista então problema algum. Mas, provavelmente, só ouvistes no nível verbal e continuareis, amanhã, do mesmo modo: lendo a Bíblia, frequentando o guru ou o sacerdote, etc. Podeis escutar tudo isso e aceitá-lo intelectualmente, verbalmente, mas vossa vida continua na direção oposta e, desse modo, apenas criastes mais conflito; por conseguinte, é muito melhor não escutar nada, pois já tendes suficientes conflitos e problemas e não precisais acrescentar-lhes um novo. É muito interessante estar aqui sentado a ouvir o que se está dizendo, mas se isso nenhuma relação tem com a nossa vida, é preferível tapardes os ouvidos; porque, se escutais a Verdade mas não a viveis, vossa vida se torna uma medonha confusão, a lamentável trapalhada que realmente é.

Krishnamurti — 10 de outubro de 1956

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"Quando você compreende, quando chega a saber,
então traz toda a beleza do passado de volta
e dá a esse passado o renascimento, renova-o,
de forma que todos os que o conheceram
possam estar de novo sobre a terra
e viajar por aqui, e ajudar as pessoas." (Tilopa)



"Nos momentos tranqüilos da meditação, a vontade de DEUS pode tornar-se evidente para nós. Acalmar a mente, através da meditação, traz uma paz interior que nos põe em contato com DEUS dentro de nós. Uma premissa básica da meditação, é que é difícil, senão impossível, alcançar um contato consciente, à não ser que a mente esteja sossegada. Para que haja um progresso, a comum sucessão ininterrupta de pensamentos tem de parar. Por isso, a nossa prática preliminar será sossegar a mente e deixar os pensamentos que brotam morrerem de morte natural. Deixamos nossos pensamentos para trás, à medida que a meditação do Décimo Primeiro Passo se torna uma realidade para nós. O equilíbrio emocional é um dos primeiros resultados da meditação, e a nossa experiência confirma isso." (11º Passo de NA)


"O Eu Superior pode usar algum evento, alguma pessoa ou algum livro como seu mensageiro. Pode fazer qualquer circunstância nova agir da mesma forma, mas o indivíduo deve ter a capacidade de reconhecer o que está acontecendo e ter a disposição para receber a mensagem". (Paul Brunton)



Observe Krishnamurti, em conversa com David Bohn, apontando para um "processo", um "caminho de transformação", descrevendo suas etapas até o estado de prontificação e a necessária base emocional para a manifestação da Visão Intuitiva, ou como dizemos no paradigma, a Retomada da Perene Consciência Amorosa Integrativa...


Krishnamurti: Estávamos discutindo o que significa para o cérebro não ter movimento. Quando um ser humano ESTEVE SEGUINDO O CAMINHO DA TRANSFORMAÇÃO, e PASSOU por TUDO isso, e esse SENTIDO DE VAZIO, SILÊNCIO E ENERGIA, ele ABANDONOU QUASE TUDO e CHEGOU AO PONTO, à BASE. Como, então, essa VISÃO INTUITIVA afeta a sua vida diária? Qual é o seu relacionamento com a sociedade? Como ele age em relação à guerra, e ao mundo todo — um mundo em que está realmente vivendo e lutando na escuridão? Qual a sua ação? Eu diria, como concordamos no outro dia, que ele é o não-movimento.

David Bohn: Sim, dissemos que a base era movimento SEM DIVISÃO.

K: Sem divisão. Sim, correto. (Capítulo 8 do livro, A ELIMINAÇÃO DO TEMPO PSICOLÓGICO)


A IMPORTÂNCIA DA RENDIÇÃO DIANTE DA MENTE ADQUIRIDA
Até praticar a rendição, a dimensão espiritual de você é algo sobre o que você lê, de que fala, com que fica entusiasmado, tema para escrita de livros, motivo de pensamento, algo em que acredita... ou não, seja qual for o caso. Não faz diferença. Só quando você se render é que a dimensão espiritual se tornará uma realidade viva na sua vida. Quando o fizer, a energia que você emana e que então governa a sua vida é de uma frequência vibratória muito superior à da energia mental que ainda comanda o nosso mundo. Através da rendição, a energia espiritual entra neste mundo. Não gera sofrimento para você, para os outros seres humanos, nem para qualquer forma de vida no planeta. (Eckhart Tolle em , A Prática do Poder do Agora, pág. 118)


O IMPOPULAR DRAMA OUTSIDER — O encontro direto com a Verdade absoluta parece, então, impossível para uma consciência humana comum, não mística. Não podemos conhecer a realidade ou mesmo provar a existência do mais simples objeto, embora isto seja uma limitação que poucas pessoas compreendem realmente e que muitas até negariam. Mas há entre os seres humanos um tipo de personalidade que, esta sim, compreende essa limitação e que não consegue se contentar com as falsas realidades que nutrem o universo das pessoas comuns. Parece que essas pessoas sentem a necessidade de forjar por si mesmas uma imagem de "alguma coisa" ou do "nada" que se encontra no outro lado de suas linhas telegráficas: uma certa "concepção do ser" e uma certa teoria do "conhecimento". Elas são ATORMENTADAS pelo Incognoscível, queimam de desejo de conhecer o princípio primeiro, almejam agarrar aquilo que se esconde atrás do sombrio espetáculo das coisas. Quando alguém possui esse temperamento, é ávido de conhecer a realidade e deve satisfazer essa fome da melhor forma possível, enganando-a, sem contudo jamais poder saciá-la. — Evelyn Underhill