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quarta-feira, 17 de julho de 2013

O problema de como ganhar a vida decentemente

Questionador: O problema de ganhar a vida decentemente é fundamental para a maioria de nós. Uma vez que as correntes econômicas do mundo são inapelavelmente interdependentes, acredito que, qualquer que seja a minha atividade, estarei explorando alguém ou contribuindo para a causa da guerra. Como deve então proceder aquele que deseja ganhar a vida de forma decente, para escapar das garras da exploração e da guerra?

Krishnamurti: Para quem deseja encontrar um meio justo de viver, a vida econômica como está organizada atualmente é certamente difícil. Como diz o questionador, as correntes econômicas são entrelaçadas e, assim, o problema é complexo e, como qualquer problema humano complexo, precisa ser abordado com simplicidade. À medida que a sociedade se torna mais e mais complexa e organizada, a sistematização do pensamento e da ação está sendo reforçada em benefício da eficiência. A eficiência se torna cruel quando os valores sensoriais predominam, quando os valores eternos são deixados de lado.

Existem, obviamente, meios errados de viver. Aquele que ajuda na fabricação de armas ou de outros mecanismos capazes de matar seu semelhante está certamente ocupado em perpetuar a violência, e isso jamais trará a paz ao mundo. Os políticos que, seja em benefício próprio, de sua nação ou de uma ideologia, se ocupam em governar e explorar os outros estão certamente usando meios errados de viver, meios que conduzem à guerra, à desgraça e à miséria humana. O padre que se atém a um determinado preconceito, dogma ou crença, a uma determinada forma de adoração e oração, também está usando formas erradas de viver, pois estará apenas disseminando a ignorância e a intolerância, que colocam um homem contra outro homem. Qualquer profissão que conduza ou mantenha os conflitos ou as diferenças entre um homem e outro é obviamente um meio errado de viver. Essas ocupações levam à exploração e às lutas.

Nossas formas de viver são ditadas pela tradição ou pela cobiça e pela ambição, não são? Em geral, nós não nos pomos deliberadamente a pensar sobre a melhor forma de viver. Ficamos muito agradecidos em poder obter tudo aquilo que conseguimos e seguimos cegamente o sistema econômico que está em torno de nós. Mas o questionador quer saber como se esquivar da exploração e da guerra. Para escapar disso ele precisa não se deixar influenciar, não seguir a profissão tradicional, nem pode ele ser invejoso ou ambicioso. Muitos de nós escolhem uma profissão em função da tradição, ou porque somos de uma família de advogados ou de comerciantes; ou nosso desejo de poder e de posição define a nossa profissão; a ambição nos leva a competir e a ser cruéis nesse nosso desejo de conseguir êxito. Assim, aquele que não quer explorar ou contribuir para a causa da guerra precisa deixar de seguir a tradição, deixar de lado a cobiça, a ambição, a auto-afirmação. Se ele se abstiver de tudo isso, naturalmente encontrará a profissão adequada.

Embora seja importante e benéfica, a profissão adequada não é um fim em si mesma. Você pode ter um meio correto de viver mas, se você for interiormente insuficiente e pobre, será uma fonte de desgraça para si mesmo e, portanto, também para os outros; você se tornará insensato, violento, auto-afirmativo. Sem a liberdade interior da realidade você não terá alegria, não terá paz. Apenas na busca e descoberta dessa realidade interior é que podemos não só nos contentar com pouco, mas também estar conscientes de algo que existe além de qualquer medida. Isso é o que precisa ser buscado em primeiro lugar e, se isso acontecer, seguindo seu exemplo, tudo o mais tornar-se-á realidade.

Essa liberdade interior de realidade criativa não é um dom; deve ser descoberta e experimentada. Não é uma aquisição que você deva agregar a você mesmo para com ela se vangloriar. Trata-se de um estado de ser, como o silêncio, no qual não existe transformação, no qual existe a completude. Essa criatividade não precisa, necessariamente, procurar expressar-se; não se trata de um talento que exija uma manifestação exterior. Você não precisa ser um grande artista nem ter uma grande audiência; se você estiver em busca disso, perderá essa realidade interior. Não se trata de um dom, nem é o resultado de um talento; esse tesouro imperecível precisa ser encontrado quando o pensamento se libertar da concupiscência, do desejo mau e da ignorância, quando o pensamento se libertar das coisas mundanas e da ambição pessoal de vir-a-ser. Deve ser experimentada através do pensamento e da meditação adequadas. Sem essa liberdade interior da realidade, a existência é dor. Tal como um homem sedento busca água, assim devemos buscar. Apenas a realidade pode aplacar a sede de impermanência.

