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quarta-feira, 17 de julho de 2013

Sobre a ameaça e o medo, toda cultura declina

Pergunta: Qual a diferença entre a “cultura americana” e a “cultura hindu”?

Krishnamurti: Ao falarmos de cultura americana, temos me mente, em geral, a cultura europeia transplantada na América, cultura que com o tempo se modificou e ampliou no encontro com novas fronteiras, físicas e mentais.

E o que é “cultura hindu”? Qual a cultura que você tem aqui? O que você entende pela palavra “cultura”? Se você já praticou jardinagem, sabe como se cultiva e se prepara a terra. Cava-se o solo, removem-se as pedras e, se necessário, adiciona-se adubo — uma mistura de folhas, capim, estrume e outras matérias orgânicas decompostas — para fertilizar o solo, e, então, planta-se. O solo fértil dá nutrição à planta e esta, gradualmente, produz aquela coisa maravilhosa e encantadora que se chama “uma rosa”.

Pois bem; a cultura hindu é coisa semelhante. Milhões de pessoas a produziram, com suas lutas, sua vontade, pelo desejar isto e resistir àquilo, pelo constante pensar, sofrer, temer, evitar, fruir; também o clima, as roupas, o alimento, tiveram sua influência. Temos, pois, aqui, um solo extraordinário: a mente; e, antes de estar ela completamente moldada, houve uns poucos indivíduos cheios de vitalidade e força criadora que “explodiram” por toda a Ásia. Não diziam, como vocês: “Tenho de aceitar os decretos da sociedade. O que dirá meu pai, se eu não o fizer?” Pelo contrário, esses homens haviam encontrado algo e não se mostravam indiferentes, porém, possuídos de ardente entusiasmo. Ora, tudo isso constitui a cultura hindu. O que você pensa, os alimentos que come, as roupas que veste, suas maneiras, suas tradições, seu falar, suas pinturas e estátuas, seus deuses, e sacerdotes, e livros sagrados — tudo isso é “cultura hindu”, não é?

Assim, a cultura hindu é um tanto diferente da cultura europeia, mas abaixo da superfície p movimento é o mesmo. Esse movimento poderá se expressar diferentemente na América, pois lá as necessidades diferem, há menos tradições, mais confortos, etc. Mas, abaixo da superfície, o movimento é o mesmo: achar a felicidade, descobrir o que é Deus, o que é a Verdade. E quando este movimento se detém, a cultura declina, como aconteceu neste país. Quando esse movimento é embargado pela autoridade, pela tradição, pelo medo, há declínio, deterioração.

O impulso para descobrir o que é a Verdade, o que é Deus, é o único impulso real, e todos os outros impulsos são subsidiários. Quando jogamos uma pedra na água tranquila, formam-se círculos crescentes. Esses círculos crescentes são os movimentos subsidiários, as reações sociais; mas o movimento real está no centro: o movimento para achar a felicidade, Deus, a Verdade. E você não achará nada disso enquanto estiver limitado pelo medo. No momento em que surge a ameaça e o medo, a cultura declina.

Eis porque é tão importante que, enquanto você é jovem, não se deixe condicionar, não se deixe tolher pelo medo a seus pais, à sociedade, de modo que em você haja aquele movimento atemporal para o descobrimento da Verdade. Os homens que investigam o que é a Verdade, o que é Deus — só esses homens podem criar uma nova civilização, uma nova cultura, e não aqueles que se submetem ou se revoltam apenas dentro da prisão do velho condicionamento. Você pode colocar as roupas de uma eremita, ingressar nesta ou naquela sociedade, abandonar uma religião por outra, tentar de várias maneiras de ser livre; mas, se não houver dentro de você aquele movimento para descobrir o que é Real, o que é a Verdade, seus esforços serão sem significação. Você pode ser muito ilustrado e fazer as coisas que a sociedade chama “boas”, mas tudo isso está dentro da prisão da tradição e, por conseguinte, não tem nenhum valor revolucionário.

