Estamos investigando o medo. Para
chegar às raízes do medo precisamos compreender o cérebro e o pensamento que
vivem com imagens. Por que a pessoa cria imagens e vive com imagens, quadros
sobre o futuro, sobre a mulher, o marido, sobre o orador, e assim por diante?
Por que você cria imagens? Sem a criação de figuras e imagens, haverá medo?
Precisamos, de início, examinar a questão de por que o pensamento gera essas
imagens complicadas nas quais vivemos. Precisamos perguntar o que vem a ser o
pensamento. estamos investigando o medo e, para entrar nisso em profundidade,
você é obrigado a investigar o porquê de o pensamento criar a figura do futuro
ou do passado, que produz medo, e o que é o pensamento. A menos que isso fique
claro, você continuará a fugir, pois o medo é algo vivo. Você não consegue
controlá-lo, não é possível colocar uma tampa nele.
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Se você agir motivado pelo medo,
estará perdido. Medo e amor não podem coexistir. Neste país não existe amor.
Existe devoção, respeito, mas não amor. Devoção ao seu guru, aos seus deuses,
aos seus ideais — tudo isso é auto-adoração. É auto-adoração, porque você criou
o seu guru, os seus ideais, os seus deuses; você os criou, o pensamento os
criou; o seu avô o fez, e você os aceita, porque isso o satisfaz, lhe dá
bem-estar. Assim, você é devoto de você mesmo. Engula essa pílula e viva com
isso! estamos dizendo, portanto, que, como o amor não pode existir junto do
medo, e nós vivemos com medo, a outra coisa não pode estar presente. E quando
você tem essa outra coisa, você tem toda a vida e, então, faça você o que
fizer, a ação será correta. Mas o medo jamais produzirá a ação correta, da
mesma forma como o desejo ou o conflito não produzirão a ação correta.
Portanto, quando você compreender o medo, a raiz do medo, quando mergulhar nas profundezas
do medo, a pressão no cérebro deixará de existir. O cérebro, então, de novo
torna-se fresco, inocente, e não algo gasto, modelado, tornado feio, como é agora.
Sendo assim, por favor, se ainda
não compreendeu isso, fique uma hora com você mesmo, em silêncio, para
descobrir. Você talvez chore, suspire, derrame lágrimas, mas descubra como
viver sem nenhuma sombra de medo, Você então descobrirá o amor.