Krishnamurti - Sobre o viver correto


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"Quando você compreende, quando chega a saber,
então traz toda a beleza do passado de volta
e dá a esse passado o renascimento, renova-o,
de forma que todos os que o conheceram
possam estar de novo sobre a terra
e viajar por aqui, e ajudar as pessoas." (Tilopa)



"Nos momentos tranqüilos da meditação, a vontade de DEUS pode tornar-se evidente para nós. Acalmar a mente, através da meditação, traz uma paz interior que nos põe em contato com DEUS dentro de nós. Uma premissa básica da meditação, é que é difícil, senão impossível, alcançar um contato consciente, à não ser que a mente esteja sossegada. Para que haja um progresso, a comum sucessão ininterrupta de pensamentos tem de parar. Por isso, a nossa prática preliminar será sossegar a mente e deixar os pensamentos que brotam morrerem de morte natural. Deixamos nossos pensamentos para trás, à medida que a meditação do Décimo Primeiro Passo se torna uma realidade para nós. O equilíbrio emocional é um dos primeiros resultados da meditação, e a nossa experiência confirma isso." (11º Passo de NA)


"O Eu Superior pode usar algum evento, alguma pessoa ou algum livro como seu mensageiro. Pode fazer qualquer circunstância nova agir da mesma forma, mas o indivíduo deve ter a capacidade de reconhecer o que está acontecendo e ter a disposição para receber a mensagem". (Paul Brunton)



Observe Krishnamurti, em conversa com David Bohn, apontando para um "processo", um "caminho de transformação", descrevendo suas etapas até o estado de prontificação e a necessária base emocional para a manifestação da Visão Intuitiva, ou como dizemos no paradigma, a Retomada da Perene Consciência Amorosa Integrativa...


Krishnamurti: Estávamos discutindo o que significa para o cérebro não ter movimento. Quando um ser humano ESTEVE SEGUINDO O CAMINHO DA TRANSFORMAÇÃO, e PASSOU por TUDO isso, e esse SENTIDO DE VAZIO, SILÊNCIO E ENERGIA, ele ABANDONOU QUASE TUDO e CHEGOU AO PONTO, à BASE. Como, então, essa VISÃO INTUITIVA afeta a sua vida diária? Qual é o seu relacionamento com a sociedade? Como ele age em relação à guerra, e ao mundo todo — um mundo em que está realmente vivendo e lutando na escuridão? Qual a sua ação? Eu diria, como concordamos no outro dia, que ele é o não-movimento.

David Bohn: Sim, dissemos que a base era movimento SEM DIVISÃO.

K: Sem divisão. Sim, correto. (Capítulo 8 do livro, A ELIMINAÇÃO DO TEMPO PSICOLÓGICO)


A IMPORTÂNCIA DA RENDIÇÃO DIANTE DA MENTE ADQUIRIDA
Até praticar a rendição, a dimensão espiritual de você é algo sobre o que você lê, de que fala, com que fica entusiasmado, tema para escrita de livros, motivo de pensamento, algo em que acredita... ou não, seja qual for o caso. Não faz diferença. Só quando você se render é que a dimensão espiritual se tornará uma realidade viva na sua vida. Quando o fizer, a energia que você emana e que então governa a sua vida é de uma frequência vibratória muito superior à da energia mental que ainda comanda o nosso mundo. Através da rendição, a energia espiritual entra neste mundo. Não gera sofrimento para você, para os outros seres humanos, nem para qualquer forma de vida no planeta. (Eckhart Tolle em , A Prática do Poder do Agora, pág. 118)


O IMPOPULAR DRAMA OUTSIDER — O encontro direto com a Verdade absoluta parece, então, impossível para uma consciência humana comum, não mística. Não podemos conhecer a realidade ou mesmo provar a existência do mais simples objeto, embora isto seja uma limitação que poucas pessoas compreendem realmente e que muitas até negariam. Mas há entre os seres humanos um tipo de personalidade que, esta sim, compreende essa limitação e que não consegue se contentar com as falsas realidades que nutrem o universo das pessoas comuns. Parece que essas pessoas sentem a necessidade de forjar por si mesmas uma imagem de "alguma coisa" ou do "nada" que se encontra no outro lado de suas linhas telegráficas: uma certa "concepção do ser" e uma certa teoria do "conhecimento". Elas são ATORMENTADAS pelo Incognoscível, queimam de desejo de conhecer o princípio primeiro, almejam agarrar aquilo que se esconde atrás do sombrio espetáculo das coisas. Quando alguém possui esse temperamento, é ávido de conhecer a realidade e deve satisfazer essa fome da melhor forma possível, enganando-a, sem contudo jamais poder saciá-la. — Evelyn Underhill