Krishnamurti - A cultura e o problema humano

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"Quando você compreende, quando chega a saber,
então traz toda a beleza do passado de volta
e dá a esse passado o renascimento, renova-o,
de forma que todos os que o conheceram
possam estar de novo sobre a terra
e viajar por aqui, e ajudar as pessoas." (Tilopa)



"Nos momentos tranqüilos da meditação, a vontade de DEUS pode tornar-se evidente para nós. Acalmar a mente, através da meditação, traz uma paz interior que nos põe em contato com DEUS dentro de nós. Uma premissa básica da meditação, é que é difícil, senão impossível, alcançar um contato consciente, à não ser que a mente esteja sossegada. Para que haja um progresso, a comum sucessão ininterrupta de pensamentos tem de parar. Por isso, a nossa prática preliminar será sossegar a mente e deixar os pensamentos que brotam morrerem de morte natural. Deixamos nossos pensamentos para trás, à medida que a meditação do Décimo Primeiro Passo se torna uma realidade para nós. O equilíbrio emocional é um dos primeiros resultados da meditação, e a nossa experiência confirma isso." (11º Passo de NA)


"O Eu Superior pode usar algum evento, alguma pessoa ou algum livro como seu mensageiro. Pode fazer qualquer circunstância nova agir da mesma forma, mas o indivíduo deve ter a capacidade de reconhecer o que está acontecendo e ter a disposição para receber a mensagem". (Paul Brunton)



Observe Krishnamurti, em conversa com David Bohn, apontando para um "processo", um "caminho de transformação", descrevendo suas etapas até o estado de prontificação e a necessária base emocional para a manifestação da Visão Intuitiva, ou como dizemos no paradigma, a Retomada da Perene Consciência Amorosa Integrativa...


Krishnamurti: Estávamos discutindo o que significa para o cérebro não ter movimento. Quando um ser humano ESTEVE SEGUINDO O CAMINHO DA TRANSFORMAÇÃO, e PASSOU por TUDO isso, e esse SENTIDO DE VAZIO, SILÊNCIO E ENERGIA, ele ABANDONOU QUASE TUDO e CHEGOU AO PONTO, à BASE. Como, então, essa VISÃO INTUITIVA afeta a sua vida diária? Qual é o seu relacionamento com a sociedade? Como ele age em relação à guerra, e ao mundo todo — um mundo em que está realmente vivendo e lutando na escuridão? Qual a sua ação? Eu diria, como concordamos no outro dia, que ele é o não-movimento.

David Bohn: Sim, dissemos que a base era movimento SEM DIVISÃO.

K: Sem divisão. Sim, correto. (Capítulo 8 do livro, A ELIMINAÇÃO DO TEMPO PSICOLÓGICO)


A IMPORTÂNCIA DA RENDIÇÃO DIANTE DA MENTE ADQUIRIDA
Até praticar a rendição, a dimensão espiritual de você é algo sobre o que você lê, de que fala, com que fica entusiasmado, tema para escrita de livros, motivo de pensamento, algo em que acredita... ou não, seja qual for o caso. Não faz diferença. Só quando você se render é que a dimensão espiritual se tornará uma realidade viva na sua vida. Quando o fizer, a energia que você emana e que então governa a sua vida é de uma frequência vibratória muito superior à da energia mental que ainda comanda o nosso mundo. Através da rendição, a energia espiritual entra neste mundo. Não gera sofrimento para você, para os outros seres humanos, nem para qualquer forma de vida no planeta. (Eckhart Tolle em , A Prática do Poder do Agora, pág. 118)


O IMPOPULAR DRAMA OUTSIDER — O encontro direto com a Verdade absoluta parece, então, impossível para uma consciência humana comum, não mística. Não podemos conhecer a realidade ou mesmo provar a existência do mais simples objeto, embora isto seja uma limitação que poucas pessoas compreendem realmente e que muitas até negariam. Mas há entre os seres humanos um tipo de personalidade que, esta sim, compreende essa limitação e que não consegue se contentar com as falsas realidades que nutrem o universo das pessoas comuns. Parece que essas pessoas sentem a necessidade de forjar por si mesmas uma imagem de "alguma coisa" ou do "nada" que se encontra no outro lado de suas linhas telegráficas: uma certa "concepção do ser" e uma certa teoria do "conhecimento". Elas são ATORMENTADAS pelo Incognoscível, queimam de desejo de conhecer o princípio primeiro, almejam agarrar aquilo que se esconde atrás do sombrio espetáculo das coisas. Quando alguém possui esse temperamento, é ávido de conhecer a realidade e deve satisfazer essa fome da melhor forma possível, enganando-a, sem contudo jamais poder saciá-la. — Evelyn Underhill